quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Deputado Onyx Lorenzoni

Para o deputado Onyx Lorenzoni, a Câmara desperdiçou uma oportunidade de elevar sua estatura na votação do pacote de medidas anticorrupção. Preferiu rebaixar o pé-direito. “A câmara perdeu uma oportunidade de se reconciliar com a sociedade”. O deputado acrescentou: “O que é mais triste é que, entre a população e a corporação, a Câmara optou por olhar para dentro. Ficou com a corporação. Perdeu a chance de recuperar alguma credibilidade. Sai muito menor desse episódio. E os próximos meses serão muito ruins. O risco de abrir uma crise institucional entre Poderes é gigantesca. Judiciário e Ministério Público vão reagir.”

PIB RECUA 0,8% NO TERCEIRO TRIMESTRE CONTRA O ANTERIOR

Veio sem surpresas o desempenho do PIB no terceiro trimestre deste ano.

Recuou 0,8% contra o anterior (sétima queda seguida), 2,9% contra o mesmo do ano passado (décima seguida), 4,4% em quatro trimestres e 4% no acumulado ao ano. Pelo lado da oferta, o maior tombo acabou com o setor agropecuário (-1,4%) e a indústria (-1,3%), com os serviços recuando 0,6%. Na indústria, a indústria extrativa mineral meio que compensou esta queda, crescendo 3,8%. Isto se explica pela retomada da Petrobras, na “normalização” da produção e da gestão da empresa.

Por outro lado, refletindo uma demanda ainda fraca, dado o alto endividamento das famílias, e as exportações de lado, a indústria de transformação recuou 2,1% e a de construção 1,7%. Por fim, pelo lado da demanda, os investimentos voltaram a cair (-3,1%), depois de terem crescido 0,5% no trimestre anterior. Isso é um indicativo de que a confiança dos empresários ainda não foi restabelecida.


Ao fim deste ano, a retração deve seguir elevada, com o PIB recuando entre 3,6% e 4,0% e no ano que vem crescendo menos, em torno de 0,5% a 0,8%. A retomada, no entanto, deve ser reforçada a partir do segundo semestre de 2017.   

SENTIMENTOS DIFUSOS DEPOIS DAS VOTAÇÕES NO CONGRESSO

“Aceita o seu destino. Ser prestativo demais tem seus perigos! Na velhacaria destes tempos flácidos, a virtude tem que pedir perdão ao vício” Shakespeare em Hamlet.

Esta citação acima bem se aplica ao momento conturbado que estamos vivendo. Nas votações na noite passada, se de um lado, tivemos uma boa votação em torno da PEC do teto no Senado, mesmo com todos os protestos nas cercanias do Congresso, por outro, foi vergonhosa a votação na Câmara em torno das “Dez Medidas contra a Corrupção”.

Na primeira, a votação foi relativamente folgada, com 61 votos a favor e 14 contrários. Algumas emendas colocadas acabaram suprimidas. Agora é partir para o segundo turno no dia 14/12 e já enviar ao Congresso a Reforma da Previdência. Na segunda, no entanto, pegou muito mal a deturpação completa deste projeto popular. Dentre as alterações feitas pelos congressistas, chamou atenção o fim daquela que estimulava as delações, no chamado "depoente do bem", e a aprovação de uma emenda que cria mecanismos para a punição de membros do Ministério Público e do Judiciário que "extrapolarem nas suas atribuições". Foi, na verdade, a medida criada por Renan Calheiros, que define o “crime de abuso de autoridade”, prevendo punição a juízes e promotores.


Outras barbaridades foram cometidas, mas nestas duas, o que se viu, claramente, foi o Legislativo tentando esvaziar as ações da Lava-Jato. Uma crise institucional pode estar sendo gestada. Esperemos que o Senado tenha a grandeza necessária para corrigir estas deturpações.    

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Semana carregada

Iniciamos esta semana carregados de eventos. Nesta segunda-feira veio o desempenho do governo consolidado, num superávit surpreendente de R$ 39,5 bilhões, decorrente das repatriações de recursos externos, reduzindo o rombo em 12 meses de 3,08% do PIB para 2,25%. Dentre as outras novidades da semana, atenção para a votação em primeiro turno no Senado da PEC 55 do teto dos gastos e a PEC da Reforma Política. O PIB do terceiro trimestre também chama atenção. Deve vir com um recuo de 0,8% contra o trimestre anterior e 3,5% contra o mesmo do ano passado. Ao fim deste ano devemos mergulhar 3,6% e no ano que vem pouco crescer...algo em torno de 0,5% a 0,8%. Atenção também para o PIM de outubro, o IGP-M e a balança comercial de novembro. No ano, esta já passa de US$ 40 bilhões. 

Cerimônia fúnebre de Fidel Castro

Um povo emocionado, muita gente, acompanhando o cortejo fúnebre de Fidel Castro em Havana. Foi um herói? Um genocida? Um populista? Só o povo cubano pode julgá-lo. Fiquemos então com as nossas idiossincrasias internas e passemos a nos preocupar com o nosso quintal, por demais esculhambado. Temos problemas demais para ficar nos guiando pelo ocaso desta pequena ilha do Caribe. Eles constroem sua história, nós construamos a nossa....

Artigo da Semana.

Fidel Castro morto: fim de uma era

Gosto de todos neste espaço mas começo a me preocupar qdo estes tentam reescrever a história pelo seu viés, mesmo q sejam conjecturas sem sentido. Sempre afirmei isso. É burrice ter uma visão binária da realidade. Se eu tenho horror do Lula e sua gangue não significa q tenha q achar o inconsequente, mediático, mal caráter e sexista Trump um herói. Isto é o q mais me espanta. E não acho Fidel um ditador sanguinário. Pinochet sim; Vilella; sim; até Maduro pela irresponsabilidade. Agora posso achar q Fidel se perdeu, demorou muito para largar o poder....e errou e muito ao longo da sua trajetória no poder. A história o julgará.....E viva o povo cubano!! Estes sim, politizados e lúcidos. Retornando. Acho o PT um partido de bandidos, mas isto não significa q eu tenha q ter simpatia pelos republicanos, ser admirador da direita mais reacionária....

