sexta-feira, 12 de março de 2021

MACRO MERCADOS DIÁRIO 1203 - MUNDOS PARALELOS

Nos EUA, a campanha de vacinação deu uma acelerada por estes dias, o que, junto com o Pacote Biden, deve turbinar a economia norte-americana nos próximos meses. A preocupação inicial com a inflação, o que vinha inclinando as curvas de juro futuro, parece mais amena neste momento, depois dos dados de inflação de fevereiro, sob controle. 

Hoje sai o PPI, índice ao produtor, uma prévia do CPI, que veio mais fraco em fevereiro (0,3% e 1,2% no ano). Estas, inclusive, são as mesmas estimativas do índice ao produtor. 

Isso deve fortaceler o discurso do Fed de que as pressões inflacionárias ainda não estão no horizonte, o que deve manter a política monetária acomodatícia por um longo tempo. 

No Brasil, ao contrário, não dá para festejar nenhuma campanha de vacinação. A entrega de vacinas segue muito incerta, uma incógnita, embora o governo Bolsonaro tenha prometido 500 milhões de doses já fechadas (confirmadas) neste primeiro semestre. 

Na quinta-feira, de novidade, tivemos o IPCA a 0,85% em fevereiro, depois de 0,25% em janeiro, acelerando por causda dos alimentos, combustíveis e do câmbio mais depreciado, o que deve abrir espaço para uma postura mais agressiva dos diretores na decisão do Copom da semana que vem. 

A curva de juro curto segue inclinada e "adicionando prêmios". Agora, a decisão se divide na alternativa de uma elevação da Selic de 0,75 ponto percentual, a 2,75% anuais, ou 1,oo ponto percentual, a 3,0%. 

No "front" cambial, por outro lado, o Banco Central segue atuando na oferta de swap, tentando esvaziar as expectativas do Copom, com atuações diárias e preventivas no mercado. Ontem, o dólar fechou a R$ 5,5428, em sintonia com a trajetória da moeda norte-americana no exterior. 

Falando da PEC emergencial, já aprovada em segundo turno ontem, foi definido o auxílio emergencial de R$ 250 para cerca de 35 a 40 milhões de brasileiros, e estipulado o limite de R$ 44 bilhões para estes gastos totais. Este auxílio deve ser fornecido num prazo de quatro meses, mas não descartamos prorrogações. Tudo irá depender do ritmo de vacinações. 

Enquanto este não acontece, o clima de lockdown em várias cidades do País já uma realidade. Em São Paulo, por exemplo, ingressamos na fase roxa, na qual até futebol foi suspenso. O impacto sobre o mercado, a economia, portanto, será inevitável. Paulo Guedes acha, no entanto, sempre otimista,  ser possível a agilização destas variações o que deve reforçar a recuperação da economia sob a forma de "V". Segundo ele, isso deve ser confirmado pelo desempenho da arrecadação federal de fevereiro, a ser divuglada, e mostrando uma boa reação. 

Ontem, o B3 fechou em alta firme, de 1,96%, a 114.983,76 pontos, depois de ter superado  115 mil pontos no melhor momento do dia (115.126,94). O giro (R$ 45,3 bilhões) manteve o patamar elevado dos últimos dias. No mercado de petróleo, o Brent avançou 2,55%, a US$ 69,63, e o WTI +2,45%, a US$ 66,02.  

Bons negócios e bom fim de semana a todos!




MACRO MERCADOS ESPECIAL - O CAMINHO DA PROSPERIDADE (OU DA SERVIDÃO, parafraseando Hayek)

Tenho escutado muita coisa no debate econômico do País.

Uma das "pérolas", que tem me deixado muito chateado, para não dizer, CANSADO, têm sido as constantes críticas ao tal "neoliberalismo", o que quer que isso signifique.

Sim, porque é mais um conceito, ou pré-conceito, criado por alguns acadêmicos, pelas "esquerdas", ou os que defendem um setor público mais atuante e ativo, na critica aos que são defensores de uma maior disciplina fiscal (chamam de "austericídio"!), uma agenda coerente de reformas estruturais, um regime monetário mais independente, um pacote amplo de privatizações, um regime de câmbio flutuante, etc.

Enfim, tudo que deve ser feito para uma economia "decolar e surfar na boa onda da prosperidade", até respondendo aos ensejos de várias correntes existentes entre os heterodoxos, na defesa do tal neo-social desenvolvimentismo (também, o que quer que isso signifique).

Nas minhas leituras, dá para concluir que o "neoliberalismo" nasce depois da da década perdida, em que uma série de políticas nacional desenvolvimentistas colocavam os países em desenvolvimento, entre as décadas 70 e 80, no estrangulamento do endividamento público externo.

Diante do duro diagnóstico de que o Estado havia perdido capacidade de empurrar o crescimento para a frente, que havia um esgotamento na capacidade de investimento público, e que boa parte da poupança pública havia se esvaído, um grupo de economistas se reuniam em Washington.

Depois de dias de estudos e debates, na Brooking Institution, estes economistas, liderados por John Williamson, chegam a uma série de conclusões, o que, aliás, é seguido pela comunidade acadêmica norte-americana, liderada por Thomas Sargent, Lucas e tantos outros, no que conhecemos hoje de novos-keynesianos. Foi daí que nasceu o chamado "Consenso de Washington".

