domingo, 28 de setembro de 2025

Fernando Costa

 Bem, como eu já disse varias vezes anteriormente, uma coisa sao os isentoes críticarem com razao Bolsonaro por ter ajudado a sepultar a lava jato e a CPI da toga para salvar seu filho Flavio, OUTRA COISA COMPLETAMENTE DIFERENTE EH SE UTILIZAR DESSA DIMENSAO PARA JUSTIFICAREM E PASSAREM PANO PARA A PERSEGUICAO DO STF CONTRA UM ESPECTRO POLÍTICO. Coisas diferentes. 


E até parece que os tucanos sao purinhos né, com inumeras denúncias que FHC gastou capital político não para continuar a aprovar reformas estruturais difícilimas, mas para aprovar uma reeleicao que permitisse que continuasse no poder. Ainda relembro que os puristas tucanos produziram o Aecio dos áudios vazados nada republicanos e do Alckmin, que voltou a cena do crime.


Em suma, os tucanos não tem estatura moral para criticarem Bolsonaro, muito menos para realizarem uma analise desse nivel completamente DESPROPORCIONAL, de LEGITIMAREM o assalto à constituição, ao estado de direito e a democracia ocorrido no pais nos últimos 6 anos pelo STF em nome de equívocos que um político realizou, mas que também cometeram. Os tucanos tem também as maos sujas de sangue, quando ultrapassaram as criticas pontuais para legitimarem ESSA FARSA INTELECTUAL que um golpe foi tentado no pais. 


Em tempo, QUEM NÃO ESTA PERMITINDO O SURGIMENTO DE UMA OUTRA DIREITA ???? Somente esse argumento falacioso demonstra como os tucanos sempre compram sem questionar as narrativas da mídia, assim como na infaltilizacao que fomos sancionados porque um deputado persuadiu um pais e nao porque esse pais concluiu o ÓBVIO que não existe democracia com lawfare, com uma juristocracia perseguindo correntes políticas. Aqui também o culpado eh um deputado, NÃO EH QUE GRANDE PARTE DO POVO BRASILEIRO POSSUI UM DISCERNIMENTO E LIBERDADE de entender que outros COMO OS TUCANOS, que sempre minimizam e passam pano para uma elite que busca impor sua HEGEMONIA cultural goela abaixo da população, não defendem com vigor mudanca estrutural de pautas que uma elite não aceita. NAO, SEGUNDO OS ILUMINADOS TUCANOS, repetindo o desrespeitoso talking point da esquerda DE TRATAR UM SEGMENTO ENORME DAPOPULAÇÃO COMO GADO, COMO MASSA DE MANOBRA POR NÃO CONCORDAREM, o problema não está neles (até na falta de autocritica das razoes porque o PSDB nao se elege nem para sindico de predio sao iguais aos petistas), O PROBLEMA EH QUE ESSE GRANDE SEGMENTO da população que depois da redemocratização votou em diferentes espectros políticos virou EXTREMA DIREITA da noite para o dia, somente por divergir. E ESSES SAO OS DEMOCRATAS ISENTOES !

Pensatas jurídicas

1. Dizem q o Lula pediu penico de encontrar com Donald Trump, diante das evidências de perder a narrativa vitimista de sempre, decorrente do autoritário tarifaço. Além disso, é nesse papo furado q ele vem recuperando popularidade. O q ele vai dizer agora? Reflitam.

2. Critica corrente é q muitos recorrem ao achismo. Não possuem argumentos técnicos. Tecnicismo, às vezes, tem o objetivo de encobrir a real. O Direito se arvora muito desta ferramenta para soltar bandidos. Sempre acha "brechas" na lei, no Código Penal, me permitam, no escambau. Assim como este "STF" aparelhado encontrou brechas na lei, na sua tecnicidade, para soltar o sapo e quadrilha, os advogados da turba da "tentativa de golpe" estão achando variadas brechas para soltar os caras. Está adiantando algo? Não. Pq o STF, cinicamente, vem se movendo ao sabor dos ventos. Se movimentando de acordo aos q estão no poder. Isso é justiça? Reflitam

3. O "Prerrogativa", grupo da OAB q sustenta o Lula no poder, só ganhou evidência, nas suas variadas bancas de advocacia, pq vive da procrastinação, do "trânsito em julgado", do empurrar com a barriga, da chicanagem. O q, muitas vezes, sustenta estes advogados de porta de cadeia, q soltam quem paga mais a partir deste tecnicismo? O FALACIOSO E CANALHA argumento de q deve-se esgotar todos os recursos para prender alguém. Vcs sabiam q 30% das receitas destes escritórios advém destes esquemas de chicanagem? Sim, pq se o processo fica dançando para as várias instâncias de apelação, os escritórios recebem mais em custas judiciais.

