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Despedidas (6)

Uma das coisas em que a duracao da estada aqui faz toda a diferença é a frequência a museus. Nos sempre gostamos muito de museus, mas quando vínhamos a NY de passagem, embora ir ao Metropolitan fosse quase um ritual, algo obrigatório, em paralelo a alguma exposição especial em algum outro, a relacao com os museus muda completamente quando se tem tempo em uma escala diferente. Uma das primeiras coisas que fizemos quando chegamos, em 2015, foi nos tornarmos membros do Metropolitan. O Met sempre foi meu museu preferido. Ele e’ definido como um museu enciclopédico, porque apesar de seu forte serem obras de arte, o museu tem tambem um acervo histórico e cultural muito grande. Desde os anos 80 que visitamos o Museu, na Quinta Avenida, na altura da rua 82, mas ir a museus e’ uma coisa relativamente cara (exceto em Washington, onde os melhores museus sao da cadeia museus nacionais, conhecidos coletivamente como Smithsonian). O Met e’ uma instituição publica nã...

Despedidas (5)

Nesses dois anos, exceto, naturalmente, pelas idas ao Brasil, que contam cada vez menos como lazer, nos praticamente nao viajamos. Muitas razoes para isso. A primeira e’ que, estando em NY, a vontade de ir a outros lugares e’ normalmente menor. Nao se fica entediado aqui, procurando outros lugares para ver. Ha’ um efeito atracao, e’ claro, ha’ outros lugares que da’ vontade de ver ou rever, mas nao ha’ o efeito expulsão, a compulsão de ir para outro lugar para fugir de onde se esta’. Fernanda queria (re)ver outros lugares, certamente nao por tedio de ficar aqui, antes pelo contrario, ela gosta de NY ainda mais do que eu. Quando vivíamos em New Jersey nos anos 80, com uma bolsa do CNPq, as possibilidades de vir a NY eram limitadas. Mesmo assim, nao se passavam muitas semanas antes que Fernanda pusesse uma maca (eu nao tenho acentos, e’ apple aqui) na bolsa, pegasse o trem e viesse passar o dia na cidade (eu tinha menos liberdade por causa das exigências do doutorado)...

Andando por NY

Ainda andando por Manhattan, nosso roteiro mais frequente foi, geralmente aos sábados pela manha, de casa ao Metropolitan nos dias de tempo bom (sem chuva ou nevasca). Sao 7 quadras para oeste e depois cerca de 20 para o norte. Fizemos muitas variantes (subir ou voltar por qualquer uma das avenidas, ainda que Fernanda normalmente preferisse a Madison por causa das vitrines, e eu preferisse a Terceira por causa da padaria do Eric Kayser), mas o mais comum tem sido ir ate’ a Quinta Avenida e subir pela Avenida mesmo, margeando o Central Park ou, quando o dia e’ mais convidativo, entrar por ele mesmo (entrar pelo Central Park encomprida o caminho porque nenhuma das passagens de pedestres avança em linha reta). Dependendo do que víssemos no museu, e do estado das pernas ao final, voltavamos a pe de novo ou de ônibus. Essa caminhada ainda será feita ate’ provavelmente nossos últimos dias aqui. O roteiro das avenidas e’, em si, muito interessante. Da Primeira a Terce...

Despedidas (3). Cardim falando de NY

A rigor, nos não estamos nos despedindo de Nova York, nos estamos nos despedindo de Manhattan. Fernanda ate’ que menos, ja’ andou mais para fora da ilha, um pouco para Astoria, Queens, onde ficam os supermercados que vendem coisas brasileiras, inclusive algumas que ja não encontrávamos no Brasil ha’ anos (como os dadinhos Quarto Centenário: quem for paulista e pelo menos da minha geração sabe do que estou falando), e um pouco, bem menos, pelo Brooklyn. Eu saio da ilha meio arrastado e me lembro de ter feito isto duas vezes nestes dois anos. Uma noite para ir ao BAM (Brooklyn Academy of Music) ver Isabella Rossellini e Jeremy Irons apresentarem uma biografia de Ingrid Bergman), outra para ir a casa de um velho amigo (na verdade, filho de velhos amigos). NY se divide em 5 boroughs: Manhattan, Bronx, Queens, Brooklyn e Staten Island. Staten Island, do outro lado da foz do Hudson, e’ o que menos tem a ver com a cidade, quase nunca se ouve falar e quando se ouve, não é bo...

Despedidas (2) Mais Cardim

O que mais fizemos nesses dois anos, junto com ir a museus, o que fica para depois, foi ir ver jazz. Eu tenho um primo, pianista profissional, que me ensinou o que havia para ser sabido de jazz quando eu era garoto. O problema, naturalmente, era que a maioria, quase todos, dos musicos que eu gosto mais ja morreram faz tempo. Mas ainda sobraram muitos, como Ron Carter, Herbie Hancock, Chick Corea e outros. Por mais de um ano, nos fomos praticamente todas as sem anas a algum clube de jazz. Sao muitos aqui, e, pelo que me dizem muitos amigos, em alguns deles se apresentam músicos promissores. Eu confesso que preferi ver o pessoal que ja cumpriu sua promessa. De longe, nosso lugar mais frequentado foi o Village Vanguard, na Sétima Avenida com 14. E’ o lugar mais importante do jazz aqui em NY. Muito simples, ele se mantém como sempre foi. Nos estivemos aqui, ha’ uns 25 anos atras, e tudo continua igual. Não tem cozinha, apenas um bar, e’ um lugar onde nao se vai para conversar (a não ser e...

Memórias (1) Por Fernando Cardim de Carvalho...

Quando viemos de Lisboa para Nova York, eu fiz uma longa lista de coisas que fizemos ou lugares a que fomos que queríamos não apenas que ficassem na nossa memória, mas que serviriam também como sugestões a quem visitasse Portugal. Agora estamos chegando ao momento de voltar para la’, e pensei em fazer a mesma coisa aqui: comentar sobre a cidade e nossa experiência nela nesses dois anos (a primeira vez que vivemos aqui foi ha’ mais de três décadas, essas memórias ja não valem muita coisa). Nos estivemos aqui, juntos ou separados, a passeio ou a trabalho, quase todos os anos desde que voltamos ao Rio, em 1986 (até hoje a gente se lembra do susto em 1986 de ver quase todo mundo que conhecíamos meio zumbis, impressionados com a figura messiânica do Funaro, o Dilson, não o doleiro amigo do Temer ou do Cunha, ou sei la de quem). Mas a experiência de viver em um lugar e’ muito diferente, mesmo para turistas frequentes. NY e’ uma cida...

DONOS DA TV GLOBO QUERIAM LULA NO PODER EM 2014. SERÁ??

João Roberto Marinho, um dos donos da TV Globo, foi pessoalmente no Instituto Lula conversar com Lula e pedir que ele fosse o candidato em 2014. João Roberto Marinho não foi em seu próprio nome apenas mas em nome da família dona da TV Globo pedir que Lula fosse candidato de novo e que a família daria toda cobertura. e ste é o fato que estava escondido até agora. Todas as críticas de Lula contra a TV Globo sempre foram uma farsa.