quinta-feira, 18 de dezembro de 2025

Produtividade é a saída

 

O mundo está girando (e rápido): o Brasil vai acompanhar ou ficar para trás? 🌎🇧🇷

Acabei de ler uma análise excelente de Marcello Estevão (IIF) sobre a reorganização silenciosa, mas decisiva, da economia global. A mensagem é clara: o dinheiro não sumiu, ele apenas mudou de endereço e de critérios.

Enquanto o crescimento mundial se estabiliza em torno de 3,1%, o que acontece "por baixo do capô" é uma mudança tectônica. A China perde dinamismo estrutural, enquanto países como Índia, Vietnã e México ganham tração via nearshoring e serviços digitais.

🚀 O que isso significa para o Brasil?

O artigo destaca um paradoxo brasileiro:

✅ Temos a faca e o queijo: Fundamentos externos sólidos, exportações diversificadas, reservas amplas e um sistema financeiro sofisticado.

⚠️ Mas travamos no básico: A incerteza fiscal persistente amplia o prêmio de risco e dificulta a conversão desse cenário favorável em investimento interno real.

3 Lições Cruciais do texto:

1. O capital ficou seletivo: O dinheiro agora persegue previsibilidade macroeconômica e segurança jurídica. Não basta ter mercado, é preciso ter regras claras.

2. A nova fronteira é tecnológica: Para atrair investimentos em IA, Data Centers e chips, precisamos alinhar urgentemente nossa política energética e digital.

3. Não precisamos ser perfeitos: O mundo não exige um cenário externo perfeito, mas exige um plano realista de produtividade e previsibilidade fiscal.

💡 A conclusão é direta: "Ficar parado custa caro". O tempo para decidir como vamos participar desse novo ciclo global — se como protagonistas ou coadjuvantes — está se encurtando.

O que vocês acham? A agenda fiscal e de produtividade do Brasil está no ritmo necessário para capturar essas novas oportunidades? 👇

Jacques Wagner

 Em meio às articulações nos bastidores em torno da aprovação do PL da Dosimetria, o líder do governo no Senado Federal, Jaques Wagner (PT-BA), pediu a parlamentares da oposição para “amolecer o coração” em torno da indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, para o Supremo Tribunal Federal (STF) – que ainda precisa ser confirmada pela Casa. Jaques Wagner disse a pelo menos dois colegas que havia feito “um gesto” ao não colocar empecilhos na aprovação do PL da Dosimetria, que acabou aprovado sem dificuldades pela Casa nesta quarta-feira (17), com 48 votos favoráveis e apenas 25 contrários – todos os nove senadores do PT rejeitaram o texto, que deve encurtar o tempo de prisão de Jair Bolsonaro e resultar na liberdade de centenas de outros condenados pelo Supremo nas investigações dos atos golpistas do 8 de Janeiro. Em troca, pediu aos oposicionistas para “amolecer o coração” com Messias, que enfrenta forte rejeição na Casa, especialmente da tropa de choque bolsonarista. Messias foi chefe de gabinete de Wagner. Em público, o líder do governo disse que pediu apoio da oposição para a análise de um texto considerado prioritário pela equipe econômica, que trata do aumento da tributação de bets e fintechs. O petista afirmou à imprensa que fez o acordo com a oposição sem consultar o presidente Lula ou a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann – e afirmou que “quem tá na política tem que se arriscar”. A oposição vê Messias como “quadro ideológico” do PT e “homem de confiança” de Lula e Dilma Rousseff e pretende constrangê-lo na sabatina revisitando um dos episódios mais emblemáticos da Operação Lava-Jato: a divulgação de um áudio, de março de 2016, em que Dilma avisa Lula que “Bessias” vai lhe entregar o termo de sua posse como ministro da Casa Civil. A nomeação de Lula acabou suspensa pelo ministro do STF Gilmar Mendes, o que pavimentou o caminho da queda do governo Dilma. ‘Peru de Natal’ A postura de Wagner de não criar empecilhos para a aprovação do PL da Dosimetria foi duramente criticada pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), integrante da base lulista na Casa. “Estou exercendo o meu quarto mandato nesta Casa. Mas nunca vi, numa questão transcendental como essa, alguém, em nome do governo, fazer um acordo e dar peru de Natal ao golpismo”, disse Renan. Para superar resistências internas no Senado, aliados de Messias acreditam que ele vá contar com um apoio importante, mas silencioso para conseguir a aprovação: o da bancada evangélica do Senado. Um estudo do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), aponta que a bancada evangélica saltou de 7 para 13 senadores entre as eleições de 2018 e 2022. Conforme informou o blog, lideranças evangélicas apostam na indicação de Jorge Messias para reforçar o “bloco conservador” do Supremo – e, assim, impedir o avanço do que chamam de “pauta de costumes”, como a descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação, o uso de banheiro por transexuais e a proibição da presença de crianças e adolescentes em paradas do orgulho LGBTQIA+. Caso supere a resistência no Senado e obtenha os 41 votos necessários para confirmar a sua indicação, Messias ocupará a vaga aberta com a saída de Luís Roberto Barroso, que decidiu antecipar a aposentadoria em outubro. Pesa a favor de Messias o histórico de votações no Senado. Na história da República, apenas o presidente Floriano Peixoto teve indicações rejeitadas pela Casa — cinco ao todo, todas em 1894, entre elas a do médico Barata Ribeiro, que batiza rua no bairro de Copacabana, no Rio.

