Caros amigos, bom dia!
Iniciamos as transmissões do BDM Online com o BDM Morning Call, que traz as expectativas da pré-abertura.
BDM Morning Call:
Mercado ajusta-se ao Copom hawkish
… Na volta dos feriados de Corpus Christi no Brasil e de Juneteenth nos EUA, os mercados atualizam as informações da 5ªF, quando o BoE manteve o juro britânico em 4,25% e o BC da Turquia em 46%. Na China hoje, o PBoC também confirmou taxas estáveis em 3,50% para cinco anos e 3% para um ano. No noticiário geopolítico, foi importante a declaração da Casa Branca de que Trump só tomará uma decisão sobre entrar na guerra contra o Irã em duas semanas, o que pode dar um fôlego às tensões no Oriente Médio, após o petróleo ter voltado a subir 3%. Nesta 6ªF, representantes iranianos vão se reunir com líderes europeus, em Genebra. Aqui, os investidores ajustam as suas posições nos juros futuros, depois do Copom hawkish, que subiu a Selic para 15% e alertou que não hesitaria em decidir novos aumentos.
… Correspondendo às expectativas mais conservadoras, o Banco Central decidiu por um ajuste final de 25pbs e, apesar de ter encerrado o ciclo de aperto, teve o cuidado de avisar que pode agir de novo, se necessário, para levar a inflação à meta.
… O tom duro do comunicado tem como objetivo evitar que o mercado passe a precificar cortes precoces da taxa Selic.
… No Estadão, o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez, disse que “o intuito do BC ficou claro: pesar a mão para afastar cenários de cortes de juros precoces na curva. Com uma comunicação tão austera, fica difícil antecipar um ciclo baixista de juros”.
… Para o economista-chefe da G5 Partners, Luis Otávio Leal, o comunicado “dá a entender que a decisão é um fim de ciclo misturado com pausa. Deixa a porta aberta. Se as condições mudarem (para pior), não há um impeditivo para que volte a subir os juros”.
… O Copom defendeu que os juros devem se manter elevados por “bastante” tempo, sinalizando a intenção de manter os 15% até meados do ano que vem, dando especial destaque às expectativas inflacionárias desancoradas – uma tecla que tem batido muito.
… Apressou-se em citar a tensão geopolítica, mas aliviou na avaliação das incertezas fiscais, justamente quando o governo enfrenta muitas resistências às medidas apresentadas pela equipe econômica para cumprir as regras do arcabouço deste ano.
… O único ponto levemente dovish foi ter afirmado que já enxerga “certa moderação” da atividade, de “incipiente moderação” em maio.
… Para o estrategista Sérgio Goldenstein, o comportamento do mercado na abertura desta 6ªF deve ser a clássica resposta a uma postura dura de política monetária: perda de inclinação da curva de juros, quedas das inflações implícitas das NTN-B e valorização do real.
… Nos Estados Unidos, o Fomc não surpreendeu, mantendo as taxas no intervalo entre 4,25% e 4,5%, mas o gráfico de pontos e a fala de Powell consolidaram a aposta de duas quedas do juro este ano, a partir de setembro, com redução de 50pbs neste ano.
… Antes da reunião, Trump voltou a atacar o Fed e cogitou nomear a si mesmo como chefe da autoridade monetária. Já nesta 5ªF, foi além, chamando Powell de “burro” [por não ter reduzido os juros] e dizendo que ele é uma “desgraça americana”.
… Na entrevista após o Fomc, Powell voltou a dizer que o tarifaço deve elevar a inflação no curto prazo e alertou que os efeitos podem ser “mais persistentes” e que “a obrigação do Fed é evitar que um aumento pontual se transforme em problema inflacionário contínuo”.
… Já em relação ao desempenho da economia, as autoridades do Fed esperam que o PIB dos EUA cresça 1,4% neste ano, abaixo dos 1,7% de março. Elas também preveem que o desemprego suba para 4,5%, acima da taxa atual de 4,2%.
… Mais dois Bancos Centrais divulgaram suas decisões de política monetária nesta 5ªF: o BC da Suíça (SNB) zerou a taxa, em novo corte de 25pbs, e o BC da Noruega (Norges Bank), em decisão inesperada, também reduziu o juro de 4,50% para 4,25%.
TARIFAS – Ainda nesta 5ªF, o Canadá anunciou uma série de medidas que prometem proteger os produtores e trabalhadores dos setores de aço e alumínio do país contra as sobretaxas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
… Na primeira medida, prevista para 21 de julho, o governo canadense ajustará suas tarifas retaliatórias sobre esses produtos para níveis consistentes com o progresso em um acordo comercial mais amplo com os EUA. Não foram citados valores ou porcentuais.
… Em outra medida, já a partir do dia 30 de junho, iniciará a implementação de políticas de compras a parceiros comerciais confiáveis que oferecem acesso recíproco a fornecedores canadenses por meios de acordos comerciais.
… Também será maximizado o uso do aço e do alumínio canadenses em projetos financiados pelo governo e definidas cotas tarifárias de 100% para importação de produtos siderúrgicos de parceiros não signatários de acordos de livre comércio.
