sexta-feira, 27 de junho de 2025

BDM Matinal Riscala

 Bom Dia Mercado.


Sexta Feira, 27 de Junho de 2.025.


*Mudança da meta entra no debate*


… Dia de PCE nos EUA, o índice de inflação predileto do Fed, que pode dar a Trump mais uma chance de criticar Powell por não reduzir os juros, se vier no consenso, de estabilidade em níveis baixos. Ainda na agenda em NY, é importante o sentimento do consumidor de Michigan e a repercussão da notícia de que Washington já fechou um acordo comercial com a China. Aqui, o IGP-M deve ter forte queda em junho, confirmando a evolução benigna dos preços, após o IPCA-15 surpreender abaixo do esperado. Mas a Pnad Contínua deve mostrar um novo recuo do desemprego, reforçando as pressões do mercado de trabalho. Em SP, Haddad dá entrevista à GloboNews, em meio à derrota do governo com a derrubada do decreto do IOF, que esquenta no mercado o debate da mudança da meta fiscal.


… Reportagem do Valor apurou como opinião consensual de vários economistas que, sem aumento de impostos, é maior a chance de o governo alterar a meta de 2026, fixada em superávit de 0,25% do PIB (R$ 34,3 bilhões), podendo ficar com déficit zero.


… As projeções para o déficit do ano que vem estão em torno de R$ 70 bilhões a R$ 90 bilhões. Apesar de reconhecerem o risco de mudança da meta, não se acredita que o ministro Fernando Haddad deva mexer nisso por ora.


… Já para este ano, há uma convicção de que a equipe econômica conseguirá entregar a meta de déficit zero, mesmo sem o IOF.


… Uma das saídas em estudo é a venda de petróleo do pré-sal em áreas que são contíguas às do regime de partilha na Bacia de Santos e que pode render R$ 15 bilhões este ano. A Câmara aprovou a MP que autoriza o leilão no mesmo dia que derrubou o IOF.


… Na avaliação geral, o foco volta-se agora para a Medida Provisória 1.303, que já foi enviada como parte da reação a um primeiro recuo do governo em mudanças do IOF e que inclui, entre outras coisas, o fim da isenção a títulos isentos, como o LCA e LCI.


… “Se a gente pensar que a derrota no IOF prenuncia a derrota da MP e, se considerarmos que o Congresso está prejudicando o governo com vistas à eleição, aumentam as chances de ganhar força no PT a ideia de mudar a meta”, disse Luis Otavio Leal (G5 Partners).


… Carlos Kawall (Oriz) concorda: “Para este ano, o governo deve cumprir a meta com receitas extraordinárias e algum contingenciamento, mas dadas as dúvidas sobre a MP e a eleição em 2026, acho que aumenta muito a chance de o governo abrir mão da meta.”


… Luciano Sobral (Neo) também vê “grande probabilidade” de a meta de 2026 ser revista, mas disse que o mercado já não está prestando muita atenção nela (e mais na dívida), “desde que o governo começou a excluir coisas do primário para o cálculo da meta”.


… Nos cálculos de Felipe Salto (Warren), mesmo com as receitas adicionais do IOF, a revisão de gastos tributários (ainda não enviada pelo Executivo) e a MP 1303, seria preciso contingenciar de R$ 25 bilhões a R$ 30 bilhões no ano que vem.


… “Sem as receitas novas do IOF e com todas as incertezas em torno das demais medidas, o contingenciamento requerido para cumprir o piso da meta de 2026 (em pleno ano eleitoral) torna-se ainda maior e a probabilidade de mudança da meta é grande.”


… O governo ainda não se manifestou sobre o que pretende fazer após o Congresso romper os acordos, mas, nos bastidores, acirrar essa briga é visto como algo muito perigoso. Alguns ministros pressionam pela judicialização. Lula é quem vai dar a palavra final.


… Em entrevista para comentar a arrecadação, nesta 5ªF, o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, disse que a equipe econômica tem até 22 de julho, quando sai o próximo Relatório Bimestral de Receitas e Despesas, para encontrar uma compensação do IOF.


… Segundo ele, se o governo não conseguir encontrar outras fontes de receita, “naturalmente vai ter contenção ainda maior”. O impacto da decisão do Congresso de derrubar o IOF é estimado em R$ 12 bilhões por técnicos da Fazenda.


… No mercado, não houve reação negativa ao revés sofrido pelo governo, que aumenta os riscos fiscais. Pelo contrário, a bolsa subiu e o dólar furou R$ 5,50, aproveitando o embalo externo e a expectativa de Selic alta, enquanto os juros mais longos caíram (abaixo).


FOI ELE – No Estadão, Davi Alcolumbre é quem esteve por trás do movimento de Hugo Motta de pautar a votação do Projeto de Decreto Legislativo em plena semana das festas juninas, que pegou todo mundo de surpresa.


… O presidente do Senado quis dar um xeque-mate no ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, antigo aliado que virou desafeto. Segundo a jornalista Vera Rosa, não é de hoje que Alcolumbre cobra de Lula a demissão de Silveira, indicado por ele mesmo.


… Os dois romperam após Alcolumbre se sentir traído por Silveira no MME, e o episódio mais recente foi a votação dos vetos de Lula na área de energia, que resultaram em um aumento de 3,5% nas contas de luz e provocaram uma MP de compensação.


… Havia um acordo do Senado com o governo para derrubar os vetos, mas Silveira trabalhou contra e provocou a ira de Alcolumbre, que para atender os lobbies empresariais (e os jabutis) acabou ficando com o ônus da decisão junto à opinião pública.


… Motta atendeu Alcolumbre e, em troca, Alcolumbre votou o aumento do número de deputados, de 513 para 531. É assim que funciona.


MAIS AGENDA – O IGP-M de junho (8h) deve ampliar a queda para 1,04% em junho (Broadcast), após cair 0,49% em maio. As projeções variam de -1,20% a -0,80%. No acumulado em 12 meses, a estimativa indica desaceleração de 7,02% para 5,06%.


… As quedas mais intensas dos preços agropecuários e industriais ao produtor devem contribuir para a forte deflação.


… Às 8h30, o BC divulga a nota de crédito de maio e, às 9h, sai a Pnad Contínua, com a taxa desemprego no trimestre encerrado em maio, que deve recuar de 6,6% (até abril) para 6,3%. Impulsionada pela atividade ainda forte, será a segunda queda no ano.


… O Tesouro divulgará (14h30) o estoque da Dívida Pública Federal em maio, com coletiva às 15h.


… Ainda na agenda, a Aneel define a bandeira da energia elétrica para julho. A ocorrência de chuva em volumes maiores do que os inicialmente previstos ao longo de junho, principalmente na região Sul, altera as perspectivas.


… A maior parte dos especialistas consultados pelo Estadão aponta tendência de acionamento da bandeira amarela, embora alguns ainda trabalhem com o cenário de manutenção da bandeira vermelha patamar 1.


GALÍPOLO – Viaja para Basileia, na Suíça, onde participa da 24ª Annual Conference do Banco de Compensações Internacionais (BIS).


DIOGO GUILLEN – Diretor de Política Econômica do BC participa do Barclays Day in Brazil (11h10).


HADDAD – Ministro tem dois compromissos em São Paulo: às 11, participa de evento aberto na Faculdade de Direito da USP e, às 14h30, concede entrevista ao vivo para a jornalista Andréia Sadi, na GloboNews.


… Em entrevista à Folha, ontem, Haddad citou três cenários em estudo para compensar o IOF: outras fontes de receitas, cortes “para todo mundo” no Orçamento ou ainda recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir a validade do decreto de Lula.


NOS EUA – O índice de preços de gastos com consumo (PCE) de maio é o indicador mais importante da agenda lá fora e será divulgado às 9h30. O consenso para o núcleo é de +0,1% (de +0,1% em abril) e +2,6% na base anual (de +2,5% em abril).


… Às 11h, a Universidade de Michigan informa a leitura final do Índice de Sentimento do Consumidor de junho, que é acompanhado pelas expectativas de inflação em um ano e cinco anos, e, às 14h, a Baker Hughes divulga poços e plataformas de petróleo em operação.


… Mais três dirigentes do Fed falam: John Williams, em conferência do BIS (8h30), e Beth Hammack e Lisa Cook, no Fed/Cleveland (10h15).


SAIU O ACORDO – Como quem não quer nada, Trump disse, nesta 5ªF, que os Estados Unidos assinaram o acordo comercial com a China, na véspera (4ªF). Não deu detalhes, mas fez os comentários durante evento na Casa Branca. “Assinamos com a China ontem.”


… Também o secretário de Comércio americano, Howard Lutnick, confirmou em entrevista à Bloomberg TV que o acordo com a China foi finalizado na 3ªF e assinado pelo presidente Trump. Segundo ele, inclui as discussões sobre terras raras.


… O secretário comentou que 9 de julho continua sendo o prazo final para acordos sobre tarifas recíprocas e que os EUA estão muito perto de um acordo com a Índia. Trump também disse que, “talvez”, fechará um acordo com a Índia “em breve”.


