quinta-feira, 8 de junho de 2017

Despedidas (2) Mais Cardim


O que mais fizemos nesses dois anos, junto com ir a museus, o que fica para depois, foi ir ver jazz. Eu tenho um primo, pianista profissional, que me ensinou o que havia para ser sabido de jazz quando eu era garoto. O problema, naturalmente, era que a maioria, quase todos, dos musicos que eu gosto mais ja morreram faz tempo. Mas ainda sobraram muitos, como Ron Carter, Herbie Hancock, Chick Corea e outros. Por mais de um ano, nos fomos praticamente todas as semanas a algum clube de jazz. Sao muitos aqui, e, pelo que me dizem muitos amigos, em alguns deles se apresentam músicos promissores. Eu confesso que preferi ver o pessoal que ja cumpriu sua promessa. De longe, nosso lugar mais frequentado foi o Village Vanguard, na Sétima Avenida com 14. E’ o lugar mais importante do jazz aqui em NY. Muito simples, ele se mantém como sempre foi. Nos estivemos aqui, ha’ uns 25 anos atras, e tudo continua igual. Não tem cozinha, apenas um bar, e’ um lugar onde nao se vai para conversar (a não ser enquanto se espera o show começar), vai-se para ouvir. Pequeno, onde se chega descendo escadas que saem da rua e levam ao subsolo, sente-se a vibração (mas nao o barulho) do metro passando embaixo. Vimos grandes músicos la, todos sempre falando na emoção que e’ tocar no Vanguard (em outros lugares, eles agradecem ao publico por ter vindo, essas coisas, no Vanguard parecem agradecer ao clube por aceita-los). Nunca vimos nada la que nao valesse a pena, alguns vezes vimos apresentações inesquecíveis (uma delas vimos Ravi Coltrane tocando seu saxophone ao lado do retrato de seu pai, uma cena em si emocionante). Outros clubes ja ficaram mais comerciais. Tem restaurantes, servem jantar, etc e tal. O Birdland, na W44 e’ dos melhores também. Bons músicos, casa simpática, sem amontoar as pessoas como faz, por exemplo, o Blue Note, onde so fomos quando era mesmo inevitável. McTyner, Herbie Hancock com Chick Corea, e Ron Carter tivemos de ir ver la, porque, afinal, era onde estava tocando. Mas no Blue Note, se bobear vendem entradas ate pro pessoal sentar no seu colo, nos seus ombros, na sua cabeça se voce for careca. Outro gostosinho, como o Birdland, e’ o Jazz Standard. Também espaçoso, com cozinha, mas, como o nome sugere, na maior parte do tempo e’ para standards mesmo, não para jazz. Nos falta ainda conhecer o Jazz at the Lincoln Center. O lugar parece ser muito bonito, mas predominam por la as apresentações de orquestras, o que em jazz não me agrada muito. Mas pelo menos uma vez, se der tempo, e aparecer algum programa realmente atraente, e’ preciso.

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