sábado, 24 de maio de 2025

Anatomia de uma crise 2405

 “*Anatomia de uma crise*” (Thomas Traumann)


Após meses afastado de Lula, o ministro Fernando Haddad retomou protagonismo ao convencê-lo de um bloqueio de R$ 30 bilhões em gastos públicos, o dobro do proposto por Rui Costa. Também acertou apresentar uma previsão fiscal mais realista, admitindo déficit de R$ 30 bilhões em 2026. Para reforçar o compromisso fiscal, incluiu aumento do IOF em diversas operações.


Mas o plano fracassou. O mercado reagiu mal à inclusão surpresa de IOF sobre fundos no exterior, interpretando a medida como controle de capitais, o que geraria fuga de recursos e colapso do setor de multimercados. A comunicação foi desastrosa: ministros ignoraram o impacto do IOF, Renan Filho vazou a informação antes do anúncio oficial, e os detalhes só vieram após o fechamento do mercado. O dólar disparou e a confiança evaporou.


Haddad, que esperava reação positiva, se viu isolado. Banqueiros criticaram duramente as medidas, o BC negou envolvimento e rumores indicaram ameaça de renúncia dentro da autoridade monetária. O governo recuou às pressas, publicando novo decreto às 22h30, excluindo os fundos no exterior da taxação.


*Conclusão*: Haddad mostrou capacidade de recuo, mas revelou um Ministério da Fazenda desconectado do mercado, mal coordenado e exposto a erros básicos de comunicação e timing político. Para um ministro já fragilizado, o episódio reforça sua perda de influência dentro e fora do governo.

sexta-feira, 23 de maio de 2025

Elena Landau

 


Sebastião Salgado

 


Relatório Prisma Fiscal

 📊 *Resumo do Relatório Bimestral de Finanças Públicas (BTG Pactual, 22/05/2025)* 📈


O governo anunciou no 2º Relatório Bimestral de 2025 um ajuste fiscal mais rigoroso que o esperado:  

🔒 R$31,3 bi em ajustes: R$10,6 bi em bloqueios + R$20,7 bi em contingenciamento (bem acima dos R$5 bi previstos por BTG e R$10 bi do mercado).  

📈 Limite de gastos: Subiu R$12,4 bi com base na inflação (jun-dez/24), mas despesa total ainda cresceu R$5 bi em relação à LOA.  

✅ Meta fiscal: Ajustes garantem cumprimento da meta e limite de gastos em 2025. Contingenciamento pode ser revertido se arrecadação melhorar.  

📉 Receitas: Projeções de fontes incertas caíram de R$137 bi para R$46 bi (BTG previa R$53 bi). CARF, outorgas e desoneração zerados.  

💸 IOF: Aumento nas alíquotas de VGBL, crédito PJ e câmbio (arrecadação estimada: R$20 bi). Reação negativa no mercado, com chance de reversão na taxação de fundos no exterior.  

📊 Projeções macro: PIB real (2,38%), IPCA (5,04%), câmbio (R$5,81). Despesa com previdência (+R$16,6 bi) e BPC (+R$2,7 bi) ajustadas.  

⚖️ Resultado primário: Déficit projetado em -R$31 bi (meta), com margem apertada. Ajustes conservadores ampliam segurança contra choques.

🗣️  bit.ly/3zV4kL2

Abertura 2305

 *Abertura: Mercado reage a IOF e comunicado de Haddad em meio à cautela em NY antes de feriado*


São Paulo, 23/05/2025


Por Silvana Rocha e Maria Regina Silva*


OVERVIEW. Um comunicado do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre o aumento do IOF fica no foco local. Palestras do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, e do diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos, Paulo Picchetti, no XI Seminário Anual de Política Monetária, promovido pela FGV IBRE, no Rio de Janeiro, também são destaques da agenda local nesta sexta-feira. Nos EUA, três dirigentes do Federal Reserve discursam e o mercado de Treasuries fecha mais cedo, às vésperas do feriado americano de Memorial Day, na segunda-feira,


NO EXTERIOR. Os índices futuros de Nova York amenizam as perdas diante de sinais de retomada das negociações tarifárias entre os EUA e seus parceiros comerciais. No entanto, a cautela fiscal persiste, pressionando os juros dos Treasuries e o dólar, em meio à expectativa por declarações de dirigentes do Fed antes do feriado e pela votação no Senado do projeto de orçamento de Donald Trump, um dos motivos para a recente perda do rating “triplo A” dos EUA pela Moody’s. Em meio às movimentações nos mercados, os EUA e a China tiveram o primeiro contato telefônico oficial desde a suspensão das tarifas e Trump conversou hoje com o primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, sobre a ida do ministro japonês da Revitalização Econômica, Akazawa Ryosei, a Washington para uma nova rodada de negociações comerciais. A União Europeia e os EUA planejam conversa hoje sobre tarifas em meio a divergências.  A presidente do BCE, Christine  Lagarde, afirmou que as  ameaças comerciais dos EUA podem ser oportunidade para as relações entre Canadá e UE. As bolsas europeias sobem majoritariamente, impulsionadas por dados positivos da Alemanha, cujo PIB foi revisado para cima, e do Reino Unido, onde o varejo superou expectativas.


