sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Recuperação lenta, pressão contra o governo, milicianos e polarização

Parece-me claro que a economia não decola em função do conturbado ambiente político, com crises diárias e, muitas vezes, plantadas pela oposição, ou as viúvas dos governos anteriores.

A cada dia é uma crise. Tudo bem. Até destaco a inabilidade do presidente Bolsonaro no trato com a "prensa", mas é perceptível a má vontade dos jornalistas, sempre a provocar. Vamos aos fatos.

Será que Jair Bolsonaro e família tem ligações com os milicianos? Isso me parece óbvio. Quem são os milicianos?  Originalmente, são militares, policiais, bombeiros, que possuem um baixo rendimento e são obrigados a "dividir residência" com os traficantes nas comunidades. Como ser policial militar, por exemplo, e ser vizinho de um traficante que pode pegá-lo a qualquer momento? Como viver assim? Familiares, filhos, expostos? Daí o surgimento dos milicianos que começaram a se unir para colocar ordem nas comunidades. O que se tem aqui, óbviamente, são as pessoas tomando decisões em paralelo ao Estado. Como este se omite, esta passa a ser a única solução.

Parece-me claro, no entanto, é que estes milicianos perderam o controle nas principais comunidades do Rio de Janeiro, e hoje vivem de extorquir os pobres moradores das comunidades.

Na verdade, o Rio é uma panela de pressão, sempre prestes a explodir. No outro extremo temos o tráfico de drogas tomando conta de várias comunidades. Ambas são tão ilegais quanto, cometendo vários delitos, assassinatos e chantageando os moradores.

Voltando à economia, observa-se a retomada muito lenta, o desemprego, em torno de 12 milhões, com a taxa parada nos 11% da PEA, a informalidade chegando a 40% e muitos ainda em desalento. A atividade reage muito lentamente também, devendo ser impactada em função do coronavirus, piorando o fluxo de insumos importados para as empresas de eletroeletrônico. Algumas estão prestes a fechar, dada a falta destas peças. Neste clima de nervosismo pelos riscos de pandemia do coronavirus, se comenta que o PIB não deve crescer mais do que 2%.

Neste clima, o dólar já passa de R$ 4,50, mesmo com a inflação em baixa. Para tornar o ambiente mais volátil, temos juro básico de 4,5%, reduzindo o spread entre juro externo e interno, afastando os investidores externos, Decorrente disso, já são US$ 30 bilhões retirados de investidores externos.






quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

Ser independente

Um grande texto do Bolivar Lamounier, postado no meu grupo do Face, Economia Plural, me fez refletir sobre alguns aspectos do debate hoje existente no País. 

Gosto do debate, tenho opinião formada sobre muitos temas, produto de reflexões e observações ao que acontece no Brasil e, principalmente, no mundo, para não cair na armadilha do provincianismo. Sim, porque considero que muitas vezes nós, brasileiros, nos perdemos em picuinhas, fofoquinhas, sobre eventos locais, e o presidente Jair Bolsonaro estimula, contribui para isso. 

Muitas vezes, porém, acho que as pessoas se guiam pelo que está pautado na grande mídia. São os grandes editores da grande "prensa" a definirem que passos devemos dar, o que devemos pensar, se discordar fosse possível. Os posicionamentos da impresa pautam e formam opinião entre as pessoas. 

Não me pauto pela "prensa" alguma, me trazendo um certo desconforto ter que concordar com muitas coisas escritas nos jornais. Antes, eu pensava que a imprensa tinha um papel de informar, mas também filtrar, evitando "aventureiros". Hoje já considero não haver este filtro, mas sim é intenção vender jornais, fazer receita. O negócio é chamar atenção, gerar notícia. 

Outro aspecto é as pessoas compreenderem que existem fatos e fatos e claro, a mídia tem se prestado ao nefasto papel de colocar uma lente de aumento sobre qualquer coisa dita pelo capitão. Me lembro diversas vezes, tanto o Lula como a Dilma, colocando fogo em certos eventos, convocando a militância à ir as ruas. Em resposta, a sociedade entubava er se calava. 

Agora, o capitão praticamente convocou a sociedade à ir as ruas para questionar a postura do Congresso, leniente, passivo, diante da urgente agenda econômica que se impõem neste momento. Muitos, mais afoitos, já falam em impeachment, já criam um pânico, que nada contribui para o debate. Há já um embate entre lideranças no Congresso, como Rodrigo Maia, já pensando nas eleições de 2022, fazendo frente ao presidente e sua agenda. 






terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

Doc "O Código Bill Gates" por Cora Ronai

A série "O código Bill Gates", da Netflix, é uma ode à versão revista e atualizada do homem mais rico do mundo, agora uma espécie de supercidadão global preocupado com o meio ambiente e as multidões necessitadas.