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Seminário do IPEA 9/12

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Black Friday para os mercados

E o "black friday" para os mercados está de fato começando nesta sexta-feira.....como explicar o que aconteceu nesta semana no País? Mais estarrecedor ainda. E agora?? A quem recorrer?? As forças armadas?? Pela Constituição Federal talvez sim. Afinal são eles os responsáveis pelo estabelecimento da lei e da ordem...mas seria a solução?? Claro que não...claro que não. 

República em chamas

É de estarrecer. Perdi até o sono. O presidente Temer pressionando o pobre ministro da Cultura Calero para liberar o gabarito do imóvel do não menos nefasto Geddel Vieira, numa área de preservação do patrimônio histórico? E eu pensando que este senhor teria estatura para fazer esta transição de poder até 2018...Em paralelo, no Congresso, a movimentação era pelo esvaziamento da delação premiada da Odebrecht da Lava-Jato, com a inclusão de um artigo de "anistia para caixa dois" na Lei contra a Corrupção, num amplo movimento entre os congressistas. Além disso, na dura batalha por esta Lei muitos artigos acabaram deturpados. É o legislativo legislando em causa própria para livrar a cara de muitos, se não a maioria. Se gritar pega ladrão não fica um meus amigos...

Acabou-se a República.

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Ata do Fed neutra

Uma ata do Federal Reserve neutra, sem grandes novidades. A impressão que se tem, no entanto, é que a elevação do Fed Fund já está definida para acontecer agora em dezembro, mantendo-se o ritmo de 0,25 p.p.. Depois disso, com as sinalizações de maior frouxidão fiscal e novas pressões inflacionárias o ritmo de ajuste da taxa de juros de curto prazo deve ser acelerado pelo Fed, só não se sabendo em que intensidade. 

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Instituições que geram as maiores perspectivas de trabalho para seus alunos.

Confira a seguir as 20 universidades que mais se destacaram em 2016 no ranking e suas respectivas pontuações:
1
Estados Unidos

2
Estados Unidos

3
Estados Unidos

4
Reino Unido

5
Estados Unidos

6
Estados Unidos

7
Reino Unido

8
Alemanha

9
Estados Unidos

10
Japão

11
Estados Unidos

12
Estados Unidos

13
Hong Kong

14
Canadá

15
Singapura

16
Reino Unido
517
17
China

18
Canadá

19
Estados Unidos

20
Japão
466

Semana pesada na política

Depois do imbróglio entre o articulador político de Michel Temer, Geddel Vieira, e o ex-ministro da Cultura, Callero, muitos já começam a se perguntar se o presidente não estaria sendo muito condecendente com os seus colaboradores. O Geddel, claramente, usurpou do seu cargo para benefício próprio. Está em comissão de ética e algo precisa ser decidido. Temos uma semana em que a Delação Premiada da Odebrecht deve começar a ser colocada na pauta, assim como esperam-se novos movimentos da Lava-Jato. Expectativas se voltam também para o envio da Reforma da Previdência para a Câmara de Deputados. A PEC dos gastos parece bem encaminhada, devendo ser votada agora no dia 28 e depois no dia 13/12. 

Centro de Macroeconomia na FGV de SP

sábado, 19 de novembro de 2016

Decisões dos Bacen

Na economia continuamos na expectativa sobre as decisões do Fed e do Bacen doméstico, depois da eleição de Donald Trump. No Fed, discursos de Janet Yellen e declarações dos diretores do Fed indicavam uma elevação da taxa de juros para breve. Deve ser agora em dezembro. No Bacen o que se observa é que no Copom dos dias 29 e 30 a taxa deve ser reduzida em 0,25 p.p. a 13,75%. Aguardemos.

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Semana emocionante

Mais uma semana para não esquecer. Mais curta, pelo feriado do dia 15, mas não menos emocionante, ainda mais depois da prisão de dois ex-governadores do Estado do Rio de Janeiro, Antonny Garotinho e Sergio Cabral. O primeiro, pelos métodos nefastos de compra de votos, ferindo de morte a legislação eleitoral, o segundo, por ter instituído, ou até aperfeiçoado, vergonhosos métodos de obtenção de propina, no total de 5% de qualquer negociação entre entes privados e governo. Era o tal oxigênio que acabou para ambos. Interessante observar que suas respectivas esposas, tão picaretas quanto, acabaram preservadas, como sempre. O mesmo já havia acontecido com a mulher do Eduardo Cunha, Claudia Cruz. Todas sabiam de tudo e foram coniventes. 

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Brilhante artigo de Sergio Besserman no O GLOBO

Explicando as eleições norte-americanas

Nada a lugar nenhum

Falar que João Dória, do PSDB, eleito prefeito de SP é o retorno do conservadorismo é estar pouco informado e acomodado aos clichês. Achar que ele seja um outsider vá lá, até compreendo, mas longe de ser um conservador. Vai, isso sim, dar um jeito nesta grande cidade. É o sopro de lucidez numa cidade tão abandonada pelas gestões passadas. Não fiquemos apenas nas ciclovias como o prefeito anterior....muitas delas ligando "nada a lugar nenhum".

Copom mais cauteloso

Depreciação cambial recente, com dólar a R$ 3,45, deve adiar a decisão do Copom de reduzir a taxa de juros em fins de novembro (dias 29 e 30).