POR AQUI. Os mercados locais seguem reagindo ao aumento do IOF anunciado pelo governo, que abrange seguros, crédito para empresas e câmbio, e o recuo do Ministério da Fazenda na alta do IOF para fundos nacionais no exterior (leia mais abaixo em O Que Sabemos). O ETF EWZ, principal fundo de índice brasileiro em Nova York, caía 1,31% no pré-mercado por volta das 6h46, indicando uma abertura negativa para o Ibovespa. O ADR do Itaú também recuava 0,91%; o da Petrobras cedia 0,76%, pressionado também pelo petróleo fraco, e o da Vale subia 0,52%, apesar da perda de 1,31% do minério de ferro na China. Pesquisa da XP com 60 investidores institucionais indica expectativa de forte desvalorização do real, com o dólar podendo chegar a R$ 5,85 na abertura. No entanto, a exclusão do IOF sobre operações de comércio exterior e fluxos de investimento estrangeiro pode moderar a reação no câmbio e juros, assim como a queda do dólar e dos retornos dos Treasuries no exterior. Galípolo fica em evidência, após o ministro Fernando Haddad afirmar que as medidas fiscais não foram negociadas com o Banco Central, contrariando declaração do secretário-executivo Dario Durigan. Haddad fará comunicado à imprensa às 8h15, em São Paulo.


NA POLÍTICA. Ambientalistas dizem que o Marco do Licenciamento Ambiental é o maior retrocesso legal em 40 anos. Para eles, é certo que o texto aprovado pelo Senado  - que voltou para análise da Câmara dos Deputados - será judicializado nos próximos meses. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que  o pedido de urgência para a votação do texto preocupa e que, se o Congresso não reparar o PL do Licenciamento, sua pasta trabalhará mecanismos no Executivo.  O ministro Alexandre de Moraes, do STF, manteve a prisão preventiva do general Walter Braga Netto no processo do golpe e a defesa do general disse que vai recorrer.


AGENDA.


GALÍPOLO E DIRIGENTES DO FED EM DESTAQUE -  Nos EUA, os dirigentes do Fed de St. Louis, Alberto Musalem, e de Kansas City, Jeffrey Schmid, participam de bate-papo às 9h30; e a diretora do Fed, Lisa Cook discursa em Conferência Anual de Mulheres em Macroeconomia às 13h.  O resultado das vendas de moradias novas no país em abril será publicado às 11h.  O mercado de Treasuries fecha às 15h. Na Alemanha, a dirigente do BCE, Isabel Schnabel, também  discursa às 13h.  No Brasil, a terceira previa do IPC-S de maio sai às 8h. O presidente do BC, Gabriel Galípolo, profere palestra às 14h; e o  diretor de Assuntos Internacionais, Paulo Picchetti, às 16h30. O presidente Lula recebe o presidente de Angola, João Lourenço, que faz viagem de Estado ao Brasil, às 10h. Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reúne-se em São Paulo com a presidente do Conselho de Administração da Magalu Cloud, Luiza Helena Trajano, às 10h. Às 18h, a montadora chinesa GAC faz o lançamento da marca no Brasil, com a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin.


O QUE SABEMOS.


IMPACTO DO IOF -  O governo federal publicou no início da noite de ontem edição extraordinária do Diário Oficial da União (DOU) com mudanças no decreto do IOF. As mudanças abrangem três eixos: seguro, crédito para empresa e câmbio. De acordo com o Ministério da Fazenda, os ajustes no IOF podem gerar impacto na arrecadação de R$ 20,5 bilhões em 2025 e de R$ 41 bilhões em 2026. Dentre as mudanças, o tributo passará a incidir sobre entidades abertas de previdência complementar e outras entidades equiparadas a instituições financeiras.


EM TESE: EM TESE: O aumento inesperado do IOF para uma série de operações feita ontem pelo governo deve ofuscar o também surpreendente anúncio de contenção de R$ 31,3 bilhões em despesas do Orçamento para tentar cumprir a meta de déficit fiscal zero prevista para o ano. A expectativa é que a arrecadação com as novas alíquotas do tributo alcance R$ 20,5 bilhões este ano e a R$ 41 bilhões em 2026. Os valores dão a dimensão do impacto da proposta, que vai atingir não só empresas, como disse a Fazenda, mas também as pessoas físicas, principalmente por meio do mercado de câmbio. A medida poderia ajudar o Banco Central a conter o crédito e a combater a inflação, mas como foi algo grandiosos e inesperado, assustou e seu efeito ser negativo. Para o presidente da ABBC, entidade que representa os bancos médios e de nicho, Leandro Vilain, o aumento do IOF elevará o custo do crédito e terá impacto negativo na atividade econômica. A Warren avalia que o decreto tem dimensões amplas e o fato de o efeito fiscal estimado pelo governo ter pouco detalhamento representa um novo risco no cenário. A economista-chefe da Galapagos Capital, Tatiana Pinheiro, diz que o anúncio da alteração nas alíquotas do IOF não visou a harmonização das políticas fiscal e monetária, como afirmaram o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, e o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas. Já o economista da XP Investimentos Tiago Sbardelotto, a elevação do IOF tem a vantagem de reforçar o trabalho da política monetária.  O economista-chefe da Monte Bravo, Luciano Costa, por sua vez, avalia que as mudanças no IOF trazem uma receita adicional que terá impacto "bastante relevante" para o fiscal em 2026, pois trará um impacto de encarecimento do crédito - potencialmente tendo efeito na concessão dos empréstimos.