Marcelo Guterman

 Em engenharia existe um negócio chamado “fator de segurança”. O engenheiro faz todos os cálculos estruturais com base na melhor técnica, e depois aplica um “fator de segurança” para eventos extremos. Assim, por exemplo, ao construir uma ponte, os cálculos incluem a passagem de muitos veículos ao mesmo tempo e ventos fortes. O “fator de segurança”, por sua vez, pode incluir a passagem de vários caminhões super-pesados ao mesmo tempo.

Não precisa ser expert em engenharia para sacar que, quanto maior o fator de segurança, mais caro fica o projeto. Assim, se o fator de segurança incluir a possibilidade de um terremoto, a ponte ficará muito mais segura e, também, muito mais cara. Esse gasto adicional não faz sentido, se o histórico de terremotos na região da ponte for zero. Seria um desperdício de recursos.

Vamos ao caso da Enel em São Paulo. A empresa tem um problema de engenharia a resolver: como dimensionar a sua equipe de manutenção de modo a maximizar o seu lucro? Uma equipe muito pequena levará à cassação da concessão por não cumprir as metas de performance do regulador. Uma equipe muito grande (com um “fator de segurança” muito alto) levará a resultados financeiros insatisfatórios para os acionistas da empresa.

A julgar pelos indicadores da Aneel, a Enel vem se saindo bem. Desde 2018, quando assumiu a concessão em São Paulo, seus indicadores de interrupção de serviço estão dentro dos limites estabelecidos pelo regulador. E, em 2024, se não ficou entre as melhores distribuidoras do país, seu indicador de desempenho ficou dentro do aceitável (veja gráficos anexos).

O que vem acontecendo? Eventos climáticos extremos vêm ocorrendo com mais frequência, exigindo uma equipe de manutenção maior. A questão, para a empresa, é se esses eventos são suficientes para mexer o ponteiro dos indicadores cobrados em seu contrato, e se, mesmo que sejam, as multas por não cumprimento são maiores do que os gastos para a contratação de mais equipes.

Tudo isso é engenharia. Só que a coisa extrapolou o campo técnico e transbordou para o campo político. Até Tarcísio de Freitas, que é engenheiro e conhece todo o raciocínio acima, se juntou às vozes populistas que exigem o fim da concessão da Enel, mesmo a empresa cumprindo as metas determinadas pelo regulador.

Claro que se pode argumentar que são essas metas que estão erradas. O contrato é falho, e deixa margem para as concessionárias prestarem um serviço porco e não serem punidas. Pode ser. Mas é bom ter em mente que a introdução de metas mais rígidas (um “fator de segurança” maior) exigirá mais investimento por parte das concessionárias, com o custo sendo repassado para a conta de luz. “Ah, mas já pagamos uma fortuna pela eletricidade, merecemos um serviço melhor”. Pois é, aparentemente não, se considerarmos que os indicadores atuais estão sendo cumpridos, mas se mostram insuficientes.