4. Existe crime perfeito? Não, não existe. O bom advogado sempre conseguirá pegar o pilantra, assim esperamos, mas o fato é q o q rola é uma tremenda assimetria de oportunidades e possibilidades, isso não se tem dúvida. É o gato atrás do rato. Um dia a casa cai, ou não!

5. Antônio Pallocci fez uma delação premiada demolidora contra o Lula. Demolidora. Só q o sapo, o PT, foram lá, cooptaram o STF e destruíram esta prova. Anularam a delação. Por isso, eu pouco debato hje em dia e sempre digo: É para quem pode e paga mais.

6. Aliás, a prisão em Segunda Instância, batalha do Sérgio Moro por criar os "atalhos" para prender gente da laia do Lula, seria a pedra de cal contra esta gente. O STF, diligentemente, pq muitos lá precisam sustentar seu rico patrimônio, foi lá e a enterrou. É muita lavanderia (ou branqueamento de capital) em Portugal, né não?

7. E finalmente, o Eduardo Tagliaferro está dando trabalho, mas já viram pq zero de repercussão? O cara conhece as vísceras do STF. Por que não consegue avançar nas suas denúncias? 

Ganha uma "jabuticaba" quem souber responder...Boa semana a todos.

Novas Concessões

 *Leitura de Sábado: Onda de novas concessões acirra disputa por mão de obra no setor rodoviário*


Por Elisa Calmon e Luiz Araújo


São Paulo e Brasília, 23/09/2025 - A "onda" de novas concessões rodoviárias no Brasil, com o maior número de leilões em 17 anos, esbarra em um gargalo de mão de obra especializada. O avanço acelerado de projetos, somado à redução no ritmo de formação de profissionais, tem levado concessionárias a adotar diferentes estratégias. As iniciativas incluem investimentos em tecnologia, assim como programas de capacitação e retenção.


Entre 2015 e 2018, auge das ações da Operação Lava Jato e da crise fiscal, o País realizou apenas dois leilões de rodovias federais. De 2019 a 2022, não passaram de sete. Entre 2023 e 2025, o número saltou para 16, enquanto a meta do governo federal é entregar 35 concessões até o final do atual mandato. Em 2024, foram sete, maior marca em 17 anos. Os números não incluem os projetos estaduais, que também têm ganhado tração.


Para o CEO da MoveInfra, Ronei Glanzmann, a aceleração reflete um amadurecimento dos aspectos jurídicos e econômicos no setor de concessões. No entanto, o especialista identifica uma "dor de crescimento", com o descasamento entre a demanda e oferta de profissionais.


"Temos financiamento disponível, bons contratos e leilões competitivos, um atrás do outro, mas está na hora de executar os projetos e há um gargalo de mão de obra", afirma Glanzmann, representante da entidade que reúne os seis principais grupos de infraestrutura do País.


A Confederação Nacional da Indústria (CNI) estima um déficit de 75 mil engenheiros no Brasil. O País forma cerca de 40 mil profissionais da área anualmente, enquanto outros integrantes do Brics, como Rússia e China, contabilizam mais de 450 mil graduandos, de acordo com dados do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea).


O fechamento e reestruturação de grandes empresas de construção após a Lava Jato e o maior apelo de outros setores ajudam a explicar o menor interesse pela área de engenharia, segundo o diretor executivo de Pessoas e Organização da Arteris, Roberto Paolini. "As novas gerações migraram muito para serviços, tecnologia e inteligência artificial, que se tornaram mais atrativas. No entanto, ainda precisamos muito dos engenheiros 'hard', aqueles que projetam, constroem e executam", afirma.


Enquanto isso, a pouca mão de obra disponível é disputada por outros setores, como o da construção civil, também fomentado por políticas públicas. A lista de desafios inclui ainda a alta complexidade da carreira de engenharia e baixo salário inicial na comparação com outros segmentos, avalia o sócio do escritório Bocater Advogados, Thiago Araújo. "O cenário só poderá ser modificado a partir da atualização dos cursos e uma melhoria nas projeções do mercado de trabalho", comenta.


Estratégias


A regionalidade é uma das estratégias da EcoRodovias para atrair e reter talentos, segundo o diretor de engenharia do grupo, Filippo Chiariello. "Contratar pessoas em faculdades próximas ao local que irão atuar gera mais fidelidade, porque cria um senso de pertencimento. Funciona melhor do que trazer alguém de um grande centro e levá-la para o interior, por exemplo", explica.