REBAIXAMENTO DA SABESP - O UBS BB elevou o preço-alvo da Sabesp de R$ 118 para R$ 136, 17,3% acima do fechamento de ontem na B3. As perspectivas positivas, entretanto, não são suficientes para manter a recomendação, que passou de compra para neutra.


EM TESE:  As ações da Sabesp podem reagir positivamente à elevação, ainda que acumule ganhos fortes em 2025, de quase 35%. Mesmo após a privatização, o UBS BB avalia que o papel da empresa ainda tem espaço para subir. A Sabesp  era negociada ontem na faixa de R$ 118 ante R$ 67 antes da oferta. Mas, com iniciativas de redução de custos, oportunidades de crescimento, otimização da estrutura de capital e crescimento orgânico, há ainda um potencial de valorização de cerca de 15% em relação ao preço atual das ações, segundo o banco. As perspectivas positivas, entretanto, não são suficientes para manter a recomendação, que passou de compra para neutra.


OVERNIGHT.


CONSULTA SOBRE IOF - O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, foi consultado pelo Palácio do Planalto sobre sua avaliação a respeito das medidas anunciadas ontem pelo Ministério da Fazenda relacionadas ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A "consultoria" foi feita antes de a pasta recuar das novas alíquotas sobre transferências de recursos destinadas à aplicação em fundos de investimento no exterior e de manter em 1,1% a alíquota sobre remessas destinadas a investimentos por pessoas físicas. Sua avaliação teria sido "decisiva", segundo fontes. Porém, no X, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que nenhuma medida fiscal anunciada pela nesta quinta-feira pasta foi negociada com o Banco Central.


EMISSÃO - O conselho de administração da Vale aprovou ontem, por unanimidade, a 11ª emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, da espécie quirografária, no valor de R$ 6 bilhões. A emissão será realizada em três séries, com prazos de sete anos, dez anos e 12 anos, respectivamente. Os títulos terão valor nominal unitário de R$ 1.000.


BANCO PAN - O Banco Pan informou que Leonardo Ricci Scutti renunciou ao cargo de diretor de Relações com Investidores nesta quinta-feira. André Luiz Calabro, que ocupa também o posto de diretor presidente da companhia, foi indicado para substituí-lo.


GRIPE AVIÁRIA - O Ministério da Agricultura descartou a ocorrência de influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) em um aviário comercial de Ipumirim, no oeste de Santa Catarina. Ao mesmo tempo, há 12 investigações de suspeita de gripe aviária em andamento no País, conforme atualização mais recente da plataforma de Síndrome Respiratória e Nervosa das Aves. Os dados foram atualizados às 19h de ontem e indicam que as coletas de amostras já foram realizadas, mas ainda não há resultado laboratorial conclusivo.


LCIS E LCAS - O Conselho Monetário Nacional reduziu o prazo mínimo de vencimento das Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) e das Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) emitidas sem a previsão de atualização por índice de preços de nove meses para seis meses. As mudanças foram deliberadas em reunião ordinária do CMN ontem. O CMN também elevou os porcentuais de recursos de diferentes fontes que devem ser aplicados obrigatoriamente ao crédito rural, o que é conhecido como exigibilidade.


ACORDO FECHADO - A Unigel Participações celebrou acordo com a Petrobras em audiência no Tribunal Arbitral da Arbitragem da Câmara de Comércio Internacional (CCI), que prevê o encerramento de todos os contratos entre as partes, inclusive os contratos de arrendamento das plantas de fertilizantes (FAFENs), localizadas na Bahia e em Sergipe. Com isso, será restabelecida a posse dessas unidades pela estatal em data a ser definida pelas partes.


ALINHAMENTO COMERCIAL - O vice-secretário de Estado dos Estados Unidos, Christopher Landau, e o vice-ministro executivo das Relações Exteriores da China, Ma Zhaoxu, conversaram por telefone. Durante a ligação, as autoridades reconheceram a importância do relacionamento bilateral para os povos de ambos os países e do mundo, discutiram uma ampla gama de questões de interesse mútuo e concordaram sobre a importância de manter as linhas de comunicação abertas.


RETROCESSO NOS EUA - O setor de energia solar em telhados, que já enfrentava dificuldades, sofreu um golpe potencialmente fatal depois que a Câmara dos Representantes aprovou uma versão mais rígida do amplo pacote de impostos e gastos do presidente Trump. O projeto de lei elimina importantes créditos de energia renovável, como esperado, mas inclui disposições mais rigorosas e prazos mais breves para as mudanças, o que foi considerado sombrio para energia solar em telhados. E segundo a Reuters, Trump assinará ordens executivas na sexta-feira com o objetivo de impulsionar o setor de energia nuclear.


