... Balança comercial
chinesa (veio muito bem para os emergentes) e o IPCA (9h) são destaques da
agenda, mas investidores estão mais interessados na pesquisa CNT/MDA (11h), que
indicará a pontuação de Alckmin em São Paulo. Se o resultado contrariar o último
Ibope - que mostrou o tucano à frente de Bolsonaro no Estado - será uma
decepção. Se vier bem, o mercado tende a deixar de lado a boataria que ferveu
ontem à tarde.
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Eram duas e meia, quando o bicho pegou, com toda sorte de especulações agitando
os pregões, que Lula daria entrevista na cadeia, que Alckmin viria mal na
pesquisa e que seria delatado pelo ex-colaborador da Dersa.
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A bolsa perdeu mil pontos em meia hora e o dólar se pôs a subir em disparada,
enquanto traders buscavam as respostas para a virada repentina (abaixo). Lula
continuava proibido de falar e a pesquisa só sairia hoje.
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Mas o boato de que Laurence Casagrande Lourenço, ex-presidente da Dersa e
ex-secretário de Transportes de Alckmin, preso e acusado por corrupção no
Rodoanel, teria acertado uma delação assustou muita gente.
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A coisa rolou até o fechamento, quando a defesa de Laurence divulgou uma nota à
imprensa desmentindo "categoricamente" qualquer negociação de seu
cliente para delatar. "Um boato absolutamente mentiroso."
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Para o advogado Eduardo Carnelós, "Laurence não é delator, nem teria como
se transformar em um delator, porque nunca praticou nenhum crime e nada teria a
apresentar, muito menos contra Geraldo Alckmin".
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O candidato do PSDB, que participava de evento do GovTech com Luciano Huck,
voltou a defender Laurence como uma "pessoa correta", defendeu também
toda a investigação e disse que não tem nada a temer.
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Para executivos do mercado, a boataria foi o grito de guerra da campanha
pesada, que ainda reserva muita volatilidade. "O mercado está mais
perigoso que andar com dinheiro na Praça da Sé" - Sérgio Machado (SF2).
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A pesquisa CNT/MDA foi feita só com eleitores de São Paulo e inclui cenários
com Lula e Haddad. No Ibope da última 6ªF à noite, também realizado apenas no
Estado, Alckmin atingiu 19% contra 16% de Bolsonaro.
BOLSONARO
- O candidato conta com a simpatia do eleitorado para algumas gafes, que
parecem estar alinhadas à estratégia de "quebrar a velha política".
Assim, a imagem do factoide vai sendo construída com sucesso.
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Só ontem, confundiu "indolente" com "indulgente", dizendo
que o índio é capaz de "perdoar", e comparou as Farcs com a Palestina,
"que é terrorista, não é um país, e não vai ter embaixada em Brasília no
meu governo".
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Para a Educação, propôs o ensino à distância "para reduzir os custos e
acabar com a influência marxista".
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Já o general Mourão ganhou espaço no Jornal Nacional com sua declaração
polêmica sobre a herança cultural do brasileiro, que foi condenada como
"racista" por várias entidades e ONGs ouvidas pela TV Globo.
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No EL País, o vice de Bolsonaro foi atingido pelo fogo cruzado da campanha
eleitoral, acusado pelo coronel da reserva Rubens Pierrotti Junior de favorecer
a empresa espanhola Tecnobit em contrato do Exército.
AGENDA
- BTG Pactual realiza sabatina, às 16h30, com Alckmin, Ciro Gomes, Meirelles e
Álvaro Dias.
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O destaque entre os indicadores é o IPCA de julho (9h), que deve deixar para
trás o impacto da greve dos caminhoneiros, desacelerando para 0,27%, na mediana
do Broadcast, muito abaixo de junho (+1,26%).
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Também o IGP-DI de julho (8h) deve esvaziar a pressão, de 1,48% para 0,36%, de
um mês para outro. O dia ainda reserva a primeira prévia de agosto do IPC-S
(8h) e os dados semanais do fluxo cambial (12h30).
