quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Papo de Economista: 2022 É LOGO ALI

Papo de Economista: 2022 É LOGO ALI: Muito se comenta que a eleição de 2022 acabou, precipitadamente, antecipada. Isso é o que acha, por exemplo, o vice-presidente general Hamil...

terça-feira, 15 de dezembro de 2020

2022 É LOGO ALI

Muito se comenta que a eleição de 2022 está sendo, precipitadamente, antecipada. Isso é o que acha, por exemplo, o vice-presidente general Hamilton Mourão. Uma voz lúcida, porém dissidente neste governo. Acha ele que não seria o momento para já começarem as disputas e ataques visando 2022. 

Claro que não dá para esperar nada diferente de Jair Bolsonaro e João Dória, protagonistas desta "contenta". E logo na proximidade do calendário de vacinação, ou com a tal da "vacina chinesa" Coronavac na berlinda, além de várias outras, como a russa, a americana, a inglesa... 

Achamos ser, absolutamente, injustificada a postura de ambos os atores da cena, Bolsonaro, ideologizando tudo, se sentind perseguido, e contrário à vacina chinesa, e João Dória, querendo aprová-la à "toque de caixa", mesmo sem a "terceira etapa de testagem". Achamos que tanto o capitão, como Dória, estão tendo uma conduta temerária neste episódio. Algo totalmente arriscado. 

Há inclusive o debate dos que acham que antecipar campanha é se queimar na largada e chegar ao fim muito mais desgastado.  

Na verdade, se analisarmos as eleições de 2022,- embora estes eventos sejam iguais a nuvens, a cada momento de um jeito - chegamos a conclusão de que esta tem que passar pela alterntativa de uma "terceira via", um candidato de centro ou de consenso, mais equilibrado. A dúvida é saber se este conseguirá "capitalizar" e mobilizar a sociedade como um todo, ainda muito polarizada. 

Uma única certeza que se tem neste momento é que uma solução alternativa deve ganhar espaço diante do fracasso de 20 anos de populismo no Brasil. Com certeza, que o possível candidato de centro precisa de alguns predicados. 

  • Tem que ser um líder de verdade, um presidente que mobilize a opinião pública, pelos seus predicados e não defeitos. Por exemplo, tem que "demonstrar a dor do povo" com esta pandemia, sendo solidário, condoído até. Não dá para se comportar de forma irresponsável, relativizando as 180 mil mortes. Ou então proferir frases lapidares como "todos vamos morrer um dia", "é uma gripezinha", "lamento pelas mortes". 
  • O verdadeiro líder de uma nação deve trazer conforto aos cidadãos que perderam seus entes queridos. É intolerável o comportamento do presidente Bolsonaro, por exemplo, e estes atos deveriam sim, ensejar "crime de responsabilidade".
  • Um presidente, um verdadeiro estadista, deve ser o "farol da nação". Seus exemplos devem ser seguidos, suas atitudes, suas decisões, respeitadas!! Isso! Ele tem que ser respeitado e as pessoas atraídas pela sua simpatia e presença de espírito. Podem até discordar, mas a manter a educação e a elegância no trato interpessoal. 
  • Cito como exemplo o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo, um professor aposentado, que se mostra ser uma pessoa afável, compreensiva, presente nos momentos mais importantes. E é candidato à releição agora em janeiro de 2021, contra a candidata do PS, Ana Gomes. Deve se reeleger. 


Vamos conversando. 




sábado, 12 de dezembro de 2020

O QUE NOS RESTA

 Por estes dias tentei transitar por um grupo na Internet, liderado por um economista heterodoxo famoso. Para quê! Tentei questionar certos mantras desta turma. Sim, porque me parece que todos se guiam por alguns pilares do pensamento "mais a gauche".

Um deles é de que o Estado é "Deus Pai", todo poderoso, todo protetor, nos seus vários tentáculos. Quem pensa diferente, é logo taxado. Você é ortodoxo, é liberal...

Para eles, o Estado é empreendedor, promove o crescimento, protege os mais pobres, tem mil e uma utilidades e serve também para dar nacos de poder para a classe política. Estatais, então, são o alvo preferido, sendo evidência, que todos os desvios nascem nestes locus. Serve também para a concessão de linhas de pesquisa, e várias vantagens ou sinecuras, aos servidores, que lá ingressam, ou por indicação política, ou, muito meritório, por concurso.

