domingo, 11 de junho de 2017

ISTO É DINHEIRO

Opiniões: melhor tê-las....

Acho engraçado agora as pessoas estarem tão preocupadas em pegar o Temer. Praticamente morto politicamente, pelos eventos recentes, será ruim se ele continuar até 2018. No entanto me intriga a sanha por acabar com o seu governo. 

Sou economista e sim, sei q a sua gestão foi a melhor em 14 anos, depois da enganação da gestão do lulo-petismo e da "gerentona" Dilma. Nestes, seus objetivos no poder foram praticar muito populismo e montar os maiores dutos de corrupção da história republicana. Com Temer, reformas estruturais, essenciais, foram colocadas na agenda, assim como mudanças de regimes tentados. O BNDES, o BB, a Petrobras passaram por revoluções gerenciais. A inflação esta em 3,6% e o juro Selic rumo a 8,5%. Claro q nada disso tem a menor importância. Importante é saber q Temer foi pego em gravações pouco republicanas com um patife q prosperou, no seu Império de carne, no ciclo petista. Por que ele não tentou pegar o Lula??? 


Favores, muitos favores devidos. Simples assim. Claro q a escandalosa decisão do TSE chocou, mas sofismas por sofismas, todos continuam mentindo descaradamente sobre tudo. Por que o Lula, considerado capo, chefe de toda esta quadrilha q se espalhou por este Brasil, continua solto? Até acho saudável uma eleição direta antecipada, mas antes prendam o Lula e joguem todos os quadrilheiros do PT e correlatos na cadeia....Uma Refundação da República se faz urgente....

Despedidas (9)


Nos tivemos de mudar muitas coisas de nossos hábitos para a transição de Lisboa para cá. Em Portugal, o lazer principal era comer e viajar (na verdade, era cuidar e brincar com, as crianças, e isso continua sendo a principal atividade, cá como lá). Aqui, como ja falei antes, as prioridades são outras. Há muito o que fazer que não havia em Portugal (para ser justo, não ha’ em lugar algum, pelo menos não no volume que se tem aqui), mas comer e viajar não são comparáveis. Também já comentei em algum lugar que Manhattan e’ peculiar por que nao tem um centro em nenhum sentido. A vida urbana e’ construída em  sub áreas do espaço, não propriamente bairros, mas que sao separados por alguma linha que, apesar de invisível, todo mundo conhece. Dentro de cada uma dessas areas ha’ praticamente tudo, com poucas exceções (por exemplo, os grandes museus, o distrito teatral, etc). Mas nao e’ apenas o pequeno comercio que se espalha por essas áreas, como em qualquer outra cidade, mas sao também muitas formas de lazer, restaurantes, etc. Ha’ restaurantes famosos e ha, mais que em qualquer outro lugar, as grandes cadeias, do MacDonald’s ao Red Lobster, muitas, fazendo todo tipo de comida. Mas voce tem a sua volta bons lugares, a precos normais (nao turísticos), que sao conhecidos pelos moradores da area, mas que praticamente nao sao frequentados por mais ninguém. Nos nos adaptamos sem grande dificuldade a essa geografia. Ha’ um numero enorme de pizzarias aqui em volta, como em toda a ilha. Como a comunidade de emigrantes italianos e descendentes e’ muito grande, as pizzas tendem a ser boas (em Portugal tinhamos muita saudade de pizzas melhorzinhas: ha’ poucos italianos, o pessoal que faz pizza parece ter aprendido pelo google). Mas alguns lugares sao muito bons. Aqui perto de casa, na Primeira com 74, ha’ uma chamada Numero 28, que faz uma pizza branca (sem molho de tomate) trufada que e’ um delirio, pelo gusto e pelo perfume do azeite trufado. As outras sao boas tambem, mas a de trufas e’ o nosso pedido de sempre. Mais perto ainda, na Segunda com 65, ha’ um restaurante italiano muito bom tambem, chamado Mediterraneo, que serve entre as entradas uma polenta com pesto que nos reconciliaria com a vida, tivessemos nos alguma queixa mais seria. O resto do cardapio e’ muito bom, mas depois da polenta com pesto, a gente aceitaria qualquer coisa. Nos ainda nao nos conformamos com a perda do lugar a que iamos muito, a duas quadras de casa, chamado Bistrot 61, na Primeira com (pois e’) 61, onde se comia mexilhoes com fritas deliciosos, alem de um hamburger Rossini (com um pedaco de escalope de foie gras por cima) magnifico. Em todos esses lugares se e’ (ou era, no caso do 61) atendido por jovens estudantes muito simpaticos. Nosso consume mais frequente acaba sendo comida vietnamita, no Spicy Saigon, na Primeira com 67, um bistrot operado por uma familia vietnamita, com comida deliciosa e precos muito baixos. A poucas quadras de casa ha’ ainda um classico local que frequent ha’, literalmente, decadas, o Burger Heaven, onde se come um cheeseburger ao modo tradicional, acompanhado de batatas fritas, cole slaw e pickles de pepino. Rarissimas vezes, nesses dois anos, comemos fora desse perimetro. Uma ou outra vez para visitar algum lugar muito tradicional, como Oyster Bar, na Grand Central, mais pelo folklore do que realmente pela comida. Ha’ muitos outros lugares em volta, servindo sushis, comida Indiana, e outras mais incomuns, como persa, afghan, cambodjana, e por ai vai. Mas eu confesso que meu gusto pelo exotico e’ limitado, ao contrario do resto da familia. Esses lugares “de bairro” tem sempre precos melhores (mas e’ sempre preciso tomar cuidado com o vinho, que muitas vezes dobra a conta, e se lembrar que ha’ tambem o imposto, cerca de 8% e a gorjeta, mais 17%, que nao estao incluidos no precos do cardapio). Mas ha’ outra alternativa, muitas vezes mais interessante, para quem passa temporadas mais longas, os lugares onde se pode comprar coisas para comer em casa (da’ para comer em hoteis tambem, com certeza), mas a esses eu volto depois.

