quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

Fabio Alves

 


Fabio Alves

 FÁBIO ALVES: COM OS ‘HAWKS’ SUMIDOS, É INEVITÁVEL OUTRO CORTE DE JUROS PELO FED?


Com o mercado precificando quase 90% de probabilidade de um corte de 0,25 ponto porcentual dos juros na reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), na próxima quarta-feira, fica muito difícil pensar que o Federal Reserve (Fed) irá tentar surpreender os investidores ao manter a taxa básica inalterada na faixa de 3,75% e 4%. Isso porque nas últimas duas semanas, os dirigentes mais “dove” do Fed foram para o contra-ataque, verbalizando o apoio para um corte de juros já nesta reunião de dezembro do Fomc. Por outro lado, os dirigentes da ala “hawk”, que vinham fazendo barulho em favor de uma pausa no ciclo de corte de juros, ficaram calados e ausentes nas últimas duas semanas, sem desautorizar o movimento daqueles que começaram a advogar em favor da continuidade do afrouxamento monetário pelo Fomc em dezembro. E essa ofensiva fez efeito, empurrando a precificação de um corte de volta como a esmagadora probabilidade na curva de juros. Foi mais o efeito do “Fedspeak” do que propriamente os dados recentes de atividade. Como pretexto, o mercado agarrou-se ao fato de que a taxa de desemprego subiu para 4% em setembro, conforme o último relatório do mercado de trabalho (“payroll”) que foi divulgado pelo Bureau of Labor Statistic (BLS). Entre os dirigentes do Fed que estão em campanha jogando seu apoio a um corte de juros em dezembro estão: os diretores Stephen Miran e Christopher Waller; a presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly; o presidente do Fed de Nova York, John Williams; e a vice-presidente de Supervisão do Fed, Michelle Bowman. Já na ala “hawk”, estão: os presidentes distritais do Fed de Boston, Susan Collins; de Kansas City, Jeffrey Schmid; de St. Louis, Alberto Musalem; e de Chicago, Austan Goolsbee. É importante destacar que, desde as suas declarações na entrevista coletiva a jornalistas, após a decisão do Fomc de outubro, quando disse que um corte em dezembro não era “uma conclusão inevitável”, o presidente do Fed, Jerome Powell, não se posicionou tão claramente sobre em qual lado se encontra no racha do Fomc: se apoia um novo corte de juros ou se votará a favor da manutenção da taxa. “Acredito que os diretores [Michael] Barr, [Lisa] Cook e [Philip] Jefferson votariam em linha com Powell, que não declarou sua visão claramente sobre [a reunião] de dezembro”, diz o economista para EUA do banco JPMorgan, Michael Feroli, em nota a clientes. Feroli voltou a colocar um corte de 0,25 ponto de juros no seu “call” oficial para a decisão do Fomc da próxima semana, diante da ausência de “pushback” (oposição ou rejeição) da ala mais “hawkish” do Comitê. É muito provável que os dados de atividade e as pesquisas de sondagem de sentimento nos Estados Unidos com divulgação prevista nesta semana não acabem mudando muito o patamar de precificação do mercado em relação ao desfecho do Fomc na semana que vem. Como o foco das declarações dos dirigentes do campo “dove”, a favor de um corte de juros em dezembro, tem sido a preocupação com o mercado de trabalho, os únicos dados que eles terão para se guiar serão a criação de vagas no setor privado (elaborado pela ADP), que sai logo mais, e os números de pedidos de auxílio-desemprego, que serão divulgados amanhã. A questão que fica é: por que os dirigentes “hawkish” cruzaram os braços e ficaram calados assistindo aos seus colegas da ala “dove” guiar as expectativas do mercado para uma precificação quase irresistível de um corte de juros na semana que vem? Teriam todos eles chegado a um acordo velado sobre a decisão do Fomc na semana que vem? E com a anuência tácita de Powell? Saberemos essas respostas em breve. (fabio.alves@estadao.com) Fábio Alves é jornalista da Broadcast

QUAEST

 

“Se o brasileiro for às urnas inseguro, vai votar contra Lula”

O novo estudo da Quaest, apresentado por Felipe Nunes no livro Brasil no Espelho, mostra algo inquietante: depois de 26 anos, o Brasil voltou emocionalmente a 1997. O eleitor está novamente com medo — medo da violência, da economia, da instabilidade política — e esse sentimento será o eixo da eleição de 2026. Quem gerar percepção de segurança vence; quem não conseguir, perde. E, segundo Nunes, hoje o brasileiro não se sente seguro, o que abre um enorme flanco para a oposição.

A fotografia do país é paradoxal: somos uma sociedade majoritariamente de centro-direita, mas cheia de ambiguidades. Metade da esquerda é conservadora. Os “liberais sociais” (antigos tucanos) e o “empreendedor individual” — o motorista de aplicativo, a cabeleireira, a manicure — serão o fiel da balança. Esses grupos não acreditam que o Estado produz prosperidade; querem ordem, estabilidade e liberdade para trabalhar.

Nunes afirma com todas as letras: se o eleitor chegar em 2026 com medo, votará contra Lula. O país é punitivista, quer leis duras, mas não é armamentista; quer autoridade e resultados. E o governo Lula tem enorme dificuldade nesse campo, tanto por sua posição histórica quanto por seus movimentos recentes. A estratégia de 2022 não funcionará sem Bolsonaro na disputa. A polarização lulismo x bolsonarismo pesa mais que ideologia — mas isso pode ruir rápido.

