Tal resultado foi possível, devido ao aumento da arrecadação federal de abril, (+58,8% pelas receitas líquidas frente a abril de 2020) e o "represamento das despesas obrigatórias", em função da demora na aprovação do orçamento.
Estas, em termos reais, recuaram 34,4% contra abril do ano passado e 12,2% no ano, contra o mesmo período do ano passado. Isso deve dar ao governo um maior "espaço de manobra" para elevar pesadamente os gastos sociais ainda em 2021 - ampliando-os em 2022 -, como parte de movimento pela reeleição do presidente Bolsonaro.
Além disso, esta melhora fiscal teve grande ajuda da inflação e também do PIB. O PIB, pelo crescimento maior que o esperado, em torno de 4% a 5%, e a inflação, por tornar possível manobrar pelo teto dos gastos, permitindo o aumeno destes, já que a inflação será maior neste ano.
Por outro lado, uma terceira onda da pandemia pode colocar esta recuperação fiscal em risco. Estejamos atentos.