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BDM Matinal Riscala

 Bom Dia Mercado.


Terça Feira, 17 de Junho de 2.025.


Sessão de vetos no Congresso é nova ameaça


… Confirmando as expectativas, o BoJ manteve hoje o juro japonês em 0,5%, na primeira das sete decisões de política monetária previstas para esta semana. Ainda ontem à noite, o petróleo voltava a subir, após Trump alertar à população para deixar Teerã, antecipando sua volta do Canadá. Na agenda dos EUA, são importantes as vendas no varejo e a produção industrial, embora os dados não devam mudar as expectativas de juro estável no Fomc de amanhã. Aqui, o IBC-Br acima do esperado em abril estimulou apostas em nova alta da Selic no Copom, que fecharam o dia precificadas em 60%. Na Câmara, o governo não conseguiu evitar a aprovação da urgência do PDL que pede a derrubada do IOF, mas ganhou tempo para a análise do mérito. Hoje, a preocupação é com a sessão de vetos do Congresso.


… A aprovação do requerimento de urgência do Projeto de Decreto Legislativo (PDL) para derrubar o decreto que aumentou o IOF, ontem à noite, representou uma derrota fragorosa para o Planalto, marcando um placar de 346 votos contra 97.


… Havia a expectativa de a votação ocorrer de forma simbólica, mas a Câmara quis expor toda sua insatisfação com as medidas.


… A boa notícia é que os deputados não avançaram para o mérito, dando tempo ao Planalto para negociar com a liberação de emendas.


… Acordo costurado pelos ministros Rui Costa e Gleisi Hoffmann com os líderes da Câmara deu duas semanas ao governo, antes de levar o PDL à votação. O projeto só deve voltar a ser discutido após os festejos de São João e o Fórum Jurídico de Lisboa.


… No plenário, o presidente da Câmara disse que reforçou a Rui Costa e a Gleisi que o Congresso não vai aceitar alta de impostos, que não defende fazer o ajuste fiscal em cima dos mais pobres, mas também não quer punir “quem produz e gera emprego”.


… Motta também informou aos deputados que o governo se comprometeu a encaminhar um pacote de corte de gastos.


… Hoje, a apreensão é com a sessão do Congresso Nacional, a partir das 12h, que analisará vários vetos do presidente Lula.


… Reportagem do Valor citou as principais preocupações da equipe econômica, que incluem o BPC, reforma tributária, dívida dos Estados, eólicas offshore e até projetos sobre o vírus da Zika e Diabete Mellitus – todos representando alto custo para a União.


… O veto que trata do projeto que regulamenta a produção de energia eólica offshore está sendo monitorado de perto pelo seu impacto fiscal, que pode significar um gasto entre R$ 80 bilhões e R$ 120 bilhões para os cofres públicos nos próximos cinco anos.


… O PL foi vetado em três artigos que previam obrigatoriedade da contratação de usinas térmicas a gás natural com operação mínima de 70% do tempo, prolongamento de contratos de usinas a carvão mineral e aquisição de energia de pequenas centrais elétricas.


… Na lista de hoje, também consta um veto do presidente que exclui pessoas com deficiência leve como elegíveis para receber o BPC, que tem uma trajetória crescente, com 5,7 milhões de beneficiários, e custos que já ultrapassam até mesmo o Bolsa Família.


… Outro tema que causa preocupação são os vetos à pensão vitalícia às vítimas do vírus Zika, no valor de mais de R$ 7,7 mil mensais. Lula vetou ainda um projeto que inclui quem sofre de diabetes mellitus tipo 1 como pessoa com deficiência, portanto, elegível ao BPC.


… Para evitar mais perda de arrecadação, o governo monitora também os vetos do Propag para dispositivos que autorizavam os Estados a reduzirem parcelas de suas dívidas com a União utilizando gastos estratégicos, como obras que cabem ao governo federal.


… Sobre a reforma tributária, o presidente vetou 15 dos 544 artigos da lei que regulamenta o consumo, entre os quais, a isenção de fundos de investimento imobiliário, patrimoniais e do agronegócio de pagar os novos tributos CBS e IBS.


… Lula vetou ainda na reforma tributária, os trechos que incluíam na alíquota reduzida de 60% da CBS e do IBS os serviços de sistemas de segurança, seguro para dispositivos com dados pessoais furtados ou roubados e serviços de ressarcimento de transações bancárias.