O foco na qualidade do ambiente de trabalho é outra iniciativa adotada pela EcoRodovias. "Salário e benefícios são importantes, mas o clima pesa muito", afirma Chiariello. O executivo cita ainda a tecnologia como aliada. "Equipamentos mais autossuficientes reduzem a necessidade de mão de obra altamente especializada, enquanto a engenharia digital oferece ferramentas que ampliam a base de profissionais capazes de atuar", explica.


A inovação também é utilizada pela Motiva (ex-CCR) para reduzir a mão de obra nos canteiros e melhorar as condições de trabalho, segundo  a diretora de Pessoas da companhia, Danila Cardoso. A executiva destaca que a empresa contratou quase 500 engenheiros entre janeiro de 2024 e julho deste ano, enquanto cerca de 80 vagas seguem abertas para serem preenchidas até dezembro.


De olho nessa demanda, a Motiva fomenta parcerias com universidades. "Além de atrair jovens, buscamos profissionais experientes e criamos programas de mentoria. Também estamos em conversas com a PUC-Rio para montar nossa própria escola de engenharia, focando no 'upskilling' [aprimoramento] de funcionários", relata Danila.


A Arteris, por sua vez, aponta foco em capacitação e clima organizacional para reter talentos. Paolini ressalta que a empresa busca absorver profissionais após grandes entregas, conciliando ciclos de investimento e de pessoal. "Temos feito programas de desenvolvimento para lideranças e áreas técnicas em parceria com instituições como Fundação Dom Cabral e Fundação Getúlio Vargas", diz o executivo.


Diante do descompasso entre formação e demanda, a Arteris criou programas próprios de capacitação para fidelizar engenheiros e reduzir o "canibalismo" entre concorrentes. Paolini alerta, no entanto, que a escassez eleva salários e pode levar a promoções aceleradas de profissionais ainda juniores, o que "compromete a qualidade da execução".


Contatos: elisa.ferreira@estadao.com; luiz.araujo@estadao.com


Broadcast+

Ativos digitais

 *Leitura de Sábado: Após anos de experimentações, ativos digitais encontram casos de uso real*


Por Aramis Merki II


São Paulo, 26/09/2025 - Stablecoins são criptoativos lastreados em moedas soberanas na proporção de um para um. Funcionam como representações digitais de uma determinada divisa na tecnologia blockchain. Elas têm o potencial de ser um ponto de virada para o mundo dos ativos digitais: ultrapassam o caráter especulativo e há casos de uso tanto para investimento quanto para transações financeiras.


O Boston Consulting Group (BCG) aponta que estes ativos podem revolucionar a forma de pagamentos, ainda que apenas 1% do total de movimentações de moedas digitais estáveis seja para este fim. "Depois de ano de experimentação, o dinheiro digital está se movendo para um novo estágio de adoção", destaca o BCG em relatório.


Globalmente, o volume de transações com stablecoins está em seus recordes. Em agosto, o montante transacionado alcançou US$ 1,9 trilhão, de acordo com o consolidador de dados The Block. O valor superou o do mês anterior, que já havia sido o maior registrado até então. Os dados são apenas da blockchain ethereum.


Diante do universo cripto, as stablecoins representam apenas 7% da capitalização total. Individualmente, a USDT, stablecoin de dólar da Tether, é a quarta maior moeda digital, com capitalização de mercado de cerca de US$ 173 bilhões. A primeira e mais popular criptomoeda, o bitcoin, totaliza US$ 2,23 trilhões, seguida de longe por ethereum (US$ 500 bilhões).


O mercado aponta que a legislação dos Estados Unidos que estabelece parâmetros para o setor, chamada de Genius Act, é o que tem impulsionado o crescimento. A lei passou a valer em 19 de julho deste ano, em um aceno da administração de Donald Trump aos ativos digitais.


A regulação americana inclui exigências para que a reserva que embasa as moedas seja feita em títulos do Tesouro dos EUA. Isto é visto, inclusive, como uma forma de impulsionar de forma perene a demanda pelos "Treasuries". Além disso, é uma avenida para que o dólar reforce a sua posição de reserva de valor global.


"A adoção global de stablecoins lastreadas em dólar está estendendo a influência monetária americana além das fronteiras tradicionais, refletindo e consolidando o papel descomunal do dólar americano nos mercados globais", aponta a Chainalysis, empresa de análises do setor cripto, em relatório.


O bom momento do setor pode ser medido pelo sucesso das ações da Circle, empresa que emite a stablecoin USDC e foi listada na Nasdaq em junho deste ano. A ação chegou a acumular alta de 675% em relação ao preço da oferta pública (IPO, na sigla em inglês) no primeiro mês em negociação. Houve uma correção substancial após o frisson, mas o papel tem negociado a cerca de US$ 130, bem acima do que foi precificado na estreia, US$ 31.