Aparentemente, a política se sobreporá à boa técnica, e a ENEL será gentilmente convidada a vender a sua concessão para outra empresa. Uma candidata natural é a Equatorial, que, coincidentemente, assumiu a concessão da Enel em Goiânia, em 2023, cedendo à pressão política do governador Ronaldo Caiado. No gráfico abaixo, note como a Equatorial-GO é uma das duas concessionárias de grande porte que não cumpriu as metas da Aneel em 2024, sendo a segunda pior do país. Aparentemente, a troca da Enel não resolveu o problema, mas nunca que Caiado assumirá essa derrota.

PS.: a esquerda vem faturando em cima dos problemas da Enel, colocando o caso como um exemplo de como a privatização prejudica a população. A maximização do lucro estaria no cerne do problema, o que não aconteceria com uma empresa estatal. Como se a contabilidade deixasse de funcionar para estatais. Na improvável hipótese de que uma estatal oferecesse serviços melhores que uma empresa privada, esses serviços custariam mais caro por definição (fora a camada de inchaço de funcionários e corrupção), o que exigiria ou tarifas maiores ou o socorro periódico do Tesouro para equilibrar as contas. Os Correios estão aí para não deixar dúvidas.

Call Matinal 1812

 

Call Matinal

18/12/2025

Julio Hegedus Netto, economista

 

MERCADOS EM GERAL

 

FECHAMENTO (1712)

MERCADOS E AGENDA

No mercado brasileiro de quarta-feira (17), o Ibovespa fechou em querda 0,83%, a 157.227 pts, volume negociado de R$ 26,7 bi. Já no mercado cambial, o dólar encerrou em forte alta de 1,09%, a R$ 5,4087. Stress com o panorama político influencia diretamente no comportamento do mercado doméstico.

 

 

PRINCIPAIS MERCADOS

Os índices futuros dos EUA operam em alta nesta quinta (18), com investidores aguardando a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI), a trazer sinais importantes sobre os próximos passos da Fed. O mercado, no entanto, mantém cautela, pelo shutdown ocorrido, no atraso dos indicadores.

 

 

MERCADOS 5h30

EUA

 

 

Dow Jones Futuro: -0,08%

S&P 500 Futuro: +0,16%

Nasdaq Futuro: +0,48%

Ásia-Pacífico

 

 

Shanghai SE (China), +0,16%

Nikkei (Japão): -1,03%

Hang Seng Index (Hong Kong): +0,12%

Nifty 50 (Índia): +0,10%

ASX 200 (Austrália): +0,03%

Europa

 

 

STOXX 600: +0,03%

DAX (Alemanha): +0,02%

FTSE 100 (Reino Unido): +0,09%

CAC 40 (França): +0,13%

FTSE MIB (Itália): +0,22%

Commodities

 

 

Petróleo WTI, +0,82%, a US$ 56,40 o barril

Petróleo Brent, +0,70%, a US$ 60,10 o barril

Minério de ferro negociado na bolsa de Dalian, +1,63%, a 777,50 iuanes (US$ 110,39)

 

NO DIA, 1812

Mercados operam com um olho no Congresso, outro, nos mercados globais, nas movimentações do Fed e por aqui ao que é dito pelas autoridades monetárias. No Congresso, ontem foi um dia “pesado”, com a PL da Dosimetria passando no plenário do Senado, depois de intensas negociações, assim como a aprovação do corte de benefícios fiscais, que podem trazer uma economia de R$ 22 bi no Orçamento de 2026. Muitos consideram que houve uma troca de favores entre governo e Congresso. Agora a PL da Dosimetria vai a sanção presidencial e os mais radicais consideram que Lula deve vetar. Na agenda, no exterior, dia cheio para os mercados, com decisões de política monetária do BCE e do Banco da Inglaterra (BoE) e, nos Estados Unidos, a divulgação do CPI de novembro. No Brasil, o BCB divulga o Relatório de Política Monetária (RPM), com entrevista do presidente Gabriel Galípolo.

 

Agenda Macroeconômica Brasil

 

Segunda-feira, 15 de dezembro 

Brasil 15: Boletim Focus

Brasil 15: IGP10 de novembro

Brasil 15: 9h: o BCB divulga seu Índice de atividade econômica, o IBC-Br, considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB).

 

 

Terça-feira, 16 de dezembro 

Brasil 16 8h: ata da última reunião do Copom.

EUA 16 10H30: Payroll.