👉 Conclusão: a disputa real em 2026 será entre quem entrega segurança e quem desperta insegurança. Estado grande ou pequeno? Mais regulação ou menos? Mais democracia ou risco de ruptura? No fundo, a eleição será decidida por um sentimento simples e brutal: o medo. E hoje ele joga contra o governo.

BDM Matinal Riscala

 *Bom Dia Mercado*


Quarta Feira, 03 de Dezembro de 2.025.


*Acordo abre caminho para o Orçamento*

… Agenda importante nos Estados Unidos testa as apostas de que o Fed voltará a cortar o juro na próxima semana (10), projetadas agora em quase 90% no CME Group. Saem hoje relatório ADP com empregos no setor privado, produção industrial e PMIs de serviços da S&P Global e do ISM. Aqui, sem indicadores relevantes, o mercado reforça as expectativas de queda da Selic em janeiro, que levou o Ibovespa a renovar recorde em 161 mil pontos. As atenções também se voltam para o Congresso, onde a crise com o Planalto não impediu o avanço do projeto que aumenta a tributação de bets e fintechs, nem a votação do Orçamento de 2026, marcada para esta quarta-feira, na CMO.


ACORDO SOBRE EMENDAS – No Valor, o governo e a Cúpula do Congresso chegaram a um acordo para prever no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2026 um calendário para pagamento de parte das emendas parlamentares no próximo ano.


… Uma reunião no final do dia no Palácio do Planalto acertou os termos: o prazo para pagamento será aplicado sobre percentual das emendas. A tendência é que o valor fique em 60% ou 66%. O texto final será apresentado e votado hoje na CMO.


… Esse era o principal obstáculo para a votação do Orçamento, que será votado no plenário amanhã, em sessão marcada por Davi Alcolumbre.


… No primeiro parecer ao PLDO 2026, em setembro, o relator previa que as emendas destinadas à saúde, à assistência social e às chamadas transferências especiais, conhecidas como emendas PIX, teriam que ser pagas até três meses antes da eleição de 2026.


… O governo, que não queria um calendário para o pagamento das emendas, acabou aceitando liberar um percentual sobre o valor.


… Apesar da crise entre o Congresso e o Planalto, as negociações prosseguiram nos bastidores, porque, sem a votação do Orçamento e do PLOA, o pagamento das emendas atrasaria, como aconteceu neste ano, quando o PLOA só foi votado no início de 2025.


OMISSÃO GRAVE – Apesar do acordo sobre as emendas, a temperatura continua alta no Congresso.


… Ao anunciar que cancelou a sabatina do advogado-geral da União, Jorge Messias, nesta terça-feira, Alcolumbre acusou o governo de uma “omissão grave e sem precedente” ao não enviar a mensagem formal da indicação.


… O presidente do Senado voltou a dizer que, ao atrasar o processo, o governo cometeu uma “interferência no cronograma da sabatina”.


… A data para a leitura do relatório estava agendada para hoje, 3 de dezembro, com sabatina e votação em 10 de dezembro, na CCJ e no plenário. A data daria pouco mais de duas semanas para que Messias articulasse os 41 votos necessários para sua aprovação.


… O relator da indicação do Advogado-Geral da União, Jorge Messias, ao STF, o senador Weverton Rocha (PDT), que almoçou com Lula esta semana, disse que o presidente deve entrar em contato com Alcolumbre quando voltar da viagem ao Nordeste.


… Mas interlocutores de Alcolumbre dizem que, no momento, “não há clima” para um encontro com o presidente Lula.


BETS E FINTECHS – A guerra aberta entre o Senado e o Planalto não impediu que a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) aprovasse ontem, por 21 votos a 1, o projeto que aumenta a tributação sobre fintechs, bets e JCP, de autoria do senador Renan Calheiros (MDB).


… Com o projeto original, a Fazenda estimava uma arrecadação de menos de R$ 5 bilhões para 2026, mas com as mudanças feitas no texto, que foi ampliado, a equipe econômica acredita que poderá alcançar R$ 10 bilhões – embora não tenha ainda estimativa oficial.


… As bets, que pagam 12%, serão tributadas em 15% em 2026 e 2027 e, a partir de 2028, em 18%. A tributação do JCP aumenta de 15% para 17,5%. A CSLL de fintechs passa de 9% este ano para 12% no próximo. E para instituições de pagamento, sobe de 15% a 17,5%.


… Como tem tramitação terminativa na CAE, a matéria seguiria direto para a Câmara, mas a intenção do líder do PL no Senado, Carlos Portinho, de pedir para que o projeto seja analisado pelo plenário da Casa pode atrasar o envio à votação dos deputados.


… Há um período de cinco dias úteis para que os senadores apresentem recurso para que haja deliberação do texto no plenário.


… No Valor, a equipe econômica teme que o Congresso use o projeto que aumenta a tributação sobre bets e fintechs para ampliar as exceções à taxação dos dividendos e ao imposto mínimo efetivo que será cobrado das altas rendas.


ANTIFACÇÃO – O governo negocia com o senador Alessandro Vieira (MDB), que relata o projeto Antifacção no Senado, ajustes no texto de sua autoria, mas que foi modificado pelo relator na Câmara, deputado Guilherme Derrite (PP).


… Entre os pontos principais, o Planalto tenta reverter uma mudança que pode tirar dinheiro da Polícia Federal no combate ao crime organizado.


