Pular para o conteúdo principal

NOTAS LUSITANAS: O QUE NOS ESPERA

Passada a eleição dos presidentes do Congresso, vamos sobrevivendo nesta montanha russa descontrolada de emoções, que se tornou o Brasil. Ora é o presidente a provocar "marolas", ora a mídia, sedenta de sangue, na tese do "quanto pior, melhor". Não tem jeito. Será nesta "disputa" que o País  transitará até 2022. Se é que sobrará algo. A eleição, aliás, parece que já começou. Bolsonaro segue no seu ritmo, gerando fatos, "fale mal, mas fale de mim", mas correndo o risco de inviabilizar seu governo no restante do mandato que lhe resta ou sua reeleição. 

* Sobre a tomada de poder dos políticos do Centrão, tanto por Rodrigo Pacheco (MDB) no Senado, como Artur Lira (PP) na Câmara, se serve de consolo, logo em seguida o governo Bolsonaro enviou uma pauta de reformas, ao ver, bem razoável, colocando as reformas como prioridades, como a Administrativa e a Tributária, sem esquecer de tantas outras, como os marcos regulatórios do gás e da cabotagem, e também as pautas mais polêmicas, de costume, como porte de armas e escola sem partido. 

* Uma boa notícia foi a aprovação da autonomia do Banco Central, Algumas decisões polêmicas, como a vinculação ainda com o CMN, mas como pontos marcantes a definição dos mandatos fixos para os diretores, não coincidindo com o mandato presidencial. Objetivo aqui foi retirar a sintonia entre os mandatos do Executivo e dos diretores do banco. Estes ingressam no segundo ano do governo e saem no segundo ano do mandato seguinte, sob outro governo (ou o mesmo); 

* Lembremos que nos primeiros dois anos iniciais, Jair Bolsonaro pouco se empenhou em levar adiante sua agenda de reformas, diante dos constantes embates com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Pelo menos esta é a impressão que se tem. Neste contexto, cabem algumas considerações. Na batalha da Previdência foi muito mais esforço dos ministros envolvidos, como o da Economia, Paulo Guedes, e o da Justiça, Sergio Moro. Recordemos o "massacre" de ambos os ministros nas comissões temáticas, bombardeados pela oposição, sem apoio dos deputados ou senadores da base envolvidos. 

* A reforma da Previdência, acabou aprovada numa "meia bomba", sem envolver diretamente os maiores causadores para o desequilíbrio, militares e servidores públicos em geral. Foi a possível diante das circunstâncias, não por culpa do ministro envolvido, mas sim pelo baixo empenho da base parlamentar do governo. Claro que Rodrigo Maia também deu sua contribuição, muitas vezes, trancando as pautas. Por outro lado, chamava atenção sempre o fraco empenho do presidente em aprovar as pautas colocadas pelos ministros. 

* E como o governo deve se movimentar ? Qual sua composição de forças para atravessar estes dois anos restantes? Já são recorrentes os comentários que o Bolsonaro deve começar a desmembrar o ministério, criando o Planejamento, recriando a Cultura, o Esporte e a Pesca, abrindo espaço para a turma do Centrão. Estes parecem não querer "sobras", mas ministérios com grandes fatias de recursos, como a Integração Regional, Educação, Saúde. Nestes ministérios as fatias de recursos são maiores. O Centrão está de olho nos mais "apetitosos", claro. O da Agricultura é cogitado, com a ministra Tereza Cristina deslocada para o Itamaraty e o Chanceler Ernesto Araújo indo para a embaixada de Portugal. Pelo menos é isso que circula. O Centrão também não quer saber de Cultura, Esportes ou Pesca, como chegou a cogitar Jair Bolsonaro, atualmente com status de secretarias. 

* Na economia, o auxílio emergencial deve ser anunciado nos próximos dias, fora do teto de gastos. A equipe econômica cogita um crédito extra, com o pagamento de três parcelas de R$ 200, com despesas sob o mesmo mecanismo adotado em 2020 para fazer frente ao combate à pandemia. 




Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Prensa 0201

 📰  *Manchetes de 5ªF, 02/01/2025*    ▪️ *VALOR*: Capitais mostram descompasso entre receitas e despesas, e cresce risco de desajuste fiscal       ▪️ *GLOBO*: Paes vai criar nova força municipal armada e mudar Guarda   ▪️ *FOLHA*: Homem atropela multidão e mata pelo menos 15 em Nova Orleans  ▪️ *ESTADÃO*: Moraes é relator da maioria dos inquéritos criminais do STF

BDM 181024

 China e Netflix contratam otimismo Por Rosa Riscala e Mariana Ciscato* [18/10/24] … Após a frustração com os estímulos chineses para o setor imobiliário, Pequim anunciou hoje uma expansão de 4,6% do PIB/3Tri, abaixo do trimestre anterior (4,7%), mas acima da estimativa de 4,5%. Vendas no varejo e produção industrial, divulgados também nesta 6ªF, bombaram, sinalizando para uma melhora do humor. Já nos EUA, os dados confirmam o soft landing, ampliando as incertezas sobre os juros, em meio à eleição presidencial indefinida. Na temporada de balanços, Netflix brilhou no after hours, enquanto a ação de Western Alliance levou um tombo. Antes da abertura, saem Amex e Procter & Gamble. Aqui, o cenário externo mais adverso influencia os ativos domésticos, tendo como pano de fundo os riscos fiscais que não saem do radar. … “O fiscal continua sentado no banco do motorista”, ilustrou o economista-chefe da Porto Asset, Felipe Sichel, à jornalista Denise Abarca (Broadcast) para explicar o pa...

NEWS 0201

 NEWS - 02.01 Agora é com ele: Galípolo assume o BC com desafios amplificados / Novo presidente do Banco Central (BC) agrada em ‘test drive’, mas terá que lidar com orçamento apertado e avanço da agenda de inovação financeira, em meio a disparada no câmbio e questionamentos sobre independência do governo- O Globo 2/1 Thaís Barcellos Ajudar a reverter o pessimismo com a economia, administrar a política de juros, domar o dólar e a inflação — que segundo as estimativas atuais do mercado deverá estourar a meta também este ano —, além de se provar independente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, são os maiores desafios de Gabriel Galípolo à frente do Banco Central (BC). Mas não são os únicos. Com o orçamento do BC cada vez mais apertado, o novo presidente do órgão tem a missão de dar continuidade à grande marca de seu antecessor, Roberto Campos Neto: a agenda de inovação financeira. Também estão pendentes o regramento para as criptomoedas e um aperto na fiscalização de instituições...