EUA 16 9hs: Vendas de varejo

 

 

Quarta-feira, 17 de dezembro 

Zona do Euro 17: Reunião do BCE

Quinta-feira, 18 de dezembro   

Brasil 18 8h: BCB divulga Relatório de Política Monetária.

EUA 18 9h: Inflação ao consumidor (CPI) de novembro

Reino Unido 18: reunião do Bank of England

 

Sexta-feira, 19 de dezembro 

Brasil 9h: Setor externo de novembro BCB

Japão: Decisão de Política Monetária BoJ

 

 

 

 

 

 

Boa quinta-feira a todos!

BDM Matinal Riscala

 *Rosa Riscala: Governo troca Dosimetria por corte de benefícios*


… Dia cheio para os mercados globais, com reuniões do BCE, BoE e, nos Estados Unidos, o CPI de novembro. Aqui, o BC divulga o Relatório de Política Monetária (RPM), com entrevista do presidente Gabriel Galípolo (11h) para comentar os dados. Em clima de final de ano, Lula tem café da manhã com jornalistas. No Senado, o governo abriu a guarda e deixou passar o PL da Dosimetria em acordo com a oposição para aprovar o projeto que decidiu um corte de 10% dos benefícios fiscais e elevou a tributação de JCP, fintechs e bets. A proposta, que aumenta a arrecadação em mais de R$ 20 bilhões, é crucial para fechar o Orçamento de 2026, que deve ser votado hoje no Congresso.


LAMBANÇA – O governo nega que tenha feito acordo com a oposição do Senado para trocar o apoio ao projeto dos benefícios tributários pela aprovação do PL da Dosimetria, que reduziu a pena dos condenados pela tentativa de golpe de Estado. Mas foi o que aconteceu.


… Já estava tudo combinado com o presidente da CCJ, Otto Alencar (PSD), para pedidos de vista que adiariam a análise da proposta para 2026, após as fortes críticas ao texto do deputado-relator Paulinho da Força, que favorecia vários outros crimes.


… No meio da tarde, a conversa mudou, com o líder do governo no Senado, senador Jaques Wagner (PT), confirmando que havia concordado com a votação na CCJ. Daí para frente, os governistas sumiram de cena, deixando o caminho livre para a oposição.


… Nos bastidores, ficou acertado que os aliados de Lula não atrapalhariam a deliberação do PL da Dosimetria e os bolsonaristas permitiriam a votação do projeto que reduz em 10% os benefícios fiscais federais de diversos setores.


… O senador Renan Calheiros (MDB) denunciou o acordo da tribuna e, no início da noite, a Dosimetria foi aprovada por 48 votos contra 25.


… Segue para sanção do presidente Lula, que vetará o projeto, segundo informou a ministra Gleisi Hoffmann em postagem nas redes sociais, acusando o “erro lamentável” na negociação, que teria contrariado o Palácio do Planalto.


… O fato é que o Congresso é quem dá a última palavra e pode muito bem derrubar o veto do presidente.


… Agora, líderes governistas tentam salvar o estrago no STF, onde protocolaram um mandado de segurança para suspender a tramitação do projeto, alegando que as mudanças do Senado alteraram “substancialmente” o texto na Câmara.


… As alterações foram feitas por meio de “emenda de redação”, quando configuram “emenda de mérito”, com a retirada de trechos que tratavam da progressão de regime para diversos crimes – o que significa que a matéria deveria voltar para reanálise dos deputados.


PASSOU – Na sequência, o presidente da Casa, Davi Alcolumbre, colocou na pauta o projeto que decidiu um corte linear de 10% dos benefícios tributários, aprovado por 62 votos a 6 – liberando a votação do Orçamento de 2026, em sessão agendada para hoje, às 12h.


… O relator e líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT), não fez mudanças no parecer para evitar que o texto retornasse à Câmara.


… O projeto de lei complementar deve render R$ 22,45 bilhões em receita bruta aos cofres públicos, de acordo com cálculos dos relatores – um valor que permitirá ao governo perseguir a meta fiscal do próximo ano, que é de um superávit de R$ 34,3 bilhões.


… Já a Warren Investimentos calcula que o texto deve render R$ 13,1 bilhões em arrecadação bruta e R$ 9,7 bilhões em receita líquida para o governo federal em 2026, considerando a noventena de parte do aumento dos tributos para entrar em vigor.