CHINA HOJE – O lucro industrial recuou 9,1% em maio, na comparação anual. O resultado representa um tombo em relação a abril, quando teve alta anual de 3%. No acumulado do ano, a queda é de 1,1% contra igual período/2024.


ASSISTINDO DE CAMAROTE – Ao que tudo indica, como a meta fiscal deste ano não corre risco (só a de 2026), o mercado aproveita para curtir agora o momento de decadência do governo Lula na relação com o Congresso.


… “Parte do mercado leu a derrota do IOF como sinal de que o Congresso começa a abandonar o governo e que Lula, já com a popularidade baixa, não conseguirá a reeleição”, disse ao Broadcast o economista Daniel Miraglia (Integral).


… Neste contexto, o investidor pôde desfrutar ontem da melhora no apetite por risco permitida aqui pela surpresa com o IPCA-15 abaixo do esperado e, lá fora, pela chance de escolha antecipada do sucessor de Powell por Trump.


… O dólar furou R$ 5,50, a curva do DI devolveu prêmio de ponta a ponta, ainda que com maior ênfase nos trechos mais longos, e o Ibov recuperou praticamente tudo o que havia caído na véspera com a manobra de Motta no IOF.


… Confirmando os sinais de que a inflação vai se acomodando, ainda que continue estourando o teto da meta, o IPCA-15 de junho (+0,26%) veio menor do que a mediana das apostas e apresentou uma composição benigna.


… A média dos cinco núcleos desacelerou de 0,40% em maio para 0,31%, resultado inferior à estimativa do mercado, de 0,30%. O índice de difusão também perdeu impulso de um mês para o outro, passando de 66,49% para 57,77%.


… Outra boa notícia foi que o IPCA-15 reduziu o ritmo no acumulado em 12 meses, passando de 5,40% para 5,27%, o que contrata ajustes em baixa nas expectativas do mercado para o boletim Focus, que será divulgado na 2ªF.


… Só não dá para ficar tão otimista, porque a inflação roda ainda 0,77pp acima do limite de tolerância (4,5%). “Paramos de cavar, mas ainda estamos dentro do buraco”, resumiu Luis Otávio Leal (do G5 Partners) ao Valor.


… Na prática, o alívio do IPCA-15 não muda a perspectiva de Selic em 15% por “bastaste tempo”. Mas se também os próximos indicadores de preços continuarem sob controle, vão agitar as apostas sobre o timing de um corte do juro.


… Galípolo não quis dizer ontem, em coletiva sobre o Relatório de Política Monetária (RPM), quanto seria “bastante tempo” para o Copom. Preferiu manter o protocolo, insistindo que o target é ancorar a inflação no centro da meta.


… Pelos cálculos do BC, o IPCA em 12 meses deve seguir acima do alvo central (3%) até pelo menos o 4Tri de 2027.


… É lógico que a Selic não vai demorar todo esse tempo para cair. Mas, no momento, o grande desafio do BC é evitar a todo o custo que o mercado especule sobre cortes prematuros do juro, para vencer a guerra das expectativas.


… No fechamento, o DI para Jan/26 marcava 14,930% (de 14,945% no ajuste anterior); Jan/27, 14,185% (contra 14,233% na véspera); Jan/29, 13,300% (de 13,406%); Jan/31, 13,460% (de 13,559%); e Jan/33, 13,580% (13,665%).


… O dólar à vista encerrou o pregão em queda de 1,02%, a R$ 5,4986, de olho no carry trade da Selic nas alturas.


PEGOU O EMBALO – Sem sustos, a inflação domesticada pela potência da política monetária foi festejada na bolsa pelas ações mais sensíveis ao ciclo econômico, como consumo e construção, que dominaram os ganhos do Ibovespa.


… A liderança do ranking de altas do índice à vista ficou com Azzas 2154 (+5,97%, a R$ 40,82), seguida por Grupo Natura (+4,97%, a R$ 10,99), Vivara (+4,26%, a R$ 25,92), TIM (+4,03%, a R$ 21,67) e MRV (+3,63%, a R$ 6,00).  


… O Ibovespa terminou a sessão com ganho de 0,99%, aos 137.113,89 pontos, e giro de R$ 21,9 bilhões. A bolsa teve como motor adicional o rali da Vale (+3,01%; R$ 52,00), que exibiu força superior ao minério de ferro (+0,64%).


… Ainda entre as blue chips das commodities, Petrobras PN avançou 0,80% (R$ 31,46) e ON subiu 0,74% (R$ 34,22), em linha com a valorização do petróleo, que bem devagar vai deixando para trás o tombo recente de dois dígitos.


… O Brent para setembro completou ontem dois pregões seguidos em alta moderada e foi a US$ 66,69 (+0,39%), tendo como drivers o dólar enfraquecido e a queda informada pelo DoE nos estoques semanais da commodity.


… Quanto ao Oriente Médio, a embaixada do Irã em Brasília informou à noite que o país paralisou temporariamente a colaboração com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e bloqueou inspeção em instalações nucleares.


… Está proibida a entrada do órgão nas principais unidades de enriquecimento de urânio: Fordow, Natanz e Isfahan.


… No NYT, a ONU disse que as centrífugas de Fordow “não estão mais operacionais”, mas que é exagero afirmar que o programa nuclear iraniano tenha sido “aniquilado” após os bombardeios dos EUA e Israel no final de semana.


… De volta ao Ibov, os bancos também contribuíram para a alta da bolsa: Bradesco PN (+0,91%; R$ 16,55); Bradesco ON (+0,84%; R$ 14,31); BB ON (+1,60%; R$ 21,60); e Santander (+0,20%; R$ 29,30). Só Itaú (-0,74%; R$ 36,31) caiu.


O INFLUENCER – As especulações de que Trump pode antecipar a nomeação do sucessor para Powell para setembro ou outubro animaram as bolsas em NY e derrubaram o índice DXY do dólar ao menor nível em três anos em meio.


… Powell não vai sair antes de maio, mas a avaliação que se faz é de que uma escolha precoce do novo nome pode levar o futuro presidente do Fed a se tornar mais influente desde já sobre as próximas deliberações dos juros.


… A Casa Branca respondeu que a decisão sobre quem virá não é iminente, mas que o Trump “tem o direito de mudar de ideia”, enquanto o republicano mantinha a pressão dovish e a sua rotina de ataques contra Powell.


… “Temos que combater esse cara, ele não está fazendo o trabalho”, disse, argumentando que os EUA economizariam US$ 600 bi se o Fed cortasse a taxa em 2pp. Mas as chances de um corte em julho seguem remotas.


… Para Susan Collins, julho é muito cedo, porque o Fed teria só mais um mês para avaliar os indicadores. “Não vejo urgência.” Mary Daly disse nesta 5ªF que “o outono (setembro) parece promissor” para a flexibilização monetária.


… A revisão em baixa do PIB/1Tri dos EUA, de queda de 0,2% para uma retração de 0,5%, reforçou a sensação de que, em algum momento, o Fed mudará seu foco do mercado de trabalho e inflação do tarifaço para o crescimento.


… Confiante de que, nos próximos meses, o BC americano vai começar a se desapegar da abordagem cautelosa e derrubar os juros pelo menos duas vezes este ano, o índice DXY fechou em queda de 0,54%, a 97,147 pontos.


… Com os relatos do desejo de Trump de acelerar o anúncio da sucessão no Fed, o euro subiu 0,39%, para US$ 1,1713, e a libra avançou 0,51%, a US$ 1,3734, ignorando a sinalização do BC inglês de novos cortes de juro.


… O presidente do BoE, Andrew Bailey, disse que a aceleração da inflação criou mais incerteza sobre o cenário de médio prazo, que os juros não estão em um caminho predefinido, mas provavelmente cairão gradualmente.


… Investidores estão apostando em mais dois cortes do juro pelo BoE este ano, de 25pb cada, para 3,75%.


… Nos EUA, a cobrança dovish que Trump não para de fazer, reforçada agora sob a possível nomeação antecipada para o Fed, desencadeou queda na taxa da Note de 2 anos (3,711%, de 3,776%) e de 10 anos (4,240%, de 4,284%).


… Encostados nos recordes históricos, o S&P 500 avançou 0,80%, aos 6.141,02 pontos, a um triz da máxima de todos os tempos (6.144,15 pontos), enquanto o Nasdaq subiu 0,97% (20.167,91 pontos), perto do pico de dezembro.


… Também o Dow Jones registrou valorização firme de 0,94%, a 43.386,84 pontos, animado pelo “próximo Powell”. As bolsas em NY, que mergulharam desde o Dia da Libertação, vão voltando com tudo às suas melhores marcas.


EM TEMPO… Conselho da VALE aprovou, por unanimidade e com parecer favorável do comitê de indicação e governança (CIG), a alteração do Regulamento do Novo Mercado, conforme os 25 itens apresentados pela B3…


… Colegiado de administração da TIM aprovou 19 dos 25 itens da proposta; LOCALIZA aprovou 11; RUMO aprovou seis; e a AZZAS rejeitou todos os itens.


DIRECIONAL aprovou a distribuição de R$ 346,67 milhões em dividendos, o equivalente a R$ 2,00 por ação, com pagamento em 4/7.