… A última medida anunciada pelo Canadá é uma linha de crédito tarifário para grandes empresas, no valor de US$ 10 bilhões.
ISENÇÕES NO ALVO – Em entrevista à CNN, o secretário-executivo da Fazenda, Dario Durigan, disse que a Pasta está trabalhando com o Congresso para apresentar uma proposta de revisão de benefícios fiscais na próxima semana.
… O secretário considera legítima a cobrança de revisão de alguns gastos do governo e disse que as medidas já propostas na MP, como a revisão no AtestMed e os benefícios por incapacidade, podem gerar uma economia de R$ 10 bilhões no próximo ano.
… Durigan também destacou a inclusão do Pé-de-Meia no piso da Educação, que pode representar corte de R$ 4 bilhões para este ano e de R$ 10 bilhões para 2026. Para o seguro defeso, também foram propostos ajustes no cadastramento junto às prefeituras.
… O Broadcast apurou que o governo vai propor ao Congresso que os recursos necessários para cobrir o orçamento remanescente do Pé-de-Meia este ano venham do cancelamento de outras despesas.
… Durigan disse confiar no Legislativo para a agenda de revisão de benefícios fiscais, já que a proposta foi feita pelos próprias lideranças. Na sua opinião, é importante que o corte de benefícios seja linear, mas admite que o debate político vai mostrar o que é possível.
… Durigan disse, ainda, ver com “muita preocupação” a derrubada do veto de Lula a uma lei que aumenta o acesso ao BPC, que “já ocupa grande espaço no orçamento e mais essa despesa obrigatória comprime uma série de outras despesas discricionárias.”
… Ele afirmou que boa parte dos congelamentos de despesas reflete o aumento de gastos obrigatórios com o BPC, Proagro e INSS, já que, hoje, entre 25% e 30% do total de concessões de benefícios ocorre via judicial e o crescimento é muito grande.
… No Estadão, o governo projeta o BPC dobrando de tamanho em 34 anos (de 2026 até 2060), a 14,1 milhões de beneficiários, segundo estimativas do Ministério do Desenvolvimento Social anexadas ao PLDO de 2026.
… A sessão conjunta do Congresso, na 3ªF, foi suspensa após os parlamentares derrubarem os vetos ao projeto chamado eólica offshore, que impõe um aumento em torno de 3,5% das contas de luz, e antes que o governo sofresse mais derrotas.
MAIS AGENDA – Nenhum indicador está previsto para esta 6ªF no Brasil e, lá fora, a agenda é mais fraca.
… Na Europa, saem de madrugada as vendas no varejo em maio no Reino Unido e o índice de preços ao produtos (PPI), também de maio, na Alemanha. Na Zona do Euro, a Comissão Europeia divulga a preliminar de junho do índice de confiança do consumidor (11h).
… Nos Estados Unidos, a Baker Hughes atualiza os poços e plataformas de petróleo em operação (14h).
GANHANDO TEMPO – O recado da Casa Branca de que só daqui a duas semanas vai decidir se entrará na guerra tem potencial de levar o petróleo a devolver parte da pressão, se literalmente nenhuma bomba estourar até lá.
… Durante o feriado, a commodity não conseguiu baixar a adrenalina com o conflito no Oriente Médio e saltou para o pico em seis meses, com o contrato do Brent para agosto escalando 2,80%, negociado a US$ 78,85.
… Na máxima intraday, o barril chegou a operar na faixa de US$ 79, cotado a US$ 79,04. Mas na sessão asiática, no final da noite de ontem, o petróleo já corrigia boa parte do que subiu no pregão regular, em sinal de trégua.
… Pelos cálculos da Oxford Economics, uma eventual interrupção das exportações iranianas levará o petróleo para perto de US$ 90 e, no caso extremo de fechamento do Estreito de Ormuz, o barril pode bater US$ 130.
… Antecipando-se aos riscos, o Pentágono estuda redistribuir os navios dos EUA no Golfo Pérsico para reduzir a vulnerabilidade, se o Irã resolver usar sua carta na manga e bloquear a passagem por Ormuz, segundo o NYT.
… Embora a recente alta nos preços da energia e a alta da inflação justifiquem alguma cautela, o BoE sinalizou ontem que pode retomar os cortes no juro já em agosto, depois de ter mantido a taxa em 4,25% nesta 5ªF.
… Com placar dividido, já ontem mesmo, três dos nove integrantes do BC inglês votaram por um relaxamento da política monetária na dose de 25 pontos-base. No entanto, o alívio deve ficar para o início do segundo semestre.
… Na reação inicial ao corte projetado, a libra enfraqueceu, mas até o fim do dia já havia se recuperado, para US$ 1,3468. Também o euro subiu, para US$ 1,1498, apesar de comentário dovish de membro do BCE.
… François Villeroy de Galhau disse ser mais provável que o juro caia nos próximos seis meses do que suba, a menos que a zona do euro enfrente um grande choque, como a escalada do conflito militar no Oriente Médio.
… O índice DXY do dólar caiu ontem para 98,777 pontos. O iene foi negociado em queda, a 145,39/US$.