MOVIDOS A EMENDAS – Já na votação da proposta dos benefícios tributários na Câmara, que entrou pela madrugada na terça-feira, o Globo apurou que um “jabuti” foi incluído pelo relator Aguinaldo Ribeiro para resgatar R$ 3 bilhões em emendas dos últimos anos.


… O item permite revalidar emendas que foram inscritas em restos a pagar e que tinham sido canceladas.


… Não foi a primeira vez que essa renovação de emendas aconteceu.


… A lei complementar 215, de março deste ano, já havia feito esse movimento, mas mirou emendas no período de 2019 a 2022. Agora, o texto tirou o limite de 2022, permitindo a reciclagem dos anos seguintes, desde que a obra ocorra até o fim de 2026.


… Em outra frente, o governo liberou R$ 1,74 bilhão em emendas às vésperas da votação do projeto de corte em benefícios fiscais na Câmara.


FLÁVIO – A lambança toma o cenário político e o cenário eleitoral.


… O mercado ainda resiste a aceitar o filho de Bolsonaro como o candidato que restou à direita para enfrentar Lula, embora Flávio esteja se esforçando nos encontros com a turma da Faria Lima para parecer um nome confiável.


… A aposta em Tarcísio era alta, como o candidato que teria maior competitividade para tentar impedir mais quatro anos de PT e, desde que o nome de Flávio Bolsonaro surgiu, a decepção é grande e se traduz na desvalorização dos ativos.


… Em almoço com um grupo de aproximadamente 40 empresários e participantes de instituições financeiras, nesta quarta-feira, Flávio buscou fazer acenos a esse público, falando em cortes agressivos de gastos e de impostos.


… Também preocupado em se mostrar um Bolsonaro “moderado”, prometeu dar menor atenção à pauta dos costumes e ser radical “apenas no campo da segurança pública”. Mais de uma vez afirmou que sua campanha “é para valer”.


… Preocupados com a rejeição elevada de Flávio, participantes do evento questionaram qual seria a estratégia para conseguir se viabilizar como candidato competitivo no segundo turno. O candidato acredita que isso tende a se desfazer quando o público conhecê-lo melhor.


… O almoço foi na casa do empresário Gabriel Rocha, sobrinho de Flávio Rocha (Riachuelo), conhecido pela proximidade histórica com Jair Bolsonaro. Flávio chegou três horas atrasado ao encontro, porque estava acompanhando a tramitação do PL da Dosimetria.


PP JOGA A TOALHA – Segundo apurou o site Metrópoles, em encontro com a corretora Terra Investimentos, o presidente do PP, Ciro Nogueira, afirmou que o candidato é mesmo Flávio Bolsonaro, que ele chegará competitivo, mas perderá a eleição para Lula.


MARCO TEMPORAL – Com votos de Toffoli e Moraes, o STF formou maioria (6 a 0) pela inconstitucionalidade da lei que demarca terras indígenas.


RPM – O mercado de juros espera pelo Relatório de Política Monetária sem muita esperança de que possa trazer novidades em relação ao tom conservador da ata do Copom, que reduziu as apostas em um corte da Selic em janeiro e fortaleceu março como opção.


… No pano de fundo, o que os investidores enxergam como risco eleitoral, agora que Tarcísio parece estar fora da disputa, contaminou o humor na curva de juros, que passou a projetar chance minoritária (45%) de uma queda de 25 pontos-base no primeiro Copom de 2026.


… Já a possibilidade de corte de 0,25 ponto porcentual do juro básico em março aumentou de 75% a 95%, segundo cálculos de Flávio Serrano, economista-chefe do banco BMG, ao Broadcast. A projeção da Selic para o fim do ano que vem também avançou, de 12,50% para 12,80%.


… Para Marco Antonio Caruso (Santander), um sinal para um corte antecipado no RPM, a ser divulgado às 8h, seria um novo ajuste em baixa na projeção do IPCA para o 2Tri/2027, o horizonte da política monetária, atualmente em 3,2%.


… “Qualquer valor menor do que esse colocaria janeiro de volta em consideração”, disse o economista. O Santander ainda mantém a expectativa do início da flexibilização em janeiro, com corte de 50pbs, mas poderá reavaliar após a divulgação do Relatório de Política Monetária.


