Iniciamos esta terça-feira atentos ao que será dito na ata do Copom, embora já pareça consenso a estratégia de “ajustes parciais” do Banco Central, pelo menos até a Selic atingir 5,5% e depois se “aguardar como a atividade econômica deve transcorrer, assim como o ciclo de vacinações”.
Sobre a pandemia, há um certo desconforto no ar, pois não conseguimos ainda sair das 750 mil aplicações diárias de vacina. No balanço do dia 10 são 889 óbitos diários, acumulando 423 mil até o momento. A média de novos casos segue estabilizada, mas hoje o total foi muito influenciado pelo Paraná. São 25.200 novos casos e 13,5 milhões de recuperados.
Como dito acima, na vacinação não estamos bem. Estacionamos em 750 mil doses diárias, e deveríamos estar no dobro disso. A China está vacinando mais de 7 milhões por dia, a Índia e os EUA 2 milhões e a Alemanha 800 mil. Israel já terminou o ciclo de vacinações e ao que parece, retorna a vida normal, mesmo que num novo olhar, pela ausência de mortes e novos casos.
Nesta segunda-feira, dia 10, os mercados se movimentaram de forma “estreita”, diante da agenda pesada desta semana. Na terça, dia 11, destaquemos a ata do Copom, na quarta-feira o IPCA, dados de atividade de Serviços, balanços corporativos e ao longo da semana a CPI da Covid.
Nos EUA, o movimento das T-notes deu uma estressada diante da intensificação do debate do Fed sobre se seria o momento de começar a discutir um corte nas compras de bônus. Isso jogou pressão sobre as bolsas de forma geral, mas os papéis de tecnologia foram os que mais sentiram, e a Nasdaq caiu mais de 2,5%.
Enquanto isso, no entanto, apesar dos ruídos políticos vindos da CPI da Covid e da revelação sobre um "orçamento secreto", feita no fim de semana, os juros futuros de curto prazo seguiram perto da estabilidade, à espera da comunicação do Banco Central logo cedo.
Esse ambiente de cautela fez o real ser capturado pelo movimento lateral da divisa americana ao redor do globo, o que resultou em discreta valorização de 0,07% no mercado à vista, a R$ 5,2320, a despeito de nova redução de posições contra a moeda brasileira na B3 e em Chicago. Já o Ibovespa não escapou do comportamento “morno” dos demais ativos, ao terminar com perda de 0,11%, a 121.909 pontos, apesar do avanço de bancos e Petrobras. Nem mesmo a disparada dos preços do minério de ferro teve força para sustentar Vale, o que ajudou a segurar o índice.
Na agenda de balanços corporativos da semana, na terça-feira, Carrefour, BTG PACTUAL, Klabin, Banco Inter, Telefônica, Petrobras e Sul América; na quarta-feira Eletrobras, Suzano, Rumo, MRV, JBS, BRF, LOCAWEB e YDUQS; na quinta, MAGALU, IRB, BRMALLS, RENNER e Natura, e, finalmente, na sexta, CVC, COSAN, COGNA e CEMIG.
Sou Economista com dois mestrados, cursos de especialização e em Doutoramento. Meu objetivo é analisar a economia, no Brasil e no Mundo, tentar opinar sobre os principais debates da atualidade e manter sempre, na minha opinião essencial, a independência. Não pretendo me esconder em nenhum grupo teórico específico. Meu objetivo é discorrer sobre varios temas, buscando sempre ser realista.
terça-feira, 11 de maio de 2021
TERÇA-FEIRA NO MERCADO
Nos EUA, a inflação continua no radar dos investidores, no Brasil o câmbio segue “derretendo”, dado o carry trade em curso e o ingresso de recursos externos, devido às concessões, fusões e exportações de agronegócio. Por outro lado, seguem as incertezas fiscais e os ruídos políticos. Nesta terça-feira, atenção para a ata do Copom e o IPCA.
O IPCA deve registrar algo em torno de 0,3% a 0,4%, num ritmo de desaceleração, mas em 12 meses ainda muito elevado. Sobre a ata, o segredo será saber o que o Bacen deve decidir da sua “normalização parcial” da taxa Selic, quando boa parte do mercado esperava que a expressão fosse retirada na reunião do dia 5. O Copom de junho deve registrar mais um ajuste de 0,75 ponto percentual, a 4,25%, depois mais um, de 0,75 p.p., e outro, de 0,5 p.p., até a Selic fechar o ano em 5,5%.
Na 2ª feira, em NY havia uma releitura do payroll (266 mil), considerando que os números fracos podem ter sido distorcidos pelo auxílio garantido pelo pacote fiscal de Biden, que desestimularia a procura por emprego (abaixo). Esperava-se algo em torno de 1 milhão.
Falando da pandemia, e do ciclo de vacinação, há alguma frustração com o ritmo de 750 mil, enquanto o ideal seria o dobro. No stress entre governo federal e os chineses o problema é o atraso das remessas, afetando o cronograma de imunização a partir de junho. A expectativa é de que o insumo seja liberado até 5ª feira, chegando até dia 18, mas o envio ainda não confirmado.
Nesta semana, o Instituto Butantan deve entregar mais um milhão de doses (amanhã) e um 1,1 milhão na 6ª feira, direcionadas para as capitais que estão retomando a aplicação da segunda dose da Coronavac. Em nota ontem à noite, a Anvisa pediu suspensão imediata da vacina da AstraZeneca para grávidas, após a morte de uma gestante no Rio de Janeiro que havia tomado o imunizante. O caso está sendo investigado.
