terça-feira, 11 de setembro de 2018

BOM DIA MERCADO

REJEIÇÃO A BOLSONARO PODE FAVORECER ALCKMIN

 
Terça-feira, 11 de Setembro de 2018
REJEIÇÃO A BOLSONARO PODE FAVORECER ALCKMIN
Por  ROSA RISCALA (@rosa_riscala)*

... A poucas horas de acabar o prazo para inscrever Haddad como o candidato do PT no TSE, 19h, o partido ainda faz mistério, à espera da decisão do STF sobre o pedido de liminar para que Lula possa disputar a eleição. Mesmo ainda não indicado, Haddad subiu cinco pontos no Datafolha, para 9%, dividindo os votos da esquerda com Ciro, que também cresceu, de 10% para 13%, enquanto o atentado a Bolsonaro não teve o efeito esperado.
... A expectativa de que o ataque sofrido pelo capitão teria impacto positivo em suas intenções de voto não se concretizou, nem tampouco se confirmaram as apostas de que enfraqueceria Ciro e o PT.

... Bolsonaro oscilou dentro da margem de erro, indo de 22% para 24%, mas a pior notícia para ele foi o salto no índice de rejeição, que já era elevado na pesquisa de 21 de agosto (39%), e subiu para 43%.

... Esse dado manteve uma condição muito desfavorável para Bolsonaro nas simulações do segundo turno, onde continua perdendo para todos os candidatos, com exceção de um empate técnico com Haddad.

... Bolsonaro (38%) cola em Haddad (39%), mas é derrotado por Ciro (45% a 35%), por Marina (43% a 37%) e por Alckmin (43% a 34%), reforçando as desconfianças de que será difícil ampliar o seu eleitorado.

... A única chance de Bolsonaro hoje parece ser uma disputa com Haddad, embora Haddad ainda deva crescer, depois de assumir a campanha como cabeça de chapa do PT. Por ora, seu maior adversário é Ciro.

... Não apenas porque Ciro abriu uma diferença quase intransponível com Bolsonaro, de dez pontos, mas porque Bolsonaro - sem muitas chances de crescer e vencer Ciro - pode perder o eleitor de direita para Alckmin.

... O tucano, que finalmente atingiu os dois dígitos, com 10%, é o único candidato competitivo para atrair o voto útil contra Ciro (ou contra Haddad). Amoêdo, Álvaro Dias e Meirelles têm apenas 3%.

... Já Marina confirmou a tendência de queda que vem sendo detectada nas últimas pesquisas, de 16% para 11%.

... Assim, surge o primeiro sinal positivo para Alckmin, que conserva rejeição mais baixa, de 29%, e poderá ter a sua chance em cima do elevado número de eleitores que não votariam de jeito nenhum em Bolsonaro.

... Com Bolsonaro hospitalizado e fora da campanha, seus assessores têm botado os pés pelas mãos para manter viva a imagem do mito, errando no discurso de radicalização que só fala para os convertidos.

... De seu lado, depois de respeitarem o momento de comoção do atentado, adversários de Bolsonaro começam a voltar à carga contra ele, reassumindo no horário eleitoral as críticas que aumentaram sua rejeição.

... A maior resistência está entre as mulheres (49%), mais jovens (55%), curso superior (48%) e Nordeste (51%).

... Nova pesquisa Datafolha foi registrada no TSE e deve ser liberada ainda esta semana, na próxima 6ªF, dia 14.

IBOPE - Depois do Datafolha, será divulgado hoje à noite o Ibope nacional, com um bom comparativo em relação à pesquisa anterior (20/8), na véspera do atentado a Bolsonaro, quando ele liderava com 20%.

... Se seguir a tendência do Datafolha, o Ibope deve mostrar recuo de Marina, que tinha 12%, crescimento de Ciro (9%), de Alckmin (7%) e de Haddad (4%). No último Ibope, a rejeição de Bolsonaro atingiu 44%.

... Ontem à noite, pouco antes de o Datafolha ser divulgado no Jornal Nacional, o Ibope liberou pesquisa em dois Estados, São Paulo e Rio de Janeiro, com duas mil entrevistas, realizadas entre os dias 5 e 10/9.

... Em SP, o destaque foi para a melhora de Alckmin, que subiu de 15% para 18%. Bolsonaro oscilou de 22% para 23%; Ciro, de 8% para 11%; Marina, de 10% para 8%; Haddad, de 5% para 7%; Amoêdo, de 2% para 5%.