Seminário de Infraestrutura

Texto do Arnaldo Bloch: maniqueísmo em excesso

Lendo Arnaldo Bloch no jornal O GLOBO. Na cabeça dele exite uma conspiração das elites, da direita, contra os movimentos de esquerda no mundo. Não vejo desta forma. O que existe é que a esquerda, em muitos casos, ou não entregou o que prometeu, ou então tivemos casos de falta de coordenação ou aliança no jogo eleitoral, o que desembocou na vitória do lamentável Marcelo Crivella no RJ (por exemplo). Só concordo com o desalento com Trump. Mas isso talvez tenha sido pelo erro dos democratas em lançar um(a) candidato(a) polêmico(a). Cada caso um caso senhores. Além do mais, credito boa parte dos resultados listados pelo Arnaldo à desilusão com os políticos e os partidos de esquerda. Achei o texto tolo e maniqueísta. http://oglobo.globo.com/cultura/cogumelo-vista-20456021

Temer no Roda Viva

O presidente Michel Temer é o entrevistado do programa Roda Viva que vai ao ar às 22h desta segunda-feira (14), na TV Cultura. O programa, gravado na sexta (11) no Palácio da Alvorada, em Brasília, contou com uma bancada de entrevistadores formada por Sérgio Dávila, editor-executivo da Folha, Willian Corrêa, coordenador geral de jornalismo da TV Cultura e âncora do Jornal da Cultura, João Caminoto, diretor de jornalismo do Grupo Estado, Eliane Cantanhêde, colunista do jornal "O Estado de S. Paulo" e comentarista da GloboNews, e Ricardo Noblat, colunista político do jornal "O Globo" e titular do Blog do Noblat.

Vamos fomentar os debates?

Meu objetivo neste blog PAPO DE ECONOMISTA (http://jhn031299.blogspot.com.br/) é criar mais um canal de comunicação com os meus amigos da rede social, com a tribo dos economistas, mas não entrincheirado em alguma escola de pensamento mais fundamentalista. Me considero keynesiano de formação, mas não fundamentalista ou dogmático. Desde 1936, ano da publicação da TGEM, o mundo mudou e eu procurei me manter antenado, atualizado, embora sem grandes arroubos em torno da fronteira ou do mainstream. Não sou totalmente um economista teórico, nem cego às necessidade da nossa lúgubre ciência. Acho importante a modelagem, mas não concordo com a tese de que sem ela não há salvação. Nossa função, como macroeconomistas que somos, é tentar otimizar o uso de recursos escassos e tentar criar pontes para a compreensão dos problemas econômicos domésticos e ao redor do mundo. Uma leitura atenta e contínua já é meio caminho andado.

Semana mais curta, mas não menos intensa

Iniciamos esta semana, mais curta pelo feriado do dia 15 (Proclamação da República), mas não menos intensa, dadas as incertezas geradas pela eleição de Donald Trump. 

Em entrevista exclusiva, pautada por um tom mais ameno, o presidente eleito esclareceu sobre muitos pontos defendidos na campanha eleitoral. Disse que iria preservar partes do Obamacare, desregulamentar as instituições financeiras para que elas voltem a emprestar, melhorar o controle das fronteiras contra imigrantes ilegais e o tráfico de droga (o tal muro, na fronteira com o México, ficou meio em segundo plano), criar incentivos para as empresas não montarem plantas em países onde o custo de mão de obra é mais baixo, visando preservar os empregos nos EUA, e na política externa se mostrou mais disposto a endurecer com o ISIS, desde que com apoio dos governos da Síria e da Rússia. 

Em suma, foi uma entrevista mais equilibrada, em que ele reafirmou parte do que pregou na campanha, mas em um tom mais ameno, mais conciliador, defendendo, por fim, a "união do país".

sábado, 12 de novembro de 2016

Semana intensa

Esta semana foi terrível para os mercados. O dólar beirou os R$ 3,50 para fechar na sexta-feira a R$ 3,39 e a bolsa de valores caiu forte, nesta sexta em torno de 60 mil pontos. Foi um ajuste normal depois de um ralli de algumas meses, mas o que motivou isso preocupa. Primeiro, tivemos a vitória surpreendente de Donald Trump nas eleições norte-americanas, o que jogou o mundo num buraco negro. O que vem por aí? Qual a agenda deste cidadão? A mesmo raivosa e preconceituosa, pregada em campanha, ou algo mais palatável, em sintonia com o mundo e a realidade? Por aqui, assustou também um tal cheque de uma empreiteira endereçado ao presidente Temer e as delações premiadas da Odebrecht que já começam a causar estragos por lançarem um monte dúvidas sobre a governabilidade do País. 

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Vídeos de Economia e Finanças do MARCOS WILKER

Artigo da Mônica de Bolle.

Artigo da MÔNICA DE BOLLE, "Lesson from Brazil’s Populist Bust"


https://piie.com/blogs/realtime-economic-issues-watch/lesson-brazils-populist-bust

ORTODOXOS E HETERODOXOS

A Ciência Econômica, para o bem, ou para o mal, permite a existência de diferentes correntes teóricas. Basicamente, de um lado, os keynesianos, com suas nuances, do outro, os neo-clássicos, também com suas variantes. Traduzindo, teríamos os heterodoxos e os ortodoxos. 
Passados séculos na evolução do pensamento eco, é triste constatar, no entanto, como estas duas correntes se escondem nos seus pedestais e pouco avançam no debate econômico....
Depois do Plano Real, com o bem sucedido processo de estabilização, pensava "cá com os meus botões", que polêmicas sobre como operar o mix de políticas econômicas, com a fiscal e a monetária, complementares e efetivas, estariam superadas. De um lado, o BACEN, como "guardião da moeda" e na fiscalização do sistema financeiro, do outro, o Tesouro, evitando descontrole das contas públicas, sob a égide da LRF....Em torno disso, a necessidade de preservar o tripé de política eco, com câmbio flutuante amortecendo volatilidades, a LRF, mantendo a disciplina fiscal, e o sistema de metas de inflação, na perseguição ao centro da meta de 4,5%.
Qual a minha surpresa, na gestão Dilma, tudo isto acabou abandonado, em nome de uma heterodoxia infantil e tosca. Todos os nossos ensinamentos nestes 50 anos de combate à inflação e estabilização econômica, acabaram abandonados e inventaram a tal "nova matriz macro"....Todo o amadurecimento em torno da teoria econômica e de certo princípios básicos para o bom funcionamento da economia, acabaram abandonados ou jogados no lixo....