Já a Tether, emissora da USDT, não tem capital aberto. Mas o CEO, Paolo Ardoino, informou nesta semana que a empresa busca investidores. Segundo informações da Bloomberg, o plano é captar de US$ 15 bilhões a US$ 20 bilhões em troca de uma fatia de 3% da companhia. Isto significa que a Tether pode ser avaliada entre US$ 500 bilhões e US$ 666 bilhões.


Adesão local


O presidente do BTG Pactual, Roberto Sallouti, já afirmou que as stablecoins vão transformar o mercado. Ele pontuou, no entanto, que a falta de regulamentação no Brasil é um fator limitante. O banco tem a sua BTG Dol desde abril de 2023. A infraestrutura, a custódia e a arquitetura do lastro em dólar estão sob a responsabilidade do próprio banco.


Neste mês, o tradicional Safra iniciou a sua incursão neste mundo. Lançou o Safra Dólar, estruturada em uma rede blockchain privada com apoio da empresa de tokenização Hamsa.


A principal stablecoin brasileira é a BRZ, lastreada no real. É emitida pela Transfero desde 2019. Em dados da Receita Federal, as operações com o ativo totalizam mais de R$ 1,9 bilhão entre janeiro e maio deste ano. No mês de maio, a BRZ foi a sexta cripto em volume de negociação em reais. Ficou atrás das stablecoins de dólar USDT e USDC, conforme a tabela abaixo.



Fonte: Receita Federal


Segundo levantamento da Iporanga Ventures, as moedas digitais vinculadas ao real movimentaram mais de R$ 5 bilhões em 2024. A principal diferença é que a stablecoin de dólar atrai interessados na moeda americana como uma reserva de valor. No caso da moeda digital de real, a finalidade é sobretudo transacional: pagamentos internacionais são um dos casos de uso mais frequentes.


O ex-presidente do Banco Central (BC) Roberto Campos Neto, atualmente vice-chairman e chefe global de políticas públicas do Nubank, aponta que as stablecoins de dólar têm ganhado espaço justamente em economias emergentes. "É uma forma que as pessoas encontraram para ter uma conta em dólar", disse ele em evento sobre ativos digitais esta semana.


Divisas de países em que os juros são altos não são atrativas para que as stablecoins sejam usadas como reserva de valor, aponta Campos Neto. Afinal, nestes cenários, é mais vantajoso ter renda fixa.


Contato: merki@broadcast.com.br


*Conteúdo elaborado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação da Broadcast


Broadcast+

Semanal

 *O mito de Sísifo da Desinflação*


A semana foi marcada por aumento da incerteza em relação ao ciclo de cortes do FED por conta da alta atividade econômica nos dados do segundo trimestre, o que trouxe maior cautela aos investidores globais. A revisão do PIB americano do segundo trimestre, elevou o crescimento para 3,8% (de 3,3%), e levando o mercado a reduzir a probabilidade de dois cortes adicionais de juros neste ano. A amplitude das revisões recentes dos dados também reacendeu, entre economistas, o debate sobre a confiabilidade das estatísticas e das metodologias utilizadas.


Nesse contexto, dirigentes do Banco Central Americano ajustaram o tom dos discursos, reforçando a parcimônia na condução da política monetária e enfatizando o risco de cortes prematuros para a sustentabilidade do processo desinflacionário. Entre os membros mais conservadores, a avaliação é de que a inflação segue estacionada acima da meta, sem tendência clara de convergência, o que recomenda cautela adicional.


No front político, Donald Trump retomou a agenda tarifária, decretando novas taxações — destaque para a alíquota de 100% sobre medicamentos importados por empresas sem fábricas nos EUA. O ponto sensível é a importância do segmento farmacêutico na pauta de exportações da Europa para os EUA (tema que já aparecia como exigência de alíquota máxima pelo Reino Unido em conversas comerciais). Caso o embate se intensifique, é plausível esperar retrocesso nas negociações em curso.


Os mercados refletiram essa combinação: o S&P 500 caiu 0,3% e o Russell 2000, 0,7%; Nasdaq recuou 0,5% e o Dow Jones, 0,2%. O principal destaque foi a curva de juros: todas as maturidades subiram — o título de 2 anos avançou 1,9% (para 3,6%) e o de 10 anos, 1,0% (para 4,2%). Os Treasuries longos tiveram leve queda de 0,1%. O dólar se valorizou 0,6% no mundo — um movimento que merece atenção, dado o posicionamento consensual vendido na moeda entre investidores globais.


