Sou Economista com dois mestrados, cursos de especialização e em Doutoramento. Meu objetivo é analisar a economia, no Brasil e no Mundo, tentar opinar sobre os principais debates da atualidade e manter sempre, na minha opinião essencial, a independência. Não pretendo me esconder em nenhum grupo teórico específico. Meu objetivo é discorrer sobre varios temas, buscando sempre ser realista.
quinta-feira, 19 de março de 2020
A FUGA DOS EMERGENTES!
Em momentos de choques exógenos adversos, os mercados emergentes são os primeiros a debandar, perdendo a função de "diversificação de portfólio". A crise atual presencia a maior fuga de capital dos emergentes desde 2008, mostrando a incapacidade dos bancos centrais em darem suporte, indefinidamente, aos ativos de risco.
Palavras do CEO do Mercado em Pauta Tullio Bertini.
Palavras do CEO do Mercado em Pauta Tullio Bertini.
BALANÇOS E PERSPECTIVAS
Muito difícil o momento que estamos atravessando. Um clima de guerra, com todas as nações mobilizadas num esforço conjunto. Não me recordo de ter vivido momento mais pungente.
A cada dia novas ações são engedradas pelas autoridades de vários países. Difícil saber quais os próximos passos. Qual a dimensão da pandemia? A China parece estar superando a fase mais aguda, mas por lá o estado de emergência é algo permanente, com strictu sensu nas condutas. É só observarem em quantos dias eles contruíram um hospital meio de campanha para atender aos infectados.
No mundo, as mortes já passam de 10 mil, sendo no Brasil 21, mas devendo explodir nos próximos dias, dadas as trajetórias dos gráficos de óbitos. Em resposta, o governo, antes com intervenções tímidas, vem atuando fortemente tanto na área econômica, como na saúde. Bônus de 200 reais já foram anunciados para os informais, assim como antecipação da primeira parcela do décimo terceiro salário. Na saúde, o ar preocupado do ministro da Saúde, Mandetta, colocando sob hipótese o colápso do sistema de saúde a partir de fins de abril.
Na semana passada, o Copom anunciou a redução do juro Selic a 3,75% ao ano, mas é importante estar atento de que o problema é de saúde pública, retração da demanda privada. Neste contexto, estímulos fiscais seriam inevitáveis.
A seguir, uma listagem destes estímulos.
A cada dia novas ações são engedradas pelas autoridades de vários países. Difícil saber quais os próximos passos. Qual a dimensão da pandemia? A China parece estar superando a fase mais aguda, mas por lá o estado de emergência é algo permanente, com strictu sensu nas condutas. É só observarem em quantos dias eles contruíram um hospital meio de campanha para atender aos infectados.
No mundo, as mortes já passam de 10 mil, sendo no Brasil 21, mas devendo explodir nos próximos dias, dadas as trajetórias dos gráficos de óbitos. Em resposta, o governo, antes com intervenções tímidas, vem atuando fortemente tanto na área econômica, como na saúde. Bônus de 200 reais já foram anunciados para os informais, assim como antecipação da primeira parcela do décimo terceiro salário. Na saúde, o ar preocupado do ministro da Saúde, Mandetta, colocando sob hipótese o colápso do sistema de saúde a partir de fins de abril.
Na semana passada, o Copom anunciou a redução do juro Selic a 3,75% ao ano, mas é importante estar atento de que o problema é de saúde pública, retração da demanda privada. Neste contexto, estímulos fiscais seriam inevitáveis.
A seguir, uma listagem destes estímulos.
BCE em resposta
Os canhões do BCE, como reação ao Fed, são encarados como um sinal de fraqueza, não de força. Isso porque não se trata de uma crise de liquidez, mas de um completo blackout da economia global. Todos atingidos pelo mesmo impacto. Como venho dizendo neste espaço, a crise não é economica, mas de calamidade pública, frente ao obrigatório recolhimento das pessoas às suas casas ao redor do mundo.