Agora estamos tentando restabelecer certa racionalidade na gestão pública, com a Reforma da Previdência e a PEC do teto das despesas, ambas medidas consideradas urgentes. Não cabe mais este debate estéril entre ortodoxos e heterodoxos. Tem q ser feito e fim de papo. 

Como os países ficam ricos, de Paulo Gala

O DESMENTIDO DO GOVERNO TEMER

O presidente Michel Temer disse que não houve irregularidade no cheque de R$ 1 milhão repassado à campanha para vice-presidência em 2014.“Trata-se de cheque nominal do PMDB repassado para a campanha do então vice-presidente Michel Temer, datado de 10 junho de 2014. Basta ler o cheque. Não houve qualquer irregularidade na campanha do então vice-presidente Michel Temer”O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) analisa ação movida pelo PSDB que pede a cassação da chapa Dilma-Temer por suposto uso de poder político e econômico na campanha de 2014. De acordo com o tribunal, a defesa da ex-presidenta Dilma Rousseff apresentou o cheque, da construtora Andrade Gutierrez, como evidência de que o dinheiro, supostamente vinculado a contratos envolvendo a empreiteira, teria ingressado na campanha por meio do PMDB, e não pelo PT. 

Não é minha linha teórica ou de análise, mas eu divulgo.

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Muito cara de pau, não??

Como previsto, o PT e seus aliados lançaram um movimento em defesa de Lula. O ápice do evento foi um discurso do próprio Lula. Além de desqualificar a Lava Jato e as autoridades responsáveis pela operação, o ex-presidente atribuiu as mazelas econômicas do País ao recém-instalado governo de Michel Temer. Lamentou, por exemplo que, após “as conquistas do povo no nosso governo”, 12 milhões de brasileiros tenham sido mandados para o olho da rua.

Capa da ISTOÉ

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OS ESQUECIDOS

Não resta dúvida de que a vitória de Donald Trump pegou o mundo no contrapé.

Contra tudo e todos, com uma postura histriônica, entre raivosa e populista, respondendo aos que tentavam ridicularizá-lo (não sem razão), foi avançando, ultrapassando obstáculos e mesmo isolado pelo mainstream, chegou, na madrugada de quarta-feira, a uma impressionante vitória de 288 votos a favor contra 215 da sua adversária Hillary Clinton (esta sim com grande apoio da inteligentsia norte-americana a porque não dizer, global).

Calou a boca de todos os grandes líderes dos países desenvolvidos, sim porque era Trump contra o mundo, com exceção de Vladimir Putin que se manteve ao seu lado.

Por que Trump resolveu bancar este projeto, indo contra a corrente, quando era maioria os que achavam isso algo improvável? O que o levou a esta vitória avassaladora e inacreditável?

Ele era, de fato, o anticandidato. A antítese de tudo que se acredita neste mundo “politicamente correto”. Seu discurso foi o mais raivoso possível, sua análise econômica rasa como a de todos os populistas que almejam o caminho fácil das soluções sem dor, suas colocações preconceituosas, calaram fundo aos que acreditam na diversidade, numa sociedade mais aberta e justa. Foi, sem dúvida, a vitória do outsider. Das promessas por uma América mais orgulhosa de si e se impondo ao mundo. Pelo menos este era o discurso que todos os seus eleitores esperavam.

Mas quem são estes eleitores. De onde eles saíram?

Não é fácil encontrá-los. Muito se comenta que foi aquele “voto envergonhado”, sem querer se mostrar. Surgiram das “franjas da América”, esquecidos pela crise e a globalização, originários das fábricas do “cinturão de ferrugem, do velho Oeste, das sucatas” (pelo grande número de empresas quebradas), na região de Ohio, Carolina do Norte, Detroit, Wisconsin, etc. Homens brancos, com pouca instrução, sem emprego fixo, trabalhando no chamado “horário parcial” (5,9 milhões nesta situação), nacionalistas e rancorosos, em sua maioria, portando uma arma, mais localizados nos estados do Sul e do Centro-Oeste. Em poucas palavras, este seria o “retrato” do eleitorado de Donald Trump.

Uma pesquisa interessante do jornal The New York Times (NYT) nos ajuda a traçar este perfil. No outro lado, estariam os eleitores democratas, cosmopolitas, bem nascidos e com boa formação, aceitando as minorias raciais e religiosas, vivendo mais nas grandes cidades.

Entre os eleitores de Trump, em sua maioria, homens brancos (58% do total), mais velhos, com idade entre 45 anos ou mais (53%), na verdade, colecionando frustrações pela falência de empresas e mudanças destas para países onde o custo da mão de obra seria mais barato, como na Ásia. Na sua maioria, são pessoas sem ensino superior (51%, entre os brancos chegando a 67%). No nível de renda, estariam distribuídos entre os vários extratos, mas maioria entre aquela “classe média baixa”, vivendo em pequenas cidades ou zonas rurais. Em peso seriam conservadores, eleitores convictos do Partido Republicano. Dentre os praticantes religiosos, os protestantes (58%) e os católicos (52%). São o que a imprensa chama de “wasp, white, anglo-saxan and protestant”. Na sua maioria, casados e em alguns casos, veteranos de guerra ou militares (61%).