COGNA levantou US$ 100 mi com International Finance Corporation (IFC), braço do Banco Mundial para empresas privadas; recursos serão usados para ampliar e modernizar plataforma de educação digital nos próximos três anos…


… Financiamento tem taxa de mercado de CDI + 1,45% e prazo de amortização de seis anos, com pagamento semestral a partir do segundo ano.


YDUQS. Bernardo Augusto Lobão dos Santos renunciou aos cargos de membro do conselho de administração e do comitê de auditoria e finanças para assumir cargo executivo na companhia, com eficácia a partir de 7/7…


… Adicionalmente, como Marina da Fontoura Azambuja, atual diretora de ensino da Yduqs, deixará a companhia, colegiado aprovou a eleição de José Aroldo Alves Junior para assumir cargo de diretor de ensino…


… Silvio Pessanha Neto foi escolhido para assumir cargo de diretor sem designação específica.


ENGIE informou algumas mudanças na diretoria executiva: o atual diretor financeiro e de RI da companhia, Eduardo Takamori Guiyotoku, renunciou ao cargo para assumir a mesma função na subsidiária do grupo Engie no Peru…


… Pierre Auguste Gratien Leblanc foi nomeado para a posição no Brasil…


… Gustavo Henrique Labanca Novo, conselheiro suplente e executivo de carreira, assumirá diretoria de transmissão de energia…


… Guilherme Ferrari, atual diretor de novos negócios, foi indicado para a diretoria de energias renováveis e armazenamento…


… Sophie Quarré de Verneuil, atual diretora de pessoas e cultura, passará a ocupar o cargo de diretora de recursos humanos; Gabriel Mann dos Santos foi nomeado diretor de regulação, estratégia e comunicação…


… Luciana Moura Nabarrete renunciou ao cargo de diretora de pessoas, processos e sustentabilidade para assumir a posição de diretora-presidente da Engie Soluções de Operação e Manutenção (ESOM).

Recomendo

 O portuga mandou muito bem nesse artigo.

No português de Portugal palestiniano = palestino. 

Por: João Antas de Barros 

Gestor e produtor de vinhos. Cabeça de lista pela Iniciativa Liberal no distrito de Viseu.


“Os Filisteus”

O problema de Israel, para as esquerdas atuais, não é o que faz de mal, é o que faz de bem. É o seu sucesso que incomoda. É o seu direito a existir que desafia décadas de dogmas ideológicos.

25 jun. 2025


Há expressões que se tornam ironicamente proféticas. “Filisteus”, termo originalmente usado para descrever um povo do mar que, no início do primeiro milénio a.C., se instalou na faixa costeira sudoeste de Canaã, tornou-se sinónimo, séculos depois, de ignorância cultural e boçalidade ideológica. 


A coincidência, neste caso, não é apenas semântica. É histórica. E profundamente política.


Hoje, “os Filisteus”, ressurgem, não como povo, mas como farsa ideológica. A causa “palestiniana” tornou-se o fetiche favorito das esquerdas globalizadas, um constructo tão frágil quanto conveniente, sustentado por mitos históricos, negação factual e uma retórica visceralmente anti-israelita. Não se trata de apoiar um povo. Trata-se de odiar um Estado. Não é solidariedade, é ressentimento.


A Palestina, enquanto entidade nacional, nunca existiu. É isso mesmo, nunca. A designação “Palestina” foi cunhada pelos romanos no século II d.C., após a destruição do Segundo Templo de Jerusalém em 70 d.C. e a repressão da revolta de Bar Kokhba em 135 d.C. Roma, no seu zelo imperialista, decidiu apagar a presença judaica rebatizando a Judeia como “Syria Palaestina”, numa tentativa de erradicar até o nome do povo que teimava em sobreviver. A escolha do nome, alusiva aos antigos filisteus, entretanto já extintos, foi uma provocação calculada.


Durante séculos, “Palestina” foi apenas uma designação geográfica e administrativa, sob os bizantinos, sob os califados islâmicos, sob o Império Otomano e sob o Mandato Britânico. Jamais existiu como nação, Estado ou sequer projeto político autóctone. Não há reis da Palestina. Não há moeda da Palestina. Não há tratados da Palestina. Não há sequer uma revolta “palestiniana” anterior à criação de Israel. 


Até meados do século XX, os “palestinianos” eram, aliás, tanto judeus como árabes da região.


A nacionalização do termo “palestiniano” é uma invenção moderna, e politicamente oportunista, nascida em resposta à criação de Israel em 1948 e instrumentalizada ao longo das décadas seguintes para servir uma agenda pan-árabe e, mais tarde, pan-islamista.


Seria possível respeitar o sofrimento de populações árabes deslocadas ou o drama de Gaza sem cair na armadilha da falsificação histórica? 


Em teoria, sim. Na prática, a causa “palestiniana” tornou-se o cavalo de Troia perfeito para os rancores ideológicos do Ocidente progressista.

A esquerda, essa mesma que outrora combatia teocracias, defendia sociedades abertas e se orgulhava de ser antitotalitária, rende-se hoje a slogans de rua onde “do rio ao mar” se torna apelo codificado à destruição total de Israel. Há muito que a solidariedade se transfigurou em militância cega. Não contra a opressão, mas contra o “império sionista”. Não em nome da paz, mas em nome da purga.


Os mesmos que se calam perante o massacre de uigures na China, dos mortos no Sudão ou a repressão de mulheres no Irão, são os primeiros a empunhar bandeiras “palestinianas” em Paris, Lisboa ou Londres. Não por amor à Palestina, mas por desprezo a Israel. Porque Israel, laico, democrático, moderno e ocidental, representa tudo aquilo que detestam, sucesso capitalista, identidade judaica resiliente e uma sociedade livre no meio do caos autoritário que rodeia o Médio Oriente.


Há um dado perturbador, o antissemitismo já não se esconde sob cruzes swastikas, mas sob kefiyas e hashtags. Quando académicos universitários se apressam a “descolonizar” o currículo, mas não reconhecem o direito de um povo com 3 mil anos de história à sua autodeterminação nacional, estamos perante um fenómeno claro, o “anti-israelismo” como forma reciclada de ódio ao judeu.


Não é coincidência. É reincidência. O mesmo ódio milenar que acusava os judeus de deicídio ou avareza é hoje traduzido em cartazes que falam de “genocídio sionista” e “apartheid israelita”, distorções grotescas que servem um único fim, demonizar, deslegitimar e, se possível, destruir.


Israel é, para muitos, um incómodo. Um Estado que sobreviveu a guerras múltiplas, boicotes, terrorismo, isolamento diplomático e campanhas mediáticas constantes. Um Estado que, ao contrário dos seus vizinhos, não massacra minorias religiosas, não impõe a sharia, não censura a imprensa, não encarcera opositores políticos. Um Estado que tem árabes no parlamento, mulheres no exército, direitos LGBTQ protegidos por lei e prémios Nobel na prateleira.


O problema de Israel, para as esquerdas atuais, não é o que faz de mal, é o que faz de bem. É o seu sucesso que incomoda. É o seu direito a existir que desafia décadas de dogmas ideológicos. Israel é a única democracia funcional da região e, para muitos, isso é imperdoável.


A retórica “palestiniana”, nas mãos da esquerda contemporânea, é uma arma de arremesso, não contra a ocupação, mas contra a existência.

 Os novos Filisteus não vêm do mar, mas da ignorância militante. Têm cara de ativista de ONG, de colunista de jornal progressista ou de eurodeputado com uma bandeira preta, branca, verde e vermelha. Mas o seu objetivo é o mesmo de outrora, apagar Israel do mapa.


É tempo de desmascarar a fraude. A causa “palestiniana”, tal como propagada hoje, é menos sobre justiça e mais sobre destruição. Menos sobre autodeterminação e mais sobre negação. E os que a promovem, em nome da moral, fazem-no com a cegueira fanática dos verdadeiros Filisteus, os originais, sim, mas revistos e atualizados pela ideologia do ódio disfarçado de compaixão.


“Veritas filia temporis” – A verdade é filha do tempo. E o tempo, implacável juiz da história, vindica aqueles que se mantêm fiéis aos factos contra as fantasias ideológicas.

quinta-feira, 26 de junho de 2025

Contra o Estado

 Contra o Estado, G.K. Chesterton 


O livro traz transcritos dois grandes debates públicos do grande escritor e pensador inglês do século XX em face de dois titulares de Prêmio Nobel de literatura. Daí a ênfase na genialidade de Chesterton (1874-1936) diante de Bertrand Russel (1872-1979), filósofo já celebrado desde o início do século, e Bernard Shaw (1856-1950), dramaturgo de renome internacional, premiados com o Nobel em 1950 e 1925 respectivamente. 

Na época em que o debate público não se cingia apenas aos círculos acadêmicos e políticos de universidades e Parlamento, mas era abrangente e frequente através da intermediação de uma imprensa e rádio como veículos de alta cultura e não apenas de narrativas de grupos de interesses e entretenimento vulgar. Uma imprensa com ideais para além de opiniões a vender.