Retonamos também a CPI da Covid, com o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, questionado principalmente sobre a Sputnik V. O testemunho do ex-chanceler Ernesto Araújo, na 5ª feira, parece muito aguardado, após notícias de que ele mobilizou o Itamaraty para conseguir cloroquina, quando o medicamento já era considerado ineficaz contra a covid.
Por fim, o ex-ministro Pazuello continua tentando escapar da CPI, agora recorrendo ao STF para depor na condição de investigado, e não testemunha, o que lhe daria o direito de permanecer em silêncio para não se autoincriminar.
Em Brasília, continua a repercutir negativamente o tal “tratoraço”, um acordo com os deputados e senadores do Centrão, para a criação de um orçamento paralelo, mobilizando R$ 3 bilhões.
Sobre a agenda de reformas, “meio de lado”, Arthur Lira defende uma “reforma tributária possível”, dividida em duas partes. A reforma administrativa deve ser entregue pela Câmara ao Senado em um mês e meio e ainda o debate sobre as privatizações. Segundo ele, “a pauta econômica tem que ser destravada este ano, porque 2022 é ano eleitoral”.
MAIS AGENDA – Influenciado pela gasolina mais barata, o IPCA de abril (9h) deve perder fôlego, de 0,93% em março para 0,3% a 0,4%.
Na agenda de balanços corporativos da semana, na terça-feira, Carrefour, BTG PACTUAL, Klabin, Banco Inter, Telefônica, Petrobras e Sul América; na quarta-feira Eletrobras, Suzano, Rumo, MRV, JBS, BRF, LOCAWEB e YDUQS; na quinta, MAGALU, IRB, BRMALLS, RENNER e Natura, e, finalmente, na sexta, CVC, COSAN, COGNA e CEMIG.
O IPCA deve registrar algo em torno de 0,3% a 0,4%, num ritmo de desaceleração, mas em 12 meses ainda muito elevado. Sobre a ata, o segredo será saber o que o Bacen deve decidir da sua “normalização parcial” da taxa Selic, quando boa parte do mercado esperava que a expressão fosse retirada na reunião do dia 5. O Copom de junho deve registrar mais um ajuste de 0,75 ponto percentual, a 4,25%, depois mais um, de 0,75 p.p., e outro, de 0,5 p.p., até a Selic fechar o ano em 5,5%.
Na 2ª feira, em NY havia uma releitura do payroll (266 mil), considerando que os números fracos podem ter sido distorcidos pelo auxílio garantido pelo pacote fiscal de Biden, que desestimularia a procura por emprego (abaixo). Esperava-se algo em torno de 1 milhão.
Falando da pandemia, e do ciclo de vacinação, há alguma frustração com o ritmo de 750 mil, enquanto o ideal seria o dobro. No stress entre governo federal e os chineses o problema é o atraso das remessas, afetando o cronograma de imunização a partir de junho. A expectativa é de que o insumo seja liberado até 5ª feira, chegando até dia 18, mas o envio ainda não confirmado.
Nesta semana, o Instituto Butantan deve entregar mais um milhão de doses (amanhã) e um 1,1 milhão na 6ª feira, direcionadas para as capitais que estão retomando a aplicação da segunda dose da Coronavac. Em nota ontem à noite, a Anvisa pediu suspensão imediata da vacina da AstraZeneca para grávidas, após a morte de uma gestante no Rio de Janeiro que havia tomado o imunizante. O caso está sendo investigado.
Retonamos também a CPI da Covid, com o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, questionado principalmente sobre a Sputnik V. O testemunho do ex-chanceler Ernesto Araújo, na 5ª feira, parece muito aguardado, após notícias de que ele mobilizou o Itamaraty para conseguir cloroquina, quando o medicamento já era considerado ineficaz contra a covid.
Por fim, o ex-ministro Pazuello continua tentando escapar da CPI, agora recorrendo ao STF para depor na condição de investigado, e não testemunha, o que lhe daria o direito de permanecer em silêncio para não se autoincriminar.
Em Brasília, continua a repercutir negativamente o tal “tratoraço”, um acordo com os deputados e senadores do Centrão, para a criação de um orçamento paralelo, mobilizando R$ 3 bilhões.
Sobre a agenda de reformas, “meio de lado”, Arthur Lira defende uma “reforma tributária possível”, dividida em duas partes. A reforma administrativa deve ser entregue pela Câmara ao Senado em um mês e meio e ainda o debate sobre as privatizações. Segundo ele, “a pauta econômica tem que ser destravada este ano, porque 2022 é ano eleitoral”.
MAIS AGENDA – Influenciado pela gasolina mais barata, o IPCA de abril (9h) deve perder fôlego, de 0,93% em março para 0,3% a 0,4%.
Na agenda de balanços corporativos da semana, na terça-feira, Carrefour, BTG PACTUAL, Klabin, Banco Inter, Telefônica, Petrobras e Sul América; na quarta-feira Eletrobras, Suzano, Rumo, MRV, JBS, BRF, LOCAWEB e YDUQS; na quinta, MAGALU, IRB, BRMALLS, RENNER e Natura, e, finalmente, na sexta, CVC, COSAN, COGNA e CEMIG.
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