Em outras praças, houve retração moderada: Nikkei (-0,3%), emergentes (-0,6%), enquanto o DAX subiu 0,4%. A China sentiu a nova rodada de taxações: ações tradicionais caíram -0,2% e de tecnologia -1,6%. Ouro e petróleo tiveram altas expressivas, de 2,2% e 5,8%, respectivamente.


*O teatro do poder: Ato II em Brasília*


Localmente, dois eventos políticos dominaram as discussões. Primeiro, o encontro entre Lula e Trump em evento da ONU: o presidente americano elogiou o brasileiro e sinalizou abertura ao diálogo para eventual acordo comercial. Segundo, a alta da aprovação de Lula, que atingiu o maior patamar do ano, em pesquisa divulgada esta semana.


Nesse ambiente, o governador Tarcísio de Freitas — preferido por parte relevante do mercado — reforçou que não deve disputar a Presidência em 2026, priorizando a reeleição em São Paulo. O discurso ganhou firmeza após seguidos ataques de Eduardo Bolsonaro e veio acompanhado de acenos a Ratinho Jr. como possível nome da direita.


Esses movimentos dificultam a tese de renovação política em 2026. Vale notar que Lula e Trump devem se reunir novamente na próxima semana; se houver avanço nas negociações, a popularidade do presidente brasileiro pode subir ainda mais. Em nossa avaliação, o mercado precifica como altamente provável a renovação política; caso esse cenário se torne incerto, há espaço para abertura de prêmios de risco locais.


Os preços refletiram esse quadro: o Ibovespa caiu 0,3%, enquanto o dólar subiu 0,4%. Na curva, os títulos públicos com vencimento em 2030 avançaram nas duas pontas: prefixado (+0,8%, para 13,3%) e indexado ao IPCA (+0,8%, para IPCA+7,8%).


Qualquer necessidade estou à disposição.

Um abraço, Breno - Rubik Capital.

Mercados

 https://www.poder360.com.br/poder-economia/bb-seguridade-e-maior-pagadora-de-dividendos-em-2025/


*BB Seguridade é maior pagadora de dividendos em 2025*


_Até agosto, a companhia tomou o posto que era da Petrobras em 2024; petroleira caiu para 8º lugar, com queda de 61% no pagamento de proventos_


Em um ano marcado por euforia e novas máximas históricas para o Ibovespa, principal índice da B3 (Bolsa de Valores), uma mudança significativa agitou o mercado de proventos: a Petrobras deixou a liderança na lista das maiores pagadoras de dividendos, cedendo o posto para a BB Seguridade, que agora lidera tanto no Ibovespa quanto no Idiv (Índice de Dividendos). 


A Petrobras viu seus pagamentos de proventos encolherem 61% até agosto de 2025, uma diferença de R$ 60 bilhões em relação ao mesmo período de 2024, quando pagou R$ 103 bilhões. Com os R$ 40 bilhões distribuídos em 2025, ainda é a maior pagadora de dividendos em volume.


*IMAGEM 1*



Ficar de fora do top 10 no levantamento da Comdinheiro/Nelogica é resultado do recorte temporal, afirmou Gustavo Gukovas, diretor de Operações da Comdinheiro/Nelogica: “Se o recorte do levantamento fosse os últimos 12 meses, a PETR4 [papéis preferenciais] teria ficado em 2º e PETR3 [ordinários] em 4º no ranking”. 


*NOVA LÍDER* 


A nova líder BB Seguridade assumiu o topo e se destacou pelo aumento de 60% no valor pago por ação. A empresa consolidou sua posição como uma das mais rentáveis para os acionistas focados em renda passiva, liderando tanto a lista de empresas do Ibovespa quanto a do Idiv....


*IMAGEM 2*


Diferença entre os 2 índices: 


Ibovespa – é o principal termômetro do mercado de ações brasileiro, composto pelas empresas com maior volume de negociação e valor de mercado na B3. Representa a liquidez e a força das maiores companhias; 


IDIV –  é um índice setorial que agrupa as empresas conhecidas por serem boas e consistentes pagadoras de dividendos. Nem toda empresa do Ibovespa está no IDIV, e vice-versa. 


A liderança da BB Seguridade em ambos os universos demonstra uma rara combinação de alta liquidez e forte retorno em proventos. Outras companhias como Itaúsa (ITSA4) e ISA CTEEP (TRPL4) também voltaram a ganhar destaque em 2025. 


Apesar dos resultados expressivos, o cenário exige cautela. “Não podemos afirmar que esse excelente resultado dos primeiros oito meses irá se manter até o final do ano, tendo em vista as incertezas geopolíticas e econômicas que pairam no momento”, afirmou Wendell Finotti, CEO da Meu Dividendo. 