Dirigidos por Davis Guggenheim, que ganhou um Oscar em 2007 por "Uma verdade inconveniente", os três episódios da série falam quase superficialmente da Microsoft, e tocam o mínimo possível em... bom, verdades inconvenientes. 

Em foco, a Fundação Bill e Melinda Gates e os seus principais desafios, como a erradicação da polio, um sistema eficaz de saneamento e usinas nucleares eficientes e seguras. Há longas conversas com Bill Gates, é claro, e com Melinda. E mais família e amigos e cientistas diversos que atestam, todos, a genialidade do protagonista -- cuja excelente forma física, aliás, também é exibida, em longas caminhadas, partidas de tênis e uma bela cena final de canoagem ao entardecer.

O contraditório passa longe da série, que funciona como uma peça de propaganda para a Fundação e para o casal que a criou. Em nenhum momento se questiona o seu poder, e o fato de apenas duas pessoas terem acesso a tantos recursos. Apesar disso, "O código Bill Gates" tem  aspectos positivos como documentário -- é bem filmado, aborda problemas sérios de forma  compreensível e interessante, e nos oferece uma visão rara e íntima de um dos homens que, para o bem e para o mal, arquitetou o nosso tempo.

Leiam Paulo Gala. Muito bom.

O lobby da “concorrência” matou a Gurgel?; A turbina de um avião e as vantagens comparativas de um país; De ventiladores a turbinas: a empresa “brasileira” Celma; Qual é o tamanho do setor público no Brasil?; A grande maquila da economia do Mexico; Como a industrialização levou a Bélgica a riqueza (com 11 milhões de pessoas exporta hoje mais do que Brasil).

Paulo Gala/ Economia & FinançasGraduado em Economia pela FEA/USP. Mestre e Doutor em Economia pela Fundação Getúlio Vargas FGV/EESP de São Paulo, onde é professor desde 2002. Foi gestor de fundos multimercado e renda fixa, hoje CEO e Economista da Fator Administração de Recursos/FAR

Tamanho do setor público. Qual o ideal?

Qual é o tamanho do setor público no Brasil?

 24/02/2020  Paulo Gala

*escrito com Daniel Bispo

O Brasil é um dos países que menos têm funcionários públicos em relação ao número de trabalhadores total em comparação com o mundo desenvolvido, os últimos dados referem o Brasil com cerca de 11,9% dos seus empregados trabalhando para o governo. Enquanto que na Noruega e na Dinamarca, a cada três trabalhadores, pelo menos um deles é funcionário do Estado, no Brasil, temos um funcionário do estado a cada 9 trabalhadores. Essa tendência verificada nos países escandinavos se repete na maior parte dos países de alta complexidade econômica, pois 18,1% de todos os trabalhadores da OCDE também são funcionários do governo. Os Estados Unidos tem 15,3% de seus trabalhadores como funcionários do Estado. O Chile tem uma taxa de funcionalismo público praticamente igual à brasileira.

Outra variável interessante é quanto o governo de cada país gasta para manter seus funcionários públicos. No Brasil, os 11,9% de funcionários públicos do país custaram cerca de 12,11% da despesa do governo. Nos EUA, seus 15,3%, custaram 9,74% da despesa. Na Noruega, seus 30%, custaram 15,53% da despesa e no Chile, seus 10,7%, custaram 20,86% das despesas do governo. Os valores são muito oscilantes porque essas variáveis dependem muito da arrecadação (receitas) de cada governo nacional. Ou seja, se um governo arrecada menos, mesmo que ele tenha menos funcionários públicos, ele vai gastar uma maior parte dessa arrecadação com o custeio desse funcionalismo que um governo que arrecada mais. Um exemplo claro é a diferença entre Noruega e Chile. O governo Norueguês tem 54,8% do seu PIB como receita. Já o governo do Chile, tem somente 22,45% do seu PIB como receita. O governo Norueguês tem o triplo de funcionários públicos do Chile e só gasta ¾ daquilo que o Chile gasta com seus funcionários públicos.