Para este eleitor, o País estaria “fora do rumo”, as questões mais importantes seriam a imigração (64%), por estes terem tirado seus empregos, e o terrorismo, outro fantasma da América atual (57%). As condições da economia se caracterizariam pela pobreza, desemprego e a situação das famílias, piorando nos dias de hoje (78%). Seriam contrários à abertura dos mercados, à invasão de produtos estrangeiros, em especial, dos chineses, que acabaram tirando os empregos de muitos (65%). Para estes eleitores, os imigrantes devem ser deportados (84%) e eles concordariam com a construção com um muro na fronteira com o México (86%). São totalmente contrários ao governo atual. Se mostram irritados com Obama (77%), desaprovam seu governo (90%) e consideram Donald Trump um cara confiável (94%).
Enfim, na verdade, o que as pesquisas anteriores não mostraram é que o número de eleitores de Trump foi bem maior do que se imaginava. Brancos, religiosos, com pouca instrução, subempregados e contrários aos imigrantes e às minorias em geral.

Como está a economia norte-americana? Como evoluiu nos últimos anos? 

A economia norte-americana vem caminhando moderadamente, com crescimento anualizado em torno de 2,9%, inflação baixa, pleno emprego, com a taxa de desemprego em torno de 4,9% da PEA, mas sem deixar de mostrar algumas deficiências. Estas estariam refletidas nos salários estagnados e na piora da distribuição de renda, com parte dos norte-americanos esquecidos, não se beneficiando da recuperação recente.

Analisando o ciclo de crescimento dos EUA, vemos que este é o quarto mais longo desde meados do século XIX, segundo o Centro Nacional de Pesquisa Econômica (NBER). Teve inicio em 2009, depois da crise de crédito de 2007/08, e se encontra no 89º mês, devendo se tornar o terceiro maior período, isso caso Trump não impeça ou não gere ruídos excessivos à maior economia capitalista de mercado do mundo. O período mais longo de crescimento aconteceu entre 1991 e 2001 (120 meses), coincidindo numa parte ao governo Clinton, que administrou o país entre 1993 e 2001. O ritmo atual de crescimento dos EUA, no entanto, não empolga. Entre 2009 e 2016, a média de crescimento anual foi de 2,1%, menor do que entre 2003 e 2006 (3,2%) e entre 1992 e 2000 (3,8%).

Boa parte da recuperação recente não incorporou esta mão de obra, eleitora de Trump, simplesmente, porque pouco qualificada, não conseguiu se ajustar as mudanças da estrutura produtiva e não conseguiu empregos em outros setores da economia. Por isso, os salários se mantiveram estagnados por um bom tempo, com parte dos trabalhadores ainda se mantendo em tempo parcial, em outubro chegando a 5,9 milhões de pessoas. Já a desigualdade piorou. Em 2015, 10% dos mais ricos ficaram com 50% da renda, incluindo ganhos de capital, enquanto que em 1970 era 32,6% e em 2000 44%.


Por estes motivos citados, pelos americanos esquecidos, Trump acabou eleito. Agora é esperar para saber o que ele pretende fazer. Qual será sua agenda de governo, se a do discurso raivoso de campanha ou do real politik. Pelos movimentos depois de eleito, achamos que deve recair mais sobre a segunda opção.  

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

O cheque de R$ 1 milhão para Michel Temer


Cheque apresentado pela defesa de Dilma mostra que construtora Andrade Gutierrez fez um cheque de R$ 1 milhão para Michel Temer
Foto: Reprodução

TEMER À PERIGO

PREOCUPA E MUITO!! O real despencou 5% em relação ao dólar. De acordo com o jornal OESP, além do efeito Donald Trump, há também "preocupações sobre o futuro político do presidente Michel Temer". O cheque da Andrade Gutierrez para a campanha de Michel Temer pode complicar de vez seu julgamento no TSE. Vale destacar que a coluna Painel, da Folha de S. Paulo, informou que tucanos e integrantes do governo Michel Temer ligaram o sinal de alerta, em meio ao aumento do temor de que o ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) recomende a cassação da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer, sem que haja separação entre presidente e vice. Benjamin é o relator das ações no TSE e já se fala que seu voto não demorará a ser divulgado. De acordo com auxiliares de Temer ouvidos pela coluna, uma recomendação dessa natureza geraria incertezas no mercado financeiro, ainda que ela precise ser ratificada pelo restante da corte.

Acompanhando a inflação

Os mercados de renda fixa deram uma estressada nesta quinta-feira com a curva de juro longo se elevando e o dólar chegando a R$ 3,38. A motivar isso os riscos de que a política econômica norte-americana com Trump possa ser mais expansionista, aumentando as pressões inflacionárias e levando o Fed a acelerar a política de juros.

No mercado, muitos já começam a achar que a tendência do dólar é de alta, o que deve reduzir o espaço de manobra do BACEN na estratégia de acelerar o ritmo de cortes da taxa Selic. Lembremos que nos dias 29 e 30/11 haverá mais uma reunião do Copom e alguma divisão se observa no mercado, com uns acreditando haver espaço para um corte de 0,5 ponto percentual e outros, pregando maior cautela, com corte de 0,25 p.p.. Este, inclusive, era o posicionamento desta Consultoria, achando que a taxa fecharia o ano em 13,75%. Agora, não será surpresa maior se não houver alteração, com a taxa mantida em 14%.