… Fica hoje a expectativa, por aqui, de gap de alta na abertura dos negócios para o real, que tem tudo para faturar a Selic a 15% e o discurso superhawkish do Copom, neutralizando as esperanças de corte rápido do juro.
… Antes do Copom, na 4ªF, o dólar optou por fechar estável (+0,07%; R$ 5,5009), em clima de esperar para ver, assim como os demais ativos domésticos. Do Fed, não veio novidade e só restou operar no suspense pela Selic.
… Trump também condenou os negócios a operarem em compasso de espera, não dizendo nem que sim e nem que não entraria na guerra. Na dúvida, o investidor seguiu a recomendação de não fazer nada para não errar.
… No fechamento, o DI para Jan/26 marcava 14,870% (de 14,867% no ajuste anterior); Jan/27, 14,250% (contra 14,242% na 3ªF); Jan/29, 13,505% (de 13,552%); Jan/31, 13,660% (de 13,678%); e Jan/33, 13,720% (13,740%).
… Em encontro com jornalistas para marcar um ano de gestão à frente da Petrobras, Magda Chambriard disse ainda ser prematuro avaliar o impacto do conflito entre Israel/Irã no preço dos combustíveis, informou O Globo.
ZEN – Desafeto de Trump, o presidente do Fed continuou exibindo sangue gelado às pressões políticas por cortes de juros e alertou que a política protecionista pode elevar a inflação americana no curto prazo.
… Pela quarta reunião de política monetária consecutiva, o Fed manteve os juros e não mudou os planos de projetar cortes só para o 3Tri, com redução programada de 50pb no ano (provavelmente 25pb + 25pb).
… Com tudo dentro do script, as taxas dos Treasuries caíram de leve. O rendimento da Note-2 anos recuou para 3,934%, contra 3,943% no pregão anterior, e o retorno do título do Tesouro de 10 anos foi a 4,384%, de 4,388%.
… As bolsas em NY fecharam de lado, porque o Fed não disse nada novo e Trump não disse se vai atacar o Irã. O Dow Jones caiu 0,10%, a 42.171,66 pontos; S&P 500, -0,03%, em 5.980,86 pontos; e Nasdaq, +0,13% (19.546,27).
… Sem segurança sobre o que viria do Copom na noite de 4ªF, o Ibovespa foi para o feriado no zero a zero (-0,09%, aos 138.716,64 pontos), com o giro de R$ 32,9 bi turbinado pelo vencimento de opções sobre o índice.
… Hoje, é dia de game de opções sobre ações. Os vendidos já se anteciparam no último pregão à aposta (certa) de que a Selic subiria até 15% e derrubaram os papéis dos bancos, que devem sentir o aperto no crédito.
… Itaú PN (-0,59%, a R$ 36,83) puxou as perdas do setor; Bradesco ON recuou 0,34%, a R$ 14,45; Bradesco PN registrou queda de 0,77%, para R$ 16,76; BB ON perdeu 0,41%, a R$ 21,81; e Santander unit, -0,23%, a R$ 30,08.
… Vale ON caiu 0,33% (R$ 51,24), Petrobras ON, -0,55%, a R$ 35,75; e Petro PN ficou estável (-0,09%; R$ 32,91).
EM TEMPO… BRADESCO aprovou a distribuição de R$ 3 bilhões em JCP intermediários, o equivalente a R$ 0,2701 por ação ON e R$ 0,2971 por ação PN, com pagamento até 31/1/26; ex em 1º/7.
JBS informou que o conselho de administração elegeu, por unanimidade, Wesley Batista como presidente do colegiado e Joesley Batista como vice-presidente. Gilberto Tomazoni foi reeleito diretor presidente da empresa.
PETROBRAS. Magda Chambriard disse na 4ªF que vai fazer “todo o esforço” para o pagamento de dividendos extraordinários, ressaltando que isso vai depender da evolução do petróleo…
… A equipe econômica conta com esses pagamentos extras das estatais para cumprir a meta fiscal neste ano.
PETRORECÔNCAVO. ANP aprovou pedido de retomada das operações nas estações Nova Cassarongongo e Ilhas, localizadas no campo de Cassarongongo, na Bahia.
PRÉ-SAL. PPSA informou ter habilitado 10 empresas para participar, individualmente ou em grupo, do 5º Leilão de Petróleo da União, que será realizado daqui uma semana na B3. As companhias vão disputar 74,5 milhões de barris.
DIRECIONAL ENGENHARIA. O conselho de administração aprovou a emissão de debêntures no valor de R$ 600 milhões, que pode chegar a até R$ 750 milhões. A operação deve acontecer em 15 de julho.
TAESA. Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) emitiu Termo de Liberação Definitivo relativo à energização da LT 230 kv Abdon Batista – Videira C1 e C2 referente à conclusão da instalação da concessão Pitiguari, em SC…
… Com a liberação do trecho, a concessão entrará em operação total, adicionando o valor de R$ 22,2 milhões de Receita Anual Permitida (RAP) para a companhia (referente ao ciclo 2024-2025), adicionado de PIS/Cofins
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