Não se pode simplesmente afirmar que os trabalhadores públicos do Brasil são caros ou baratos, há de se considerar o quanto o governo nacional tem de dinheiro para “gastar”. Então, estados grandes, como o Norueguês, tem muitos funcionários públicos e gastam menos com funcionalismo que estados pequenos. E estados pequenos, mesmo com pouco funcionalismo, gastam mais de sua arrecadação. Podemos também fazer uma análise de onde estão alocados os gastos do governo. Por exemplo, o Brasil, em 2017, gastou 32,1% de sua arrecadação federal com o custeio de juros da dívida pública. Em comparação, para o mesmo ano, o Estados Unidos gastou 12% da sua receita com juros, o Chile 3,7% e a Noruega, somente 0,7%.

REFERÊNCIAS:

1. https://data.worldbank.org/indicator/GC.XPN.INTP.RV.ZS?locations=BR-CL-NO-US

2. https://www.gov.br/casacivil/pt-br/assuntos/governanca/regulacao/eventos/2017/workshop-com-luiz-de-mello-diretor-adjunto-de-governanca-publica-e-desenvolvimento-territorial-da-ocde/arquivos-sobre-governanca/3-government-at-a-glnace_latin-america-and-the-caribbean-2017.pdf

3. https://data.worldbank.org/indicator/GC.XPN.COMP.ZS?locations=BR-CL-NO-US

4. https://www.oecd-ilibrary.org/docserver/gov_glance-2017-en.pdf?expires=1582508657&id=id&accname=guest&checksum=29928768EF04AF14BC1E86286002DFC4

NOTA: Nesse texto, os dados para Brasil e Chile foram retirados do “Government at a Glance Latin America and the Caribbean 2017” com dados referentes ao ano de 2014 e os dados para Estados Unidos e Noruega foram retirados do “Government at a Glance 2017” com dados referentes ao ano de 2015. Em relação aos dados sobre a despesa com juros e funcionalismo foram retirados da página oficial de dados do Banco Mundial, respeitando os anos publicados pela OCDE.



segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

MERCADOS CAEM VIOLENTANENTE COM CORONAVIRÚS. - NECTON | COMENTÁRIO ANDRÉ PERFEITO

MERCADOS CAEM VIOLENTANENTE COM CORONAVIRÚS. - NECTON | COMENTÁRIO ANDRÉ PERFEITO

Os mercados mundiais  caem fortememte hoje com a perspectiva que o coronavirus está fora de controle. O índice alemão, DAX, cai 3,96% as 12:07 e os futuros nos EUA caem por volta de 2,5%.

Se o mercado está reagindo ao vírus a boa notícia é que devemos ver uma realização rápida uma vez que este tipo de evento tende a bater forte e de uma vez nos mercados, mas a medida que os suportes sejam rompidos o medo pode avançar entre os investidores realimentando a crise.

Do ponto de vista macroeconômico sugerimos fortemente uma postura defensiva mantendo os recursos líquidos ou que procurem fazer posições vendidas através de derivativos. Para maiores detalhes procurem nossa mesa de produtos estruturados na quarta-feira.

Vamos monitorar a situação para avaliar com maior detalhe a abertura do mercado brasileiro no pós carnaval.

O capitão e os abutres

Gustavo Franco foi cirúrgico quando argumentou que o maior problema no momento são as pedras deixadas no caminho pelas intervenções desastradas do capitão junto à mídia.

Não adianta. Ele pode falar meia dúzia de frases coerentes, mas se escorregar numa citação é esta que esta "prensa" vai destacar. O patrulhamento é intenso e diário.

Primeira decisão a ser tomada é acordar, passar pelo "quebra queixo" e deixar os jornalistas no ar, saudando os eleitores e não falando nada. Segunda decisão, retomar com os brefings do general Rego Monteiro, então porta-voz, acabando com estas fofoquinhas e "pombos sem asa" que ele vive jogando no ar. Terceira decisão, para não chamarem ele de autoritário, realizar uma entrevista ao vivo uma vez por semana, todas as sextas feiras sobre os principais eventos da semana, tanto dentro do governo como fora. Quarta decisão, colocar os ministros para destacar tudo de bom que o governo fizer.

Garanto que o filtro da "prensa" seria outro, e ela acabaria morrendo de inanição, por não ter o que falar.

Acho que este governo vem produzindo coisas boas, mas sem dúvida que estas tolas polêmicas prejudicam no seu andamento. Uma delas foi o Paulo Guedes, em dois momentos infelizes, chamar os servidores de "parasitas", e outra, ser preconceituoso com as empregadas domésticas, por estarem conseguindo ir para a Disney. Duas bolas fora, embora quem tiver a devida isenção e boa vontade, verá que estas citações perdem o tom pejorativo se vistas no contexto do discurso feito. Pegar frases soltas sempre acaba com um sentido deturpado.