MAIS AGENDA –Antes da entrevista para comentar o RPM (11h), o presidente do BC, Gabriel Galípolo, e os diretores Diogo Guillen, Nilton David e Paulo Picchetti participam de confraternização anual com jornalistas às 10h.


… Ainda às 11h, o presidente Lula recebe jornalistas em café da manhã e, às 15h, o encontro da imprensa será com Fernando Haddad.


… O dia ainda reserva reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), no final da tarde.


MERCOSUL-UNIÃO EUROPEIA –A UE concluiu nesta quarta-feira a versão final de salvaguardas sobre bens de agricultura que abre caminho para aprovação de um acordo preliminar com o Mercosul, mas o tema ainda enfrenta forte resistência da França e Itália.


… Em postagem no X, o comissário europeu do Comércio, Maros Sefcovic, afirmou que a conclusão “em tempo recorde” das medidas de proteção para agricultores do bloco permitirá uma aprovação “célere” do acordo com o Mercosul.


… Na terça, o Parlamento Europeu havia aprovado as salvaguardas e, ontem, a Comissão Europeia – braço executivo da UE – divulgou uma versão finalizada, determinando investigações mais rápidas e um sistema de gatilhos para ativar as ações para proteger o mercado europeu.


… As medidas serão adotadas caso importações de parceiros do Mercosul ameacem ou causem prejuízos graves a produtores da região.


… Líderes do Conselho Europeu deverão decidir nesta quinta-feira ou na sexta-feira sobre a adesão ao acordo, previsto para ser assinado neste sábado (20), durante a cúpula UE-Mercosul, em Foz do Iguaçu, Paraná.


… Nesta quarta, Lula afirmou que, se a UE não assinar o acordo até sábado, não “haverá mais acordo” enquanto ele for presidente.


CPI – Depois de dois meses no escuro pelo apagão de dados, Wall Street deve receber sinais de aceleração da inflação ao consumidor nos Estados Unidos em novembro, com tarifas ainda pesando no setor de bens, enquanto serviços podem ter alívio graças ao seguro saúde.


… O CPI deve subir 0,30% na margem e, na comparação anual, deve acelerar para 3,10%, acima dos 3% do dado de setembro, segundo a mediana do Projeções Broadcast. Já o núcleo deve subir 0,28% sobre setembro e manter-se em 3% na base anual. O dado sairá às 10h30.


… O CPI de outubro não será publicado porque não foi coletado durante o shutdown e não pode ser apurado de maneira retroativa.


BCE & BOE – Às 10h15, o BCE deve manter os juros inalterados em 2% pela quarta vez consecutiva, mas Lagarde pode ser questionada em coletiva de imprensa (10h45) sobre as chances de um aperto monetário no início de 2026.


… Recentemente, ela disse que o BCE pode atualizar suas projeções novamente neste mês, com revisão para cima nas estimativas de crescimento, diante de uma economia “bastante próxima do potencial” na zona do euro.


… Já o BC inglês (9h), em placar dividido e votação apertada, deve cortar a taxa básica para 3,75%, retomando o ciclo de flexibilização após a pausa em novembro. Andrew Bailey comenta a decisão em coletiva de imprensa às 9h30.


… Ainda hoje, o México decide juro às 16h. Nos Estados Unidos, além do CPI, sai o auxílio-desemprego (10h30).


O NOVO FED – O presidente Trump afirmou em discurso à nação, ontem à noite, que anunciará em breve o nome do futuro comandante do Fed. Não citou nomes, mas voltou a sinalizar que o escolhido será alguém favorável a juros mais baixos que os patamares atuais.


… Dentre os favoritos para substituir o atual presidente do Fed, Jerome Powell, estão o conselheiro econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, o ex-diretor do Fed Kevin Warsh e o atual diretor Christopher Waller. O mandato de Powell termina em maio de 2026.


AFTER HOURS – A fabricante de chips de memória Micron Technology saltou 7,6% no after hours, depois de as vendas terem disparado 57% no primeiro trimestre fiscal de 2026, diante da demanda de empresas de IA.


A FEBRE NÃO BAIXA – No day after da divulgação da pesquisa Genial/Quaest, o desconforto eleitoral continuou assustando os mercados domésticos, que individualmente ainda sofreram com fatores específicos de estresse.