“A Selic nos patamares atuais desestimula os investimentos por parte das empresas, o que pode significar represamento de caixa no 1º momento, mas, no longo prazo, significa que as companhias poderão ter crescimento menor do que o esperado no futuro.” 


Para quem analisa as oportunidades, Gukovas afirma que é importante entender a métrica do Dividend Yield. “Quando uma empresa apresenta DY alto, ou ela paga muito em proventos, ou ela está sendo negociada a preços mais baixos, ou ambos. Então, o investidor deve ter cautela e considerar outros indicadores”, diz....



*RECORDES* 


Enquanto o ranking de dividendos se reconfigura, o mercado de ações vive um momento de forte otimismo. O Ibovespa bateu recorde nesta semana e fechou em 146.491,75 pontos.


A euforia não se restringiu ao Ibovespa. O IDIV, índice de dividendos, também alcançou sua máxima histórica, chegando a 10.395,26 pontos. No acumulado do ano, o Ibovespa lidera com uma alta de 21,08%, enquanto o IDIV avança 18,97%. 


Nesta onda de otimismo, 17 ações individuais também atingiram suas cotações mais altas da história, com destaque para o setor de incorporação, que viu 4 de suas empresas baterem recordes. Companhias como Moura Dubeux (MDNE3), Lavvi (LAVV3) e Planoeplano (PLPL3) registram valorizações superiores a 100% em 2025....



*IMAGEM 3*


Segundo Einar Rivero, da consultoria Elos Ayta, a euforia com a pontuação esconde fragilidades importantes, principalmente a desconexão entre a alta dos preços e o baixo volume de negócios, o que lança dúvidas sobre a sustentabilidade do movimento. 


Para o especialista, o investidor não deve se guiar apenas pelo número estampado na tela. Ele afirmou que, ao se avaliar o Ibovespa sob outras métricas, a percepção de “topo histórico” é relativizada.


“Quando dolarizado, por exemplo, o índice brasileiro ainda está mais de 60% abaixo de seu pico de 2008, em grande parte devido à desvalorização do real frente à moeda americana. Essa perspectiva torna a bolsa brasileira atrativa para o capital estrangeiro, que enxerga um significativo potencial de valorização”, disse.


Da mesma forma, quando os valores são ajustados pela inflação (IPCA), o índice ainda se encontra cerca de 30% aquém de sua máxima em termos de poder de compra real. “Ambas as análises mostram que ainda existe, estruturalmente, espaço para crescer”, afirmou Rivero.


A alta recente vem acompanhada de uma forte queda no volume financeiro negociado na B3. “Uma alta com baixo volume significa que poucos players estão impulsionando o mercado, o que não demonstra uma convicção generalizada”, alerta Rivero. Para ele, a situação é análoga a uma decisão importante ser tomada com pouquíssimos participantes, o que fragiliza sua legitimidade.


Rivero nota que o recuo na distribuição de dividendos por grandes companhias, como Petrobras e Banco do Brasil, mostra a necessidade de prudência....

Bolivar Lamounier

 Bolívar Lamounier

"Entrevista - Estadão - Política

"Bolívar Lamounier vê julgamento do golpe como divisor de águas e Congresso como ‘decepção completa’

Em entrevista ao Estadão, sociólogo e cientista político fala de entraves ao crescimento do País e critica Lula e Bolsonaro"


Por Zeca Ferreira

20/09/2025 | 15h45


BOLIVAR LAMOUNIER

Entrevista com Bolívar Lamounier

Cientista político, sócio-diretor da Augurium Consultoria e membro das Academias Paulista de Letras e Brasileira de Ciências

"A condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de oficiais-generais por tentativa de golpe de Estado marca um divisor de águas na história do País, avalia o sociólogo e cientista político Bolívar Lamounier. Para ele, o julgamento da Ação Penal 2668 pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) deixa claro que crimes contra a ordem democrática não serão mais tolerados.


“É óbvio que houve uma tentativa de golpe de Estado. Portanto, a pena é prisão, não há conversa”, afirma o sócio-diretor da Augurium Consultoria, que considera obscena a articulação em curso na Câmara para aprovar um projeto de lei que conceda anistia aos condenados pela trama golpista. “Este Congresso é uma decepção completa.”


Doutor em Ciência Política pela Universidade da Califórnia (EUA), Lamounier prepara um curso em que revisita clássicos da área para discutir os desafios da política global. Segundo ele, não será um debate conjuntural, mas uma investigação sobre novos arranjos políticos num momento em que até mesmo o sistema político dos Estados Unidos é posto à prova. Já foram gravadas cerca de 15 aulas, e a previsão é dobrar esse número.