Consulta ao blog do economista Daniel Lacalle
Consulta ao blog do economista Daniel Lacalle
Mercado nesta quinta-feira
MERCADOS – O comportamento dos mercados acionários na manhã desta quinta-feira mostrou que a tensão continua. Na Ásia, o índice Nikkei, da bolsa de Tóquio, fechou com queda de 1,04%. O índice Kospi, da bolsa de Seul, na Coreia do Sul, recuou 8,39%. Na Europa o movimento foi menos linear. Ao passo que o índice britânico FTSE estava em baixa de 1,53%, o alemão Dax mostrava um recuo de apenas 0,6%. No entanto, os contratos futuros do índice americano Standard & Poor’s de 500 ações abriram com uma queda de 2,95%.
LUIS A. ESTEVES, PHD
MAIS MANCUR OLSON, MAIS ELINOR OSTROM
"COLLECTIVE ACTION TO AVOID CATASTROPHE: WHEN COUNTRIES SUCCEED, WHEN THEY FAIL, AND WHY"
By Scott Barrett (SIPA, Columbia University)
Global Policy, Volume7, IssueS1, May 2016: Pages 45-55
https://lnkd.in/ep_kuPh
POLICY IMPLICATIONS
# The ability of countries to organize to avoid catastrophes depends critically on uncertainty about the threshold, or tipping point, for catastrophic change.
# When this uncertainty is small, avoiding catastrophe requires coordination – something countries are very good at doing.
# When this uncertainty is large, collective action requires enforcement of a cooperative agreement – something countries are very bad at doing.
# Enforcement can be enhanced by countries ceding some sovereignty – and yet, historically, countries have been unwilling to do this without having first experienced a catastrophic outcome.
# In some cases it may be possible to devise strategies that transform a collective‐action problem into a coordination game.
"COLLECTIVE ACTION TO AVOID CATASTROPHE: WHEN COUNTRIES SUCCEED, WHEN THEY FAIL, AND WHY"
By Scott Barrett (SIPA, Columbia University)
Global Policy, Volume7, IssueS1, May 2016: Pages 45-55
https://lnkd.in/ep_kuPh
POLICY IMPLICATIONS
# The ability of countries to organize to avoid catastrophes depends critically on uncertainty about the threshold, or tipping point, for catastrophic change.
# When this uncertainty is small, avoiding catastrophe requires coordination – something countries are very good at doing.
# When this uncertainty is large, collective action requires enforcement of a cooperative agreement – something countries are very bad at doing.
# Enforcement can be enhanced by countries ceding some sovereignty – and yet, historically, countries have been unwilling to do this without having first experienced a catastrophic outcome.
# In some cases it may be possible to devise strategies that transform a collective‐action problem into a coordination game.
Impactos da epidemia podem ser reduzidos, por Marcelo Cirne de Toledo
São cada vez maiores e mais frequentes as decisões de autoridades fiscais e monetárias para tentar sustentar suas economias.
Não podemos perder de vista, contudo, que a raiz do problema continua sendo uma questão de saúde pública. Ou seja, a resposta mais importante deve vir dos sistemas de saúde.
China e outros países (Coreia, Taiwan, Japão, Singapura e outros) já desenvolveram e implementaram um sistema que chamo de “microtargeting” de monitoramento e isolamento dos casos.
Não há nada no campo fiscal ou monetário que substitua isso. Os países que conseguirem copiar esse sistema de controle é que terão maior sucesso em limitar os efeitos econômicos. Durante o período de desenvolvimento de um tratamento e uma vacina, essa é a ação mais relevante, para a qual nenhum país deverá poupar recursos. É possível controlar a epidemia, portanto, sem restrições extremas à mobilidade social e econômica.
Não podemos perder de vista, contudo, que a raiz do problema continua sendo uma questão de saúde pública. Ou seja, a resposta mais importante deve vir dos sistemas de saúde.
