sexta-feira, 3 de abril de 2020

Notas do Alentejo, por Julio Hegedus

Continuamos nesta contabilidade macabra de quantos se contaminaram pelo Covid 19, quantos morreram, quantos estão internados, onde há mais mortos, como devemos proceder, isolamento horizontal, ou social, até quando? Qual o desfecho desta tragédia?

Enquanto esta resposta não chega, vamos contabilizando números. No Brasil, pelos númenos do dia 3/4 já são 259 mortos para mais de 7,1 mil casos confirmados. 


No governo, Luiz Henrique Mandetta, da Saúde, continua mandando muito bem, mas gerando certo desconforto no paranóico presidente da República, por não aceitar que algum ministro possa brilhar mais do que ele. Mandetta faz um ótimo trabalho, segue a linha do isolamento horizontal, tem apoio dos outros ministros, do Congresso, mas isso incomoda o capitão, seus alucinados filhos e alguns assessores mais fanáticos. Bolsonaro inclusive já pediu para o ministro se demitir, mas ele deixa esta atribuição ao presidente. Ou seja, todo o desgaste desta decisão impopular será dele.  


Temos aqui uma crise do capitão em relação à boa condução da crise de pandemia conduzida pelo ministro Mandeta. O primeiro quer liberar a atividade econômica já partindo-se para o isolamento vertical, o segundo, com amplo apoio, defedendo o isolamento horizontal. Duas são as formas de fazer uma transição na quarentena: uma inconsistente, que pode levar ao ressurgimento da epidemia, e outra, mais racional e inteligente, que combina uma estratégia de testes em larga escala da população para identificar a expansão do surto, isolar os diagnosticados e rastrear seus contatos. A primeira não garante a erradicação do vírus, e, consequentemente, não garante uma recuperação da economia, ao contrário do que parece ser possível com a segunda. É neste dilema que estamos envolvidos.

Medidas fiscais de estímulo, como baixa de compulsório ao sistema de crédito, assim como programas mais intensos de transferência de renda, com a definição de uma renda mínima de R$ 600 aos informais e outros mais fragilizados, avançam, num total de recursos mobiliados próximo a R$ 80 bilhões, oriundos de variados fundos. 


No mundo, os EUA já são o epicentro da crise do Covid 19, mais exatamente em NY, muito pela rebeldia das pessoas em adotar o tal isolamento horizontal. O mesmo se deve observar na Espanha e na Itália, casos sobre o que não se deve fazer numa pandemia como esta. 


  




Editorial do Estadão (17/02)

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