Enfim, no core do governo, muitas das suas decisões são acertadas e urgentes, mas acho que o capitão e alguns dos seus ministros se perdem nos ambates com a "prensa".

Algo precisa ser feito para evitar dar munição para estes abutres.

Ele precisa apresentar resultado e parar de se perder nestas discussões inúteis.




domingo, 23 de fevereiro de 2020

REGINA DUARTE

Regina Duarte

Acontece com muitos economistas, não há nada especial comigo, os amigos perguntam direto:
—O que é preciso para fazer a economia decolar?
De tanto ouvir a mesma pergunta, tão importante, afligindo tanta gente, e na impossibilidade de conseguir a atenção de quem pergunta para a dissertação necessária para a resposta, bolei uma resposta simples e enigmática: —Regina Duarte!
Não, não é para substituir o ministro Paulo Guedes, que andou enfrentado uns solavancos na semana que passou. Mas é para contar uma história.
Começa com uma pergunta difícil: como conciliar a enorme e generalizada demanda por otimismo na economia com a imensa contrariedade política que o próprio presidente parece empenhado em cultivar? Bem, o presidente reconhece a importância dos imperativos da economia, que funcionam mais ou menos como a meteorologia para o tráfego aéreo. Não dá para desafiar, mas depende do presidente. Alguns são muito afoitos, mas, em geral, todos sabem fazer política, cada qual no seu estilo. Há dois registros a fazer sobre este presidente.
O primeiro é a adesão à agenda liberal reformista, ainda que através de um casamento de conveniência com o superministro Paulo Guedes, o símbolo dessa pauta, que não é a do coração do presidente. Não é amor sincero, o presidente não é um liberal, pouco importa o seu time do coração, mas já passamos a marca de um ano nesse matrimônio. Tudo indica que vai prosseguir, com tremores típicos desse tipo de união. O segundo registro é de um teorema antigo: a experiência da Presidência começa de verdade no dia em que o presidente precisa detonar um amigo. Ninguém escapa dessa situação, Bolsonaro a enfrentou com mais de um ano no cargo, no dia em que o secretário da Cultura fez uma performance grotesca, praticamente uma autoimolação, e a surpresa não foi atirar o amigo fora do barco —ele praticamente pulou na direção dos tubarões —, mas em se recrutar Regina Duarte para este lugar.
Seria excessivo dizer que o presidente, com Regina Duarte, pacificou a cultura, talvez isso não seja possível nem com a Virgem Maria. Mas não há dúvida que a atmosfera ficou mais leve.
Até este momento, o presidente resolvia crises recorrendo a seus apoios eleitorais primais, sempre radicalizando, como se já estivesse em campanha. Mas ainda falta muito. O presidente não é só para seus apoiadores incondicionais. Com o episódio Regina Duarte, todavia, a receita mudou.
Talvez não seja mesmo factível trabalhar apenas com ministros de perfil moderado, modelo Regina Duarte, pois o grupo de tendências aglutinadas em torno do presidente, e importantes para a sua vitória eleitoral, inclui alguns tipos bem difíceis. Não é um problema desse governo apenas, o petismo, por exemplo, sempre cultivou uns grupelhos bem radicais, mas os manteve muito diluídos. Sempre dá para melhorar a mistura, sem que seja uma rendição aos adversários políticos ou ao Centrão.
É por aí que devemos caminhar pois ele é o presidente eleito, e neste tópico, estou com Fernando Gabeira: é preciso ser construtivo. Bem, a pergunta foi sobre o que falta para a economia melhorar.
Repito a tese:
—Regina Duarte.
A resposta mais técnica seria:
—A boa política.
A menos técnica:
—A economia precisa de sossego. O presidente tem muitos ministros briguentos (ele mesmo, não é diferente), que não ajudam, o da Educação está balançando, ele tem muita afinidade com o presidente, mas não dá para afrontar a meteorologia. Mas não se trata do que o presidente realmente é, ou genuinamenteacreditaegosta,masdoquepraticadiante de condições meteorológicas complexas. O presidente precisa ser de todos os brasileiros e se for assim a economia vai responder.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

Economia Política

Num determinado momento cheguei a frequentar a universidade pública. Primeiro foi no mestrado acadêmico da UFF, depois no curso de Conjuntura da UFRJ. Em ambos a percepção de que a cátedra de Ciência Econômica é totalmente dissociada nestas instituições.

A militância política é um norteador. Muitos acadêmicos são tolos e provincianos. Chegam ao ponto de fazer política partidária abertamente. Nada contra se não tivermos o agravante de que eles são extremamente sectários ou dogmático e não aceitam o contraditório.