Despedidas (8)

Nós nos limitamos principalmente a restaurantes da vizinhança, com uma ou outra incursão em algum lugar alem das fronteiras do upper east side. Mas uma alternativa que usamos muito nesses dois anos é a visita a “mercearias” (no final e’ o que são) onde se pode comprar coisas diferentes e levar para casa. Para nos, essa é uma tradição antiga, vinda do nosso primeiro periodo aqui, quando os meios eram limitados (a bolsa do CNPq e a remessa do salário da UFF que a inflação dos anos 80 levou uma vez a US$ 25!). Naquela época, as quintas feiras (quando assistíamos The Cosby Show e depois Cheers), nos comprávamos um espumante espanhol (champanhe francesa estava obviamente fora do mapa das possibilidades de consumo), uns vidrinhos de fake caviar (as ovas de lump fish que o pessoal tinge de negro para parecer os filhinhos do esturjão) e fazíamos festas. Aos sábados, alugávamos um video player (depois acabamos comprando um), e dois filmes, que vamos com os amigos (e vizinhos de campus housing) na noite de sábado para domingo. Agora, felizmente, apesar do champagne de verdade continuar esperando ocasiões especiais, o fake caviar pelo menos dá lugar a outras coisas, que, em NY, são fáceis de encontrar, em variedade inimimaginá
vel. Há muitos provedores dessas frescurinhas espalhados pela ilha. Aqui mesmo, ao lado de casa, temos um supermercado dedicado a frescurinhas, o Gourmet Garage, onde compramos queijos de todo lugar e outras coisas. A algumas quadras de casa há um mercado dedicado a comidas e ingredientes japoneses (a dificuldade e’ que 90% do que esta’ exposto esta’ identificado apenas em japonês). As coisas não são propriamente baratas, mas comprar para levar para casa (e’ mais confortável que picnics) e’ possível se fazer uma peregrinação por comidas incomuns sem grandes percalços. E’ claro que isso é possível fazer em muitos outros lugares, mas em Paris, acaba-se comprando coisas francesas, em Portugal as portuguesas, e assim por diante. Aqui se compra as francesas, as portuguesas, as italianas, tudo junto ou separado, como se queira. 