BALANÇOS
- Gerdau (antes da abertura), Braskem, Cosan e Engie Brasil (após o
fechamento).
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Teleconferências: Iguatemi, AES Tietê, Rumo e Sanepar (10h), Minerva (10h30),
Gerdau, BTG e BR Properties (11h) e CSN (16h). Leia mais sobre as companhias
abertas no Em tempo...
LÁ
FORA - Só os estoques de petróleo do DoE (abaixo) estão previstos para hoje
(11h30). Com direito a voto, o FED boy Thomas Barkin discursa às 9h45. Único
balanço desta 4ªF é o da Glencore, antes da abertura.
CHINA
HOJE - Com superávit comercial de US$ 28,05 bilhões em julho, a balança
decepcionou as estimativas do mercado (US$ 39,1 bilhões), mas os dados abertos
são muito positivos para os emergentes.
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Enquanto as exportações cresceram 12,2% (11,3% em junho), superando a previsão
(10%), as importações foram a grande surpresa, com salto de 14,1% em junho para
27,3% em julho. Analistas esperavam 15,3%.
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As importações de commodities subiram na comparação anual de julho, com avanço
de 3,7% das compras de petróleo bruto, de 4,3% do minério de ferro, e de 16% de
cobre e produtos derivados do metal industrial.
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Em relação aos EUA, o superávit chinês perdeu força, recuando de US$ 28,9
bilhões para US$ 28,09 bilhões.
CESSÃO
ONEROSA - Reunião de líderes do Senado definiu, nesta 3ªF, que a agenda desta
semana terá apenas "votações simbólicas". Os projetos da cessão
onerosa e distribuidoras da Eletrobras ficaram fora da pauta.
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É possível que não entrem também na pauta da semana que vem - se Temer não
desistir de sua viagem ao Paraguai, para a posse do presidente eleito, Mario
Abdo Benítez, no dia 15, próxima 4ªF.
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Na linha sucessória do Planalto, Eunício e Rodrigo Maia são obrigados a sair do
País ou ficarão inelegíveis.
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No final do dia, Marun e Moreira Franco disseram que vão tentar reverter a
situação, sinalizando que Temer poderá desistir da viagem. De qualquer modo, as
chances de apoio para a votação são pequenas.
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Em entrevista à tarde, o senador Cássio Cunha Lima (PSDB) defendeu o adiamento
para depois da eleição, dizendo que ninguém quer votar projetos polêmicos
(neste momento) para um "governo moribundo".
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Outro empecilho é a falta de quorum, os parlamentares estão em suas bases
cuidando da campanha. Nem o líder do governo, Romero Jucá, que articulava essas
votações, estava em Brasília, nesta 3ªF.
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Eunício Oliveira ainda acenou com um próximo esforço concentrado do Senado
entre os dias 28, 29 e 30 de agosto. Mas, se o Congresso já está vazio hoje,
imagine como estará no início da campanha eleitoral.
THE
DREAM IS OVER - Fora da agenda, a cessão onerosa pode causar uma nova decepção
para o investidor de Petrobras, mas não necessariamente mais perdas, depois da
queda desta 3ªF com os boatos da eleição.
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Revertendo os ganhos da manhã, Petrobras PN caiu 1,57% (R$ 20,71) e ON, -0,39%
(R$ 23,21), mas não foi a única blue chip a se assustar com os rumores
envolvendo Alckmin. Os bancos também perderam.
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Itaú PN, -0,60% (R$ 46,18), Bradesco PN, -1,51% (R$ 31,40), e Banco do Brasil
ON, -2,13%.
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Só a Vale (ON, +0,67%, R$ 52,75) ficou de fora da onda negativa, na cola do
minério (+0,45%) e na expectativa pela balança chinesa, que veio muito bem para
os emergentes. Mas Vale não impediu a piora do Ibovespa.
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Na rápida virada, o índice à vista saiu dos 81 mil pontos na máxima para 79.945
pontos na mínima (-1,37%). Recuperou um pouco até o fechamento (-0,87%),
resgatando os 80 mil pontos (80.346,52 pontos).