PENNY - O governo dos EUA está eliminando gradualmente o centavo, o penny, cujo uso já dura mais de dois séculos. O Departamento do Tesouro deixará de colocar novas moedas de um centavo em circulação no início do ano que vem. Depois disso, não haverá centavos suficientes para usar em transações corriqueiras em dinheiro, e as empresas precisarão começar a arredondar para cima ou para baixo os valores.


AMEAÇAS COMERCIAIS - A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, disse que "em toda ameaça há uma oportunidade" e que as tarifas dos Estados Unidos podem servir para melhorar as relações entre o Canadá e a União Europeia. Aliás, hoje a União Europeia e os EUA pretendem fazer um balanço das negociações tarifárias bilaterais, informa a Bloomberg.


E NOS MERCADOS.


TREASURIES - Os rendimentos dos Treasuries operam em baixa, estendendo perdas de ontem, enquanto investidores nos EUA aguardam dados sobre vendas de moradias novas e comentários de autoridades do Federal Reserve (Fed). Por causa do feriado de Memorial Day, que os EUA comemoram na segunda-feira, os negócios no mercado de Treasuries serão encerrados mais cedo hoje. Às 7h33, o juro da T-note de 2 anos caía a 3,984%, ante 3,992% no fim da tarde de ontem em Nova York. O rendimento da T-note de 10 anos recuava a 4,526%, após 4,540%, e o do T-bond de 30 anos diminuía a 5,033% (de 5,052%).


FUTUROS DE NY - Os índices futuros das bolsas de Nova York operam em queda modesta, após o fechamento divergente e de variações contidas de ontem, em dia de agenda fraca antes do feriado de Memorial Day. Às 7h34, no mercado futuro, o Dow Jones cedia 0,12%, o S&P 500 caía 0,05% e o Nasdaq tinha recio de 0,06%.


EUROPA - As bolsas europeias operam sem direção única na manhã desta sexta-feira, tentando se recuperar parcialmente de perdas de ontem, na esteira de dados locais positivos e enquanto investidores aguardam novidades de negociações tarifárias dos EUA. O PIB da Alemanha cresceu mais do que inicialmente estimado no primeiro trimestre. O setor varejista do Reino Unido, por sua vez, garantiu aumento mensal de 1,2% nas vendas de abril, surpreendendo analistas que previam queda no período. Às 7h36, a Bolsa de Londres subia 0,02%, a de Paris caía 0,47% e a de Frankfurt avançava 0,20%.


PETRÓLEO -  Os contratos futuros do petróleo operam com indefinição após perdas recentes, quando foram pressionados por temores de que a Opep+ implemente um novo grande aumento em sua produção em julho, em um momento em que o mercado já enfrenta excesso de oferta. Às 7h38, o barril do petróleo WTI para julho subia 0,05% na Nymex, a US$ 63,95, enquanto o do Brent para agosto tinha alta de 0,10% na ICE, a US$ 61,26.


MOEDAS - O dólar opera em baixa significativa antes moedas de outras economias desenvolvidas, revertendo ganhos de ontem, após a revisão para cima no PIB alemão e o desempenho melhor do que o esperado do varejo do Reino Unido. Às 7h39, o euro subia US$ 1,135, ante US$ 1,128 no fim da tarde de ontem em Nova York. A libra avançava a US$ 1,349, de US$ 1,3428, e o dólar caía a 143,31 ienes, ante 144,00 ienes na véspera. Já o índice DXY do dólar - que acompanha as flutuações da moeda americana em relação a outras seis divisas relevantes - tinha queda de 0,62%, a 99,34 pontos, após alta de 0,40%, a 99,96 pontos ontem.


ÁSIA - As bolsas asiáticas fecharam sem direção única nesta sexta-feira, enquanto investidores seguiram avaliando os efeitos das políticas dos EUA nas áreas fiscal e comercial. O índice japonês Nikkei subiu 0,47% em Tóquio e o Hang Seng avançou 0,24% em Hong Kong, enquanto os mercados de Seul e de Taiwan registraram perdas apenas modestas, com baixa de 0,06% do sul-coreano Kospi e declínio de 0,09% do Taiex. Na China, o Xangai Composto recuou 0,94% e o menos abrangente Shenzhen Composto caiu 0,89%. Na Oceania, o S&P/ASX 200 da bolsa australiana subiu 0,15% em Sydney.


*colaborou Sergio Caldas

BDM Matinal Riscala 2305

 *Rosa Riscala: Fazenda recua do aumento do IOF*


… Na véspera do feriado de Memorial Day nos Estados Unidos, o mercado de títulos fecha mais cedo hoje, às 15h, em mais um pregão de agenda esvaziada no exterior, com as atenções voltadas para a quinta rodada de negociações nucleares entre americanos e iranianos. Em NY, vendas de moradias novas são o único destaque, além das falas de Fed boys repercutindo a aprovação do projeto tributário de Trump nas expectativas dos juros. No noticiário corporativo, assembleia de acionistas da JBS decide a dupla listagem das ações e Galípolo faz palestra às 14h, enquanto repercute o recuo da Fazenda sobre o aumento do IOF para remessas de fundos de investimentos ao exterior, anunciado poucas horas antes, na tarde dessa 5ªF, e que repercutiu muito mal no mercado e prometia estragos no câmbio.