Na UFF tinha uma turma obscurantista, da Economia Política que só aceitava Karl Marx entre os clássicos, sendo que ele era filósofo e não economista ou correlato. Nem John Keynes passava pelo crivo, muito menos os neo-clássicos, clássicos, os novos clássicos ou talvez monetaristas e a síntese. Nada disso era discutido, só Marx.

Agora soube que um dos expoentes deste dogmatismo se tornou chefe de Departamento. Fazer o quê??

Absurdo dos absurdos...me cansei desta aberração.


sábado, 8 de fevereiro de 2020

André Lara Resende

Saiu artigo do Lara Resende, no caderno Eu Fim de Semana, do Valor, sobre o seu livro discutindo o debate econômico no Brasil e a tal MMT.

Sem maiores considerações, não discordo sobre a necessidade de se justificar A expansão de gastos públicos, desde que o juro real seja menor que o crescimento da economia. Concordo também também com a tese de compatibilizar mercado e Estado.

No entanto, acho sim que o controle da sociedade sobre a gestão pública e os seus quadros deve ser permanente e cada vez maior. Acho também que o setor público deve se pautar pela transparência absoluta e a eficiência, tudo que ela não é, ou tem, hje.

Acho também que a democracia representativa passa por um freio de arrumação. Precisa ser repensada.

A seguir uma colocação dele...

"Eu me considero um liberal, mas isso é uma versão ingênua e profundamente equivocada de como funciona a economia. Segundo, minha crítica é muito profunda sobre a macroeconomia mainstream. Estou dizendo: toda a macroeconomia está construída sobre bases equivocadas. Isso é perturbador para economistas com essa formação, como a minha. Só que você tem."

Este trecho é parte de conteúdo que pode ser lido no Valor.


Depois discorro sobre o tema.

Ajuste fiscal, Roberto Ellery

O ajuste fiscal é urgente e deve continuar como prioridade do governo, mas não é suficiente para retomar o crescimento. O desafio de um crescimento sustentado em produtividade e não em estímulos de curto prazo passa pela discussão a respeito dos efeitos da ação do governo na alocação de capital e trabalho.

A má alocação de recursos, chamada de misallocation, tem lugar de destaque na discussão sobre produtividade na academia. Curiosamente essa discussão não consegue o mesmo espaço no debate público sobre nossa economia. Nesse sentido a Nota informativa publicada pela Secretaria de Política Econômica ontem é um verdadeiro serviço de utilidade pública.

Leitura obrigatória para quem está interessado em ir além de nossos (sérios e urgentes) problemas de curto e médio prazo e pretende entender a razão do Brasil há décadas não ter uma sequência de crescimento consistente e puxada pela produtividade. É claro que não podemos perder o foco no ajuste fiscal, mas o debate sobre má alocação de recursos é fundamental e tem que ser ampliado. Dele depende o Brasil das próximas décadas.



sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

Trump mente sobre a economia

Trump está mentindo sobre a economia, diz Mike Bloomberg Michael Bloomberg O artigo abaixo foi publicado originalmente no site americano Mar...

Leia mais em https://braziljournal.com/trump-esta-mentindo-sobre-a-economia-diz-mike-bloomberg

Papo de Economista: Terras lusitanas

Papo de Economista: Terras lusitanas: Cá estou em terras lusitanas, mais para o interior, no Alentejo nem tão profundo, na aprazível cidade histórica de Évora. Cheguei em novemb...

Terras lusitanas

Cá estou em terras lusitanas, mais para o interior, no Alentejo nem tão profundo, na aprazível cidade histórica de Évora.

Cheguei em novembro de 2018 e comecei agora a turbinar a minha tese de Doutoramento, objeto da minha temporada lusitana.

Estou discorrendo sobre a necessidade de haver um patamar ótimo ou sustentável para a dívida pública bruta, na argumentação de regras, previsibilidade, transparência, continuidade, elementos essenciais para a boa gestão pública.

Ativismo fiscal apenas em momentos críticos. Irei comparar 10 países, Brasil, Argentina, Chile, Peru, México, África do Sul, Turquia, Rússia e Índia...

Sobre minha estadia, nada é fácil em Portugal. Ganhamos em segurança, alguma qualidade de vida, mas perdemos com a "dureza", pelo elevado custo de vida. Com o real a 4,60€ tudo se torna mais caro e complicado. Um dos gargalos, o mercado imobiliário, conseguir arrendamentos a bom "preço".