Ambos os debates, transcritos em livro, ocorreram com transmissão ao vivo pela BBC, em 1927, com Bernard Shaw sobre a propriedade privada e coletiva e o papel do Estado, e com Bertrand Russel, em 1935, sobre a educação pública e privada, ou “Quem deve criar os nossos filhos?”, este já um ano antes do prematuro falecimento de Chesterton.

Aqui vale a pena ter em perspectiva que o grande debate público da época não se restringia apenas as concepções socialistas e capitalistas que caracterizaram a política mundial com a ascensão do sistema comunista soviético a partir de 1905 e 1917, e a consolidação do livre mercado norte-americano com a proteção da competição instituída pelo Sherman Act de 1890. Na verdade, duas concepções bem diversas do princípio da liberdade de iniciativa e do papel do Estado na economia resultaram na terceira via do distributismo como um forte divisor de águas, muito antes das propostas da social-democracia ou da democracia cristã do continente europeu. Todavia se exauriu no transcurso do século com a polarização crescente entre as figuras retóricas do capital x trabalho. 

A doutrina distributivista até a escalada da segunda grande guerra ainda era polo de uma fértil crítica, tanto da centralização da economia planejada pela burocracia do Estado, quanto da concentração ilimitada da renda capitalista. Como vemos, uma questão essencial do conceito de liberdade da ação humana versus as garantias de justiça e equidade como objetos da filosofia política desde a Antiguidade clássica. Tenhamos em tela a recém-editada encíclica Rerum Novarum pelo papa Leão XIII, de 1891, que se consolidou como “doutrina social da Igreja” em 1931, com a encíclica Quadragesimo Anno, do papa Pio XI. Estas, por sua vez, inspiradoras da tese distributivista do economista, crítico, historiador e poeta franco-inglês Hilaire Belloc (1870-1953), lançada pela sua obra O Estado servil, de 1912, e razão da grande admiração e amizade do próprio Chesterton.

Se o primeiro debate com Russell a questão da extrapolada competência do Estado na própria educação das crianças é desmontada pela denúncia de uma simples falácia de espantalho por Chesterton, uma vez que a garantia da sobrevivência física dos futuros cidadãos não abrange a formação do caráter como expressão de virtudes que só aos pais naturais compete prover a seus filhos, no debate com Shaw a questão se amplia incomparavelmente, uma vez a centralidade da propriedade dos meios de produção, das terras de plantio, dos mares dos pesqueiros, da caça das florestas e das minas de minérios nobres, até instrumentos, equipamentos e cabedais dos mestres de artes, profissionais liberais e prestadores de serviços. 

O resumo final de Chesterton é de uma clareza e simplicidade luminares quando, se referindo a Bernard Shaw, conclui que, se a proposta de distribuição do grande autor fabiano inglês é relativa à riqueza, a sua proposta como conservador e cristão, ao contrário, é a de distribuição do poder. 

Trata-se, enfim, de mensagem bastante oportuna para países que, pela omissão de elites ignorantes ou interessadas apenas em acumulação de riqueza, acabam por aumentar o déficit de cidadania do povo para fazer frente aos sanguessugas do estamento burocrático incrustrados nas tetas do estado. 


Rio de Janeiro, Flamengo, 23 de junho de 2025

BDM Matinal Riscala

 *Rosa Riscala: Sem emendas, Congresso rompe acordo*


… A leitura final do PIB/1Tri é destaque entre os indicadores nos EUA, onde a agenda inclui ainda a fala de quatro dirigentes do Fed e uma entrevista “interessante e irrefutável” do secretário de Defesa, Pete Hegseth, como anunciou Trump, no esforço para dissipar dúvidas sobre os danos […]


… A leitura final do PIB/1Tri é destaque entre os indicadores nos EUA, onde a agenda inclui ainda a fala de quatro dirigentes do Fed e uma entrevista “interessante e irrefutável” do secretário de Defesa, Pete Hegseth, como anunciou Trump, no esforço para dissipar dúvidas sobre os danos causados pelos ataques americanos às instalações nucleares do Irã. Aqui, o dia é cheio: IPCA-15, arrecadação da Receita, o resultado primário do Governo Central, o Relatório de Política Monetária do BC, com entrevista de Galípolo (11h), e a repercussão da derrota expressiva do governo Lula com a derrubada das medidas que elevaram o IOF. O PDL passou na Câmara, com placar de 383 votos contra apenas 98, e no Senado. Essa foi a primeira vez que um Projeto de Decreto Legislativo foi aprovado desde o governo Collor.


… Incluída na pauta da Câmara no final da noite de 3ªF, e comunicada por um tuíte de Hugo Motta no X, a proposta foi aprovada em meio a um crescente descontentamento com decisões da equipe econômica e, principalmente, à demora na execução de emendas.


… Deputados e lideranças governistas, e o próprio Planalto, foram pegos de surpresa e acusaram Motta de não ter avisado a mudança na agenda de votações e a escolha de um representante da oposição para a relatoria, o deputado Coronel Chrisóstomo (PL).


… “Fizemos uma reunião de seis horas e todos saíram satisfeitos. Isso [a votação do projeto] foi decidido às 23h30, meia-noite, quando o presidente da Câmara colocou que pautaria hoje. É uma sessão virtual”, disse o líder do governo no Senado, Jacques Wagner (PT).


… Wagner disse que “ainda não sabemos se vamos judicializar a derrubada do decreto do IOF; vamos nos reunir com Lula (hoje)”.


… O Congresso descumpriu acordos firmados naquele domingo, quando Haddad concordou em recalibrar o decreto do IOF aos líderes e presidentes da Câmara e do Senado, e antecipou propostas alternativas que seriam apresentadas por Medida Provisória.


… Para líderes partidários, a derrubada do decreto do IOF confirma que o governo terá dificuldade também para aprovar a MP, que inclui aumento da tributação sobre bets e a cobrança de Imposto de Renda sobre investimentos atualmente isentos.


… Depois, Motta descumpriu o prazo de duas semanas para a votação do PDL, após a Câmara aprovar a urgência. O governo contava com as festas juninas para acomodar as resistências, mas a votação aconteceu mesmo com o Congresso esvaziado.


… Nos bastidores do Congresso, a mudança de tom de Hugo Motta foi influenciada por reveses relacionados a emendas, como os atrasos na liberação dos recursos e novas investidas do ministro Flávio Dino, relator no Supremo Tribunal Federal.


… Em meio à crise do IOF, o governo começou a liberar emendas parlamentares, mas não conseguiu evitar a derrubada do decreto.


… No Estadão, até a 3ªF, 24, foi empenhado R$ 1,7 bilhão em emendas individuais (indicadas por deputados e senadores), a maior parte para a Saúde. Mas as emendas de comissão, que mais interessam a Motta e Alcolumbre, não foram liberadas.


… São os presidentes das duas Casas que organizam a distribuição e definem quais parlamentares serão contemplados, sem atender os critérios de transparência determinados pelo STF. As comissões da Câmara e do Senado assumem a autoria das indicações.


… As emendas de comissão correspondem a R$ 11,5 bilhões e, até agora, nenhum centavo ainda foi empenhado.


… O governo diz que a liberação de emendas foi afetada pelo atraso na votação do Orçamento/2025, só aprovado em março, e pela lei complementar que mudou as regras após as primeiras decisões do STF e entrou em vigor em novembro do ano passado.


… Na 6ªF, Motta e Alcolumbre devem comparecer a uma audiência convocada por Flávio Dino para discutir as emendas parlamentares.


… Congressistas dizem, ainda, que o pagamento de recursos do ano passado feito até o momento não é suficiente e cobram a aceleração das emendas aprovadas em 2025, que somam R$ 50 bilhões, consideradas como “dinheiro novo” para os municípios.


… Responsável pela articulação política do governo, a ministra Gleisi Hoffmann disse que a derrubada da medida do IOF vai exigir novos bloqueios e contingenciamentos, que atingirão R$ 2,7 bilhões a mais em emendas parlamentares, para R$ 9,8 bilhões.


… Além de cobrar a liberação de emendas, líderes do Congresso pedem que o governo corte gastos em vez de aumentar impostos para elevar a arrecadação. Esse é um argumento que cai bem, mas parece claro que não é o fator decisivo.


… O clima eleitoral e as movimentações para 2026 também já atrapalham a agenda do governo. Parlamentares da base governista falam que há uma “insatisfação geral” com o governo no Congresso, independentemente do conteúdo das medidas.


… Horas antes da votação, Motta esteve no lançamento da federação Solidariedade/PRD, composta por parlamentares que apoiaram Lula em 2022 e se distanciaram, e foi ali que disse: “Nós precisamos discutir o que queremos, já vislumbrando as eleições do ano que vem”.


… Já Alcolumbre, ao encerrar a sessão no Senado, disse que parlamentares não aceitarão ofensas por terem votado o PDL que derrubou o decreto do IOF. “Temos 500 PDLs tramitando na Câmara e mais de 80 no Senado. A Câmara e o Senado decidiram votar um.”


… Aprovado pela Câmara e pelo Senado, o projeto não precisa de sanção presidencial e será promulgado.