… Se for aprovado pelos senadores com as mudanças feitas por Vieira, o texto voltará para a análise da Câmara.


LULA & TRUMP – Em telefonema a Trump, nesta terça-feira, o presidente Lula defendeu a atuação com os Estados Unidos no combate ao crime organizado, numa tentativa de assumir o protagonismo apropriado pela oposição na questão da segurança pública.


… Em sua rede Truth Social, Trump confirmou que, entre os assuntos discutidos com Lula, esteve “como nossos países poderiam trabalhar juntos para combater o crime organizado”, além de outros temas como o comércio, sanções e tarifas.


… Dizendo estar “ansioso” para ver Lula “e falar com ele em breve”, Trump disse que teve com o presidente brasileiro uma conversa “muito produtiva” e que “acordos muito bons virão dessa parceria recém-formada”. A chamada durou 40 minutos.


… Mais cedo, Trump voltou a dizer aos jornalistas na Casa Branca que “gosta” de Lula.


… A Secretaria de Comunicação Social acrescentou que Lula elogiou a decisão da Casa Branca de recuar da tarifa adicional de 40% sobre produtos brasileiros, mas reforçou que o Brasil deseja “avançar rapidamente” nas negociações sobre outros itens que seguem tarifados.


2026 – Em entrevista à TV Record de Pernambuco, Lula disse que decidirá em março de 2026 se será candidato à reeleição, reconhecendo que a sua idade é um fator a ser considerado. “Tenho que levar em conta que estou com 80 anos e para ser candidato preciso estar 100%.”


… Mas já antecipou que, se estiver como está hoje, “tenho condições plenas para ser candidato à reeleição”.


… Pesquisa Atlas Intel/Bloomberg, divulgada nesta terça-feira, mostrou que Lula ainda venceria todos os candidatos de direita no primeiro e segundo turnos, mas o presidente perdeu pontos na imagem do governo: ruim e péssimo (48,6%) ultrapassou ótimo e bom (44,4%).


… No cenário principal, Lula tem 48,4% das intenções de voto (de 51,3% em pesquisa de outubro), contra 32,5% de Tarcísio (de 30,4% antes).


AGENDA – A expectativa amplamente dovish para o Fed (89,2% x 10,8% no CME Group) será operada hoje por quatro indicadores.


… Às 10h15, a pesquisa ADP deve apontar a criação de 40 mil vagas de emprego no setor privado em novembro, abaixo das 42 mil de outubro. A produção industrial sai às 11h15, com previsão de alta de 0,1% em setembro.


… Na sequência, vêm a leitura final de novembro do PMI/S&P Global composto (11h45) e o PMI de serviços medido pelo ISM (12h), que deve desacelerar de 52,4 em outubro para 51,8 em novembro, pelas estimativas do mercado.


… O petróleo confere às 12h30 os estoques do DoE, com projeção de queda de 1,7 milhão de barris.


… Após fechamento dos mercados norte-americanos, a Salesforce divulga o seu balanço trimestral.


… Na zona do euro, é dia de PPI de outubro (7h) e leitura final de novembro do PMI/S&P Global composto (6h), que também será divulgada na Alemanha (5h55) e Reino Unido (6h30). A presidente do BCE, Christine Lagarde, fala às 10h30 no Parlamento europeu.


ÁSIA HOJE – Na China, o PMI de serviços já saiu, recuando de 52,6 em outubro para 52,1 em novembro, no menor nível em cinco meses, segundo pesquisa divulgada pela S&P Global. O resultado, porém, ficou acima da previsão de 51,2.


… Já o PMI composto chinês diminuiu de 51,8 para 51,2 no mesmo período, tocando o menor patamar em quatro meses. O resultado, no entanto, segue acima da marca de 50, indicando expansão da atividade econômica.


… Também no Japão foi divulgado o PMI composto, que subiu de 51,5 em outubro para 52,0 em novembro, segundo pesquisa final da S&P Global. O indicador permaneceu acima do patamar neutro de 50, ou seja, indicando expansão da atividade.


… O PMI de serviços teve leve alta de 53,1 para 53,2 na mesma comparação, também em território expansionista.


AQUI – O câmbio monitora os dados semanais do fluxo cambial, que o BC divulga às 14h30.


BATENDO DE FRENTE – O Ibovespa acima dos 161 mil pontos pela primeira vez, o real mais apreciado e a perda de prêmios dos juros futuros têm por trás a aposta de que não só o Fed, mas também o Copom, ainda pode vir dovish.


… Galípolo não perde uma oportunidade de corrigir a expectativa de corte da Selic em janeiro, sem que a estratégia tenha conseguido até agora frear a esperança na curva a termo de que dá para o juro começar 2026 caindo.


… Ontem, a produção industrial fraca em outubro deu mais um argumento para o mercado ir para cima do BC. O indicador registrou alta de 0,1% contra setembro, frustrando as apostas de que viria em ritmo mais forte, de 0,3%.


… Amanhã, tem o PIB do terceiro trimestre, que deve crescer 0,2% na margem, menos do que nos três meses anteriores (+0,4%), de acordo com a mediana do Projeções Broadcast, reforçando a atividade menos aquecida.


… Em mais um sinal de desaquecimento, dados da Fenabrave divulgados no final da tarde de ontem indicaram a maior queda das vendas de veículos na base anualizada em três anos e meio, de 5,9% no mês de novembro.