Em sua avaliação, o País atravessa uma entressafra política, marcada por uma geração de baixa qualidade. A aprovação da PEC da Blindagem, que busca dificultar a abertura de processos judiciais contra políticos, só reforça o diagnóstico. Para Lamounier, a proposta é inconstitucional e acrescenta um novo capítulo ao conflito entre os Poderes.


Ele acredita, no entanto, que as eleições do próximo ano abrirão a possibilidade de renovação do Congresso, com a escolha de uma nova safra de bons políticos. “Por sorte, tudo indica que Bolsonaro já está fora do jogo, nunca deveria ter entrado, mas já está fora. Lula, acho que também sairá”, afirma, sustentando que a saída dos dois abrirá caminho para uma nova fase.


Entrevista com o sociólogo e cientista político Bolívar Lamounier em sua residência no bairro de Higienópolis.

O cientista político recebeu a reportagem do Estadão nesta sexta-feira, 19, em seu apartamento, em São Paulo. A entrevista durou pouco mais de uma hora. Confira os principais trechos a seguir:


Como o sr. avalia a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e também de oficiais-generais pelo Supremo Tribunal Federal?

É óbvio que houve uma tentativa de golpe de Estado. Portanto, a pena é prisão, não há conversa. As pessoas dizem: “não, mas não pode, cabe anistia”. Como é que cabe anistia? Um país tem uma Constituição. A Constituição representa o Estado. Se as pessoas entram violentamente no Palácio Presidencial, chegam a chutar a porta do gabinete do presidente... Se isso não é golpe de Estado, não sei o que é golpe de Estado.


O que muda no Brasil após esse julgamento?

É um divisor de águas. É um marco novo. Creio que não haverá outra situação como essa de militares cometerem um crime evidente, uma tentativa de golpe violento. No dia 8 (de janeiro) não houve um passeio na Esplanada dos Ministérios, houve um quebra-quebra. Entraram no Palácio, chutaram portas e quebraram obras de arte, inclusive. Se isso ocorrer outra vez, eles serão novamente presos, julgados e provavelmente condenados.


Algumas pessoas dizem que estamos vivendo uma situação anômala. Os Três Poderes não se entendem e se xingam mutuamente. Vamos raciocinar. Um país que precisaria crescer 4% ao ano não consegue ultrapassar 2,5%. Com o PIB per capita crescendo 2,5%, levaremos 28 anos para dobrar um PIB que já é medíocre. Ou seja, é claro que o País está tenso, irritado, agonizando. Eu diria até apavorado, vendo a pobreza crescer rapidamente. Não há como resolver essa situação porque se inventou uma teoria econômica segundo a qual o crescimento depende do Estado monopolizar setores vitais. Ontem mesmo (18 de setembro), o Lula falou que país nenhum pode abrir mão do petróleo, que é preciso monopolizar o petróleo. Mas (defendo que) se pode perfeitamente privatizar a Petrobras. Por que não?


Quais fatores impedem o crescimento do País?

Desde o início do ano discutimos apenas como fechar a arrecadação com o gasto, como empatar um lado com o outro, mas não como crescer. Não estamos discutindo crescimento, apenas equilíbrio orçamentário. E mesmo assim não equilibramos: entramos com déficit para o ano que vem. Ou seja, o primeiro elemento é econômico.


O segundo elemento, e aqui concordo com os críticos, é que o elenco está muito abaixo do enredo. Temos uma crise grave, um problema sério a resolver, mas, infelizmente, alguns ministros do Supremo e a quase totalidade do Congresso Nacional deixam a desejar.


Durante a Constituinte, era fácil nomear 20 de alta qualidade, de A a Z, no espectro ideológico. De Roberto Campos a Mário Covas, tínhamos gente de peso, com carreira política. Hoje é difícil indicar cinco. Não temos. Por várias razões que não posso explorar, estamos numa entressafra política, uma geração de má qualidade. Isso não há dúvida.


Como resolver isso? As eleições de 2026 são um caminho?

A eleição do ano que vem é absolutamente crucial para o Brasil. Por sorte, tudo indica que Bolsonaro já está fora do jogo, nunca deveria ter entrado, mas já está fora. Lula, acho que também sairá. Mesmo quando (Donald) Trump levantou a bola para ele posar de estadista, Lula não conquistou prestígio popular como tentou. Continuou na mesma: quarenta e tantos por cento de apoio, alta desaprovação e já com 79 anos. Não é mais aquele Lula esperto que um dia ia à Fiesp e no outro falava para operários na carroceria de um caminhão. Ele não é mais aquele Lula. Se for reeleito, será outro desastre, pois teremos um governo inerte, inepto, incapaz de realizar qualquer coisa.