… Pelas novas regras, que foram revogadas segundo nota da Fazenda no X (antigo Twitter), a medida uniformizava as alíquotas incidentes nessas operações em 3,5%, incluindo sobre remessas para fundos, que atualmente é zero.


… Na nota, o Ministério da Fazenda disse que a revogação ocorreu após “diálogo e avaliação técnica”.


… A medida foi mal-recebida pelo mercado porque diversos fundos diversificaram suas aplicações ao enviar recursos para o exterior. É um dinheiro de pessoas residentes no Brasil. É estratégia de vários fundos de investimento multimercado aplicar fora do País.


… Um aumento de imposto de zero para 3,5% em cada remessa seria um desincentivo para qualquer aplicação.


… De acordo com um técnico do governo ouvido pelo Globo, o decreto foi reavaliado “item a item”.


… O Palácio do Planalto chamou uma reunião às pressas na noite de ontem com os ministros Rui Costa, Gleisi Hoffmann, Sidônio Palmeira, além de técnicos jurídicos e da equipe econômica. O ministro Fernando Haddad já tinha viajado para São Paulo.


… Quanto ao item relacionado ao IOF sobre remessas ao exterior por parte de pessoas físicas, será incluído no decreto o esclarecimento que, remessas destinadas a investimentos continuarão sujeitas à alíquota atualmente vigente de 1,1%, sem alterações.


… “É um ajuste na medida, feito com equilíbrio, ouvindo o País e corrigindo rumos sempre que necessário”, diz a nota postada às 23h31.


… No after hours em NY, os ADRs das ações brasileiras operaram com quedas expressivas, refletindo a decepção com o aumento do IOF.


… No fechamento, Itaú caía 3,33%; Bradesco, -2,71% (PN) e -2,83% (ON); Nu Holdings, -2,12%; XP, -2,73%; além de Petrobras, -1,10% (ON) e -0,63% (PN). O EWZ, principal fundo de índice (ETF) do País negociado nos EUA, perdeu 3,71% no pós-mercado.


… Levantamento feito pela equipe de estratégia da XP com 60 investidores institucionais indicou que o real teria forte desvalorização na abertura do mercado nesta 6ªF. A expectativa dos investidores institucionais é de que o dólar chegasse a R$ 5,85.


… A tributação de investimentos no exterior, revogada pelo governo, era a principal preocupação.


… O corte de R$ 31,3 bilhões, entre bloqueios (R$ 10,6 bi) e congelamentos (R$ 20,7 bi), anunciado pelo Relatório de Receitas e Despesas veio bem acima do esperado (R$ 10,0 bilhões na mediana).


… Quando a notícia vazou, antes do anúncio, colocou os juros e o dólar em rota firme de queda.


… Os ativos, no entanto, zeraram os ganhos e os negócios viraram de humor após a publicação da MP no DOU, que confirmou o aumento do IOF. O governo esperava arrecadar R$ 20,5 bilhões com as mudanças no IOF neste ano e R$ 41 bilhões em 2026.


… Dentre outras mudanças, o IOF passará a incidir sobre entidades abertas de previdência privada (VGBL) e entidades equiparadas a instituições financeiras, além de aumentar a base de cálculo e a alíquota reduzida do IOF nas operações de empréstimo.


… No câmbio, os ajustes no IOF ainda alcançam várias operações, como as ligadas a cartões de crédito e de débito internacional.


… Na entrevista no final da tarde, Haddad não entrou em detalhes sobre o IOF: “Não é nada de outro mundo. A verdade virá à tona”.


… À noite, o ministro foi ao X e, em outra declaração que surpreendeu, Haddad contradisse declarações de seus secretários, escrevendo que: “Sobre as medidas fiscais anunciadas, esclareço que nenhuma delas foi negociada com o Banco Central.”


O BC NÃO GOSTOU – Na entrevista mais cedo, todos os seus secretários sinalizaram um entendimento com o BC.


… Dario Durigan afirmou que o ajuste no IOF será importante para atingir o equilíbrio fiscal. “A gente adotou esse ajuste no IOF em coordenação e em harmonia com o que a gente tem visto na política monetária.”


… Também o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, sugeriu uma coordenação com o BC para as mudanças no IOF, dizendo que as medidas vão apoiar o fim das altas da Selic e colaborar para a redução dos juros em um horizonte “não tão distante”.


… Na opinião dele, as mudanças no IOF vão ajudar a harmonizar as políticas monetária e fiscal em duas frentes: pelo seu impacto positivo na arrecadação, e pela desaceleração do crédito, “colaborando com o trabalho do Banco Central”.


… Ainda o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, disse que as medidas garantem a harmonização da política fiscal com a política monetária, colaborando com os esforços do BC na convergência da inflação às metas estabelecidas pelo CMN.


… Se a intenção foi agradar o BC, o tiro saiu pela culatra. Segundo a Folha, Galípolo foi pego de surpresa pelas alterações no IOF. No Valor, Haddad apresentou a Galípolo a proposta de aumento do IOF em reunião tensa na 3ªF, já que Galípolo não concordava com o plano.