… Pouco sensível às sinalizações de perda de pique da atividade, Galípolo insiste que o BC “não se emociona”, que segue cauteloso com a inflação do setor de serviços, com o fiscal e também com o fôlego do mercado de crédito.


… Na corrente dos que estão com Galípolo, a ex-BC Fernanda Guardado, hoje economista-chefe do BNP Paribas, aponta que um corte antecipado da Selic na reunião de janeiro poderia arranhar a credibilidade do BC.


… Segundo ela, é precisa observar o impacto de medidas que podem estimular a demanda, antes de aliviar o juro. O cenário-base do BNP Paribas contempla o início do ciclo de desaperto apenas na reunião do Copom de março.


… Apesar do conservadorismo do BC, os juros futuros continuam na queda de braço e ontem devolveram prêmio de risco com a produção industrial mais fraca, o dólar em baixa e a moderação dos rendimentos dos Treasuries.


… A aprovação, pela CAE do Senado, do projeto que aumenta a taxação de fintechs, bets e JCP reforçou a percepção de alguma melhora no quadro fiscal de 2026, embora o Executivo ainda precise correr atrás para fechar as contas.


… No fechamento dos negócios, o DI para Jan/27 caiu para 13,570% (contra 13,610% no ajuste anterior); Jan/29 recuou a 12,670% (de 12,757% na véspera); Jan/31 foi a 12,905% (de 13,001%); e Jan/33, 13,040% (contra 13,150%).


… Lá fora, as taxas dos Treasuries também caíram, com o investidor apostando alta no Fed dovish, enquanto Trump praticamente confirmou a escolha de Kevin Hassett, assessor econômico da Casa Branca, como sucessor de Powell.


… Já cotado como favorito pelo mercado, seu nome foi citado por Trump como o “próximo presidente em potencial” do Fed. A expectativa agora é de que a sua indicação não saia mais antes do Natal, devendo ficar para janeiro.


… O retorno da Note de 2 anos recuou para 3,514%, de 3,535% na véspera, e o de 10 anos, a 4,090%, de 4,095%.


SÓ VAI – Sem medo de que o Fed traia a convicção de um corte no juro daqui a uma semana, o dólar voltou mais um pouco, para a faixa de R$ 5,33, antecipando o reforço do fluxo para os emergentes com o carry trade vantajoso.


… Também teria contribuído para o alívio a aprovação no Senado do projeto que altera a tributação de fintechs e bets, especialmente pela ampliação do prazo de isenção para distribuição de dividendos até abril de 2026.


… Essa mudança reduziu a urgência de antecipação de remessas, aliviando a pressão de curto prazo no câmbio.


… O dólar à vista fechou em baixa de 0,54%, a R$ 5,3303, com o real se beneficiando ainda da correção do iene (-0,30%), para 155,82/US$, um dia depois de o presidente do BC japonês não ter descartado alta do juro no dia 19.


… O euro subiu 0,14%, a US$ 1,1626, a libra esterlina fechou estável, a US$ 1,3212, e o DXY teve queda marginal de 0,06%, a 99,357 pontos, com o dólar “particularmente frágil”, segundo o banco ING, diante do Fed relaxado no radar.


… Confiante de que mais uma flexibilização monetária vem aí, as bolsas em Nova York operaram com ganhos moderados e agora acionam a expectativa para a inflação do PCE de setembro, programada para sexta-feira.


… O Dow Jones subiu 0,39%, aos 47.474,46 pontos; o S&P 500 ganhou 0,25%, aos 6.829,37 pontos; e o Nasdaq avançou 0,59%, aos 23.413,67 pontos. Apple subiu 1,09% com o anúncio do novo vice-presidente de IA.


… Intel saltou 8,65% com notícias ligadas ao avanço de seus projetos de inteligência artificial.


… Embalado pelo “combo juros” (esperança de Fed + Copom dovish), o Ibovespa cravou novo recorde duplo: fechou na máxima intraday e no pico de todos os tempos (161.092,25 pontos), em alta de 1,56%, com giro de R$ 24,5 bi.


… Vale teve desempenho sólido, apoiada no clima favorável do Vale Day, em que anunciou redução do guidance de produção e menor Capex à frente, combinação vista como favorável ao caixa e potencializadora de dividendos.


… A mineradora estima produzir 335 milhões a 345 milhões de toneladas de minério de ferro em 2026, contra a previsão anterior de 340 milhões a 360 milhões. No fechamento, a ação subiu 0,82%, negociada a R$ 68,48.


… Petrobras virou para o positivo e fechou nas máximas do dia (PN, +0,69%, a R$ 32,07; e ON, +0,54%, a R$ 33,77), desafiando a queda de 1,14% do petróleo Brent, a US$ 62,45, com as negociações para o acordo de paz na Ucrânia.


… Mas a Rússia afirmou à noite que não houve acordo após cinco horas de reunião com os enviados de Trump.


… Os bancos subiram em bloco, ajudando a bolsa a conquistar a marca inédita. Itaú encerrou na máxima do dia, a R$ 42,22 (+2,23%). Bradesco PN ganhou 1,09% (R$ 19,54); BB, +1,62% (R$ 22,56); e Santander, +2,62% (R$ 34,80).  