O diagnósito para um país avançar no seu desenvolvimento, no chamado "caminho virtuoso" (resumo didático), não incluindo Pesquisa e Inovação Tecnológica, e consultando o meu bom amigo, professor da UFPEL, Marcelo de Oliveira, é um só:
A adoção de uma boa e extensa agenda de reformas estruturais (Tributária, Educacional - o que inclui pesquisa e desenvolvimento tecnológico -, do Estado, Administrativa, Microeconômica, Trabalhista, mais aprofundamento na reforma da Previdência, etc. Importante também a necessidade de se buscar avanços nas Instituições, o que tende a reduzir os custos de transação para a sociedade, um melhor ambiente de negócios, maior produtividade dos fatores e maiores retornos esperados, mais investimentos, mais empregos, renda, e finalmente, maior e melhor distribuição de renda e de oportunidades para todos.

Poderíamos também incluir, do Consenso, a necessidade de câmbio flutuante, da abertura das contas de capital e cambial, da independência do Banco Central, da necessidade da regra de Taylor, disciplinando e gerando regras para o regime monetário, dentre outros.

Ou seja, este "ciclo virtuoso" não abra mão da agenda de reformas estruturais. São estas, e as várias reformas institucionais, os avanços nos mecanismo de controle, os poderes da República fortes e independentes, um setor público mais regulador e atento aos desequilíbrios de mercado, que tendem a proporcionar este almejado "caminho da prosperidade".

Poderia se pensar em menos Estado na economia? Não, o debate não é este. O debate é tornar o Estado mais EFCIENTE, já que é essencial para que as engrenagens do sistema econômico funcionem, tenham maior "fluidez", e não para "empacar" as atividades e o enriquecimento das famílias e empresas, numa linguagem de Contas Nacionais.

Não tem "nó na lingua", não tem retórica vazia ou demagógica.

Agora, se trilharmos a "contramão" do bom senso e de tudo já observado no mundo, nas experiências de governança bem sucedida, podemos optar pelo chamado "círculo vicioso". E o que é este círculo?

Mais uma vez, consultando o meu querido amigo, professor Marcelo de Oliveira, o "caminho vicioso" (defendido por todos que perdem com as reformas acima), é o seguinte:
Sem reformas => Instituições menos eficazes => Mais subsídios e mais privilégios => Maiores custos de transação pa,ra a sociedade => Pior ambiente de negócios => Menor produtividade e menores retornos esperados dos negócios => Menores investimentos => Menos empregos => Menores salários => Menor e pior distribuição de renda para todos.
Enfim. Estudos acadêmcios, brasileiros e no exterior, sérios, realizados envolvendo dados de vários países, mostram que os que seguiram o primeiro caminho cresceram e se desenvolveram.
Já os que não seguiram...

Claro que par isso, é preciso conversar com os russos. Um governo, para ingressar neste circulo virtuoso precisa "construir" uma boa base de governabilidade junto ao Congresso. Precisa compor para poder avançar. Na nossa intricada realidade política, de "presidencialismo de coalizão ou de cooptação", pacto federativo frágil, instabilidade jurídica e vários partidos pequenos com cláusula de barreira frouxa e financiamento público de campanha, fica complicado se pensar nestes avanços econômicos, sem passar também para urgência de uma Reforma Política. Esta também é inadiável, e feita por uma comissão de notáveis, com saber jurídico para isso, e não pelo próprio Congresso. 

Vários amigos economistas, cientistas sociais diversos, acham que a Reforma Política é a "mãe de todas as reformas".

 Mas isso é assunto para um outro debate. 

Vamos conversando. 



OS DOIS LADOS DA MOEDA

 O inferno está nos detalhes.
Importante uma especial atenção ao discurso do ex-presidente e sempre candidato LULA da Silva sobre o debate econômico.
Foi simplesmente um desastre! Foi, mais uma vez, na contramão de tudo que se pratica no mundo! Foi contra o bom senso!
Ser contra as privatizações, contra um Banco Central Independente, ameaçar mexer nos avanços, mesmo que parcos, da agenda do atual ministro Paulo Guedes??
Para lá senhor LULA, não é bem por aí!
Por isso, achar que NEGACIONISMO não vem só de um lado, do fundamentalista de direita Bolsonaro. Vem também das esquerdas e sua agenda aloprada.
Se ele "rasgar" todos os avanços institucionais na governança econômica deste país, com certeza, estaremos nos isolando ainda mais!
Todo o setor público possui limitações nas suas políticas de gastos. A cada gasto discricionário do setor público, é preciso a criação de receitas para esta "cobertura"! Temos uma carga de impostos de País nórdico! E que retorno?? Simplesmente nenhum! Sempre digo que somos o país do puxadinho! Não temos saúde pública de qualidade, recorramos aos planos de saúde exorbitantes, não temos uma polícia, uma política de segurança confiável? recorramos aos seguranças privados. Se nosso ensino público é um caos, corremos para as escolas privadas. Enfim, nada nos beneficia!
Não sejamos doidivanas, e bem sei quem é LULA da Silva e seus esquemas de propinagens, já conhecidos desde a LAVA JATO.
E na boa?
Voces querem uma opinião sincera?
Sergio Moro nunca mais volta para este país.
Isso aqui é um manicômio, uma casa de doidos!
O que o STF deliberou nesta semana, ao arrepio do bom senso e equilíbrio, foi algo estarrecedor.
E aí surge a questão: quem controla o STF?
Se arrumarmos um hacker "profissa", assim como a esquerda, os "piçóis" da vida, arrumaram estes do THE INTERCEPT, para tentar desconstruir Sergio Moro e MP de Curitiba, e mudar a narrativa da LAVA JATO, e irmos em cima dos ministros do STF, dos políticos do PT, do Centrão, e outros, não irá sobrar pedra sobre pedra !

Pau que dá em Chico, dá em Francisco!                                                                                                  ...

Editorial do Estadão (17/02)

LULA PROMETE O ATRASO: A razia bolsonarista demanda a eleição de um presidente disposto a trabalhar dobrado na reconstrução do País. A bem d...