… Além do cenário político, o câmbio repercutiu as remessas sazonais ao exterior, enquanto os juros futuros continuaram subindo com a ata do Copom e o Ibovespa caiu com a “taxação BBB” (bancos, bets e bilionários).


… Caiu mal para os bancos a aprovação pela Câmara (confirmada ontem à noite pelo Senado) do projeto de lei dos benefícios fiscais que amplia a alíquota de IR sobre os Juros sobre Capital Próprio (JCP) de 15% para 17,5%.


… O setor financeiro recuou em bloco e foi determinante para a bolsa ampliar as perdas da véspera. Itaú PN (-0,89%, a R$ 38,97); Bradesco PN (-0,82%, a R$ 18,25); BB ON (-0,74%, a R$ 21,55); e Santander Unit (-0,60%, a R$ 31,57).


… Mesmo vindo da queda expressiva de 2,5% do dia anterior com a turbulência eleitoral, o Ibovespa caiu mais 0,79% ontem, aos 157.327,26 pontos, voltando ao patamar do dia do anúncio da pré-candidatura de Flávio Bolsonaro.


… Turbinado pelo vencimento de opções sobre o índice à vista, o volume de negócios alcançou quase R$ 67 bilhões e foi considerado elevado mesmo para um dia de game, reforçando os nervos à flor da pele com a eleição no radar.


… A onda vendedora na bolsa só não foi maior ontem, porque as blue chips das commodities amorteceram o impacto. Vale pegou carona na alta firme de 1,25% do minério e voltou à faixa dos R$ 70. Subiu 1,27%, a R$ 70,17.


… O petróleo puxou Petrobras ON (+0,68%, a R$ 32,53) e PN (+1,11%, a R$ 31,08). A ordem de bloqueio de Trump aos petroleiros da Venezuela deixou em segundo plano o temor de aumento do excedente global da commodity.


… O barril do Brent quebrou um sequência de cinco quedas e subiu 1,29%, a US$ 59,68, encostando nos US$ 60.


… No câmbio, as incertezas eleitorais e os fluxos de saída de recursos ao exterior nesta reta final do ano pressionaram o dólar para cima dos R$ 5,50, ao maior nível de fechamento em quatro meses e meio (desde agosto).


… Nos últimos quatro pregões, a moeda americana já subiu 2,20%. No acumulado deste mês, que tem testado os nervos dos investidores, especialmente pelo contexto eleitoral, o dólar à vista registra alta superior a 3,5%.


… Fechou ontem em alta de 1,10%, a R$ 5,5233, e ajudou a continuar embutindo prêmio de risco nos juros futuros.


A BARRA ESTÁ ALTA – A não ser que o Relatório de Política Monetária promova hoje uma reviravolta nas expectativas, pode continuar praticamente unânime na curva a termo (95%) a aposta em corte da Selic em março.


… Janeiro ainda não saiu de cena, mas já se viu ontem uma migração importante para a percepção mais hawkish.


… Desafiando a postura conservadora do Copom, o Itaú ainda acredita em flexibilização na primeira reunião de política monetária de 2026, mas reconhece que a barra está cada vez mais alta para a Selic cair no curto prazo.


… O PicPay descarta janeiro e alerta que nem mesmo março é garantia. Vai depender da consolidação do desaquecimento da atividade, do processo de desinflação e da ausência de novos choques adversos.


… Na onda de revisões das estimativas de inflação abaixo do teto da meta, o PicPay passou a projetar o IPCA deste ano em 4,4% (de 4,6% antes); o Itaú reduziu de 4,5% para 4,4%; e o Daycoval diminuiu de 4,5% para 4,3%.


… Ainda sob o impacto residual da linguagem mais cautelosa da ata do Copom e preocupados com o quadro fiscal na  eventual reeleição de Lula, os contratos futuros dos juros voltaram a acumular prêmios de risco no pregão de ontem.


… No fechamento dos negócios, o DI para Janeiro de 2027 marcava 13,815% (de 13,672% no ajuste anterior); Jan/29, 13,330% (contra 13,099% na véspera); Jan/31, 13,635% (de 13,386%); e Jan/33, 13,740% (contra 13,493%).


CACIFE PARA A VAGA – Entrevistado ontem por Trump para o comando do Fed, o diretor Christopher Waller assumiu, em evento, um discurso quase sob medida para ser escolhido para a vaga que será deixada por Powell.