… As maiores altas do dia ficaram com CVC (+6,63%), Vamos (+6,46%) e Localiza (+4,74%), enquanto só cinco ações entre as 82 do índice fecharam no negativo, entre elas TIM (-0,74%), Pão de Açúcar (-0,50%) e Gerdau (-0,21%).


CIAS ABERTAS NO AFTER – EMBRAER anunciou conclusão antecipada do programa de recompra de ações aprovado pelo Conselho de Administração em 6 de novembro…


… Programa, que tinha prazo de 12 meses e encerramento previsto para novembro de 2026, foi finalizado após a aquisição da totalidade das ações previstas (10,8 milhões de ações ordinárias). 


PRIO produziu 138,8 mil barris de óleo equivalente por dia no mês de novembro, 54,9% acima da média de produção no mês de outubro, segundo dados preliminares.


ALPARGATAS pagará em 19 de dezembro R$ 1,25 por ação ordinária ou preferencial aos acionistas que estavam na base em 18 de novembro, devido à redução do capital social da companhia em R$ 850 milhões.


ZAMP. CVM aprovou a conversão do registro da empresa de emissor de valores mobiliários da categoria A para categoria B; com a mudança, as ações da companhia deixaram de ser negociadas na B3 a partir desta terça-feira (2).


ENGIE pagará em 23 de dezembro R$ 719,18 milhões a título de dividendos intercalares aprovados pelo Conselho de Administração da companhia em agosto; montante corresponde a R$ 0,8814 por ação.


CEMIG. Subsidiária Cemig SIM concluiu uma reorganização societária com uma subsidiária da Comerc Energia.


BOMBRIL. Justiça de São Paulo homologou plano de recuperação judicial da empresa.

Abertura 0312

 *Abertura: dados de emprego e da indústria dos EUA ajustam apostas para Fed*


São Paulo, 03/12/2025


Por Luciana Xavier e Silvana Rocha*


OVERVIEW. O relatório ADP de empregos no setor privado e a produção industrial de setembro dos Estados Unidos concentram as atenções a uma semana da decisão sobre juros do Federal Reserve. São esperados ainda os índices de gerentes de compras (PMIs, na sigla em inglês) composto e de serviços no Brasil e nos EUA. A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, testemunha no Comitê de Assuntos Econômicos e Monetários do Parlamento Europeu.


NO EXTERIOR. O sinal positivo prevalece nas bolsas antes dos indicadores americanos que devem ajustar as apostas para a política monetária, com decisão do Fed na próxima quarta-feira. A União Europeia acaba de anunciar um acordo histórico para proibir importação de gás russo a partir de 2027. O euro e a libra aceleraram ante o dólar após os PMIs da Europa de novembro. O PMI de serviços da zona do euro superou a previsão, o do Reino Unido caiu menos que o previsto e o da Alemanha desacelerou, mas todos mostram expansão da atividade. O PMI de serviços da China caiu e aponta que a atividade segue em ritmo fraco, diz a Capital Economics. O petróleo sobe após uma reunião entre Rússia e enviados americanos terminar sem acordo para o fim da guerra na Ucrânia. A rupia indiana rompeu o patamar de 90 por dólar pela primeira vez, em meio a atrasos na conclusão de um acordo comercial com os EUA. Em evento ontem, o presidente dos EUA, Donald Trump, se referiu ao assessor econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, como presidente do Fed "em potencial".


POR AQUI. Com a agenda local esvaziada os olhares ficam nos dados dos EUA e o tom positivo das bolsas pode ajudar o Ibovespa. Além disso, a conversa por telefone ontem entre os presidentes Lula e Trump tende a ser bem recebida pelos mercados. Trump disse que eles tiveram uma conversa "muito produtiva" e que "gosta" do presidente Lula. Segundo Trump, foi conversado também que os dois países "poderiam trabalhar juntos para combater o crime organizado" e "sanções impostas a vários dignitários brasileiros". Trump disse estar "ansioso" para ver Lula em breve. O presidente Lula teria dito ao americano que o Brasil espera uma saída diplomática e política para o contencioso entre Washington e Caracas o mais rápido possível. O Senado marcou para quinta-feira a sessão conjunta do Congresso para votação do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2026. Ao mesmo tempo, o mercado também segue atento aos ruídos entre o Planalto e o Congresso.


NA POLÍTICA.O mercado segue atento a uma nova data para a sabatina do advogado-geral da União, Jorge Messias, indicado para ocupar uma vaga no Supremo Tribunal Federal após a que estava marcada para 10 de dezembro ter sido cancelada pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), alegando uma omissão "grave e sem precedente" do governo ao não enviar as informações que compõem a mensagem da indicação. O PL suspendeu as negociações com uma aliança com o ex-presidenciável Ciro Gomes no Ceará após uma reunião convocada para colocar panos quentes na briga pública entre a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e os enteados Flávio, Carlos e Eduardo Bolsonaro. Antes disso, Michelle pediu desculpas aos enteados por ter rejeitado a articulação para apoio a Ciro no Ceará.


AGENDA.


PMIS E RELATÓRIO ADP NOS EUA - As atenções nesta quarta-feira ficam a agenda dos EUA, com o relatório ADP de empregos no setor privado (10h15) e a produção industrial de setembro (11h15). A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, testemunha no Comitê de Assuntos Econômicos e Monetários do Parlamento Europeu (10h30). São esperados ainda os índices de gerentes de compras (PMIs, na sigla em inglês) composto e de serviços no Brasil (10h) e nos EUA (11h45 e 12h).


