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MACRO MERCADOS 22/02/21

MACRO MERCADOS Segunda-feira, 22/02/2021   Overview      As sinalizações são muito ruins para o mercado nesta segunda-feira (dia 22). A intervenção do governo Bolsonaro na Petrobras, substituindo um homem do ministro Guedes (Castello Branco), por mais um general, desta vez egresso da Itaipu Binacional (General Joaquim Silva e Luna) e a ameaça de “meter o dedo na energia elétrica” são fatores mais do que suficientes para termos uma semana bem tumultuada. No mercado de ações o movimento é de selloff (vendas fortes). Uma virada acontece na linha de conduta do governo: perde espaço o liberalismo de Paulo Guedes, ganha espaço o velho intervencionismo nacional desenvolvimentista dos militares. Sendo assim, crescem os rumores sobre a saída de Paulo Guedes, um liberal democrata, o ingresso de um ministro ainda mais subserviente ao presidente, além do desmembramento do seu ministério e a saída do presidente do BB, “remanejamentos” de ministérios do Exterior (Ernesto...

O EXEMPLO DE BOTSWANNA, de Alexandre Pieritz

 Como o segundo país mais pobre do mundo ficou mais rico que o Brasil? ⠀ Quando conseguiu sua independência, em 1966, Botsuana era o segundo país mais pobre do mundo. Apesar de ter a extensão territorial da Espanha, o país possuía apenas 12km de estradas pavimentadas, não havia hospitais e universidades e a maior parte da população era analfabeta. No país inteiro, havia apenas 20 pessoas com ensino superior e 100 com ensino médio. ⠀ De lá pra cá, muita coisa mudou: Botsuana foi o segundo país que mais cresceu no mundo. Entre 1966 e 2019, a renda per capita do país cresceu 5,3% ao ano, em média. Um desenvolvimento nessa velocidade permite que um povo dobre seu padrão de vida a cada 13 anos, fazendo com que Botsuana ultrapassasse o Brasil em nível de renda na última década. ⠀ Botsuana é um dos exemplos mais impressionantes de transformações econômicas da era moderna. O primeiro presidente do país, Seretse Khama, teve grande importância nessa história. Negro e casado com uma mulher br...

NOTAS LUSITANAS: O QUE NOS ESPERA

*  Passada a eleição dos presidentes do Congresso , vamos sobrevivendo nesta montanha russa descontrolada de emoções, que se tornou o Brasil. Ora é o presidente a provocar "marolas", ora a mídia, sedenta de sangue, na tese do "quanto pior, melhor". Não tem jeito. Será nesta "disputa" que o País  transitará até 2022. Se é que sobrará algo. A eleição, aliás, parece que já começou. Bolsonaro segue no seu ritmo, gerando fatos, "fale mal, mas fale de mim", mas correndo o risco de inviabilizar seu governo no restante do mandato que lhe resta ou sua reeleição.  * Sobre a tomada de poder dos políticos do Centrão , tanto por Rodrigo Pacheco (MDB) no Senado, como Artur Lira (PP) na Câmara, se serve de consolo, logo em seguida o governo Bolsonaro enviou uma pauta de reformas, ao ver, bem razoável, colocando as reformas como prioridades, como a Administrativa e a Tributária, sem esquecer de tantas outras, como os marcos regulatórios do gás e da cabotagem, e ...

DEBATE ECONÔMICO INTERROMPIDO

Muito se debate na comunidade de economistas. Com razão, boa parte da crise política que vivemos teve origem também nos impasses gerados pelas políticas públicas erradas no final do primeiro ciclo dilmista, entre 2013 e 2014.  Foi o momento em que a heterodoxia (o que quer que isso signifique) teve mais ascendência sobre a "presidenta", sendo obra a explosão na oferta de crédito concedido, o que jogou a dívida bruta nas alturas naquela ocasião. O desafio então era tirar a economia brasileira daquela armadilha de país de renda média com baixo crescimento, movido apenas pelo perene estímulo ao consumo. Se este não se transformasse em investimentos, cairíamos no buraco do sobre-endividamento e da recessão, o que acabou ocorrendo naquele período. Foi o começo do fim do governo Dilma. Se havia alguma governabilidade antes, esta se perdeu a partir dos anos seguidos de recessão ((2014 a 2016).  Nosso intuito neste artigo é tentar delimitar o debate em torno das correntes econômicas ...

E AGORA ?

Fim de papo. Definidas as eleições no Congresso, muitos acham que agora começa de fato o governo de Jair Messias Bolsonaro. A pauta de prioridades, a serem votadas nos parece bem extensa (ver ao fim), mas muitos consideram pendências, pois este governo teve dois anos para fazer passar estas decisões e não passou. Muitos vão argumentar que foi o Congresso de Rodrigo Maia a engavetar muitas destas medidas. Será mesmo? Claro que havia uma "guerra suja" no Congresso pela aprovação de muitas das medidas a serem discutidas e aprovadas, mas observando a agenda pesada no Congresso, tanto na Câmara como no Senado, não dá para achar que apenas um personagem foi responsável pelo atraso ou não avanço destas medidas. Mais parece que o governo não construiu uma articulação responsável e competente para fazer com que estas medidas avançassem no legislativo. Surge então a proposição de que muitas destas ficaram pelo caminho, pelo pouco empenho do presidente em fazê-las avançar. As reformas...

DEBATES INTERMINÁVEIS

Continuamos açodados. Somos um país dividido ao meio e brigando entre extremos. É complicado o uso de uma régua para medirmos estas divergências, totalmente descalibradas.  Será que não acharemos nunca a "medida certa dos fatos"? É por aí que vivemos um pandemonio de versões e opiniões contrárias.  Um dos debates mais infindáveis é o entre economistas heterodoxos, ou keynesiano, e mais "liberais", ou neo-clássicos no Brasil. Estes últimos, mais à favor do livre mercado, os primeiros, defensores do papel mais ativo do Estado numa economia de mercado. Historicamente, o "keynesianismo" surge nos anos 30 para 40, pela necessidade do aumento das despesas fiscais, a impulsionar, via multiplicador fiscal, os investimentos públicos, muitas vezes em grandes obras, gerar emprego e renda, para as pessoas consumirem a fazerem a “roda da economia” girar outra vez. Em poucas palavras, atuaria nas duas pontas, mexer com a carga de impostos, elevando-a ou reduizindo-a, ...

2021 na pressão

A "biruta" dos mercados deu uma endoidada por estes dias. Tanto os ativos globais, como os domésticos volatilizaram fortes, por variadas razões.  No Brasil , o mercado de ações ingressou numa espiral de realizações (seis pregões seguidos de queda do B3) e o dólar deu uma "esticada" a R$ 5,41. Por outro lado, no mercado de juro a curva curta deu uma estabilizada e a longa declinou um pouco. A justificar isso uma leitura mais "dovish" do Banco Central, devendo antecipar o processo de aperto monetário, depois de comunicado da ata do Copom e da retirada do termo "foward guindance" na reunião. Isso reforça a tese de que o juro Selic nominal a 2% ao ano não representa o momento econômico que vivemos. Está claramente fora do equilíbrio. Há, inclusive, no mercado os que consideram a taxa mais apropriada para o momento, com pressões inflacionárias derivadas do câmbio esticada, em algo próximo a 4,5% ao ano.   Neste contexto de ajuste, provocado por es...