quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Deputado Onyx Lorenzoni

Para o deputado Onyx Lorenzoni, a Câmara desperdiçou uma oportunidade de elevar sua estatura na votação do pacote de medidas anticorrupção. Preferiu rebaixar o pé-direito. “A câmara perdeu uma oportunidade de se reconciliar com a sociedade”. O deputado acrescentou: “O que é mais triste é que, entre a população e a corporação, a Câmara optou por olhar para dentro. Ficou com a corporação. Perdeu a chance de recuperar alguma credibilidade. Sai muito menor desse episódio. E os próximos meses serão muito ruins. O risco de abrir uma crise institucional entre Poderes é gigantesca. Judiciário e Ministério Público vão reagir.”

PIB RECUA 0,8% NO TERCEIRO TRIMESTRE CONTRA O ANTERIOR

Veio sem surpresas o desempenho do PIB no terceiro trimestre deste ano.

Recuou 0,8% contra o anterior (sétima queda seguida), 2,9% contra o mesmo do ano passado (décima seguida), 4,4% em quatro trimestres e 4% no acumulado ao ano. Pelo lado da oferta, o maior tombo acabou com o setor agropecuário (-1,4%) e a indústria (-1,3%), com os serviços recuando 0,6%. Na indústria, a indústria extrativa mineral meio que compensou esta queda, crescendo 3,8%. Isto se explica pela retomada da Petrobras, na “normalização” da produção e da gestão da empresa.

Por outro lado, refletindo uma demanda ainda fraca, dado o alto endividamento das famílias, e as exportações de lado, a indústria de transformação recuou 2,1% e a de construção 1,7%. Por fim, pelo lado da demanda, os investimentos voltaram a cair (-3,1%), depois de terem crescido 0,5% no trimestre anterior. Isso é um indicativo de que a confiança dos empresários ainda não foi restabelecida.


Ao fim deste ano, a retração deve seguir elevada, com o PIB recuando entre 3,6% e 4,0% e no ano que vem crescendo menos, em torno de 0,5% a 0,8%. A retomada, no entanto, deve ser reforçada a partir do segundo semestre de 2017.   

SENTIMENTOS DIFUSOS DEPOIS DAS VOTAÇÕES NO CONGRESSO

“Aceita o seu destino. Ser prestativo demais tem seus perigos! Na velhacaria destes tempos flácidos, a virtude tem que pedir perdão ao vício” Shakespeare em Hamlet.

Esta citação acima bem se aplica ao momento conturbado que estamos vivendo. Nas votações na noite passada, se de um lado, tivemos uma boa votação em torno da PEC do teto no Senado, mesmo com todos os protestos nas cercanias do Congresso, por outro, foi vergonhosa a votação na Câmara em torno das “Dez Medidas contra a Corrupção”.

Na primeira, a votação foi relativamente folgada, com 61 votos a favor e 14 contrários. Algumas emendas colocadas acabaram suprimidas. Agora é partir para o segundo turno no dia 14/12 e já enviar ao Congresso a Reforma da Previdência. Na segunda, no entanto, pegou muito mal a deturpação completa deste projeto popular. Dentre as alterações feitas pelos congressistas, chamou atenção o fim daquela que estimulava as delações, no chamado "depoente do bem", e a aprovação de uma emenda que cria mecanismos para a punição de membros do Ministério Público e do Judiciário que "extrapolarem nas suas atribuições". Foi, na verdade, a medida criada por Renan Calheiros, que define o “crime de abuso de autoridade”, prevendo punição a juízes e promotores.


Outras barbaridades foram cometidas, mas nestas duas, o que se viu, claramente, foi o Legislativo tentando esvaziar as ações da Lava-Jato. Uma crise institucional pode estar sendo gestada. Esperemos que o Senado tenha a grandeza necessária para corrigir estas deturpações.    

Editorial do Estadão (17/02)

LULA PROMETE O ATRASO: A razia bolsonarista demanda a eleição de um presidente disposto a trabalhar dobrado na reconstrução do País. A bem d...