O QUE SABEMOS.


CORREIOS - O Tesouro Nacional recusou aval a um empréstimo de R$ 20 bilhões aos Correios após bancos oferecerem juros de 136% do CDI, acima do teto de 120% fixado pelo Comitê de Garantias. Com a Selic a 15%, a taxa chegaria a 20,4% ao ano, vista pelo governo como excessiva para uma operação com garantia da União. A decisão trava a negociação enquanto os Correios enfrentam crise severa, com prejuízo de R$ 6,05 bilhões até setembro. O empréstimo seria usado para quitar dívidas, pagar fornecedores, financiar um PDV e investir para recuperar receitas.


EM TESE: A decisão do Tesouro deve ser bem recebida, pois indica disciplina e defesa das garantias da União, evitando operações consideradas caras e arriscadas, mas pode ter pouco efeito nos ativos financeiros. O relator do PLDO de 2026, Gervásio Maia, vai manter o contingenciamento pelo limite inferior da meta e diz não haver pedido para alterar a meta das estatais por causa dos Correios. A Warren avalia que o empréstimo aos Correios elevaria o risco fiscal e defende vender ativos e preservar só serviços essenciais. Analistas alertam que o socorro à estatal pode gerar desgaste ao presidente Lula se a crise se aprofundar, com impacto eleitoral dependente do desfecho e da narrativa em 2026.


OVERNIGHT.


INSS - O presidente Lula afirmou que 3,9 milhões de aposentados já receberam de volta R$ 2,6 bilhões descontados indevidamente por associações envolvidas em fraude no INSS. Ele cobrou punição aos responsáveis. A devolução refere-se a descontos não autorizados feitos entre 2019 e 2024, hoje investigados pela PF.


LICENCIAMENTO AMBIENTAL - A Câmara aprovou a MP 1308, que cria o Licenciamento Ambiental Especial para projetos “estratégicos”, mantendo o modelo trifásico e exigindo EIA/Rima. O Conselho de Governo definirá os empreendimentos abrangidos. A MP inclui obras de rodovias estratégicas e garante assessoria técnica independente a comunidades. Também amplia restrições ao uso da LAC, vedando-a em casos como mineração, supressão relevante de vegetação, remoção de populações, áreas indígenas e regiões de risco. O Greenpeace criticou a aprovação “a toque de caixa” e classificou o LAE como perigoso e favorável a interesses privados.


MASTER - O colegiado da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) rejeitou propostas de acordo que somavam R$ 21,3 milhões feitas por Banco Master, Viking Participações, Daniel Vorcaro, Entre Investimentos e seu diretor Antônio Carlos Freixo Junior. A Entre destacou que o caso ainda não teve decisão de mérito. Auditoria do TJ-AM apontou que o fundo de pensão do Amazonas violou regras internas ao investir R$ 50 milhões em letras financeiras do Banco Master. Já o BRB contratou o escritório Machado Meyer para investigação independente ligada à Operação Compliance Zero, que apura fraudes envolvendo o Banco Master.


AÇÚCAR - A Jalles Machado fechou contrato com o BNDES para acessar crédito de US$ 200 milhões do Programa BNDES Brasil Soberano Crédito Emergencial, anunciou a companhia nesta terça-feira em comunicado. Esse crédito emergencial tem como objetivo apoiar empresas exportadoras de bens que foram diretamente afetadas pela imposição de tarifas adicionais pelos Estados Unidos. Segundo a Jales, os recursos serão destinados à produção e exportação de açúcar orgânico. O empréstimo tem juros de 3,53% ao ano e prazo de carência de 12 meses, disse a Jalles.


IRB -  O Colegiado da CVM  aceitou o acordo, no total de R$ 3,5 milhões, proposto por sete ex-conselheiros do IRB, para encerrar processo sancionador relacionado a falhas no dever de diligência, especialmente quanto aos atos praticados pela diretoria no exercício social de 2019. Os executivos são Alexsandro Broedel Lopes, Marcos Bastos Rocha, Maria Elena Rocha, Pedro Duarte Guimarães, Roberto Dagnoni, Vinicius José de Almeida Albernaz e Werner Romera Süffert, que deverão pagar R$ 500 mil cada.


FENABRAVE - As vendas de veículos caíram 5,9% em novembro ante 2024, maior queda interanual em 3,5 anos, para 238,6 mil unidades. Na margem, houve recuo de 8,5% por efeito de calendário. No ano, o mercado cresce só 1,4%, abaixo da previsão da Fenabrave (2,6% para 2025). As vendas de motos tiveram crescimento de 22,8% na comparação com novembro de 2024. No total, 180,6 mil motocicletas foram comercializadas, conforme balanço da Fenabrave, a associação que representa as concessionárias. Já as vendas de tratores tiveram crescimento de 13,1% em outubro, frente ao mesmo mês de 2024, somando 5 mil unidades. Na comparação com setembro, o número corresponde a uma queda de 17,4%.


PRIO - A Prio reportou que a produção total da companhia em novembro atingiu 138,819 mil barris de óleo equivalente por dia (boed), 54,95% a mais do que em outubro, quando a Prio atingiu 89,584 mil barris. A melhor performance foi a do campo de Frade, com 31,419 mil boed, seguido por Peregrino, com 84.125 mil boed.