Estou tendo que me reinventar aqui em Ptg. De bom, a perspectiva de deixar o meu filhote por aqui...para cursar Engenharia Aeroespacial na Técnica de Lisboa.

No fim, esta é a minha grande missão....

Vamos conversando...

Na semana, conversmos sobre o mercado de capitais aqui em Portugal.

Reflexões alentejanas

Fico cá com os meus botões, nos campos secos do Alentejo, à analisar, acompanhar, os descaminhos do capitão e sua turma. Continuo apoiando seu governo, sem deixar de critica-lo qdo necessário. Já disse, discordo de muitas posições dele, mas me rendo ás suas linhas mestras. Continuo com o Guedes, o Tarcísio, o Moro...Acho que o Weintraub tomou algumas decisões acertadas, outras, parece-me que se quivocou, mas em muitas houve sabotagem. Fala-se que este tem q ser um acadêmico, um intelectual da academia. Eita vaidade da peteca. Nada contra, mas o que o bom Cristovão Buarque teve de contribuição para as universidades, para o ensino básico ou fundamental ou médio? E ele era um grande estudioso do ensino. Continuo acreditando que a educação do Brasil precisa de métricas de eficiência e produtividade e menos papo furado e corporativismo. E como há !!

Miriam Leitão sempre criticando

Miriam Leitão: “O desafio do presidente da República aos governadores é impossível de ser cumprido. O governo federal, que está com déficit há seis anos, abriria mão de até R$ 28 bilhões. Se cumprissem o desafio feito pelo presidente, alguns estados seriam punidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal. O país teria que cortar na educação e na saúde, por exemplo, para subsidiar quem usa automóvel a gasolina. A proposta não tem pé nem cabeça. O ministro Paulo Guedes deveria deixar isso claro. Ele sabe e tem repetido que é preciso zerar o déficit fiscal e fazer as reformas, com ajuda dos estados, para equilibrar as contas do país. Por trás do desafio do presidente está uma tentativa de manipular a opinião pública. Bolsonaro quer passar a ideia de que todo o aumento no preço dos combustíveis é culpa dos governadores.” (Globo)

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

Fim do ciclo

O BACEN reduziu nesta quarta-feira a Selic em 0,25 ponto percentual à nova mínima histórica de 4,25% ao ano, e indicou expressamente o fim do atual ciclo de cortes na taxa básica de juros, em meio à leitura de que os ajustes já feitos ainda vão surtir efeito na economia. Fonte: Reuters

Sobre a China

A China está considerando adiar o encontro anual do Parlamento do país, disseram cinco pessoas familiarizadas com a situação, em meio ao surto do coronavírus que provocou restrições a viagens e a outras atividades para conter a disseminação da doença.Fonte: Bloomberg

O governo Chinês afirmou nesta quinta-feira que irá cortar pela metade tarifas adicionais aplicadas a 1.717 produtos dos Estados Unidos no ano passado, após a assinatura da Fase 1 do acordo que garantiu uma trégua na guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo. Fonte: Reuters

Atividade dos Serviços

A atividade do setor de serviços dos EUA manteve em janeiro ritmo sólido de crescimento, de acordo com dois indicadores de atividade divulgados nesta quarta-feira. O índice de gerentes de compras (PMI) o setor de serviços do Instituto para Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês) subiu a 55,5 pontos em janeiro, de 54,9 pontos da leitura revisada de dezembro, indicando aceleração da atividade do setor. Fonte: Valor Econômico 

Balança Comercial nos EUA

O déficit comercial dos EUA caiu em 2019, refletindo quedas verticais das remessas vendas da China e da importação de petróleo.O déficit anual em bens e serviços recuou pela primeira vez em seis anos, caindo 1,7%, para US$ 616,8 bilhões, segundo dados divulgados ontem pelo Departamento do Comércio. O déficit de dezembro subiu em relação ao mês anterior, para US$ 48,9 bilhões, acima das estimativas. Fonte: Valor Econômico.