CPMI – Na sessão do Congresso, o presidente David Alcolumbre poderá realizar hoje a leitura do requerimento de criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investigará as fraudes no INSS – mais uma frente de desgaste ao governo Lula.


FRONT DE GUERRA – Apesar da escalada das tensões entre Israel e o Irã, o impacto nos mercados permaneceu limitado, nesta 2ªF.


… A expectativa de que o conflito venha a ser contido acomodou as reações. O humor do mercado melhorou após o Wall Street Journal informar que o Irã estaria buscando retomar negociações sobre o seu programa nuclear com a Casa Branca.


… A única condição dos aiatolás seria que os Estados Unidos não entrem na guerra.


… Mais tarde, o próprio Trump exaltou o Irã a se apressar nas negociações, “antes que seja tarde demais”, mas em um segundo alerta, ele pediu a todos para abandonarem Teerã, sinalizando que um novo ataque de Israel seria grave e iminente.


… Na sequência, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, confirmava no X que o presidente iria embora da Cúpula do G7, após jantar com chefes de Estado, “devido ao que está acontecendo no Oriente Médio”.


… Segundo informações da Fox News, Trump solicitou que sua equipe do Conselho de Segurança Nacional o aguardasse na Sala de Crise da Casa Branca, onde ele chegará depois de interromper sua participação na Cúpula do G7 devido à situação no Oriente Médio.


… Em entrevista à emissora, o secretário de defesa dos EUA, Pete Hegseth, afirmou que Trump ainda busca um acordo nuclear com o Irã. “A posição do presidente sobre o objetivo de paz e não envolvimento dos EUA segue inalterada, mas todas as opções estão na mesa.”


… A agência Axios informou que a Casa Branca discute com o Irã a possibilidade de um encontro, ainda nesta semana, entre o enviado americano Steve Witkoff e o ministro do Exterior iraniano, Abbas Araghchi.


… O objetivo seria debater uma iniciativa diplomática sobre o acordo nuclear e o fim do conflito com Israel.


… Para a consultoria Capital Economics, as coisas podem piorar com “alguma disrupção na infraestrutura de exportação de energia”.


… Durante o pregão, quando tudo parecia melhor, impulsionado pelos ganhos em NY, o Ibov reaproximou-se dos 140 mil pontos, o dólar furou os R$ 5,50 e os juros futuros de longo prazo queimaram prêmios, com a menor aversão ao risco no exterior (leia abaixo).


EUA & REINO UNIDO –Ainda em Alberta (Canadá), em entrevista às margens da Cúpula do G7, o presidente Trump e o primeiro-ministro Keir Starmer anunciaram a conclusão do acordo que reduzirá as tarifas sobre produtos dos dois países.


… O compromisso preliminar, fechado em maio, cortou os impostos de importação dos EUA sobre carros, aço e alumínio do Reino Unido em troca de maior acesso ao mercado britânico para produtos americanos, incluindo carne bovina e etanol.


EUA & CANADÁ – Trump e o primeiro-ministro, Mark Carney, concordaram em trabalhar para buscar o fechamento de um acordo comercial entre os dois países em até 30 dias, segundo comunicado do governo canadense.


EUA & UE – Na Reuters, a União Europeia negou rumores de que estaria disposta a aceitar tarifa de 10%.


… Mais cedo, o jornal alemão Handelsblatt afirmou que negociadores de Bruxelas estariam preparados para aceitar essa tarifa fixa para evitar taxação ainda mais elevada sobre carros, medicamentos e eletrônicos europeus.


MAIS AGENDA – O IPC-Fipe semanal abre o dia (5h) e é o único indicador do calendário econômico no Brasil.


… O destaque é o leilão de bloco de petróleo da ANP, entre os quais o da Foz do Amazonas, no 5º Ciclo da Oferta Permanente (10h).


… O presidente Lula participa de reunião do G7, no Canadá, após Trump ter antecipado a viagem de volta aos Estados Unidos. Lula terá reuniões bilaterais com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenski, às 18h30.


LÁ FORA – Na Zona do Euro, o índice ZEW de sentimento econômico deve melhorar em junho (consenso de 35 no Trading Economics).


… Nos Estados Unidos, as vendas no varejo (9h30) devem recuar 0,7% em maio (após +0,1% em abril) e a produção industrial (10h15), que ficou estável em abril, tem previsão de leve expansão (+0,1%).