Atraves dos anos, para nos, o melhor lugar para fazer isso se chama Zabar’s, na Broadway com 82 ou 83. Pode soar esnobe, mas e’ preguiça mesmo, como desta vez estamos do lado leste, ao invés do oeste onde fica o Zabar’s, nao fomos nem uma vez ali, mas quem passar por aqui e estiver por ali (e’ na altura do Museu de Historia Natural), tem de dar uma passada la’. Pode-se comprar qualquer coisa para combinar depois. Pra quem for mais preguiçoso, eles abriram ha’ alguns anos uma lanchonete também onde se pode comer algumas coisas simples mas sensacionais.
Mas o Zabar’s ficou fora da nossa área geográfica, por isso e’ memória mais do que experiência, não temos do que nos despedir desta vez. Mas estamos nos despedindo de dois outros lugares que talvez nao sejam tao bons quando o Zabar’s (ou, quem sabe, sao), e que frequentamos mais. Um se chama Le District, fica no Brookfield Place, ao lado do World Trade Center. E’ uma mistura de restaurante informal, onde se come em balcões, nao em mesas, de tudo, de ostras, uma especialidade novayorkina historica, a steaks em que se escolhe a carne no acougue que eles mantém e eles churrasqueiam ali ao seu lado. Mas alem disso, tem varios balcoes com paes, queijos, patisserie e, o nosso preferido, o de patês e terrinas. Ha’ dois dias comemos uma terrina de galinha de angola que compramos la’ que e’ uma delicia. Outro lugar ótimo para se comprar coisas assim, e’ o Dean and Deluca. Ha’ varios espalhados pela ilha. Nos vamos com mais frequencia a uma na esquina da Maddison com 85, porque e’ bem na saída do Metropolitan, muito conveniente, mas a melhor e’ na Prince Street, no Soho. Com o tempo vai-se conhecendo coisinhas que são melhores aqui do que ali, como o roastbeef que se compra no Food Emporium da Terceira com 69, que e’ preparado ali mesmo, delicioso para quem gosta dessas coisas (como eu, Fernanda nao e’ muito chegada). Do Le District ainda vamos nos despedir mais uma ou duas vezes no mes que nos resta, com certeza. Do Dean and Deluca também, afinal e’ logo ali.

Despedidas (7)

Hoje, domingo, a temperatura chegou a 33 graus Celsius (eu ja estou desmobilizando meus cálculos em Farenheit, pounds, gallons, yards e inches, e voltando para o meu lar métrico decimal). A previsão para amanha é máxima de 34 e depois de amanha 35 (não olhei a previsão para o resto da semana, preferi não saber). 

Com isso estamos nos despedindo também da sequencia de estações bem definidas que parece caracterizar o mundo inteiro, menos o Rio e, em menor grau, Sao Paulo. Em Lisboa, as estações são também bem marcadas, como aqui, mas amplitude de variação entre inverno e verão é menor, mais confortável para administrar. 

O calor de Nova York no verão (e nos ainda não chegamos nele) é forte e piora com o aumento vertical da umidade do ar. Vir para cá’ em julho ou, pior, em agosto é um erro serio que so se justifica se a viagem é a trabalho, para alguma coisa urgente e inadiável. Como na Europa, a cidade fica também muito menos atrativa. As coisas de arte, musica, teatro, entram em recesso (os musicais de sucesso ficam, a espera da multidão de turistas que aproveitam as ferias para vir a cidade de qualquer modo). Os museus ficam abertos, os bares e restaurantes põem mesas nas calcadas, mas não é fácil ficar numa com o efeito-forno (o nome é esse mesmo, oven effect), que é o que acontece quando o ar esquenta e você é envolto pelo calor. 

