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MACRO MERCADOS DIÁRIO 01/06/21 - DIA DE PIB

Dia de PIB e as revisões de projeção para cima seguem ocorrendo. Na pesquisa Focus, o crescimetno neste ano já chega a 3,96%, no ano que vem 2,25%. É o ritmo de vacinações dando sua contribuição. Na trajetória de crescimento do trimestre, projeções, como a do Itaú, indicam expansão em torno de 0,6% contra o trimestre anterior. Acha o bancão que o crescimento do País neste ano pode chegar a 5%, desde que não tenhamos uma terceira onda e a vacinação se intensifique.

Já o OCDE acha que o País deve crescer 3,7% neste ano e 2,5% em 2022, impulsionados pela recuperação do consumo das famílias e os investimentos. Já pelo lado da inflação, trabalha-se com 6,2% para este ano e 4,0% no próximo. Isso será perseguido pelo BACEN atuando de forma mais intensa neste ano, com o juro indo a 5,5% e no ano que vem passando de 6,5%. Ou seja, teremos um ciclo completo, na perseguição do centro da meta de inflação, se não no ano que vem, em 2023.

Neste clima, na segunda-feira, dia de feriados nos EUA e no Reino Unido e baixa liquidez nos mercados, a bolsa paulistana B3 renovou mais uma vez seus recordes, ao subir 0,52%, a 126.215 pontos, terceiro ganho seguido mensal no ano. A alta de maio foi de 6,1%, quase que repetindo março. Em abril, a alta foi de 1,9%. No ano, a alta chega também a 6,0%.

Já o dólar fechou o mês em alta de 0,2%, a R$ 5,2254, no mês em queda de 3,8%, decorrente do spread de juro entre EUA e os emergentes. É a maior queda mensal da moeda norte-americana, frente ao real, desde novembro passado (-6,8%) e depois do recuo de abril (-3,5%).

Afinal, qual é o piso da taxa de câmbio para este ano ? Importante considerar, no entanto, que se os EUA resolverem iniciar seu ciclo de aperto monetário, esta tendência de queda pode reverter.

Todo este bom astral acontece também pela boa evolução das contas públicas em abril, pela arrecadação federal avançar bem, dado o crescimento da economia, e as despesas terem ficado "represadas", pelo atraso na aprovação do Orçamento. Em abril, pelo governo consolidado, o superávit primário foi a R$ 24,2 bilhões e a dívida pública recuou a 86,7% do PIB.

Neste cenário de câmbio acomodado e inflação dentro do controle, a curva de juros perdeu inclinação em maio, com as taxas longas próximas da estabilidade e as curtas em alta, pela antecipação do ciclo de aperto monetário pelo Banco Central, mais agressivo na condução da política monetária (ou mais hawckish).

E isso se dá num ambiente de antecipação para a campanha eleitoral de 2022, com o presidente se movimentando sempre a confrontar e a chamar atenção. Dois fatos amparam esta tese. Um foi resolver aceitar que a Copa América fosse realizada no Brasil, depois da Colômbia e a Argentina terem recusado, decorrente dos riscos de terceira onda do Covid. Outra, foi o ministro Paulo Guedes sinalizar ao Senado de Rodrigo Pacheco, que o presidente não está disposto à deixar tramitar a reforma administrativa, por saber dos seuss custos políticos.

Realmente, qualquer semelhança com o ciclo populista do PT não é mera coincidência. Tanto Bolsonaro, como os ex-presidentes Lula e Dilma, sempre se guiaram pelo populismo, pelas medidas fáceis e paliativas, fugindo sempre de decisões impopulares, mas importantes.

Soma-se a isso o fato de que já existe uma batalha de egos entre Rodrigo Pacheco e Arthur Lira, em busca de protagonismos. Rodrigo parece mais interessado na construção de uma terceira via, Arthur, em viabilizar a candidatura de Jair Bolsonaro. Sua reforma tributária, por exemplo, é tudo menos uma reforma tributária. Totalmente restrita, se torna uma obra de uma só medida, unificar o PIS e o Confins na criação da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS).

No front inflacionário, atenção deve ser dada aos reajustes recentes de gás e energia elétrica. Esta, já em bandeira vermelha 2, pela escassez de água nos reservatórios, nas hidrelétricas, deve se manter forte, com o impacto agora em maio chegando a 0,2 a 0,4 ponto percentual no IPCA anualizado.

Hoje é dia de CPI da Covid e a expectativa é o que será dito pela Doutora Nise Yamagushi, uma das defensoras da cloroquina e do tratamento precoce.


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