… Ainda nos EUA, saem estoques das empresas de abril (11h), com previsão de estabilidade (0,00%), após +0,1% em março.


PETRÓLEO – À primeira hora, a Agência Internacional de Energia (AIE) divulga o seu relatório mensal.


… Nesta 2ªF, relatório da Opep reafirmou sua previsão para o crescimento da demanda global pela commodity este ano em 1,3 milhão de barris por dia (bpd), com previsão de alta de 2,9% do PIB mundial (1,7% nos EUA, 4,6% na China e 1% na Zona do Euro).


… A Opep ainda ampliou sua projeção para a oferta de combustíveis líquidos do Brasil em 2025, esperando a alta de 200 mil barris por dia (bpd), para uma média de 4,4 milhões de bpd. No último relatório, a expectativa era de alta de 165 mil bpd.


TÁTICAS DE GUERRA – O mercado reverteu ontem o estresse com relatos de que o Irã queria retomar a negociação do acordo nuclear, desde que os EUA seguissem de fora do conflito e Israel concordasse com cessar-fogo imediato.


… O recuo estratégico intensificou o ritmo de queda do petróleo, que desde cedo já testava uma correção do salto de mais de 7% no pregão da última 6ªF. Devolvendo uma parte do rali, o Brent/agosto caiu 1,35%, a US$ 73,23.


… Embora a retórica agressiva de parte a parte continue em cena, a percepção ontem do investidor era de que o conflito não extrapolaria para a influência direta dos americanos, esvaziando o risco de escalar a nível crítico.


… Além disso, pelo menos até ontem, as instalações mais importantes do setor de energia estavam poupadas dos ataques e o fluxo de transporte de petróleo seguia normal no Estreito de Ormuz, aliviando a gravidade do ambiente.


… A permanecer um cenário de menores hostilidades e retaliações, não devem prosperar as especulações que correram semana passada nas mesas de negócios de que o barril do petróleo possa investir até a marca dos US$ 80.


… Mas o quadro é imprevisível e a volatilidade impera, haja vista a virada de humor na noite de ontem.


… Seja como for, com o petróleo precipitando alguma realização nesta 2ªF, também Petrobras parou de subir. Mas o ajuste em baixa foi considerado limitado, comparado à força exibida pelos papéis da estatal nos últimos dias.  


… O papel PN caiu 0,98% e fechou cotado a R$ 32,21, enquanto a ação ON perdeu 0,17% (R$ 34,92).


… O sinal negativo da Petrobras não comprometeu o otimismo do Ibov com o maior apetite global ao risco. Na máxima intraday, o índice à vista encostou nos 140 mil pontos (139.998). Fechou em +1,49%, a 139.255,91 pontos.


… Os papéis da Vale (ON, +3,26%, a R$ 53,83) foram embalados pelo rápido avanço das vendas no varejo na China em maio (+6,4%) e pela obtenção de licença prévia pela mineradora para o projeto de cobre Bacaba, no Pará.


… Ganhos firmes foram exibidos pelos bancos. Itaú registrou valorização de 1,82%, a R$ 36,83; Bradesco PN subiu 2,15%, a R$ 16,64; Bradesco ON emplacou alta de 1,84%, a R$ 14,37; e Santander unit avançou 0,97%, a R$ 30,09.


… Na esperança de retomada da rodada de negociações sobre o programa nuclear, o Dow Jones subiu 0,75%, aos 42.515,09 pontos; o S&P 500 ganhou 0,94%, a 6.033,11 pontos; e o Nasdaq avançou 1,52%, a 19.701,21 pontos.


… Sob menor apelo defensivo dos Treasuries, o juro da Note de 2 anos foi a 3,972%, contra 3,952% no fechamento do pregão na última 6ªF. O rendimento da Note de 10 anos registrou alta para 4,456%, de 4,409% na sessão anterior.


COPOM INCLINADO – Entre os traders, o placar das apostas ainda continua bem equilibrado, embora com precificação maior (60%) para um aperto adicional de 0,25pp no ciclo da Selic, contra 40% projetando uma pausa.  


… Ontem, o IBC-Br de abril (+0,20%) veio no dobro do esperado e estimulou posições mais hawkish para a política monetária. Depois do “PIB do BC”, a estimativa do mercado para o crescimento do Brasil este ano subiu levemente.


… A mediana para o PIB de 2025 em pesquisa Broadcast melhorou de 2,2% para 2,3%. Para o 2Tri, seguiu em 0,5%.