No comportamento dos índices de preço, não observamos nada que não estivesse nas previsões. Na primeira prévia de novembro do IGP-M houve deflação de 0,11%, depois de -0,01% em outubro; o IPC da FIPE registrou 0,33%, mais impactado pela gasolina, e o IPCA de outubro registrou 0,26%, depois de 0,08% no mês anterior, também impactado pelo reajuste da gasolina em 6,09% nos custos do grupo Transporte.


Será importante, portanto, aguardarmos os movimentos do presidente Trump para se ter um melhor embasamento sobre como deve ser sua estratégia na economia. Com certeza, não poderá repetir a retórica de campanha e terá que se render ao real politik. Até acreditamos num maior endurecimento na política comercial, assim como na externa, mas se repetir o discurso raivoso da campanha o próprio Congresso, com maioria republicana, tratará de enquadrá-lo. Aguardemos.

Carta de apoio a Ricardo Hausmann, divulgada por Gustavo Franco

Exercito Islâmico festeja vitória de Trump. Deu para entender...??

“Alegrem-se com apoio de Allah e encontrem boas novas na iminente morte dos EUA nas mãos de Trump”, exaltou a rede de mídia Al-Minbar Jihadi

Um balanço completo sobre as eleições norte-americanas, pelo NYT

O DIA SEGUINTE

 As expectativas eram de que, confirmada a vitória de Trump nas eleições norte-americanas, haveria um movimento de sell-off forte nos mercados globais. Isto até chegou a acontecer, em parte, no Japão na madrugada da quarta-feira (bolsa caiu mais de 5%), mas, depois do discurso conciliador do presidente eleito, pregando a união da América, alguma cautela se fez presente. Agora, as expectativas são outras. Se voltam mais para saber qual será sua agenda de fato, a raivosa das eleições, mandando deportar imigrantes e abrir uma guerra comercial com o mundo ou uma mais conciliadora e antenada com a realidade? Claro que medidas protecionistas devem ser anunciadas no futuro, até porque grande parte do seu eleitorado partiu das zonas afetadas pela globalização. Mas muito se comenta que mesmo obtendo maioria nas duas casas do Congresso norte-americano, Trump terá que negociar, e muito, com os próprios republicanos. 

A economia de Trump, por Vinicius Torres Freire, da FSP

A economia de Trump
Jeff Kowalsky/AFP
US Republican presidential candidate Donald Trump exits his final rally of the GOP 2016 presidential campaign at Devos Place in Grand Rapids, Michigan on November 7, 2016. / AFP PHOTO / JEFF KOWALSKY ORG XMIT: JAK124
O novo presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump
Donald Trump e coerência pragmática ou programática são palavras que não andam bem juntas. Como pensar o que será feito da economia americana?
Quando se tenta deduzir um projeto do que se disse em sua campanha, chega-se a alguns republicanismos estereotipados, para não mencionar os apêndices também politicamente inviáveis ou tumultuários.
Nos governos Ronald Reagan e George Bush a dívida pública subiu devido à fórmula republicana típica de baixar impostos, para ricos em particular, e gastar mais em defesa.
O candidato republicano também propôs redução radical de impostos sobre empresas, além de uma simplificação tributária extensa. A alíquota máxima do imposto sobre a renda também cairia. O IR ficaria mais parecido com o do Brasil, que privilegia mais ricos. Mas o rolo econômico nem está aí.
Trump quer aumentar gastos em infraestrutura, "em obras", o que implicaria um aumento de deficit, o que é até programa dos democratas de esquerda. Mas quer, ressalte-se, baixar impostos. Quer aumentar gasto em defesa. Rejeita cortes na Previdência Social e na maioria dos gastos em saúde. Chegou a mencionar de passagem apoio a aumento de salário mínimo pelos Estados.
No ritmo desembestado dos números de campanha, isso daria em crescimento ainda mais rápido do deficit.
O Escritório de Orçamento do Congresso previa aumento contínuo da dívida mesmo antes de Trump, por causa de Previdência, saúde de idosos e juros mais altos. O deficit passaria dos atuais 2,5% do PIB (incluindo a conta de juros) para 3,3% do PIB, ano final de Trump 1.
A sabedoria convencional diz que isso resulta em crescimento ainda mais rápido das taxas de juros. No entanto, a discussão do programa Trump por ora carece de fundamento maior: planos, números e alianças políticas.
Trump não juntou uma equipe de pensadores econômicos, acadêmicos, pelo menos. Empresários bilionários, vários ligados ao setor imobiliário-financeiro, são o seu conselho até agora.
Como se sabe, o presidente eleito não tem relação organizada com a máquina do Partido Republicano, menos ainda com a maioria dos caciques. Terá de lidar com bancada de deputados que, além de não gostar de deficit, tem poder e inclinação para cortar asas de presidentes.
Entre outros problemas, a arenga trompista contra o comércio exterior não agrada a grandes empresas que vivem de salário barato chinês ou mexicanos, para ficar apenas no exemplo caricato, mas muito real. Expulsar imigrantes irregulares, cerca de 5% da mão de obra, obviamente vai causar tumulto social e econômico. Em 2020, tem outra eleição, parlamentar.
A vitória decerto agrega, traz aliados, talvez amenize os populismos mais odientos. Porém, Trump prometeu satisfação de ressentimentos e empregos ao mundão médio americano. Como?
O que sairá disso?
O homem nem tem experiência alguma na administração ou no poder públicos. É uma incógnita como vai conviver com o restante do establishment, com o poder formal e informal, em particular Wall Street, que por exemplo abduziu a imaginação e a política econômicas dos democratas Bill Clinton e Barack Obama. Por ora, Trump é incerteza. O que em si mesmo já não é bom. 

Lançamento do livro do membro da ABL e grande economista Edmar Bacha

Ótima reflexão.