... Já no Rio, Bolsonaro lidera isolado (33%), seguido por Marina (11%), Ciro (10%), Alckmin (5%), Haddad (5%).

MAIS BOLSONARO - A Primeira Turma do STF deve definir esta tarde se o candidato do PSL se torna réu pelo crime de racismo. Caberá ao ministro Alexandre de Moraes, que pediu vista, dar o voto do desempate.

AGENDA - Às 8h, tem a primeira prévia do IGP-M de setembro. A produção industrial regional de julho sai às 9h.

LÁ FORA - Putin celebra com o presidente da China, Xi Jinping, o Fórum Econômico do Oriente. Com o Brexit no radar, o secretário de Economia e Finanças do Reino Unido, Philip Hammond, fala na Câmara dos Lordes.

... Entre os indicadores, às 11h, saem nos EUA o relatório de emprego Jolts e estoques no atacado em julho, com previsão de alta de 0,6%. Na Alemanha, sai o índice ZEW de expectativas econômicas de setembro.

BATEU A CAUTELA - Na expectativa pelo Datafolha, o mercado preferiu um fechamento estável, ontem.

... Ainda pela manhã, o Ibovespa arriscou algum movimento, ajustando-se ao otimismo dos ADRs brasileiros na NYSE durante o feriado. Superou os 77 mil na máxima (77.293 pontos), quando emplacou alta de 1,15%.

... Mas não bancou, voltando aos 76.436,35 pontos (+0,03%), na rotina de giro fraco (R$ 8,67 bilhões).

... A bolsa só não fechou no vermelho, porque Petrobras segurou o fôlego e animou apostas de que testará novos níveis, com os R$ 19,50 no alvo da PN, que subiu 1,42%, para R$ 19,26. ON acompanhou, +1,28% (R$ 22,20).

... Já a Vale ON (-0,49%, R$ 53,22) sente o peso da disputa comercial de Washington com Pequim (abaixo).

... Entre os bancos, BB ON (-1,36%) vacilou antes da Datafolha, mas Bradesco PN (+0,39%, R$ 28,55) e Itaú PN (+0,92%, R$ 42,99) conseguiram conservar o interesse comprador, apesar da ansiedade eleitoral.

AINDA DEU JOGO - Antes de se proteger na estabilidade para o fechamento, o dólar (-0,04%, a R$ 4,0832), se revezou entre altas e baixas, caiu até R$ 4,05 no pregão da manhã e subiu até R$ 4,12 à tarde.

... A oscilação diária, da máxima de R$ 4,1277 (+1,05%) à mínima de R$ 4,0534 (-0,83%), reproduz a volatilidade do período de incertezas. A menos de 30 dias, ninguém sabe o que vai dar na eleição.

... Se Alckmin estiver no segundo turno, analistas do Nomura projetam uma queda de 6% do dólar. Já um nome à esquerda pressionaria a moeda em mais 2%, abrindo a ponta longa do DI em mais de 15 pontos.

... Este trecho da curva de juro, justamente o mais sensível ao quadro político, estagnou antes da Datafolha, com vencimento para janeiro/25 a 12,33%, de 12,32%, e o de janeiro/23 a 11,54%, de 11,58% no pregão anterior.

... Já os contratos mais curtos continuaram precificando a chance de Selic estável este ano, após a deflação do IPCA de agosto esvaziar o risco cambial. Na Focus, a mediana para a inflação caiu de 4,16% a 4,05%.

... O juro projetado para janeiro/21 caiu de 9,92% para 9,79% e o de janeiro/20 recuou para 8,50%, de 8,67%.

BATEU CAUTELA 2 - Apesar do silêncio da Casa Branca, ontem, sobre a aplicação de novas tarifas à China, os ativos em NY pouco se arriscaram a posições menos defensivas, porque já não pagam pra ver com Trump.

... Ações da Apple ampliaram a queda (-1,34%), ainda repercutindo o risco de a tarifação de alguns componentes chineses afetar seus produtos. Também sensível à guerra comercial, a Boeing perdeu 2,12%.

Editorial do Estadão (17/02)

LULA PROMETE O ATRASO: A razia bolsonarista demanda a eleição de um presidente disposto a trabalhar dobrado na reconstrução do País. A bem d...