Essa eleição histórica deve ser usada para renovar profundamente o Congresso. Precisamos escolher um presidente competente, um pouco mais à esquerda ou à direita, mas que seja capaz, que entenda o que é o Estado – que o Estado não é propriedade privada.


O sr. vê bons nomes para disputar a Presidência em 2026?

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, eu conheci superficialmente e tive muito boa impressão. Antigamente ele era muito violento, mas precisamos lembrar que, naquela época, o MST estava invadindo fazendas. Então havia um embate, e o Caiado liderava o lado dos produtores rurais contra o MST. Quando aquilo acabou, quem é o novo Caiado? Ele foi um bom deputado, presidiu a Comissão de Saúde. Há ainda o Romeu Zema, de Minas. Mas ainda temos um ano pela frente.


Outros governadores aparecem bem posicionados nas pesquisas, como Tarcísio de Freitas, de São Paulo, e Ratinho Júnior, do Paraná. O que o sr. acha deles?

Não os conheço muito, vou ser franco. Sei um pouco sobre a biografia política deles e que têm um prestígio considerável. O do Rio Grande do Sul (Eduardo Leite) também.


Como o sr. avalia o PL da Anistia que está sendo discutido no Congresso?

Deste Congresso, do Centrão, dos bolsonaristas, não há como esperar outra coisa. A palavra cabível é obscenidade. Ele (Bolsonaro) acabou de ser condenado à prisão e está preso, por enquanto, domiciliarmente. Eventualmente será preso e deve ser preso porque comandou uma tentativa de golpe de Estado. Isso já foi julgado. Ou seja, este Congresso é uma decepção completa. Isso é apenas mais um exemplo. Sempre ouvi dizer que a democracia precisa de partidos políticos confiáveis, responsáveis, organizados. O Centrão é o quê? Um partido? Não. É algo amorfo, um bando de gente espalhada, tentando arranjar emprego para parentes ou tirar proveito do erário. É isso que temos hoje. Precisamos urgentemente renovar este Congresso.


Nesta semana, a Câmara aprovou a PEC da Blindagem. Qual recado essa decisão passa à população?

Desde logo, é inconstitucional. Onde já se viu? O deputado ou senador é eleito com o voto do povo e permanece enquanto cumprir sua função parlamentar. A ideia de blindar significa permanecer lá em qualquer hipótese. Torna-se o quê? Um senhor feudal? Dono do cargo? Comprar cargos públicos era comum na Europa até o século 18. Com a democracia constitucional, ficou entendido que o sujeito é eleito, exerce quatro ou seis anos de mandato e, se se reeleger, tudo bem; se não, volta para casa, cria galinha, faz qualquer outra coisa. Mas não tem direito de ficar lá a vida inteira. A PEC da Blindagem é um contrassenso, uma contradição em termos. Para mim, não faz sentido algum.


O sr. vê a Câmara tentando dar uma resposta ao Supremo diante de investigações contra deputados?

É claro. Isso é mais um capítulo da briga entre os Poderes. E essa disputa é fruto de um país aflito, temeroso, tenso, com raiva do que é público. E como chegamos aqui? Porque o crescimento econômico parou, desmoralizou o Congresso e entramos num círculo vicioso. Quanto mais desmoralizado o Congresso, menos pessoas qualificadas querem ir para lá. Isso é evidente. Há séculos, eu mesmo me candidatei a deputado federal. É a primeira vez que conto isso em público, porque tenho vergonha. Quando disse a amigos que seria candidato, o primeiro respondeu: “Você também vai entrar naquilo?”.


Quando o sr. falou do Centrão, comentou sobre a importância dos partidos políticos para um país. Qual é o papel deles nessa crise? Há solução para a questão partidária?

O Brasil, acho eu, nunca teve partidos dignos do nome. Não temos. E não sei se teremos. Talvez já tenhamos passado do ponto. Os partidos que existem são oligárquicos. Quem quiser se candidatar precisa “beijar a mão” do chefe, seja ele quem for.


Considerando que ainda estamos em ambiente de polarização, o sr. enxerga algum caminho para superar essa disputa entre Bolsonaro e Lula?

Para mim, o caminho já está dado. Bolsonaro politicamente acabou. Seu futuro, se nossas instituições tiverem o mínimo de seriedade, será cumprir pena de prisão – não sei por quantos anos. Do outro lado, Lula, como já disse, também não tem mais condições de se eleger. Com a saída dos dois, algo que considero quase certo, pequena dúvida apenas sobre Lula, o caminho estará aberto. Esses nomes já mencionados, como Caiado e Zema, entre outros, formam um centro diversificado, mas honesto, competente, com visão racional do futuro do país e das reformas indispensáveis que precisamos realizar."

Fabio Alves