TRUMP EM NY

CNN
Lighting up the New York City skyline, CNN projects Donald J. Trump will win The White House on the Empire State Building
#Election2016 #MyVote #CNNElection http://cnn.it/2flRGrj

Populismo

Excelente reflexão de Sérgio Goulart de Faria sobre o comentário da Monica de Bolle na quarta-feira (dia 8) na CBN a respeito do populismo sem ideologia:
"Acho que o populismo é o uso de discursos superficiais de grande aceitação popular. É aquele discurso que praticamente toda a maioria vai se identificar. Ou seja, o populismo é a busca superficial e estética pela unanimidade.
Populismo não é "o quê", populismo é "como".
Não é o cerne, o conteúdo, o objeto, mas a forma como o objeto é apresentado.
Ele é como uma fantasia que pode ser vestida em qualquer idéia para vendê-la melhor.
No entanto ele é conhecido erroneamente pela maioria apenas como fantasia para determinado grupo de idéias, àquelas mais ligadas ao combate à desigualdade social, rotuladas como 'esquerdistas'.
Dizem até que populismo é sinônimo de esquerdismo. Uma gafe.
No tempos atuais, a fantasia populista, por inúmeros motivos, está mudando de corpo. Está saindo (ou já saiu) do corpo das idéias unânimes sobre combate à desigualdade, exploradas historicamente pelas esquerdas, e está se vestindo no corpo das idéias unânimes ligadas à aversão política, aversão à esquerda, crença na figura estética de um gestor.
Se antes o populismo era defender o fim da pobreza, hoje o populismo é defender que a política não presta, que justiça social é coisa de vagabundo, que o mercado resolve qualquer problema, que corrupção é coisa de esquerdista, que qualquer gestor é mais eficiente e honesto que qualquer político.
Se antes, para ter popularidade fácil e superficial, era só um político colocar os termos "luta de classes", "fim da desigualdade" e "justiça social" em seu discurso, hoje, para se ter popularidade fácil é só um político colocar os termos "gestor", "fora PT", "não sou político" "esquerdista" e "mercado" em seu discurso.
Nunca foi tão fácil ganhar popularidade enganando a opinião pública. Ou talvez sempre tenha sido."

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Monica de Bolle

Estados-pêndulos (3)

Estados-pêndulos (2)

Estados-pêndulos (4)

Eleição nos Estados-pêndulos....(1)

EUA: ANÁLISE APÓS AS ELEIÇÕES

ELEIÇÕES NORTE-AMERICANAS

Muito disputada as eleições norte-americana, mas a vantagem do Trump já começa a se cristalizar. Infelizmente! Isso sempre me preocupou.
Depois de uma crise devastadora em 2008, diante do grave quadro social, a ascensão de um populista, prometendo mundos e fundos....Um candidato saído de NY, mas amplo apoio das áreas rurais e sulistas mais atrasadas dos EUA...dos racistas, xenófobos, machistas e sexistas....
Trump representa os wasp....˜white, anglo-saxan and protestant˜.
Do outro lado, a favor de Hillary, o eleitor urbano, cosmopolita, bem informado, q sabe onde fica o Brasil e q nossa capital não é Buenos Aires, mas sim BRASÍLIA....não q ela seja uma boa candidata, longe disto...é fraca, sem carisma ou simpatia...mas o q será do mundo com Trump no comando literal das carrapetas da maior potência do mundo? Teremos o retorno da escalada armamentista, o fechamento das fronteiras....o retorno da recessão...
Lembremos que foi Bush que sucedeu Clinton, depois de dois bons mandatos e estragou toda sua gestão fiscal...corremos o mesmo risco agora com Trump substituindo Obama, terminando seu mandato com alta popularidade, acima de 50%, mas com uma candidata fraca....
Incrível se perder para Trump! Impressionante! O candidato cacareco ganha as eleições nos EUA....
E a maior democracia do mundo acaba avacalhada.

LOBO EM PELE DE CORDEIRO....

DEVANEIOS

Governos populistas aqui e acolá. Depois da crise vem as promessas de um mundo melhor...é só fechar as fronteiras, perseguir os imigrantes, dar subsídios para os falcões do Pentágono...e ingressaremos em mais um atoleiro de uma nova guerra, depois dos loucos do ISIS explodirem o Empire State Building. Crise, mais uma crise, qual tal o nosso George W. Bush nos enfiou na virada do século. E todos soltando foguetes só porque o Trump não é Democrata.....tolos! Nem Republicano ele é...ele é apenas um "salto no escuro"....Bom pouso senhores. Amadureçam nas suas análises e saiam dos conceitos pseudo-liberais, free market, q bem podem ter alguma consistência nos modelos, mas acabam se esborrachando no chão (ou nos muros da fronteira com o México) diante da realidade crua dos fatos. Muita bobagem também sai, e aos borbotões, desta turma. Perdi o sono.

SEMPRE É BOM LEMBRAR

Adolf Hitler incendiou o Reichtag e botou culpa nos comunistas...depois obteve a anuência do Parlamento..se tornando Chanceler e depois Furher....foi o caminho livre para criar a maior máquina de destruição e de guerra da história. Trump ganha e passa a comandar o Congresso, com maioria na Câmara dos Representantes e no Senado...querem o caos? Dêem muito poder a um populista....

O RISCO TRUMP

Os mercados estremeceram na semana passada diante da virada na disputa eleitoral dos EUA. Pesquisas mostrando Donald Trump ultrapassando Hillary Clinton e boatos de que o FBI reabriu novas investigações sobre o caso dos emails privados de Hillary acabaram detonando um movimento generalizado de aversão ao risco pelo mundo. Até na reunião do Fomc isto ficou bem claro, depois que a autoridade monetária resolveu aguardar “novas evidências” para decidir sobre a taxa de juros. Acabou embolando a disputa e é extremamente prematuro afirmar qualquer coisa sobre o desfecho das eleições desta terça-feira, dia 8.