Trump livre do impeachment

Donald Trump foi absolvido ontem das acusações citadas no processo de impeachment pelo Senado, mas não contou com o apoio integral dos republicanos. Mitt Romney se tornou o primeiro senador na história dos EUA a votar contra um presidente de seu próprio partido num processo de impeachment. O presidente foi absolvido por 52 a 48 votos da primeira acusação de abuso de poder, quando Romney rompeu com os demais republicanos no Senado. Fonte: Reuters 

terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

Armínio Fraga camaleônico

É ISSO MESMO??? https://economia.uol.com.br/noticias/bbc/2020/02/03/arminio-fraga-minhas-propostas-me-colocam-a-esquerda-esquerda-para-valer-nao-a-que-da-dinheiro-para-rico.htm

Sobre o Brexit

Ótimo post da Helga Hoffmann, também com a ilustração/cartoon, que é sensacional! "EXCELELENTE ANÁLISE DE Claus Koch QUE COMPARTILHEI PELO MÉTODO 'COPIAR COLAR" (A ilustração dele, sensacional, não veio junto.) Quanto ao Brexit... (por Claus Koch) Por coincidência, os primeiros dias de „independência“ do Reino Unido foram um fim de semana, que adiou um pouco o início da caída na realidade. Não faltaram na ilha os apelos de fraternização e união para um povo dividido. Os brexiteers evocaram mais uma vez o futuro dourado da ilha na festa que fizeram em Londres. Há uma certa simpatia no mercado por uma eventual Singapura às portas da Europa, e claro, a saída enfraquece a UE, o que adversários como Trump, Putin e outros populistas dentro e fora da Europa aplaudem. Muitos evocam o mantra da volta aos tempos áureos do colonialismo. Tenho minhas dúvidas. Primeiro, há suficiente discórdia dentro do Reino Unido para complicar a política interna. Segundo, os brexiteers hoje no poder são políticos que até agora brilharam com fake informations e não deram prova de absolutamente nada. Terceiro, o país tem vastas regiões que sobreviveram às custas da UE, como o País de Gales e o Norte desindustrializado. Se chegou dinheiro lá, ele veio da UE e não de Londres. Há muito que recuperar, e ao mesmo tempo, há uma conta entre 50 a 100 bilhões de Euros ainda a ser paga à UE. E não está claro de onde virá todo o dinheiro necessário para financiar a festa. Quarto, há um mal- entendido básico na lorota do Brexit: o país não era limitado aos acordos de livre comércio, e sim, participava do maior conglomerado de livre comércio do mundo. Não se trata aqui só do comércio com a UE, mas dos muitos acordos da UE com outros países, como a China, Coréia, Japão, etc. só para citar alguns. E o Commonwealth, supostamente uma das chaves do futuro progresso, já existe há muitos anos. Quinto, o país, infelizmente, é uma ilha. Dentro das cadeias logísticas do mundo globalizado, isso não é vantagem. Se não houver um acordo com a UE que proporcione condições que permitam continuar trabalhando da mesma forma que até hoje, a indústria dependente de subfornecimentos paulatinamente virá para o continente. Aliás, esse movimento já foi iniciado com várias transferências e fechamento de fábricas. Sexto, a UE já por motivos políticos não irá assinar qualquer acordo que proporcione todas as vantagens de um membro a um divorciado, justamente para desencorajar outros que eventualmente queiram brincar de exiteers. Como já expressei em outras oportunidades, vejo o Brexit como experimento de um grupo de políticos privilegiados pela própria descendência, os „Oxbridgers“, que fomentam suas fantasias nostálgicas nas fumarolas de seus charutos e de seus uísques. E mais uma vez vemos como uma minoria populista toma conta de uma nação, utilizando métodos de influência em massa em prol de uma idéia política. E como sempre, como dizem no México, lhes vale um cacahuate o que acontece com o povo."

domingo, 2 de fevereiro de 2020

Projeções do FMI

As projeções do FMI terão de incorporar os efeitos do coronavírus nas economias chinesa e global.

O World Economic Forum 2020 passou, mas os assuntos discutidos em Davos seguem em repercutindo! O que o futuro reserva para o crescimento global? Colunista do #AjusteDeContas em Washington, Otaviano Canuto - Center for Macroeconomics and Development analisou no programa!

💰 Confira na íntegra e inscreva-se: https://youtu.be/4tkx3is7Ckg

#MyNews

Me apresentando...

Bom, para muitos que não me conhecem, deixa eu me apresentar.

Sou economista, tenho 55 anos, casado, um filho. Trabalhei boa parte da minha vida na Consultoria Lopes Filho & Associados. Lá atuei como Economista-chefe, orientando os clientes sobre o ambiente econômico, no Brasil e no mundo, sem me esquecer da cena política, muito polarizada por estes tempos.

Vivi a fase mais crítica do mercado de capitais, no ciclo petista, primeiro com Lula, não tão mal pela mão diligente do presidente do Bacen, Henrique Meirelles, mas depois com a "coisa" desgrigolando feia, pela frouxidão moral, e em outros aspectos, da "presidenta" anta Dilma Roussef.