Nada contra. Muitos atravessam meses estudando para alguns concursos, todos, em sua maioria, correndo atrás da estabilidade na vida, da previsibilidade aos próximos anos. E talvez seja este o maior pecado dos empregos públicos, a tal da estabilidade. Comenta-se que esta foi criada para se evitar "perseguição política", o tal do "assédio moral".

O fato é que muitos são os grupos a pensarem dentro dos seus quadrados, dos seus mundinhos de conforto, muitos criados nas universidades públicas deste País. E estes vão, cada vez mais, se tornando ambientes em que o patrulhamento e o "pensar diferente" se torna algo difícil, uma tarefa de coragem. E o que mais me choca é que fala-se em "gado" sobre o eleitorado do presidente Bolsonaro. E aquilo é o quê?? É tão gado quanto.

Até discussão de Marx, na veia mesmo, observamos como fato. Quando num Mestrado da UFF, no início dos anos 90, fiz um curso de Economia Política na UFF em que a grade era ler os "grundises" de Karl Marx, os "tomos" do "Das Capital" no seminal em alemão. Tudo bem. Isso aconteceu em 1990. Mas e agora???

Naquela época, o curso de Economia Política só se dava isso...Karl Marx nos originais.

Se isto não era lavagem cerebral...Num curso de Economia Política ou História do Pensamento Econômico, parte-se do pressuposto que iremos ler os Clássicos até o século XIX...Adam Smith, David Ricardo, Malthus e também o bardo alemão Karl Marx.. Depois, ao florescer o séc XX, ensina-se neo-classicos, marginalistas, Leon Walras, Jevons, Alfred Marshall...ingressando finalmente em John Maynard Keynes, o mais marcante economista do século passado.

Normal, tinha-se que ler todos os clássicos, marxistas, neoclássicos, Keynes, etc, mas dentro de um contexto histórico. "O pensador tal viveu na Inglaterra vitoriana, no século XIX, pós Revolução Industrial, no avanço da produção em massa, da economia de escala, mas deixou de fora os trabalhadores. Pouco a pouco, estes foram conquistando seus direitos....E Marx surgiu nesta época para responder as perguntas dos "socialistas utópicos"....Dos que defendiam os interesses dos trabalhadores.,...coisa e tal".

Claro q tem q ser assim!

E o processo ia num acúmulo sobreposto de conhecimento...Pensadores mais novos se aperfeiçoando ao que se pensava antes...O contexto histórico seria então essencial.

É importante se mostrar as diversa linhas de pensamento economico, informando o que é mainstream, o que é ortodoxo ou heterodoxo.



Vamos conversando...

segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

QUEIMANDO PONTES

Prestes a completar dois anos de mandato, é importante que traçemos um painel sobre o que foi o governo Bolsonaro até o momento. Primeiro, faremos uma análise dos movimentos do presidente na política, depois, tentaremos encontrar elos da gestão Paulo Guedes na área econômica.

Na política, são váriados os "fios desencapados". A começar pelas várias movimentações erráticas do presidente em busca de apoio, sua saída intempetiva do PSL, seu esforço fracassado de fundar um novo partido, o "Aliança pelo Brasil",  enfim, sua total inapetência para a construção de pontes, para uma maioria "folgada" e poder tocar sua agenda de reformas ou projetos. Acabou ele totalmente refém do deputado Rodrigo Maia, do DEM, presidente então da Câmara dos Deputados. Muito se comenta que se trava aqui uma "luta surda", visando 2022, já que são correntes as opiniões dos que acham que Maia também tem pretensões para 22.

Vários foram os embates e desencontros, com boa parte da agenda do Paulo Guedes, meio que obstruída por Maia. Claro que com a pandemia as prioridades se tornaram outras, mas hje estão paradas nos escaninhos do Parlamento, as Reformas Tributária e a Administrativa do ministro Guedes, já sabendo que acabarão descaracterizadas pelos deputados, assim como tudo enviado pelo ministro ao Congresso. 

