segunda-feira, 15 de março de 2021

MACRO MERCADOS DIÁRIO 1503

Segunda-feira, 15/03/2021

Pandemia sem rumo, PEC e Auxílio Emergencial, Copom e FOMC

Iniciamos a semana sobressaltados pelo “sai ou não sai” no Ministério da Saúde. Ao fim da semana, o ministro Pazuello chegou a anunciar sua saída, por motivos de saúde, mas ao fim de domingo tudo virou. A impressão é que a médica cardiologista convidada, Ludmilla Hadja, não aceitou o convite, feito pelo presidente Bolsonaro. Daí o gen Pazuello ficar até acharem alguém para a vaga.

Em suas assertivas, disse ela “não podemos tratar as pessoas com base em ideologias. A cloroquina, por exemplo, que foi extremamente ideologizada no início da pandemia, não serve para a Covid-19. Está completamente comprovado cientificamente. É uma medicação excelente para tratar outras doenças, mas os estudos mostraram que, tanto a hidroxicloroquina, quanto a cloroquina, não possuem eficácia na prevenção e no tratamento do coronavírus.” Realmente, uma pessoa de bom senso. Não dava...e segue o presidente tendo dificuldade de encontrar quem “reze pela sua cartilha”. Acaba sempre recorrendo a um general, na ativa ou de pijama.

Na bolsa doméstica, a semana que passou foi marcada pela alta volatilidade, com o B3 fechando em baixa de -0,90% aos 114.160 pontos afetado pela volta do ex presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao cenário eleitoral, após o ministro Edson Fachin retirar todas as condenações que pairavam sobre ele. Foi uma semana também marcada pelas negociações no Congresso em torno do Auxílio Emergencial, por quanto tempo fornecido (quatro meses), qual valor (R$ 175 a R$ 350), etc. Pressões, no entanto, devem se intensifciar para este auxílio ser “empurrado” até as eleições sob outra denominação. Alguém se ilude em relação à isso?

Uma boa notícia é que muitos dos destaques não passaram, a Bolsa Família não foi retirada do teto dos gastos e nem outras sinecuras políticas aceitas. Ao fim, são cerca de R$ 43 bilhões a mais, com crédito excepcional, visando preservar o teto e não comprometer muito o Orçamento.
Sobre os eventos da semana, estejamos atentos à reunião do Copom desta semana, havendo consenso sobre a necessidade de ajuste da taxa Selic, mas ainda dividida sobre sua intensidade, entre 0,5 e 0,75 ponto percentual. Acreditamos que o BACEN delibere sobre um ajuste de 0,5 p.p. até para justificar as pesadas atuações do BACEN no mercado cambial, ofertando swap sem rolagem, ou seja, novos recursos no mercado. Já foram três mega leilões, dois na semana passada, de US$ 1 bi e US$ 750 milhões e agora, nesta segunda-feira, de US$ 500 milhões, o que jogou a moeda norte-americana a R$ 5,55. Ou seja, o BACEN quer derrubar o dólar para justificar um ajuste mais tímido da taxa Selic na reunião do Copom desta semana.

Nos EUA, a campanha de vacinação segue intensa por estes dias, com o governo prevendo terminar a vacinação de adultos até o dia 1/5. Isso, somado ao Pacote Biden, algo em torno de 15% do PIB, deve turbinar a economia norte-americana nos próximos meses. O salário mínimo de US$ 1,6 mil deve começar a ser dado neste próximo fim de semana. Por isso, a preocupação com o repique inflacionário, embora a meta do Fed esteja, por enquanto, distante, 2,0%. O CPI de fevereiro, por exemplo, registrou 0,3%, a 1,2% pela taxa anualizada, ainda distante da meta.

Mesmo assim, o mercado de títulos segue inclinando as curvas de juro futuro, com prêmios adicionais. Os treasuries de 10 anos já são negociados a 1,63% e já se comenta poderem chegar a 2% até o final do ano. Por outro lado, Powell, que fala nesta semana, depois da reunião do Fomc, não acredita nesta possibilidade, ainda vendo certa distância no front inflacionário.

Agenda Semanal

Na agenda semana, sai hoje o IBC-Br, devendo desacelerar de 0,64% em dezembro para 0,50% em janeiro. Se confirmado, será a pior taxa para o indicador de atividade dede o “fundo do poço” de abril de 2020 (-9,51%). À tarde (15h), sai a balança comercial semanal. Amanhã, é dia dos dados do Caged de janeiro.

Sobre os balanços, Eletrobras, Direcional, Hidrovias do Brasil, JSL, Mitre e Positivo saem hoje, após o fechamento. Gol é destaque 5ªF, junto com Light, C&A, Cyrela e Even. Ainda no setor imobiliário, amanhã tem Gafisa e, na 4ªF, EzTec. A semana ainda reserva Copel (4ªF), NotreDame Intermédica (amanhã) e Hapvida (5ªF), Ânima e Yduqs (4ªF).

Bons negócios e boa semana a todos!

Editorial do Estadão (17/02)

LULA PROMETE O ATRASO: A razia bolsonarista demanda a eleição de um presidente disposto a trabalhar dobrado na reconstrução do País. A bem d...