J&F - A holding dos irmãos Wesley e Joesley Batista contratou o Citigroup para vender uma fatia minoritária da LHG Mining e busca um sócio estratégico "com conhecimento no setor", segundo fontes. Já há ofertas não vinculantes de grandes mineradoras, fundos de private equity, tradings e siderúrgicas, mas o processo restringe a participação a investidores estrangeiros. A conclusão é esperada no 1º trimestre de 2026.


OI - A Pimco afirmou à Justiça que sempre atuou apenas como gestora, sem controlar a Oi, após ter virado sua maior acionista via conversão de dívidas. A manifestação ocorre após a falência decretada e revertida da operadora e da determinação do TJ para apurar a responsabilidade da gestora. A V.tal apontou a Pimco como corresponsável pela crise, e a firma teve contas bloqueadas. A Pimco diz que nunca deteve ações diretamente, que os fundos foram os acionistas e já venderam tudo, e pede que seja reconhecida sua ausência de responsabilidade.


MARVELL - As ações da empresa de semicondutores Marvell Technology subiam mais de 9% em Nova York, após o fabricante de chips apresentar um guidance dentro das estimativas dos analistas para o trimestre atual. Os papéis chegaram a cair 5% em reação inicial ao balanço.


ZONA DO EURO - O índice de preços ao produtor (PPI) da zona do euro caiu 0,5% na comparação anual de outubro, segundo a Eurostat. O resultado veio em linha com a previsão de analistas consultados pela FactSet. No confronto mensal, o PPI do bloco subiu 0,1% em outubro, também em linha com o consenso da FactSet.


JAPÃO - O PMI composto do Japão subiu de 51,5 para 52,0 em novembro, mantendo-se acima de 50 e indicando expansão. O PMI de serviços avançou de 53,1 para 53,2, também em território expansivo. Segundo Annabel Fiddes, da S&P Global, a alta do setor de serviços continua compensando a leve queda da produção industrial, sustentando a expansão moderada da atividade privada.


AUSTRÁLIA - O PIB da Austrália cresceu 2,1% na comparação anual, em linha com a previsão da FactSet. No terceiro trimestre, avançou 0,4% frente ao trimestre anterior. Segundo Grace Kim, do escritório de estatísticas do país (ABS), o resultado indica estabilidade, com a economia crescendo no mesmo ritmo da população.


COREIA DO SUL - O PIB da Coreia do Sul avançou 1,8% no terceiro trimestre, em comparação com igual trimestre de 2024, de acordo com leitura final do Banco da Coreia (BoK). O resultado veio acima da estimativa de analistas consultados pela FactSet, que previam alta de 1,7%. Na comparação trimestral, o avanço foi de 1,3%.


KREMLIN - Algumas propostas americanas para a resolução do conflito ucraniano, contidas em documentos previamente enviados a Moscou, suscitaram críticas do presidente russo, Vladimir Putin, mas ele concordou com algumas delas, afirmou o assessor presidencial Yuri Ushakov à Interfax.


E NOS MERCADOS.


FUTUROS DE NY - Os índices futuros das bolsas de Nova York operam em alta, com os investidores tentando resgatar um rali de Natal. Agenda do dia traz relatório ADP de vagas criadas no setor privado dos EUA, o que pode trazer ajuste nas expectativas de alívio monetário, já que o relatório do payroll só será divulgado no dia 12, após o encontro do BC americano. Uma reunião no Kremlin entre o presidente russo Vladimir Putin e enviados americanos terminou sem que se chegasse a um acordo para o fim da guerra na Ucrânia. Às 7h13, o futuro do Dow Jones subia 0,22% o do S&P 500 +0,19% e o do Nasdaq ganhava 0,14%.


BOLSAS DA EUROPA - A maioria das bolsas europeias sobe em meio à avaliação de que as negociações sobre a guerra na Ucrânia no Kremlin foram “construtivas”, embora sem avanços concretos. A União Europeia fecha "acordo histórico" para proibir importação de gás russo a partir de 2027. Ações da Merck e Rheinmetall subiam mais de 2% e lideravam o DAX em Frankfurt. Em Madri, a Inditex, dona das redes de vestuário Zara, Bershka e Oysho, avançava mais de 8% após fortes vendas no início do trimestre.  Às 7h13, Londres caía 0,11%, enquanto Paris subia 0,23% e Frankfurt ganhava 0,29%. A bolsa de Madri ganhava 1,55%.


TREASURIES  - Os juros dos Treasuries voltam a recuar na madrugada desta quarta-feira. Mercado assimila notícia de que o governo de Donald Trump cancelou uma série de entrevistas, previstas para esta semana, com finalistas ao cargo de próximo presidente do Federal Reserve (Fed), ao mesmo tempo em que o presidente voltou a sugerir já ter escolhido quem comandará o banco central americano, segundo o The Wall Street Journal. Falta de acordo para colocar fim na guerra da Ucrânia também está no radar. Na sessão, levantamento ADP de vagas no setor privado, índices de atividade medidos pelos gerentes de compra e produção industrial nos EUA podem render ajustes na curva dos Treasuries, enquanto mercado embute 87% de chance de alívio monetário pelo Fed na próxima semana, segundo a ferramenta FedWatch. Às 7h15, o juro da T-note de 2 anos cedia a 3,500% (de 3,514% no fim da tarde ontem), o rendimento da T-note de 10 anos tinha baixa a 4,083% (de 4,090%), enquanto o T-bond de 30 anos estava estável, a 4,747% (de 4,747%).