… No Globo, nota do jornalista Lauro Jardim já antecipava à noite que os técnicos da equipe econômica avaliavam a péssima repercussão das mudanças do IOF, podendo revogar algumas das medidas anunciadas nesta 5ªF à tarde, e que entram em vigor hoje, 23/5.


RECEITAS SUPERESTIMADAS – Em uma boa limpeza do Orçamento, a equipe econômica anunciou redução de R$ 81,5 bilhões de receitas extraordinárias previstas e que não se confirmaram. Esses cortes fazem parte do pacote de R$ 168,5 bilhões no PLOA de 2025.


… Voto de qualidade do CARF: Governo previa arrecadação de R$ 28 bilhões com essa proposta e zerou a previsão.


… Transações tributárias da Receita: O governo previa arrecadação de R$ 31 bilhões e reduziu a previsão para R$ 5 bilhões.


… Controle de benefícios tributários: Governo previa arrecadação de R$ 20 bilhões com a Declaração de Incentivos, Renúncias, Benefícios e Imunidades de Natureza Tributária (DIRB) e zerou a previsão.


… Aumento da CSLL: O governo previa um aumento da CSLL como compensação relacionada à desoneração, que geraria R$ 7,5 bilhões, e zerou a proposta, que não foi aprovada pelo Congresso.


… Outorga das ferrovias: O governo previa uma arrecadação de cerca de R$ 8 bilhões em outorgas das ferrovias e zerou a previsão.


… A meta de resultado primário do Governo Central de 2025 é de resultado neutro, de 0% do PIB, conforme definido no arcabouço fiscal, que prevê uma banda de tolerância de 0,25pp. O Orçamento foi aprovado pelo Congresso com um déficit de R$ 15 bilhões.


AS NOVAS PROJEÇÕES – A projeção da equipe econômica para as receitas primárias totais da União neste ano oscilou de R$ 2,930 trilhões para R$ 2,899 trilhões. Já a estimativa para a receita líquida passou de R$ 2,360 trilhões para R$ 2,318 trilhões.


… Do lado das despesas primárias, a previsão de gasto total em 2025 subiu de R$ 2,390 trilhões para R$ 2,415 trilhões. Com as revisões do Relatório, o volume de gastos obrigatórios passou de R$ 2,169 trilhões para R$ 2,205 trilhões.


… As despesas discricionárias variaram de R$ 221,1 bilhões para R$ 210,6 bilhões neste ano.


… O governo decidiu pela abertura do crédito adicional de R$ 12,4 bilhões que foi incorporado no limite de gastos do Orçamento/2025. Essa possibilidade existe por causa da variação da inflação estimada ao enviar a peça e a realizada em 2024.


… Os ministérios da Fazenda e do Planejamento atualizaram mais indicadores da grade de parâmetros macroeconômicos utilizados nos cálculos da execução orçamentária de 2025 no primeiro Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas do ano.


… A equipe econômica aumentou a estimativa para a Selic do ano de 11,67% para 14,28%, uma alta de 2,62pp frente à LOA, e a projeção para o câmbio médio deste ano, que passou de R$ 5,70 para R$ 5,81.


… A previsão para a alta da massa salarial nominal passou de 9,49% para 12,05%.


…. Já a estimativa para o preço médio do barril de petróleo no mercado internacional caiu de US$ 72,87 para US$ 65,09.


… Nesta semana, a equipe econômica divulgou a nova projeção para o crescimento da economia neste ano, que foi de 2,45% para 2,38%, ajustando em alta a projeção oficial para a inflação medida pelo IPCA, que passou de 4,9% para 5,0% – acima do teto da meta.


… Já a estimativa para o INPC – utilizado para a correção do salário-mínimo – passou de 4,80% para 4,90%.


GRIPE AVIÁRIA – Há 12 investigações de suspeita, conforme atualização mais recente da pasta da Agricultura. Duas delas envolvem plantas comerciais, localizadas nos municípios de Aguiarnópolis (TO) e Ipumirim (SC).


… Porém, laudo oficial divulgado pelo governo do Estado de Santa Catarina descartou o caso de Ipumirim.


MAIS AGENDA – A prévia do IPC-S de maio abre o dia (8h). O diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos do BC, Paulo Picchetti, faz palestra depois de Galípolo, às 16h30, em seminário da FGV IBRE.


… Nos EUA, as vendas de moradias novas em abril saem às 11h. Os dados de petróleo da Baker Hughes vêm às 14h. Entre os Fed boys, falam Alberto Musalem e Jeffrey Schmid (9h30), além de Lisa Cook (13h).


NA FORÇA DO ÓDIO – Anunciadas após o fechamento, as mudanças do IOF provocaram picos de estresse nos negócios futuros. Os investidores negociaram loucamente no pregão estendido, temendo pelos impactos.


… A percepção foi de que o aumento do IOF poderia antecipar a fuga de capital do País, justo quando a bolsa doméstica vinha faturando alto com o fluxo da rotação de portfólios depois da guerra comercial de Trump.