China e outros países (Coreia, Taiwan, Japão, Singapura e outros) já desenvolveram e implementaram um sistema que chamo de “microtargeting” de monitoramento e isolamento dos casos.
Não há nada no campo fiscal ou monetário que substitua isso. Os países que conseguirem copiar esse sistema de controle é que terão maior sucesso em limitar os efeitos econômicos. Durante o período de desenvolvimento de um tratamento e uma vacina, essa é a ação mais relevante, para a qual nenhum país deverá poupar recursos. É possível controlar a epidemia, portanto, sem restrições extremas à mobilidade social e econômica.
Volatilidade nas alturas...
Mercados Globais (Daily News) – Passos importantes foram dados, outros ainda são necessários.
Por estes dias tivemos novamente uma intensa atuação dos bancos centrais. Além dos já ordinários cortes de juros, vimos nova atuação do ECB, na Europa, e do Fed, nos EUA, com o anúncio de novos programas de estabilização. Contudo, primeiro, vamos falar sobre Brasil.
"Mercados globais sentindo o tranco. O q o mercado mais detesta é a falta de horizontes, de previsibilidade. O Covid 19 é o imponderável, o imprevisível, a incerteza. Nada disso agrada aos investidores. Por outro lado, a China já começa a colher os resultados das suas ações, mas lá a disciplina é algo impressionante. País pós socialista, manja? Vejam o doc "Industria Norte´-Americana" no NETFLIX."
https://mercadosglobais.blogspot.com/2020/03/daily-news-passos-importantes-foram.html
IVO CHERMONT
Eu não gostei da decisão do Banco Central ontem.
Na minha opinião, estamos diante de um choque de demanda muito violento, muito desinflacionário, nosso PIB está indo pra negativo em 2020 e o 2Q em particular deve surpreender muito até os pessimistas do BC.
E o câmbio? Pra isso existem reservas. O BC passou os últimos 50 anos tentando nos ensinar que ele separa os instrumentos cambiais e monetários. Cada um no seu quadrado.
Essa diretoria tem nos mostrado ser do tipo hawk. Sempre com uma retórica mais dura, sugerindo uma trajetória para os juros acima do que os dados requerem. A boa notícia é que eles se rendem aos fatos quando eles se apresentam.
E é isso que acho que vai acontecer dessa vez. BC cortou 50, diz que cenário base é manutenção na próxima. Mas, acho que quando eles se reunirem no dia 6 de maio, os dados Corona-based serão tão violentos que ele não terá alternativa que não cortar mais 50.
PS. Não faz parte do cenário base da quantitas, que eh 2x50, com selic final em 2,75%, mas arma na cabeça, eu acho que o mercado e o próprio bc vão pensar e discutir se vale uma extraordinária em algum momento de abril.
Na minha opinião, estamos diante de um choque de demanda muito violento, muito desinflacionário, nosso PIB está indo pra negativo em 2020 e o 2Q em particular deve surpreender muito até os pessimistas do BC.
E o câmbio? Pra isso existem reservas. O BC passou os últimos 50 anos tentando nos ensinar que ele separa os instrumentos cambiais e monetários. Cada um no seu quadrado.
Essa diretoria tem nos mostrado ser do tipo hawk. Sempre com uma retórica mais dura, sugerindo uma trajetória para os juros acima do que os dados requerem. A boa notícia é que eles se rendem aos fatos quando eles se apresentam.
E é isso que acho que vai acontecer dessa vez. BC cortou 50, diz que cenário base é manutenção na próxima. Mas, acho que quando eles se reunirem no dia 6 de maio, os dados Corona-based serão tão violentos que ele não terá alternativa que não cortar mais 50.
PS. Não faz parte do cenário base da quantitas, que eh 2x50, com selic final em 2,75%, mas arma na cabeça, eu acho que o mercado e o próprio bc vão pensar e discutir se vale uma extraordinária em algum momento de abril.
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