IR – A Câmara aprovou PL que amplia isenção do imposto de renda para quem ganha até 2 salários mínimos.


… O texto é diferente da proposta do governo que traz alterações mais robustas no IRPF e amplia a faixa de isenção para quem ganha até R$ 5 mil, também relatado por Arthur Lira, e que prevê possíveis compensações.


… O governo sugere, como medida compensatória, a criação de imposto de até 10% para quem ganha mais de R$ 50 mil/mês. É o principal ponto de polêmica na comissão especial criada para deliberar sobre o tema.


… Segundo o plano de trabalho apresentado, a expectativa era de que Lira apresentasse seu parecer amanhã, mas o calendário será adiado, devido ao clima beligerante entre o Congresso e o governo Lula, apurou a Folha.


… Lira disse a interlocutores que, por enquanto, não há clima político para divulgar a proposta.


MAIS CÂMARA – Os deputados ainda aprovaram a MP do crédito consignado para trabalhadores do setor privado, que segue agora para análise dos senadores para continuar valer após o vencimento, em 9 de julho.


… Também vai ao Senado a MP do Fundo Social, que passou na Câmara em votação simbólica. O texto permite que o governo leiloe petróleo e gás excedentes do pré-sal, com um potencial de arrecadação de até R$ 20 bi.


LULA – Saiu em defesa do ministro Haddad e disse que ele trata a economia “com seriedade”. “Nós estamos há quase três anos tentando consertar a economia”, em solenidade que elevou os níveis de mistura dos biocombustíveis aos combustíveis fósseis.


… A uma plateia com diversos empresários, a quem chamou de “companheiros”, o presidente questionou onde estava o “espírito cristão desses empresários, desses dirigentes, desses políticos”? “Onde está a nossa compreensão de fraternidade?”


… Lula disse estar “cansado” de ver empresários reclamando de impostos, mesmo com a carga tributária sendo a menor desde 2021. “Só não falam dos R$ 800 bilhões de dívidas fiscais de desoneração, mas ficam olhando no dinheiro da educação para a gente cortar.”


MAIS GASTOS – Senado também aprovou, ontem à noite, o projeto que aumenta número de deputados na Câmara de 513 para 531.


MAIS AGENDA – O Relatório de Política Monetária do BC (8h) abre o dia, mas o mercado vai esperar pela entrevista coletiva (às 11h) de Gabriel Galípolo e do diretor de Política Econômica, Diogo Guillen, para os comentários.


… Às 9h, o IPCA-15 de junho deve desacelerar a 0,31% (mediana do Broadcast), após alta de 0,36% em maio. As projeções vão de 0,20% a 0,37%. Para a inflação em 12 meses, a mediana indica desaceleração de 5,40% para 5,32%.


… Segundo economistas, a deflação dos alimentos in natura deve moderar os impactos da alta de energia elétrica.


… Já as 10h30, a Receita divulgará a arrecadação de maio (coletiva às 11h) e, às 14h30, o Tesouro divulgará as contas do Governo Central em maio, com coletiva às 15h. A estimativa é de déficit de R$ 42,13 bilhões (mediana), após saldo de R$ 17,78 bilhões em abril.


… A perda de arrecadação, aliada ao aumento das despesas previdenciárias, deve contribuir para o déficit esperado.


PLANO SAFRA – O presidente Lula reúne-se (9h30) com os ministros Haddad, Carlos Fávaro (Agricultura), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e Rui Costa (Casa Civil) para discutir o lançamento do Plano Safra 2025/2026 e o Plano Safra da Agricultura Familiar.


… O lançamento está previsto para 2ªF, 30, para o Plano Safra da agricultura familiar e para 3ªF, 1º, para a agricultura empresarial.


… Após a reunião, Lula viaja para São Paulo, onde fará a assinatura de atos relativos à solução habitacional na Favela do Moinho às 15h20, que está sendo desocupada pelo governo do Estado. O presidente tem retorno para Brasília previsto para as 17h50.


LÁ FORA – Presidente do BoE, Andrew Bailey, discursa em conferência global anual das Câmaras de Comércio Britânicas (8h). No meio da tarde (15h30), a presidente do BCE, Christine Lagarde, abre evento na Opera de Munique.


… Nos EUA, saem às 9h30: encomendas de bens duráveis, o índice de atividade do Fed/Chicago, pedidos de auxílio-desemprego e a leitura final do PIB/1Tri, que registrou expansão de 2,1% na preliminar. Às 11h, vendas pendentes de imóveis em maio.


… Quatro dirigentes do Fed têm falas previstas para hoje: Tom Barkin (9h), Beth Zamak (10h), Michael Barr (14h15) e Neel Kashkari (20h).


… A entrevista de Pete Hegseth, o secretário de Defesa dos EUA, está marcada para as 9h, após reportagem da CNN divulgar um relatório da Agência de Inteligência revelando que a operação apenas atrasou o programa nuclear do Irã por alguns meses.


MÉXICO – Banxico divulga às 16h, a sua decisão de política monetária.


TRUMP FRITA POWELL EM FOGO ALTO – O dólar ampliava a queda no fim da noite, repercutindo reportagem do WSJ de que o presidente americano estuda antecipar a escolha do novo presidente do Fed para setembro/outubro.


… Powell tem seu lugar garantido no BC americano até maio, mas a estratégia do governo Trump de um anúncio antecipado de seu sucessor pretende desgastá-lo e permitir que o futuro presidente influencie as expectativas.


… O nome escolhido tentaria orientar uma política monetária mais dovish mesmo antes do fim do mandato de Powell, como um “motorista no banco de trás”, na manobra que pode colocar em xeque a credibilidade do Fed.


… Procurada pelo jornal, a Casa Branca defendeu que o Fed deveria buscar uma abordagem voltada ao crescimento.


… Entre as opções de Trump estariam o ex-Fed Kevin Warsh; o diretor do Conselho Econômico Nacional, Kevin Hassett; o secretário Scott Bessent (Tesouro); David Malpass (ex-Banco Mundial), além de Christopher Waller.


… Semana passada, Waller foi o primeiro dirigente do Fed a recomendar que o juro já cai no mês que vem e entra para a lista dos queridinhos de Trump, que continua furioso com a postura de aguardar para ver de Powell.


… “Estamos pagando US$ 900 bilhões a mais por ano por causa desse cara. Acho ele estúpido. Ele é uma pessoa mentalmente muito mediana”, disparou o republicano, voltando a botar pressão por um corte rápido do juro.


FACADA NAS COSTAS – Quebrando a promessa de retomar o tema do IOF apenas no início de julho, a ofensiva do Congresso para derrubar o imposto a toque de caixa, em sessão esvaziada pelas festas juninas, assustou o mercado.


… A votação-surpresa e a jato deu a medida do clima de animosidade presente entre o governo e os parlamentares, resgatou o risco fiscal de volta às mesas de operações, puxou o dólar e a curva do DI e impôs queda ao Ibovespa.


… A tensão política pegou o câmbio em um momento inoportuno, em plena virada de semestre, que levou inclusive o BC à intervenção com o chamado leilão “casadão” para amortecer o efeito da saída sazonal de recurso estrangeiro.


… Só na semana passada, foi registrada uma fuga líquida de US$ 2,623 bilhões pelo canal financeiro, o que levou o fluxo cambial semanal a fechar negativo em US$ 1,787 bilhão, segundo dados divulgados na tarde de ontem pelo BC.


… A atuação do BC com o leilão duplo (spot e swap reverso) não conseguiu evitar a pressão exercida pela turbulência em Brasília, que falou mais alto e levou o dólar à vista a se afastar da faixa de R$ 5,50 e subir um degrau (R$ 5,55).


… No fechamento dos negócios, a moeda americana subia 0,66%, a R$ 5,5551, descolada da queda no exterior.


… Apesar de o Barclays ter alertado sobre a âncora fiscal fraca e pouca expectativa de ajuste relevante pelo governo, o banco mantém visão construtiva para o real e cortou a projeção do dólar de R$ 6,10 para R$ 5,60 no fim do ano.


… O cenário nunca está livre de desafios, mas o mercado está convencido de que o grande trunfo do câmbio ainda é o carry trade da Selic, que o Copom promete manter em 15% por “bastante tempo”, enquanto o Fed quer cortar.  


… Em audiência ontem no Senado americano, Powell reforçou que pretende aguardar os próximos indicadores de inflação para conferir os primeiros impactos do tarifaço, mas disse que os preços estão hoje “em um bom lugar”.


… Deu a deixa para alguns players se arriscarem na aposta de que o juro já possa cair em julho (esta chance cresceu de 18,6% para 24,8% na ferramenta do CME), embora o cenário amplo e majoritário (81,4%) seja de manutenção.


… Diante do espaço aparentemente cada vez mais aberto para o Fed flexibilizar a política monetária, o índice DXY do dólar fechou em queda de 0,18%, a 97,679 pontos, e as moedas europeias aproveitaram para pisar no acelerador.


… O euro (+0,42%) subiu ao pico desde outubro de 2021, cotado a US$ 1,1658, e a libra esterlina ganhou 0,42%, a US$ 1,3666, em máximas que não eram vistas há mais de três anos, desde 2022. O iene recuou para 145,18/US$.