Isso, aliás, causa desconforto. Ao longo destes dois anos, tanto Guedes, como Sergio Moro, ex-ministro da Segurança e Justiça, em pesadas agendas, antes com pretensão, medidas essenciais, acabaram frustrados, pelo caminho. 

Eram "constantes" as batalhas nas Comissões do Senado e da Câmara, e estes dois ministros (Guedes, teimosamente, continua), acabavam pelo caminho, "massacrados" por Deputados e Senadores de esquerda (ou nem tanto, dada a timidez dos situacionistas). 

Afinal, onde estava o PSL, então partido do governo, nestes momentos cruciais?Por que os deputados se omitiam em situações tão cruciais? Em temas tão delicados?

Lembremos que Jair Bolsonaro foi eleito e obteve ampla maioria na Câmara, onde o PSL obteve maior número de deputados, e boa margem no Senado. Tanto o "Pacote contra o Crime", de Sergio Moro, como a extensa agenda de reformas do ministro Guedes, acabaram praticamente desidratados, ora pelo comportamento errático do Bolsonaro, ora pelo baixo apoio da troupe, ora pela sanha destruidora dos oposicionistas.

A reforma da Previdência, por exemplo, foi muito descaracterizada, se tornando uma "caricatura" do que se pretendia. O regime de capitalização acabou abandonado, assim como variadas medidas, como a transição e mudanças nos regimes previdenciários dos servidores públicos e dos militares.

E o que dizer da Reforma Tributária, não saindo do lugar, embora já nas gavetas do Congresso? 

Claro que aqui observamos um embate entre o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, cioso dos seus interesses, pouco claros, e o Executivo, do capitão. 

Todas as reformas, ou acabaram aprovadas numa "meia bomba", ou foram ficando pelo caminho. 

Claro que a Pandemia representou uma ruptura com o que precisava avançar, mas o fiasco no avanço destas nos parece fato. Guedes vem se renovando em paciência e temperânça. Moro não aguentou.

E não poderíamos esquecer dos "ataques" do presidente ao "teto dos gastos", já pensando neste ano de Pandemia e sua resistência ao terminar com o subsídio emergencial. Será que em 2021 ainda teremos este subsídio e o teto "rompido"?

Poderíamos ainda enumerar a atuação do presidente, em confrontação à esta pandemia. 

Por que negar o que o mundo observa como fato científico? A prevenção terá que vir pela vacina e esta não tem nacionalidade. Pode ser chinesa, inglesa, russa, americana. Será aceita a mais eficaz e imediata. E ponto final.

Além disso, num primeiro momento, diante da falta de vacinas, do desconhecido sobre o virus, não restava aos governos outra saída a não ser o isolamento social.

Em Portugal, por exemplo, chamava atenção a coordenação do primeiro ministro, Antonio Costa, junto ao presidente, Marcelo Rabelo e o Parlamento da República, no combate ao Covid19. Há, de fato, uma simbiose entre estes atores pelo interesse nacional, de preservar vidas e combater o virus. Não havia outra alternativa, a não ser a higiene e o uso de máscaras. assim como o evitar de conglomerações, e os recolhimentos depois de certo horário. Não podemos brigar com os fatos e negar o risco aí embutido. Bolsonaro, no seu delírio permanente, nunca deu maiores atenções a isso. Sempre considerou este vírus a ser enfrentado, uma "gripezinha", segundo o próprio.

Importante destacar seu comportamento temerário, até porque ele é uma espécie de "farol da República". Seus atos e decisões reverberam, ganham destaque, positiva ou negativa. É inegável o alcance das suas palavras, considerações, decisões. Nada passa incólume. Mas não. 

Bolsonaro sempre tratou de testar os limites e "esticar as cordas". Deu no que deu. 

Seus dois anos foram uma sucessão de "pontes queimadas", perdas de oportunidade. Por mais que outros ministros tenham feito um belo trabalho, suas declarações intempestivas logo tratavam de anular estes avanços. 

Na Pandemia, já chegamos a 170 mil mortos pelo Covid19 e acreditem, ainda não acabou!

Vamos conversando...



Editorial do Estadão (17/02)

LULA PROMETE O ATRASO: A razia bolsonarista demanda a eleição de um presidente disposto a trabalhar dobrado na reconstrução do País. A bem d...