… Disse que o mercado de trabalho está fraco, que a inflação está sob controle e que não vê riscos negativos relacionados às tarifas. Trump só não deve ter gostado de ele defender uma redução “moderada” dos juros.


… Já Raphael Bostic alertou que a inflação está longe da meta há cinco anos, que a robustez da economia americana pode criar um obstáculo grande para diminuir os preços e que uma pausa nos cortes pelo Fed seria adequada.


… Com o mercado mais inclinado a apostar que o juro não vai cair em janeiro, as taxas dos Treasuries subiram de leve antes do CPI. O retorno da Note-2 anos foi a 3,484% (de 3,483% na véspera) e de 10 anos, a 4,152% (de 4,150%).


… No câmbio, o índice DXY, que mede o desempenho do dólar contra outras seis moedas fortes, teve alta de 0,23%, a 98,368 pontos, em recuperação técnica antes do CPI. O iene testou uma correção e caiu para 155,70/US$.


… Antecipando as decisões do BCE e BoE, o euro ficou estável (-0,04%; US$ 1,1748) e a libra caiu 0,35% (US$ 1,3385).


… Em Nova York, as bolsas passaram a cair à tarde, afetadas por papéis de tecnologia, em meio a um novo tombo de mais de 5% na Oracle, que pressionou o Nasdaq (-1,81%, a 22.693,32 pontos) e S&P 500 (-1,16%, a 6.721,51 pontos).


… O Dow Jones caiu menos (-0,47%), a 47.885,97 pontos. Uma reportagem do Financial Times, desmentida pela Oracle,revelou que a empresa estaria tendo problemas em acordos para a instalação de data centers em Michigan.


CIAS ABERTAS NO AFTER – ITAÚ informou que fará em 15 de janeiro o resgate antecipado da totalidade de suas notas subordinadas Nível 2 emitidas em janeiro de 2021, no valor de US$ 500 milhões…


… Os títulos possuem cupom de 3,875% ao ano e vencimento previsto para 15 de abril de 2031; segundo o banco, estimativa do impacto da recompra no índice de capitalização Nível 2 será de 0,18 ponto percentual. 


GUARARAPES. O conselho de administração da dona da Riachuelo aprovou o pagamento R$ 1,488 bilhão em proventos, entre dividendos intermediários, dividendos intercalares e juros sobre capital próprio (JCP)…


… Do total anunciado, R$ 200 milhões referem-se a dividendos intermediários, a R$ 0,3999 por ação. Outros R$ 874,7 milhões correspondem a dividendos intercalares, a R$ 1,7493 por ação. Já o JCP soma R$ 0,7025/ação. Ex dia 23/12.


AXIA ENERGIA. Cingapura GIC Private Limited alienou ações ordinárias e passou a deter 4,86% do total de papéis emitidos pela companhia…


… Segundo formulário de referência mais recente da Axia, de 3 de dezembro, o fundo detinha anteriormente 6,174% das ações ordinárias e 2,075% das preferenciais, o que correspondia a 5,677% do total de papéis.  


CEMIG aprovou a distribuição de R$ 417,3 milhões, o equivalente a R$ 0,1458 por ação, com pagamento em 30 de dezembro; ex em 23 de dezembro. 


LOCALIZA. B3 aprovou em caráter excepcional pedido de dispensa prévia formulado pela companhia para viabilizar a criação e a emissão de ações preferenciais conversíveis em ações ordinárias e resgatáveis…


… Citi elevou o preço-alvo para a ação de R$ 43,50 para R$ 52,50, mantendo recomendação de compra, após considerar “sólidos” os resultados da empresa no terceiro trimestre.


COTEMINAS. Credores do grupo aprovaram nesta semana plano de recuperação judicial do conglomerado liderado por Josué Gomes, atual presidente da Fiesp (Folha)…


… Processo vinha se arrastando desde que a Justiça aceitou o pedido de recuperação do grupo, em julho de 2024, com um passivo declarado de R$ 2 bilhões; agora, ele segue para homologação judicial.

Produtividade é a saída

  O mundo está girando (e rápido): o Brasil vai acompanhar ou ficar para trás? 🌎🇧🇷 Acabei de ler uma análise excelente de Marcello Estevã...