FALTOU COMBINAR – A “traição” de Motta ao governo com o ruído do IOF embutiu no miolo e na ponta longa do DI os riscos de deterioração fiscal, enquanto o trecho curto operou engessado pela Selic que não deve cair tão cedo.


… No fechamento, o DI para Jan/26 marcava 14,940%, na mínima do dia (de 14,944% no ajuste anterior); Jan/27,  14,230% (de 14,201%); Jan/29, 13,410% (de 13,330%); Jan/31, 13,580% (de 13,506%); e Jan/33, 13,680% (13,611%).


… Antecipando a derrota, de lavada, que o governo levaria no placar da votação da Câmara sobre o IOF, também o Ibovespa expressou a situação delicada da equipe econômica, cada vez mais encurralada pela falta de alternativas.


… O índice à vista da bolsa doméstica terminou em -1,02%, a 135.767,29 pontos, com giro de R$ 18,8 bi. Quase 90% das ações fecharam no vermelho, com só 11 papéis em alta. As blue chips do setor financeiro caíram em bloco.


… Itaú (-1,80%, a R$ 36,58); Santander (-1,38%, a R$ 29,24); BB ON (-0,84%, a R$ 21,26); Bradesco ON (-0,49%, a R$ 14,19); e Bradesco PN, -0,84%, a R$ 16,40). Vale recuou 0,12% (R$ 50,48), seguindo o minério de ferro (-0,43%).


… Com fôlego curto, Petrobras testou alta pela manhã, junto com a recuperação do petróleo, mas não conseguiu bancar os ganhos até o fechamento: ON em queda de 0,59%, a R$ 33,97, e PN, – 0,51%, na mínima do dia (R$ 31,21).


… Sem grande impulso depois do tombo acumulado de 13% nos dois pregões anteriores, tudo o que o petróleo Brent conseguiu subir foi 0,80% e continuou operando abaixo da linha psicológica de US$ 70, cotado a US$ 67,68.


… Segundo a Bloomberg, a Rússia está aberta a outro avanço de produção na próxima reunião da Opep+.


… O barril subiu pouco, apesar do clima de incerteza sobre o programa nuclear iraniano.


… A Casa Branca classificou de fake news o relatório confidencial que vazou do Pentágono, indicando que os ataques dos EUA não destruíram completamente as instalações nucleares e apenas atrasaram o programa nuclear.


… Segundo a CIA, informações confiáveis indicam que programa nuclear do Irã foi severamente danificado. Autoridades iranianas confirmaram danos graves nas centrais nucleares atingidas, mas negaram o fim do programa.


… Trump afirmou que manterá negociações com o Irã na próxima semana para pôr um fim às ambições nucleares.


… Também circulam as dúvidas sobre se a “guerra de 12 dias” acabou. Trump disse que “por enquanto sim”, mas admitiu que os ataques podem recomeçar “muito em breve”, com relatos de violação do cessar-fogo pelo Irã e Israel.


FAÍSCAS – Em meio à fragilidade do acordo e ao perigo de que, logo mais, o conflito no Oriente Médio possa voltar com tudo, as bolsas em NY preferiram não arriscar grandes passos, colocando uma dose de cautela no radar.


… O Dow Jones caiu 0,25%, a 42.982,43 pontos; o S&P 500 ficou estável, aos 6.092,16 pontos; e o Nasdaq subiu pouco, só 0,31% (19.973,55 pontos), apesar de pelo menos dois cortes de juro pelo Fed estarem garantidos este ano.


… Sem saber direito o rumo da guerra e do programa de enriquecimento de urânio do governo de Teerã, houve algum apelo pela proteção dos Treasuries, com respectiva queda das taxas, que também responderam ao Fed.


… O juro da Note-2 anos caiu a 3,776%, contra 3,816% na véspera, e o de 10 anos recuou para 4,284%, de 4,297%.


EM TEMPO… O vice-presidente de Riscos do BRADESCO, Moacir Nachbar, renunciou ao cargo para antecipar a sua aposentadoria, depois de mais de 45 anos atuando na instituição financeira…


… O sucessor ainda não foi definido. O banco também não informou se a área de Riscos seguirá como vice-presidência ou se será uma diretoria do conglomerado.


QUALICORP aprovou a distribuição de R$ 1,56 milhão em dividendos, o equivalente a R$ 0,0055 por ação, com pagamento em 17/12; ex em 30/6.


B3. Conselhos de Administração de CVC, Vibra Energia, Ultrapar, Hidrovias do Brasil e Technos rejeitam todas as 25 cláusulas da proposta para revisão do Regulamento do Mercado Novo; Cosan rejeitou 20 dos 25 itens propostos…


… Empresas têm até 30 de junho para votar sobre as medidas.


JBS. Na Nyse, ação da companhia subiu 0,43%, horas depois de Zé Mineiro, patriarca dos Batista, tocar o sino em Wall St para celebrar o processo de dupla listagem. Na bolsa brasileira, os BDRs da empresa subiram 1,23%.

quarta-feira, 25 de junho de 2025

Artigo muito bom. Tapa na cara.

 O Brasil Voltou. Mas Para o Século Errado.

Alex Pipkin, PhD


— Com licença, esta cadeira está vaga?

— Sim, claro. Estava reservada para um país sério.

— Perfeito. O Brasil senta mesmo assim.

Foi mais ou menos assim que recomeçamos nossa jornada diplomática, após a eleição de 2022. Com pompa de salão, promessas de gala e a ilusão de que bastava trocar o ocupante do Planalto para transformar o país num baluarte da civilização.

O grande mote, repetido ad nauseam por colunistas progressistas, artistas de streaming e doutores em sociologia de campus, era claro: o país precisava de luz, diálogo e prestígio.

O que recebemos foi sombra, monólogo e desprestígio disfarçado de causa.

Dois anos depois, aqui estamos. Com um presidente que abraça Putin, parabeniza Ortega, afaga Maduro, sorri para Xi Jinping, e relativiza um massacre brutal em Israel com a leveza de quem comenta um empate na Série B. Um presidente que, diante da barbárie do Hamas em 7 de outubro — que incluiu estupros, decapitações e crianças carbonizadas — soltou a frase: “Hamas também tem trabalhadores”.

Como se a carteira assinada servisse de absolvição para o inferno. 

Mas não há nada que não possa piorar. Agora, o obsceno apoio do país ao Irã contra Israel. Escárnio.

Mas isso, diriam os militantes de rede social, é geopolítica. É estratégia. É “resgate do protagonismo internacional”. O Brasil voltou — repetem, sem notar que a fila dos países sérios segue andando, em silêncio, e sem nos esperar.

A diplomacia lulopetista se converteu num teatro ideológico desidratado, onde os gestos são para a plateia de hashtags e não para os interesses do país. Enquanto a diplomacia exige nuance, timing, pragmatismo e cálculo — qualidades que fariam Henry Kissinger parecer um alienígena em meio aos nossos diplomatas de TikTok — o Brasil se especializou em berrar slogans velhos para plateias vazias. Substituiu comércio por catecismo. Substituiu acordos por afagos. Substituiu Estado por panfleto.

A nova diplomacia brasileira não se move por interesses. Se move por curtidas.

O resultado, como sempre, não aparece na manchete, mas no caixa das empresas. O agronegócio brasileiro, que floresceu apesar do PT, hoje apanha por causa dele. A Embraer perde contratos. Exportadores de proteína animal enfrentam restrições. Investidores evaporam. E não porque somos ruins — mas porque somos alinhados ao que há de pior. E os parceiros sérios, mesmo com posturas ideológicas diversas, sabem distinguir ideologia de insanidade.

Diplomacia é o oxigênio do comércio internacional. Sem ela, nenhum país respira negócios.

Esse é o ponto que os marxistas de Instagram jamais entenderão.

Para eles, diplomacia é desfile de causas. Mas para quem emprega, investe e exporta, diplomacia é mercado, acesso, estabilidade, confiança. O setor privado — aquele mesmo que paga impostos, gera empregos e sustenta o Estado — é tratado como uma espécie de inimigo invisível do povo, enquanto ditadores são recebidos com tapete vermelho.

O Brasil, outrora aspirante a protagonista global, se transformou num diplomata folclórico: arrogante, irrelevante e, no fundo, cada vez mais sozinho.

E a conta não é só econômica. É moral. É histórica.

Daqui a dez ou vinte anos, talvez um estudante leia nos livros que, num dos momentos mais críticos do século, o Brasil optou por acenar para os tiranos. Que relativizou terrorismo. Que sorriu para ditaduras. Que abandonou o eixo do progresso para se perder no brejo da nostalgia revolucionária. Que preferiu a ideologia ao interesse nacional.

E fez isso com orgulho — e, absurdamente, com aplausos.

Como bem alertava Raymond Aron, com brutal clareza: “A política externa é o lugar onde a ideologia vai para morrer — ou para matar”.

No caso brasileiro, faz as duas coisas: mata acordos, mata oportunidades — e morre de espanto e ridículo.

Sim, o Brasil voltou.