… O câmbio futuro acusou a pressão. O dólar/jun acelerou o fôlego de alta, chegou a operar na faixa de R$ 5,78 nas máximas e fechou com ganho firme de 1,87%, a R$ 5,7635. Hoje promete devolver com o recuo da Fazenda.


… Mergulhando às mínimas, o Ibovespa futuro tocou na região dos 135 mil pontos, derretendo quase 3%, antes de reduzir parte do pessimismo. No fechamento, porém, ainda afundava 1,93%, para os 136.375 pontos.


… Os contratos futuros dos juros, que ainda estavam nos últimos minutos do pregão regular no momento da entrevista coletiva do IOF, também registraram instabilidade e terminaram o dia embutindo prêmios de risco.


… Mais cedo, a curva aliviou 20pb com a melhora dos Treasuries e quando vazou a notícia de que o governo apresentaria contenção de R$ 31 bi nos gastos, mais que o triplo do estimado pelos economistas (R$ 10 bi).


… Porém, durante a entrevista coletiva sobre o relatório bimestral, ficou claro que o valor visa atender o piso da meta, que não mira no centro, e que o governo federal subestimou as despesas e superestimou as receitas.


… Logo na sequência, a informação do ministro Renan Filho (Transportes) de que o presidente Lula assinaria o aumento do IOF elevou o desconforto no DI, que como se viu, voltou a piorar perto do fechamento.


… O DI para janeiro de 2026 terminou subindo para 14,770% (de 14,750% no fechamento anterior); Jan/27, a 14,05% (de 14,02%); e Jan/29, a 13,720% (de 13,665%). Jan/31 (13,890%) e Jan/33 (13,960%) ficaram estáveis.


… No câmbio, o dólar passou o dia na gangorra, em meio ao noticiário fiscal. Operou abaixo dos R$ 5,60 na mínima do dia (R$ 5,5961), quando circularam as informações em off de como viria o relatório bimestral.


… Ao longo do pregão, o entusiasmo com o bloqueio elevado de despesas se dispersou e o mercado passou a olhar o copo “meio vazio”. O suspense com o que o IOF reservaria mais tarde ajudou na virada do humor.


… O dólar à vista fechou em +0,33%, a R$ 5,6610, para mais tarde saltar nas negociações do câmbio futuro.


#TMJ – Também o Ibov não foi poupado de uma piora automática com a surpresa do IOF, combinada às dúvidas  sobre o compromisso do governo com o equilíbrio fiscal. O índice à vista inverteu o sinal para queda à tarde.


… Fechou em baixa de 0,44%, aos 137.272,59 pontos, com volume de R$ 24,7 bilhões. Entre as blue chips das commodities, Petrobras ON (-1,33%, a R$ 33,43) e PN (-1,32%, a R$ 31,33) acompanharam a queda do petróleo.


… Mesmo com o mercado da commodity já saturado de oferta, como revelam os estoques, corre o rumor de que a Opep+ planeja um terceiro aumento consecutivo da produção, desta vez de 411 mil bpd, em julho.


… O barril do Brent para vencimento em julho registrou recuo de 0,72%, a US$ 64,44 por barril, na ICE londrina.


… Em relatório, o Goldman Sachs observa que o petróleo caiu US$ 20 desde meados de janeiro, refletindo a oferta maior da Opep e as expectativas de demanda mais fraca com o risco de desaquecimento econômico.


… Vale ON (-0,75%, a R$ 54,23) terminou no vermelho, apesar da leve alta de 0,14% do minério de ferro.


… Entre os grandes bancos, apenas Bradesco PN (+0,26%, a R$ 15,45) marcou ganho discreto, enquanto seus pares caíram: Itaú PN (-0,69%, a R$ 37,27); BB ON (-0,83%, a R$ 25,05); e Santander Unit (-0,80%, a R$ 29,68).


FED É VIDA – Comentário do dirigente do BC americano Christopher Waller de que o juro nos EUA pode cair no 2º semestre, se as tarifas estabilizarem perto 10%, salvaram NY do estresse com o projeto tributário de Trump.


… Na reviravolta positiva do sentimento do investidor provocada pelo Fed, os juros dos Treasuries saíram das máximas registradas antes com a aprovação pela Câmara do plano de corte de impostos, que vai ao Senado.


… O rendimento do T-Bond de 30 anos fechou em queda, a 5,052%, contra 5,083% na véspera, depois de ter cravado 5,15% mais cedo, no auge da tensão com os déficits fiscais e a sustentabilidade da dívida pública.


… O juro da Note de 2 anos voltou para baixo de 4%, caindo a 3,992%, de 4,007% no dia anterior. A taxa do papel de 10 anos recuou para 4,540%, depois de ter fechado em 4,586% no pregão de 4ªF.


… Apesar da guinada dos yields dos Treasuries, as bolsas em NY vacilaram na reta final dos negócios. A esperança de relaxamento monetário divide a cena com o risco fiscal, agravado pelo downgrade da Moody´s.


… O Dow Jones fechou estável, aos 41.859,09 pontos; o S&P 500 também anulou os ganhos registrados durante o pregão e voltou ao zero a zero (-0,04%), a 5.842,01 pontos; e o Nasdaq limitou a alta a 0,28% (18.925,73).