A umidade faz suar em bicas, encharcando as roupas e dando aquela permanente sensação desagradável de que você precisa de um banho com urgência (não é a sensação de que um banho seria agradável, é a outra, aquela de que você precisa mesmo tomar um banho antes que o proíbam de andar pela cidade). Eu não gostava de temperaturas assim no Rio (todo ano eu pensava em me mudar para alguma outra cidade, provavelmente no nordeste onde a brisa do mar sobre o tempo todo) e odeio essas temperaturas aqui também. 

Por outro lado, se dá para chegar a 40 C em agosto (o normal é ficar nos trinta e muitos, mas chega a 40, 41 de vez em quando), chega-se a -20 C no inverno com facilidade, apesar do normal também ser ficar um pouco acima disso, mas dias e dias abaixo de zero. Eu não sei o que me incomoda mais. O frio intenso, menos pela temperatura em si, e mais pelo incomodo de ter que colocar todos os agasalhos necessários para ir a rua mesmo para uma bobagem rápida, ou sair da rua gelada e entrar em um ônibus ou vagas do metro superaquecido, cheio de passageiros suando por que não da’ para tirar o excesso de roupa e depois colocar de novo na hora de descer é o fim da picada. 

Ou o verão em que tudo é quente demais, e da’ vontade de se ficar no metro indo e voltando o tempo todo para não sair do ar condicionado. O inverno e’ provavelmente pior, por causa da neve. Quando chegamos aqui, em 1982, como a maioria dos compatriotas, nos nunca tínhamos visto neve. A imaginação sobre como era isso corria solta, alimentada pela melancolia de ver aqueles papais noeis de shopping no Rio, suando como um bode, apesar da roupa vermelha ser de cetim, e colocar Despedidas (9) em arvore de natal para simular neve quando fazia 40 graus la fora. 

Quando ouvimos no radio que nevaria numa noite pouco depois de chegarmos, ficamos acordados quase toda a noite e quando ela começou a cair, pelas 3 da manha, fomos os três, Fernanda, Thiago e eu para o meio da rua ver como era. Caiu so um pouquinho, mas para nos foi grandioso (dias depois caiu uma nevasca de verdade, com mais de trinta centímetros de neve acumulada na calcada). Foi um grande barato, mas na segunda vez que caiu neve, voce se lembra que vai ter que sair com uma pá para limpar sua calcada, porque se alguém cair vai processar você pelos danos (aqui no nosso prédio são os porteiros quem tem de fazer isso). 

No dia seguinte, a neve se transformou em um barro sujo, pela combinação de poluição e o sal que e’ jogado nas ruas para ajudar a derreter. Muitos dias depois essa neve se transformou em poças disfarçadas em que voce pisa e seu pe’ afunda e fica todo molhado ou se solidifica e se transforma em gelo, onde se escorrega e se vai ao chão, sem consequências piores so porque o volume de roupas que esta’ usando amortece a queda. Enfim, para mim (Fernanda e’ mais romântica) a despedida do inverno, que aconteceu no começo de abril, quando caiu a ultima neve deste ano foi a mais Benvinda. Se eu nunca mais vir neve na vida, ainda assim vou ter visto neve demais.

Mas a despedida das estações (meias estações?) e’ mais triste. Primavera e outono sao um barato, inacessível a quem vive no Rio. Na primavera o barato e’ ver a volta do verde, principalmente, todas aquelas arvores secas se cobrindo de folhas de um dia para o outro. No outono e’ ver a mudança das cores das folhas quando as arvores se preparam para hibernar. Em Lisboa as estações sao tambem bem marcadas, com amplitude de variação de temperatura menor, mais confortável. O calor e’ forte, mas o frio e’ muito mais ameno do que aqui. La’, como aqui, a delicia e’ mesmo ir numa meia estação.

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