Voltou para o lado errado, na hora errada, com os aliados errados.

Voltou para os jantares que não servem comida. Para os aplausos que não assinam contrato.

Voltou para a História, mas para o pé da página, entre as notas de rodapé que ninguém lê.

E voltou com tamanha convicção…

Que talvez só perceba onde está quando for, enfim, gentilmente desconvidado do mundo.

O Brasil voltou. Mas ninguém abriu a porta.

E não abrirão. Não enquanto durar a epopeia autodestrutiva do lulopetismo diplomático.

Porque há países que erram por ingenuidade. Outros, por pragmatismo.

Mas o Brasil escolheu errar por vaidade.

BDM Matinal Riscala

 Bom Dia Mercado.


Quarta Feira, 25 de Junho de 2.025.


*Haddad poupa Galípolo de mão pesada no juro*


… Powell volta ao Congresso americano hoje para falar no Senado (11h), após ter reafirmado na Câmara que o Fed não precisa ter pressa para reduzir os juros. Deve repetir a mesma mensagem de cautela, que reforçou as apostas no primeiro corte apenas em setembro. O cessar-fogo nos […]


… Powell volta ao Congresso americano hoje para falar no Senado (11h), após ter reafirmado na Câmara que o Fed não precisa ter pressa para reduzir os juros. Deve repetir a mesma mensagem de cautela, que reforçou as apostas no primeiro corte apenas em setembro. O cessar-fogo nos conflitos entre Israel e o Irã ajuda a distender as tensões, mas informações de que os ataques às instalações iranianas não destruíram as ambições nucleares dos aiatolás mantêm a tensão na região. Aqui, a ata do Copom não abriu espaço para especulações, mantendo o alerta hawkish, que projeta a Selic a 15% por muito tempo. A agenda de indicadores é mais fraca, com vendas de casas novas nos EUA (11h) e transações correntes no Brasil (8h30). Mas tem leilão duplo no câmbio e a repercussão de uma entrevista de Haddad.


… Em férias quando o Copom decidiu por mais uma alta do juro na semana passada, o ministro da Fazenda comentou, ontem à noite, na Record News que está “preocupado, evidentemente, com a taxa muito restritiva e muito acima da inflação projetada”.


… Mas defendeu Galípolo, assumindo os argumentos do PT, que a alta foi contratada na gestão anterior, de Roberto Campos Neto.


… “Essa alta, sendo muito honesto, quem é do ramo sabe, foi contratada na última reunião do Roberto Campos. É como uma contratação futura da taxa. Não dá pra dar cavalo de pau em política monetária, vai perder credibilidade. Tem que ter muita cautela.”


… E prosseguiu na defesa do presidente do Banco Central indicado por Lula: “Estamos em um começo de um mandato [de Galípolo], que carrega a memória do anterior [Campos Neto]. Ainda precisamos dar um pouco de tempo ao tempo”.


… O ministro também defendeu o aumento do IOF, afirmando que “várias instituições financeiras começaram a driblar o Imposto sobre Operações Financeiras e o governo fechou a porta, dizendo: Olha, não pode. Tudo tem que estar regido pela mesma regra”.


… Haddad insistiu no argumento de que não está aumentando a carga tributária e nessas respostas mostrou muita irritação.


… “A pergunta que tem que acender uma luz na cabeça de todo mundo é: para quem está aumentando? Se eu estou aumentando a carga tributária de quem não paga nada e é rico, eu não estou aumentando a carga tributária.”


… Citou várias vezes o morador da cobertura e os ricos que não pagam imposto.


… Questionado sobre as resistências do Congresso à MP 1.303/2025, que apresenta alternativas de arrecadação, o ministro demonstrou confiança de que será aprovada. “Mediante negociação, nós temos aprovado praticamente todas as medidas.”


… Sobre gastos do governo, Haddad disse que o debate “está congelado até o País encontrar o caminho da sustentabilidade”. 


… “Nenhum gasto é bem-vindo, a não ser os imprescindíveis. Se formos parcimoniosos, prudentes nas despesas públicas, teremos mais crescimento. Hoje, temos que ser muito cautelosos. O Brasil tem chance de entrar num ciclo virtuoso.”


… Haddad também defendeu o aumento da oferta de crédito imobiliário para a classe média, revelando que o governo está dando os retoques finais em “um novo instrumento com garantia, para que o juro seja baixo e possamos alavancar essa indústria”.


… “É uma ideia muito interessante que vem sendo gestada há muitos meses com o BC, o Ministério das Cidades e a Caixa.”


… Nesta 3ªF, Haddad e Galípolo participaram de uma reunião de Lula com o presidente da Caixa, Carlos Vieira, para discutir justamente alternativas que garantam o funding do financiamento imobiliário, diante da escassez de recursos da caderneta de poupança.


… O foco é aprimorar a linha de crédito imobiliário corrigida pelo IPCA, uma modalidade lançada em 2019, mas que não deslanchou nos anos seguintes, porque os picos de inflação aumentaram bruscamente as parcelas dos mutuários, gerando inadimplência.


… A ideia, agora, é estruturar um mecanismo que permita transferir aumentos no IPCA para o saldo devedor do empréstimo.


NEM ISSO – Apesar do discurso de austeridade de Haddad, o governo Lula já recuou em uma medida de corte de gastos na MP que prevê alternativas ao IOF, estendendo de 30 dias para 60 dias o limite para concessão do auxílio-doença sem perícia médica (Atestmed).


… Essa limitação no prazo geraria economia de R$ 1,2 bilhão em 2024 e R$ 2,6 bilhões em 2025. O novo impacto não foi ainda estimado.


TENSÃO EM STAND BY – No fim da noite, o barril do petróleo subia perto de 1,50%, após o tombo de quase 13% nos dois últimos pregões com o cessar-fogo no Oriente Médio. O start para a correção vem de dúvidas se o programa nuclear do Irã foi destruído.


… Relatório preliminar da inteligência dos EUA constata que os ataques do exército americano a três instalações nucleares iranianas, no último sábado, apenas atrasaram em alguns meses as ambições nucleares de Teerã.


… O documento confronta a versão de Trump de que esta batalha já estava vencida e fica mais difícil acreditar em uma paz duradoura. No cenário de instabilidade, o cessar-fogo também parece representar um alívio frágil.


… O enviado especial de Trump para o Oriente Médio, Steve Witkoff, garantiu, porém, que os EUA e o Irã já estão em discussões iniciais sobre a retomada das negociações do programa nuclear iraniano.


… “As conversas são promissoras. Estamos esperançosos”, afirmou, em uma entrevista à Fox News.


LEILÃO DUPLO NO CÂMBIO – O BC realizará uma intervenção dupla no câmbio (9h30), com o leilão de venda de US$ 1 bilhão no segmento spot e oferta de 20 mil contratos de swap cambial reverso (equivalente a US$ 1 bilhão), que, na prática, significa compra de dólar futuro.


… A atuação estaria relacionada a um fluxo pontual de saída de estrangeiros, comum em fim de semestre, que tem pressionado o cupom cambial, em ambiente de baixa liquidez – o que, segundo traders, teria explicado a alta do dólar, nesta 3ªF.


… A correção repentina no câmbio no meio da tarde de ontem, portanto, quando o dólar deixou as mínimas e virou para alta, contrariando a onda de queda externa, teve pouco ou nada a ver com o tombo do petróleo.


… O gatilho, de caráter técnico, foi atribuído principalmente aos preparativos para o leilão conjugado e simultâneo (spot + swap reverso) de hoje, o “casadão”, no jargão do mercado, que o BC chamou para prevenir o estresse no cupom cambial.


… A atuação é uma tentativa de evitar qualquer disfuncionalidade por conta da fuga sazonal de recurso estrangeiro nesta época do ano em que há uma natural adaptação de carteiras, devido à virada para o segundo semestre.


… Primeiro, nesta 3ªF, o dólar à vista cumpriu os prognósticos de que furaria R$ 5,50 com o cessar-fogo. Bateu R$ 5,4759 no piso do dia, com o movimento acentuado pela interpretação de mais dois cortes do Fed este ano.


… Só depois de liquidado este ajuste às novidades do dia foi que a moeda americana então passou a subir, fechando em alta de 0,29%, em R$ 5,5189. A perspectiva para o real, porém, segue positiva, garantida pelo carry trade com a Selic a 15% por muito tempo.


MAIS AGENDA – O mercado espera um déficit de US$ 3,1 bilhões nas transações correntes em maio (mediana do Broadcast), após o saldo negativo de US$ 1,347 bilhão em abril. O resultado só não será pior em função do bom comportamento da balança comercial.


… Para o Investimento Direto no País (IDP), a mediana indica entrada líquida de US$ 4,5 bilhões em maio, resultado que deve ficar abaixo do saldo positivo de abril (US$ 5,491 bilhões). As expectativas vão de US$ 3,9 bilhões a US$ 5,9 bilhões. Os dados saem às 8h30.


… No início da tarde (14h30), o Banco Central divulgará os números semanais do fluxo cambial.


LULA – O presidente participa hoje de reunião do CNPE (9h30), que pode decidir o aumento da mistura do etanol na gasolina, de 27% para 30%. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também estará presente.