… Em teoria, uma potencial queda seria esperada para o dólar ontem, seja por causa da aposta no Fed dovish ou porque o orçamento de Trump venceu as resistências e passou (raspando) na Câmara, elevando o risco fiscal.


… Mas a moeda americana parou de cair após três quedas seguidas e testou uma reação, com o índice DXY subindo 0,40%, a 99,96 pontos. O euro recuou 0,43%, a US$ 1,1287, e a libra avançou de leve, a US$ 1,3428.


EM TEMPO… VALE fará oferta pública de R$ 6 bilhões em debêntures simples, divididas em 3 séries, com prazos de 7, 10 e 12 anos.


PETROBRAS recebeu autorização da ANP para iniciar operação de nova plataforma no Campo de Mero…


… A estatal e a UNIGEL celebraram um acordo no Tribunal de Arbitragem da Câmara de Comércio Internacional para dar fim à disputa sobre fábricas de fertilizantes. Plantas na Bahia e em Sergipe voltam a ser da Petrobras.


SABESP. O UBS BB rebaixou a recomendação, de compra para neutra, mas elevou o preço-alvo de R$ 118 para R$ 136, o que representa um potencial de alta de 17,3% contra o valor de fechamento das ações nesta 5ªF.


RAÍZEN informou que o Norges Bank passou a administrar 67.957.785 ações preferenciais de emissão da companhia. O montante corresponde a 5,001% do total.


MOTIVA. A ANTT determinou a manutenção da companhia no controle da concessionária de rodovias MSVia, que “tem um impacto mínimo” na alavancagem da ex-CCR, segundo o CEO da companhia, Miguel Setas.


BANCO PAN. Leonardo Ricci Scutti renunciou ao cargo de diretor de RI; diretor-presidente, André Luiz Calabro, acumulará função.


PATRIA adquiriu cerca de R$ 2,5 bilhões em fundos imobiliários da Genial.

IOF x BCB

 https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2025/05/presidente-do-bc-galipolo-foi-pego-de-surpresa-e-e-contra-aumento-no-iof.shtml


*Presidente do BC, Galípolo foi pego de surpresa e é contra aumento no IOF*


_Haddad contraria auxiliares e afirma que medidas anunciadas nesta quinta não foram negociadas com o Banco Central_


Adriana Fernandes

Nathalia Garcia

Idiana Tomazelli


O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, foi pego de surpresa pelas alterações na tributação do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Ele não foi informado da medida e é contrário às alterações na tributação anunciadas nesta quinta-feira (22) pelo Ministério da Fazenda, de acordo com três pessoas a par do tema ouvidas pela reportagem.


Durante a entrevista, a Folha perguntou ao secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, se o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tinha conversado sobre a edição do decreto do IOF com Galípolo. Durigan respondeu que os dois conversaram em encontro que tiveram na última terça-feira (20).


O secretário do Tesouro, Rogério Ceron, chegou a dizer que as alterações no IOF iriam colaborar com o trabalho do BC de "acomodação da dinâmica do crédito" e apoiar no processo de encerramento do ciclo de altas dos juros e convergência da inflação para o centro da meta de 3%. Dessa forma, também contribuiria para a redução da taxa de juros.


Quase duas horas após o fim da entrevista coletiva, Haddad publicou em seu perfil no X (ex-Twitter) uma breve mensagem que contradiz as declarações de seus auxiliares. "Sobre as medidas fiscais anunciadas, esclareço que nenhuma delas foi negociada com o BC", escreveu.


O ministro da Fazenda participou do anúncio do congelamento de R$ 31,3 bilhões no Orçamento, mas não permaneceu na parte da entrevista que tratou do aumento do IOF.


Em discussões realizadas no passado pela área econômica sobre o IOF, Galípolo já tinha se manifestado veementemente contra qualquer mudança no imposto, que é regulatório e de competência do Poder Executivo, podendo ser alterado dentro dos limites da legislação por meio de decreto, sem precisar passar pelo Congresso Nacional.


O dólar subiu 0,35% nesta quinta-feira (22), cotado a R$ 5,660. Os últimos momentos do pregão repercutiram a divulgação do relatório de receitas e despesas do governo federal, que anunciou congelamento de R$ 31,3 bilhões e aumento no IOF.


Após o anúncio, os ativos locais chegaram a registrar melhora, mas pioraram logo depois. O dólar reverteu as perdas, e a Bolsa, que antes subia, fechou em queda de 0,44%, a 137.272 pontos.


A piora acontece após uma fala do presidente do BC, na última segunda-feira (19), ter contribuído para a redução das taxas de juros longas, movimento que não acontecia há muito tempo. Na ocasião, Galípolo afirmou que a autoridade monetária vê sentido em manter a taxa básica de juros, a Selic, hoje em 14,75% ao ano, mais alta por mais tempo.


O chefe da autoridade monetária declarou ainda que o BC dependerá de novos dados sobre a atividade econômica e a inflação para decidir o que fará com os juros nas próximas reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC.

Produtividade é a saída

  O mundo está girando (e rápido): o Brasil vai acompanhar ou ficar para trás? 🌎🇧🇷 Acabei de ler uma análise excelente de Marcello Estevã...