Vencendo Trump o que deve acontecer com os EUA, o mundo e, em particular, os emergentes?

Tentemos responder a esta e a outras indagações nas próximas linhas.

Como está a disputa? Está totalmente em aberto, mas com leve vantagem para Hillary. No colégio eleitoral são 538 delegados. Hillary ainda está na frente com 226 e Trump com 180, sendo 132 votos em disputa. Analistas consideram que esta eleição será decidida na Florida, estado com 29 delegados e uma disputa muito acirrada. No placar Hillary teria 46,4% e Trump 46,6%. Outros estados também são considerados importantes nesta reta final, como Pensilvânia, Ohio, Carolina do Norte, Virginia e Wisconsin. Será nestes colégios eleitorais que as eleições serão decididas. Muitos consideram, também, duvidosa a eficácia destas pesquisas divulgadas. Como o colégio eleitoral é bem pequeno e concentrado, é difícil afirmar qual a capacidade destas de prever o quadro final. 

Sobre os candidatos. São dois candidatos à presidência da maior potência do mundo considerados fracos. Talvez a escolha deva recair mesmo sobre os “menos pior”. Enumerando os defeitos, Trump é considerado “intolerante, protecionista e isolacionista”, enquanto que Hillary é “vacilante, arrogante, com fraca oratória (ao contrário de Trump) e pouco simpática”. Não tem carisma nenhum. Por outro lado, pela experiência pregressa, como Secretária de Estado no governo Obama e já conhecedora dos atalhos no Congresso, acaba em vantagem. Para a revista inglesa The Economist, Hillary “é melhor candidata que parece e está mais capacitada para lidar com os desafios da política em Washington”. Já Trump é considerado um outsider, um líder do meio empresarial, e isto pode ser um ponto a favor. Trump caracteriza sua campanha por uma “atitude de ruptura com o mundo político e o establishment”.

Desafios se eleito. São vários, mas um dos principais será transitar pelo Congresso, também em disputa. O partido do presidente eleito precisa controlar ao menos uma das casas do Congresso – Senado ou Câmara dos Representantes – para que as suas reformas possam ser aprovadas. Na Câmara dos Representantes todos os 435 lugares estão em disputa para dois anos, representando os distritos locais. Atualmente, os republicanos controlam esta casa, com 246 cadeiras contra 186 dos democratas. Expectativas indicam que essa deve continuar com os republicanos no dia 8. No Senado, um terço das cadeiras (34), de um total de 100, será renovada. Todos os estados possuem dois senadores. Atualmente, os republicanos controlam o Senado com 54 cadeiras, contra 44 dos democratas e dois independentes.

O que pretendem? Este é um dos “nós da questão”. Pouco sabemos como será o governo Trump, caso eleito. Muitos consideram até “um salto no escuro”. Trump mantém um discurso beligerante, até para as plateias mais conservadoras dos EUA, mas não acreditamos que suas propostas sejam exequíveis. Alguém levaria a sério construir um muro na fronteira com o México? Ou abrir uma guerra comercial com a China? Agora parece claro que ele deve dificultar os fluxos migratórios, tão importantes para atender o mercado de trabalho de baixa renda. No comércio exterior, Trump ameaça também abrir vários contenciosos com a China e os países emergentes. Sua retórica é altamente protecionista, isolacionista, além de beligerante. Ele deve se aproximar de Wladimir Putin e abrir uma “guerra de nervos” com os países muçulmanos. Na gestão da economia comenta-se sobre a proposta de redução de impostos para os ricos e aumento de gastos, em especial, na indústria bélica.

Sobre Hillary, não observamos grandes mudanças em relação às diretrizes do governo Obama, mais parcimonioso nas negociações com o Oriente Médio, menos belicista e afeito a acordos de comércio. Discute-se, inclusive, que o Acordo de Parceria Trans-Pacífico (TPP), antes previsto para fechar neste final de ano, um dos projetos de Obama, deve ser adiado para o novo presidente. O TPP estipula a eliminação de 18 mil taxas que outros países impõem aos EUA e envolve 40% do que é produzido nos EUA. Com Trump, o TPP acabará enterrado, visto que ele é muito mais afeito a chamada “guerra comercial” entre os países. Uma onda protecionista acabará se espalhando pelo mundo. A abertura política com Cuba, por exemplo, acabará afetada.

Impactos Econômicos. Com Trump eleito, um movimento generalizado de venda de ativos pode ocorrer no mundo (sell-off), com a valorização do dólar num primeiro momento e a desvalorização das moedas dos emergentes. O real, por exemplo, pode sofrer forte depreciação em relação ao dólar no curto prazo. Acreditamos, no entanto, que este seria um movimento temporário, voltando depois a um patamar menor. O Fed terá que aguardar um pouco mais para saber quais seriam as políticas de Trump, o que significa a elevação da taxa de juros de curto prazo, precificada para dezembro, mas sendo adiada. Isto até seria bom para o Brasil.


Mesmo assim, a total incerteza política com Trump no poder, jogará o mundo num período de intensa volatilidade. Muitos, por outro lado, acham que a maturidade das instituições nos EUA servirá de contraponto aos possíveis devaneios desastrados do presidente eleito. O próprio sistema político, no chamado balanceamento de forças (checks and balances) trataria de enquadrar Trump. Esta é uma esperança, mas com certeza, ingressaremos num período de muitas incertezas para a economia e a geopolítica global. 

Editorial do Estadão (17/02)

LULA PROMETE O ATRASO: A razia bolsonarista demanda a eleição de um presidente disposto a trabalhar dobrado na reconstrução do País. A bem d...