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Mostrando postagens de novembro 23, 2020

Nacional desenvolvimentismo ou a agenda de reformas?

Este debate acadêmico sobre o "nacional desenvolvimentismo", ou "neo-desenvolvimentismo", dos campineiros (Beluzzo e Bresser) e economistas da UFRJ, nos remete sim aos descaminhos das políticas PÚBLICAS, ao populismo demagógico e à busca de saídas "rápidas" para as crises que nos acometem, de tempos em tempos, pelas mais variadas razões. Muitos, nestas correntes, acham que o principal motivador para os nossos problemas é a chamado câmbio real "fora do lugar", o que nos tira competitividade e capacidade de "penetrar" em certos mercados. Na leitura deles, basta uma forte puxada na taxa, uma desvalorização nominal cambial mesmo, para nos tornarmos mais competititivos. Seria este, então, o caminho mais rápido para o aumento "artificial" da competitividade externa, sem passar pelo penoso politicamente e longo processo de ajustes necessários, com ganhos de produtividade, pelo aumento da eficiência no setor produtivo e redução do Cus...

Como a desvalorização do real empobrece o País, por Fabio Pina e André Saccanato

  Quase todos conhecem o lado positivo da desvalorização cambial. As empresas, a agricultura e os produtos nacionais ficam mais competitivos lá fora, porque os preços em reais ficam excepcionalmente mais baratos em dólar. Em que pese a inflação brasileira ser maior do que a americana, esta diferença não é suficiente para reverter todo o efeito da valorização nominal do dólar frente ao real de quase 200% desde 2007, por exemplo. Entretanto, também há um lado sombrio deste processo. Isso é facilmente perceptível naquela famosa frase: “Antes, quando ia para os Estados Unidos, conseguia comprar coisas muito baratas e, hoje, não vale mais a pena”. Você pode responder: “Mas isso atinge apenas quem pode viajar, classe média alta e classe alta”. Não é bem assim. Como os importados sofrem aumento de preços para todos nas prateleiras, o consumo de produtos nacionais cresce, e estes também têm a mesma variação no preço e atingem, indiscriminadamente, todas as classes, mesmo muitas vezes não s...