segunda-feira, 31 de maio de 2021

MACRO MERCADOS SEMANAL 31/05/21 - AGENDA CHEIA DE INDICADORES DE ATIVIDADE

Este é o último dia útil de maio, segunda-feira, dia 31/05, feriado nos EUA - Memorial Day - e no Reino Unido - Spring Bank Holiday. Aliás, nesta semana são dois dias de feriado, nesta segunda-feira, como citado, e na quinta-feira, com o Corpus Christi no Brasil. Nestes dias de feriado, nos EUA e no Reino Unido, a liquidez tende a ser bem mais baixa, o que se recomenda aos investidores mais cautela, só de olho nos ativos e não operando muito.

Sobre a agenda da semana, há a divulgação de PMIs ao redor do mundo e na sexta-feira o payroll norte-americano de maio, principal indicador de mercado de trabalho. No Brasil, seguem os debates em torno da CPI da Covid e a polarização política nas ruas. 

Saem nesta segunda-feira três indicadores da FGV, que oferecem um bom panorama da economia no primeiro semestre e as expectativas para os próximos meses: o Índice de Confiança Empresarial (ICE) de abril e as Sondagens do Comércio e de Serviços de maio. Ao longo da semana ainda teremos as Sondagens da Construção Civil e da Indústria. 

Segunda-feira é dia também de Indicadores Fiscais Consolidados do Banco Central, quando confirmaremos a boa trajetória do Tesouro em abril, quando a arrecadação federal foi puxada pela economia crescendo mais do que o esperado. Pelo lado das despesas, confirmaremos o impacto do atraso na aprovação do Orçamento da União, o que segurou boa parte das despesas discricionárias e obrigatórias. 

Na terça-feira saem variados indicadores PMI no exterior e no Brasil o PIB do primeiro trimestre, que deve vir melhor do que o esperado, entre estável, ou pequena queda a crescendo até 1%, o que deve ser um sinal para a revisão do PIB no ano, crescente acima de 4%, com algumas instituições enxergando até 5%. 

Já parece haver alguma unanimidade, dada a velocidade da vacinação no Brasil, de que o segundo semestre deve ser de retomada mais consistente da economia, embora não possamos excluir o risco de uma terceira onda, ainda mais com a cepa indiana à espreita e os problemas políticos de sempre. Já são 462 mil mortos, mas vão caindo as mortes diárias.  

Na quarta-feira é divulgado também o indicador de Produção Industrial de abril, pelo IBGE, para que seja possível uma melhor noção desta situação de retomada. Nos EUA sai o Livro Bege, também um panorama bem amplo sobre o ritmo da economia norte-americana. Por lá  o que se tem é a inflação acelerada, na nossa opinião, mais temporária, pela reabertura e os gargalos de produção em alguns setores, como exemplo, os semicondutores para os automóveis, e a uma economia que retomada lentamente em alguns setores, mais intensa em outros.    

Na quinta-feira, feriado no Brasil de Corpus Christi, mais PMI variados em vários países e os indicadores de geração de emprego no setor privado norte-americano, ADP. Esta é também uma monitorização atenta por lá, pois saberemos com mais exatidão o ritmo da geração de empregos e os impactos paraelelos na inflação. Sexta-feira é dia de payroll e taxa de desemprego, ambos de maio, sendo que muitos esperam chegar a um milhão de vagas geradas, bem mais do que a decepção de abril (266 mil). 

No Brasil, estejamos atentos as discussões em torno das reformas e as privatizações no Congresso, assim como a CPI da Covid e a possível extensão do auxílio emergencial. Temos também as escaramuças em torno da crise hídrica e o uso intensivo de termoelétricas e o ciclo de vacinação. 

Por aqui, a CPI da Covid deve mobilizar muita gente com opiniões controversas, a começar pela médica NISE YAMAGUSHI na terça-feira, defensora do tratamento preventivo e da cloroquina. Será uma semana também em que deve repercutir os recursos que muitos governadores devem apresentar contra o convite para depoimentos.  

Na agenda de reformas, avanços são previstos nas discussões no Senado em torno da MP da Eletrobras e sobre as reformas administrativa e tributária. 

No mercado. Na sexta-feria, o Ibovespa fechou em alta de 0,96%, a 125.561 pontos, na semana com perdas de 1,36%, não apagando a alta de 1,75% no mês. Foi a segunda alta mensal consecutiva do índice, que já havia registrado valorização de 6,0% em março. 

Maio foi marcado pela recuperação econômica dos EUA em meio à vacinação em massa da população e estímulos governamentais. Por aqui, a pauta dominante foi a sanção do Orçamento de 2021, com o veto do governo a R$ 19,8 bilhões em emendas e despesas discricionárias, além de um bloqueio de mais R$ 9 bilhões que podem ser desbloqueados até o fim do ano. 

Já o dólar recuou na sexta-feira 0,77%, a R$ 5,2148, terceira queda na semana, no menor patamar desde janeiro frente ao real, com os mercados ainda embalados por um maior otimismo visto recentemente com a economia brasileira. 

No mercado de moedas virtuais, o bitcoin segue perdendo fôlego, ampliando o declínio em maio para cerca de 40%, com a repressão crescente na China e as preocupações ambientais. Segundo observadores, "o bitcoin está atualmente em um 'modo de espera', negociando na faixa de US$ 34.000 a US$ 40.000". A moeda acumula queda próxima a 40% no mês, o que, se mantido, será seu pior desempenho mensal em vários anos. 

Editorial do Estadão (17/02)

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