MOEDAS FORTES -  O dólar recua ante o iene e principais pares europeus, em meio à notícia de que de que o governo de Donald Trump cancelou uma série de entrevistas, previstas para esta semana, com finalistas ao cargo de próximo presidente do Federal Reserve (Fed), ao mesmo tempo em que o presidente americano voltou a sugerir já ter escolhido quem comandará o banco central americano, segundo o The Wall Street Journal. Nome do conselheiro Kevin Hassett segue como o favorito para o posto. Às 7h16, o índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, tinha queda de 0,32%, a 99,03 pontos. O dólar cedia a 155,58 ienes (de 155,82 ienes), enquanto o euro subia a US$ 1,1659 (de US$ 1,1626) e a libra avançava a US$ 1,3287 (de US$ 1,3212).


PETRÓLEO - Os futuros do petróleo sobem após uma reunião no Kremlin entre o presidente russo Vladimir Putin e enviados americanos terminar sem acordo para o fim da guerra na Ucrânia. Mas as conversas foram "úteis" e "construtivas", disse um alto funcionário russo. Além disso, a União Europeia fechou "acordo histórico" para proibir importação de gás russo a partir de 2027. Às 7h16, o petróleo WTI para janeiro subia 1,59%, a US$ 59,57 o barril, negociado na New York Mercantile Exchange (Nymex). Já o Brent para fevereiro, negociado na Intercontinental Exchange de Londres (ICE), ganhava 1,35%, a US$ 63,29 o barril.


BOLSAS DA ÁSIA - As bolsas asiáticas fecharam mistas. Em Tóquio, o Nikkei subiu 1,1%, puxado por ações de semicondutores após o megadeal da Marvell com a Celestial AI, com destaque para os avanços de SCREEN e Lasertec. Em Seul, o Kospi ganhou 1% com o alívio tarifário anunciado pelos EUA, e a HD Hyundai avançou 5,3%. Em Hong Kong, o Hang Seng caiu 1,3%. Na China continental, o Xangai Composto recuou 0,50% e o Shenzhen Composto caiu 0,3%. A China National Uranium disparou 280% em sua estreia na Bolsa de Shenzhen. Em Taiwan, o Taiex subiu 0,8%. Em Sydney, o S&P/ASX 200 fechou em alta de 0,18%.

Bankinter Matinal Portugal

 Análise Bankinter Portugal 


SESSÃO: Putin insinua uma ameaça indireta à Europa, mas o mercado continua a ignorar este risco geoestratégico aberto e os futuros das bolsas vêm a subir ca.+0,2%. Inditex publicou resultados 3T a bater expetativas e a nossa opinião preliminar é positiva (empresa incluída na nossa Carteira Modelo Espanhola de 5 Valores – em espanhol), enquanto Crowdstrike e Okta (cibersegurança) ca.-3% em aftermarket após publicarem bons resultados e guias, batendo expetativas, mas não parecem suficientes para um mercado muito exigente com a tecnologia. Na segunda-feira (1), foi o único dia fraco recente (previamente, 5 sessões em alta consecutivas, ontem subida e hoje parece que também), e provavelmente respondeu à expetativa de que o Japão suba +25 p.b. até  0,75%, a 19 de dezembro… expetativa que provocou um breve sell-off em obrigações e criptos, dando a sensação de que haverá um ponto de liquidez com um pouco de deterioração do carry-trade (realização de liquidez em yens para a investir em obrigações com yields superiores, tipicamente T-Note). Mas foi algo passageiro.


Após uma inflação e um desemprego europeus 1 décima superiores aos esperado, em ambos os casos, (+2,2% e 6,4%) publicados ontem que, no entanto, não debilitaram a bolsa europeia, hoje teremos 3 indicadores macro americanos de relevância média: às 13:15, Inquérito de Emprego ADP (+5k/+10k vs. +42k; que é melhor quanto mais alto o resultado, porque é criação de emprego privado); às 14:15 h, Produção Industrial (0% vs. -0,1%) e às 15 h ISM Serviços (52,1 vs. 52,4). A Produção Industrial é de setembro, portanto perde relevância pelo atraso. O emprego é importante, embora seja uma leitura privada de emprego apenas privado, como o Inquérito ADP. Mais importante do que o habitual pelo atraso na publicação dos números de emprego oficiais, que não sairão até 16 de dezembro. E o ISM Serviços poderá ser considerado “algo importante”, mas passará quase despercebido se sair continuísta, como se espera.

 

CONCLUSÃO: Provável subida “agradável” hoje (+0,2%?), que poderá evoluir em positivo (+0,5%?) se o Inquérito ADP sair bastante bom, porque já está descontado que a Fed irá baixar -25 p.b. até 3,50/3,75%, a 10 de dezembro, e um emprego bom não irá alterar essa expetativa a estas alturas, enquanto dá uma solidez ao fundo macro americano. Esta tendência de recuperações contínuas leva a pensar que não teremos um mercado fraco até sabermos a decisão da Fed e resultados de Broadcom (11), que é o nos parecia mais saudável, mas o posicionamento para 2026 já está em execução e ninguém quer adotar uma estratégia um pouco mais conservadora devido ao FOMO (Fear Of Missing Out). 


FIM

BDM Matinal Riscala

 *Bom Dia Mercado.* Sexta Feira, 26 de Dezembro de 2.025. *Bolsonaro oficializa Flávio e mantém crise* ​ BC divulga nota de crédito de novem...