Foi aí o início do desastre para a boa e prudente política econômica. Tudo foi pelo ralo, até pq está senhora tentou adotar uma esquizofrênica política heterodoxa...

Foi neste momento que o mercado de capitais ingressou numa perigosa "zona de congestão", entre 60 mil e 75 pontos, com algumas "agulhadas para cima e para baixo", e não mais saiu...

Tive também experiências breves na Fecomércio do RJ e numa corretora colombiana que depois acabou fenecendo diante de operações desastradas e envolvimento com os cartéis da droga na Colômbia e no México. Importante que se diga que esta, a Interbolsa corretora, fazia parte de um dos maiores grupos econômicos na Colômbia...Tinha filiais em Miami, NY e, creio eu, em Londres.

Trabalhei também, como Economista, operando a área comercial da consultoria LF, conhecendo todos nos mercados de corretoras, gestoras de recursos, fundações, em sua maioria, em Brasília.

Em 2018 já sabendo da inevitável quebra da Lopes Filho, incorporada pela Eleven, resolvi alçar novos voos e embarcar para um projeto de Doutoramento em Portugal.

Estou agora na plácida, histórica e tranquila cidade de Évora. É sobre isso que falaremos no próximo post.



Tarifas bancárias

#MaisLidas da semana
Mesmo com a chegada dos bancos digitais e fintechs que não costumam cobrar tarifas ou anuidade, as pessoas continuam a pagar por serviços bancários. -

https://glo.bo/2U1GZB6

Divida pública recuando

Dívida pública caiu pela 1a vez em 6 anos. Excelente. Países emergentes com divída pública em crescimento acelerado acabam passando por crise de confiança, fuga de capitais, calote e crise econômica aguda. Que bom que o Brasil reverteu esta trajetória. https://www.google.com/amp/s/economia.estadao.com.br/noticias/geral,divida-publica-cai-pela-primeira-vez-em-6-anos-mas-ainda-e-75-8-do-pib,70003180960.amp

O que é neoliberalismo afinal?

O q é neoliberalismo afinal???? Este termo surgiu nos 90 depois da década perdida dos 80. Vários diagnósticos foram levantados a partir daí. Políticas intervencionistas q fracassaram nos 80 passaram a ser questionadas por John Williamson e outros. Era a emergência do Consenso de Washington. Passou -se a defender então as privatizações, desregulamentaçoes, abertura da conta de capital, liberação do regime cambial, independência do BC e que tais.

Isto é neoliberalismo? Corrigir o q deu errado?

https://valor.globo.com/brasil/noticia/2020/01/29/politicas-do-governo-brasileiro-atual-podem-elevar-desigualdade.ghtml

sábado, 1 de fevereiro de 2020

Volúpia...interessante

http://antiutopia.space/sapiens-volupia-animal/

Frituras, frituras, frituras...

Uma coisa que me chama atenção, no momento atual do País, é o esforço da imprensa de se plantar crises a todo momento. Na dança das cadeiras dos ministérios então é uma festa. Qualquer fato relevante já é logo explorado pela nossa patriótica prensa.

Vários ministros e quadros do governo já rodaram nesta toada. Em determinados momentos o capitão, meio por inexperiência ou até temperamento, até embarcou nestas picuinhas ministeriais. O caso do Secretario Geral Bebbiano foi um destes em que ele se deixou levar. Realmente, a solidão do poder é algo concreto em Brasília e se torna complicado ter a quem confiar. Até os filhos podem se tornar detratores neste episódio, neste o Carlos Bolsonaro.

E o que dizer do excelente General Santos Cruz, envolvido nesta "Central de Fofocas", em boatos e "disse me disse" ??

Nesta toada, já tivemos a saída do Paulo Guedes, do Sergio Moro, do Mandetta da Saúde, do Weintraub da Educação, do secretário de Turismo, várias vezes, do Ernesto Araujo, etc, etc...

Tudo bem que o capitão não facilita em nada, com seu temperamento explosivo, mas me parece muitas destas crises terem sido "plantadas".

Agora o Onyx Lerenzone da Casa Civil entrou na alça de mira. Este tal secretário Fantini abusou realmente. Mas sabem amigos? Este me parece ter sido indicação de um dos filhos, não sei se o 01 ou o 02.

Enfim, governar é administrar crises, desmentir boatos, apagar incêndios....Vamos em frente.


Editorial do Estadão (17/02)

LULA PROMETE O ATRASO: A razia bolsonarista demanda a eleição de um presidente disposto a trabalhar dobrado na reconstrução do País. A bem d...