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Bankinter Portugal Matinal 3001

 Análise Bankinter Portugal


SESSÃO: As últimas horas foram um pouco fracas para as bolsas, mas o semis aguentaram bem (SOX +0,2%) e as yields das obrigações mantiveram-se mais ou menos estáveis, em níveis não problemáticos (Bund 2,58%; T-Note 4,52%). Isso é o mais importante.  

 

Ontem à noite, a Fed repetiu taxas de juros em 4,25/4,50%, como se esperava, depois de efetuar descidas sem interrupções desde setembro de 2024, e expressou-se mais hawkish/dura, relutante em baixar ainda mais a curto prazo: eliminou do comunicado a menção que a inflação “progrediu” para o objetivo de 2% e destacou que o ritmo de aumento de preços “continua a ser um pouco elevado”. Esta atitude mais fria era que a esperávamos e, na realidade, não acreditamos que voltará a realizar uma descida até setembro deste ano. isso irá apreciar o USD/depreciar o euro inevitavelmente, à medida que o mercado digere esta perspetiva, se não estamos em erro. 

 

HOJE temos PIBs da UE e dos EUA. Mas, principalmente, outra descida de taxas de juros do BCE (13:15 h), -25 p.b. até 2,75/2,90%. O mais importante será a mensagem, para tratar de averiguar o quão decididos estão a continuar a fazer descidas. O tempo corre e a Fed suspendeu as suas descidas, portanto deverão mover-se rapidamente e baixar -50 p.b. agora que ainda podem, mas é improvável que o façam e continuarão fixados em -25 p.b. O mercado já o tem descontado e não acontecerá nada. Mas, pouco a pouco, irão ficando mais frios em relação às futuras descidas, porque a depreciação do euro fará com que a Europa importe inflação e isso é muito perigoso porque pode forçar a subida de taxas de juros no futuro para a neutralizar. 

 

Mais cedo saiu um PIB 4T’24 francês mais ou menos em linha, pelo menos a crescer um pouco: +0,7% vs. +1,2% 3T. E ontem à noite o Brasil continuou com o seu suicídio na frente da política monetária ao voltar a subir taxas de juros (+100 p.b., até 13,25%), porque teme o aumento de uma inflação que está ca.+5% (PIB ca.+4%, que é muito pouco para o Brasil). Às 9 h, sairá o PIB alemão, que está há 5 trimestres em contração e que poderá sair 0% no melhor dos casos. O italiano também será a essa hora; espera-se que aumente até +0,6% desde +0,4%. O da UE, às 10 h: +1,0% desde +0,9% 3T. Depois o BCE, como comentado, e, para fechar o dia, às 13:30 h temos os PIB 4T EUA: +2,6% vs. +3,1%. Os resultados e guias das empresas mais recentes são, em geral, bons (Tesla, Meta, Lam Research, IBM, BBVA… embora Microsoft e Sanofi fracos) e darão apoio a umas bolsas que provavelmente aumentarão um pouco (+0,2%?), também ajudadas pela descida do BCE. Mas pouco, porque se mantém bastante a expetativa, insegura até que se clarifique, tanto da importância de DeepSeek (pouca, mas certamente terminará por ter impacto impulsionador para a IA) como até que ponto a Fed e o BCE podem mudar para uma perspetiva mais relutante a baixar taxas de juros, e que consequências isso tem para as avaliações. Por isso, se HOJE as bolsas subirem um pouco e as obrigações reduzirem um pouco as suas yields, como parece que acontecerá, poderemos considerar-nos satisfeitos. Porque já avisamos na Estratégia 2025, publicada este mês, que convém ter mais cautela, porque o mercado será irregular e lento. 

 

S&P500 -0,5% Nq-100 -0,2% SOX +0,2% ES-50 +0,7% IBEX +1,1% VIX 16,6 Bund 2,58% T-Note 4,52% Spread 2A-10A USA=+31pb B10A: ESP 3,18% PT 2,96% FRA 3,32% ITA 3,66% Euribor 12m 2,535% (fut.2,418%) USD 1,042 JPY 161,4 Ouro 2.761$ Brent 76,6$ WTI 72,7$ Bitcoin +1,4% (105.221$) Ether +1,6% (3.191$). 

 

FIM

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