… A turbulência geopolítica no Oriente Médio é um fator que não estava no script e pode entrar para o debate do Copom, embora ainda seja muito prematuro avaliar o impacto do conflito em potenciais pressões inflacionárias.


… No boletim Focus, divulgado ontem, a novidade foi a desaceleração expressiva nas projeções de inflação para este ano (de 5,44% para 5,25%), embora as estimativas ainda continuem estourando o teto da meta do BC (4,5%).


… De olho na chance de que o Copom suba a Selic para 15% amanhã, a ponta curta do DI começou a semana exibindo viés de alta, enquanto os vencimentos longos acompanharam o alívio global do risco geopolítico.


… O DI para Jan/26 fechou na máxima do dia (14,880%), contra 14,837% no ajuste da sessão anterior; Jan/27 foi a 14,165% (de 14,161%); Jan/29 caiu a 13,465% (13,520%); Jan/31, 13,610% (13,666%); e Jan/33, 13,670% (13,743%).


… Ainda que o Copom faça a opção por deixar a Selic onde está, sem prosseguir com ciclo de aperto monetário para ancorar a inflação e enfrentar a dinâmica fiscal, o que se comenta é que o carry trade continuará bastante atraente.


… Ou seja, não é daí que promete vir qualquer risco maior para o mercado de câmbio. O dólar continuará sofrendo as influências mais diretas do exterior e dos desdobramentos políticos em torno da situação das contas públicas.  


… Pela primeira vez desde outubro, a moeda americana furou ontem os R$ 5,50. Fechou cotada a R$ 5,4855, em queda consistente de 1,03%, diante da suposta intenção do Irã de sentar à mesa para dialogar com os EUA.


… O fôlego de baixa do dólar aqui foi bem maior do que lá fora, onde o índice DXY caiu 0,19%, a 97,998 pontos. O euro (+0,09%, para US$ 1,1561), e a libra (+0,06%, a US$ 1,3582) fecharam estáveis e o iene caiu para 144,80/US$.


EM TEMPO… PETROBRAS assinou três primeiros contratos, no valor de R$ 4,9 bilhões, com a Consag Engenharia para conclusão da construção do Trem 2 da Rnest, em Pernambuco.


BRF optou por fazer abate preventivo de 74 mil aves em Goiás, no intuito de evitar a contaminação pelo vírus H5N1 da gripe aviária, após a confirmação de um caso da doença em Santo Antônio da Barra (GO) na semana passada…


… Empresa informou que os animais abatidos eram saudáveis e estavam em uma granja no município.


ITAÚSA aprovou a distribuição de R$ 650 milhões em JCP, o equivalente a R$ 0,0591 por ação, com pagamento até 29/8.


ALPARGATAS. BlackRock atingiu participação de 4,84% na companhia, passando a deter 16.623.117 de ações PN; conforme dados mais recentes, gestora não detinha participação relevante na empresa.


DIRECIONAL. O conselho de administração aprovou a proposta de distribuição de dividendos intermediários de R$ 346,6 milhões, ao preço de R$ 2 por ação. As ações passam a ser negociadas ex a partir do próximo dia 30.


MOVIDA. A Moody´s atribuiu, pela primeira vez, o rating AA+.br à proposta da 22ª emissão de debêntures a ser emitida pela Movida Participações. A perspectiva é estável. “O rating reflete a nossa visão da qualidade de crédito.”


HAPVIDA. BlackRock reduziu participação na companhia de 5,14% para 4,929%, passando a deter 24.776.232 de ações ON.


TOTVS aprovou a distribuição de R$ 88 milhões em JCP, o equivalente a R$ 0,15 por ação, com pagamento em 7/7; ex em 24/6.


RAÍZEN. Fitch revisou perspectiva para nota de emissor da companhia de estável para negativa, diante do aumento da dívida da empresa e da redução de seu fluxo de caixa…


… Perspectiva para rating nacional foi mantida estável…


… IDR da Raízen e de suas dívidas de longo prazo e em moeda estrangeira e local foi mantido em BB, assim como o rating para as sênior notes com vencimento em 2027, 2034, 2035, 2037 e 2054…


… Agência também manteve o rating de longo prazo da empresa, das debêntures de 2ª e 3ª emissão e das debêntures sem garantia de 4ª e 5ª emissão da Raízen Energia em AAA(bra).

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