NOS EUA – As vendas de moradias novas (11h) podem registrar um tombo de 6,5% em maio, após a expansão de 10,9% em abril (11h). Já as 11h30, o DoE informará os estoques de petróleo na semana até dia 20 de junho.


A ATA NÃO VACILOU – Respeitando a adoção da estratégia “high for longer” do BC, pesquisa Broadcast apontou que a ampla maioria do mercado financeiro (32 de 37 casas consultadas) projeta a Selic engessada em 15% pelo menos até o final deste ano.


… Apenas uma parcela isolada (5 instituições) estima janela para retomada do afrouxamento monetário ainda este ano, entre novembro e dezembro. Dias atrás, o DI andou especulando sobre a chance de o juro já cair em janeiro.


… É esse o desafio do BC: continuar muito hawkish na comunicação, segurar as apostas de corte antecipado e ancorar as expectativas.


… Ontem, foi a melhora na percepção de risco global, com o cessar-fogo entre Israel e o Irã, que tirou prêmio da curva do DI, com exceção da ponta longa.


… No fechamento, o contrato para Jan/26 marcava 14,950% (de 14,962% no dia anterior); Jan/27, 14,215% (de 14,269%); e Jan/29, a 13,370% (de 13,390%). Jan/31 subiu a 13,550% (13,519%); e Jan/33, 13,650% (13,605%).


A PRESSA É INIMIGA DA PERFEIÇÃO – Em NY, momentaneamente, alguns agentes do mercado observaram um viés um pouco mais dovish na mensagem de Powell, quando ele reconheceu a chance de as tarifas virem mais brandas.


… “Podemos ver a inflação não tão forte quanto o esperado. Se for esse o caso, sugerimos cortar mais cedo”, foi o que ele disse, para depois complementar que as projeções do Fed são de alta da inflação por causa do tarifaço.


… Segundo Powell, a política protecionista do governo Trump deve começar a ser repassada para os preços a partir de agora, entre junho e julho, o que joga os holofotes sobre os próximos indicadores da inflação norte-americana.


… Ainda assim, afirmou, a maioria significativa dos formuladores de política monetária acha apropriado cortar o juro ainda este ano. Ao longo do pregão, o mercado desistiu do primeiro corte em julho e voltou a projetar setembro.


… Na plataforma FedWatch (CME), a aposta para setembro é amplamente majoritária (81%), contra 18,6% de julho. Powell esvaziou a lebre levantada por Christopher Waller e Michelle Bowman de um desaperto já mês que vem.


… Mas a perspectiva de ainda dois cortes do juro neste ano e o alívio com o cessar-fogo enfraqueceram o dólar.


… O índice DXY – que mede o desempenho da moeda dos EUA contra uma cesta de seis divisas fortes – furou o piso dos 98,000 pontos, com mínima de 97,707 pontos, e já acumula queda de mais de 1,50% nesta semana.


… Na mesma onda, as taxas dos Treasuries recuaram: Note de 2 anos a 3,816% (contra 3,847% na véspera) e de 10 anos a 4,297% (de 4,335%). NY observou o impacto deflacionário da nova derrocada registrada pelo petróleo ontem.


… Vindo de uma espiral de queda de quase 7% na véspera, o contrato do tipo Brent com vencimento em agosto derreteu mais 6,07% ontem e perdeu o nível dos US$ 70, negociado no fechamento dos negócios a US$ 67,14.


… A afundada cobrou, de novo, o seu preço da Petrobras: ON recuou 2,09% (R$ 34,17) e PN, -1,97% (R$ 31,37). Vale operou sem fôlego, praticamente estável (-0,02%, R$ 50,54), mas o Ibovespa conseguiu pegar o embalo externo.


… Entre as blue chips, a tração veio dos bancos, ignorando a ata hawkish do BC: Bradesco ON (+0,49%; R$ 14,26), Bradesco PN (+0,30%; R$ 16,54), Itaú (+1,89%; R$ 37,25), Santander (+1,82%; R$ 29,65) e BB (+1,66%; R$ 21,44).


… Mesmo com o cessar-fogo violado tanto por Israel como pelo Irã, as bolsas em Wall Street apostaram nos sinais de pacificação da “guerra de 12 dias” e ainda tiveram a garantia de Powell de pelo menos dois cortes de juro este ano.


… O Dow Jones completou o seu terceiro pregão consecutivo em terreno positivo. Subiu 1,19%, aos 43.089,02 pontos. O S&P 500 avançou 1,11%, aos 6.092,18 pontos, e o Nasdaq fechou em alta de 1,43%, aos 19.912,53 pontos.


EM TEMPO… EMBRAER inaugurou ontem novas instalações de serviços de manutenção, reparo e revisão para aviação comercial em um aeroporto no Texas, nos EUA, com investimento aproximado de US$ 70 milhões.


MULTIPLAN aprovou a distribuição de R$ 120 milhões em JCP, o equivalente a R$ 0,2456 por ação, com pagamento até 30/6/26; ex em 30/6/25…


… Companhia também aprovou novo programa de recompra de até 10 milhões de ações.


LOCALIZA aprovou a distribuição de R$ 533,8 milhões em JCP, o equivalente a R$ 0,5061 por ação, com pagamento em 19/8; ex em 30/6.

Bankinter Portugal Matinal

 Análise Bankinter Portugal 


SESSÃO: Um frágil cessar-fogo é suficiente para que se voltem a assumir riscos categoricamente. Ontem, SOX (semis) quase +4%. Expressa a mudança de abordagem. Contudo, há sérias dúvidas de que o programa nuclear iraniano tenha sido “aniquilado” como Trump afirma. A Agência de Inteligência de Defesa (Inteligência Militar) publicou um relatório de situação em que afirma que os ataques bloquearam as entradas de duas instalações nucleares, mas não destruíram as fábricas de processamento subterrâneas, e que várias centrifugadoras continuam intactas. Trump agora usa o termo “degradado” em vez de “aniquilado” para se referir às instalações nucleares do Irão. Mas para o mercado isto não parece importante. 


Ontem, o IFO Clima Empresarial na Alemanha melhorou (88,4 desde 87,5), mas a Confiança do Consumidor americana saiu inesperadamente fraca (93,0 vs. 99,8 esperado vs. 98,0 anterior). Powell (Fed) continuou com a sua mensagem-força de “esperar e ver” perante a Câmara de Representantes: “A política monetária está bem posicionada, à espera de conseguir avaliar com alguma clareza o impacto dos impostos alfandegários sobre a inflação e crescimento económico”. O mais relevante foi o que não disse: nenhuma referência a corrigir as recentes declarações dovish/suaves dos conselheiros Bowman e Goolsbee, portanto podem ser interpretadas como adequadas. Hoje presta contas (semestrais) no Senado, mas dificilmente acrescentará algo diferente. Com Nova Iorque fechada, FedEx reviu guidance em baixa devido a impostos alfandegários e caiu -6% em aftermarket.


Ásia subiu ligeiramente e os futuros europeus e americanos vêm suavemente em alta (+0,2%). Temos pouco conteúdo (apenas alguns dados de habitações nos EUA), à espera do mais importante da semana: o Deflator do Consumo Privado (PCE) americano, na sexta-feira, que se teme que aumente até +2,3% desde +2,1% (subjacente +2,6% vs. +2,5%). Provavelmente será o primeiro indício do aumento da inflação no 2.º semestre, o que levará a adiar qualquer descida de taxas de juros até a situação estar mais detalhada.


CONCLUSÃO: Recuperação do modo em alta perante a redução do risco geoestratégico, mais porque há um cessar-fogo que parece que todas as partes estão interessada em cumprir como mal menor aceitável, do que pela geoestratégia na região se estabilizar de forma fiável. Mas é suficiente para o mercado, por agora. E é isso que lhe importa a curto prazo. Regressamos rapidamente ao “modo reconstrutivo”, portanto as bolsas e obrigações saem beneficiadas. Hoje, quarta-feira, e amanhã, quinta-feira, deverão ser sessões de estabilização, após as subidas de ontem, com subidas suaves de bolsas (+0,2%/+0,5%?) e redução modesta das yields das obrigações (-1pb/-3pb?), USD débil (para 1,165/€?) e petróleo abaixo de 70 $/b. (Brent), mas sem se afastar desse nível, que parece uma espécie de solo aceitável. 


S&P500 +1,1% Nq-100 +1,5% SOX +3,8% ES50 +1,4% IBEX +1,4% VIX 17,5% Bund 2,54% T-Note 4,29 Spread 2A-10A USA=+50pb B10A: ESP 3,20% PT 3,01% FRA 3,24% ITA 3,48% Euribor 12m 2,110% (fut.2,078%) USD 1,162 JPY 168,5 Ouro 3.333$ Brent 68,2$ WTI 65,4$ Bitcoin +0,8% (106.349$) Ether +0,5% (2.436$). 


FIM

Anatomia de uma fraude

 *Anatomia de uma fraude* Como um desconhecido boêmio mineiro, com um histórico de fracassos empresariais, conseguiu liderar a maior fraude ...