quarta-feira, 20 de agosto de 2025

O declínio das amizades

 🤔O DECLÍNIO DAS AMIZADES 



Recentemente, um artigo na Harvard Business Review analisa como a "recessão das amizades", ou a tendência de declínio de amizades significativas, está lentamente se enraizando em nossas vidas.

De acordo com a Pesquisa American Perspectives, o número de adultos americanos que afirmam não ter "nenhum amigo próximo" quadruplicou desde 1990, chegando a 12%. Enquanto isso, o número de pessoas com "dez ou mais amigos próximos" diminuiu em um terço. Uma tendência semelhante está surgindo em áreas urbanas da Índia: enquanto o número de conhecidos aumenta, as amizades profundas estão se tornando cada vez mais raras.

No passado, as pessoas conversavam facilmente com estranhos em cafés ou bares. Agora, as pessoas sentam-se sozinhas, desconectadas da multidão. Nos Estados Unidos, o número de pessoas comendo sozinhas aumentou 29% nos últimos dois anos. A Universidade Stanford até lançou um curso chamado "Design para Amizades Saudáveis", que destaca que formar e manter amizades agora exige aprendizado e esforço.

Este não é apenas um problema social, mas uma crise cultural. Reservar um tempo para a amizade não deve mais ser um luxo, mas sim uma prioridade. A solidão não é mais uma escolha; está se tornando um hábito. Se não priorizarmos conscientemente a amizade, não só será difícil fazer novos amigos, como também perderemos conexões antigas.

Reuniões religiosas, clubes, esportes e organizações voluntárias — todos os quais antes fomentavam a amizade — estão em declínio. Nos limitamos às mídias sociais, às responsabilidades familiares e até mesmo aos animais de estimação. Sim, alguns amigos não se veem mais porque não conseguem deixar seus animais em paz!

Hoje, a amizade não faz mais parte da vida cotidiana; ela só acontece quando outras responsabilidades são cumpridas. No entanto, pesquisas enfatizam a importância da amizade. No livro de Bonnie Ware, "Os Cinco Maiores Arrependimentos dos Moribundos", ela destaca um lamento pungente: "Eu gostaria de ter mantido contato com meus amigos..."

Pesquisas mostram:

•⁠ ⁠O isolamento social aumenta o risco de doenças cardíacas, demência e mortalidade.

•⁠ ⁠É tão prejudicial quanto fumar 15 cigarros por dia.

•⁠ ⁠As amizades melhoram a saúde mental, física e emocional.

•⁠ ⁠O estudo de 80 anos de Harvard concluiu que a maior fonte de felicidade e saúde na vida não é riqueza ou carreira, mas relacionamentos próximos.

A verdadeira amizade é como um investimento: perdoe, ligue, crie memórias e passem tempo juntos.

Como Mirza Ghalib disse lindamente:

“Ó Deus, concede-me a oportunidade de viver com meus amigos... pois posso estar contigo mesmo depois da morte.”

Valorize as amizades, reserve um tempo e enriqueça sua vida com relacionamentos amigáveis e significativos.

Stephen Kanitz

 "Bolsonaristas, Preparem Já Um Plano B


Muitos se irritaram porque não incluí Bolsonaro na disputa Tarcísio x Zema. Deveria ter explicado.


Bolsonaro cometeu um grande erro militar ao longo do seu mandato: manteve uma mentalidade de capitão, sem perceber que havia se tornado o “general” da nação.


E um  general simplesmente não vai para a linha de frente se expondo aos tiros que constantemente levou.


Um general se resguarda, ele só comanda, ele dá direção e principalmente motiva a tropa, que Bolsonaro não fez.


Bolsonaro fez justamente  o contrário: colocou-se constantemente no front de batalha, levando milhares de tiros desnecessários, atacando a Globo, os jornalistas , os adversários. 


Brigou frontalmente com Alexandre de Moraes, em vez deixar isso para seu Ministro da Justiça. 


Resultado: desgastou-se e perdeu os 1.5 milhões de votos necessários, vindo especialmente das mulheres adversas a homens combativos e preferiram um Lula paz e amor. Lula obteve 52% dos votos das mulheres, 52% dos homens votaram Bolsonaro.


Não foi por falta de aviso. Vários assessores o alertaram.


E aqui vai a verdade dura que bolsonaristas precisam aceitar.


Marca queimada não se recupera , nem um  produto, nem um político.


A única saída é criar outra. 


Apostar que Bolsonaro irá recuperar sua elegibilidade, é ingenuidade.


Alem disso  quem imagina que Bolsonaro poderia remontar seu excelente ministério, que era o seu forte,  se engana. 


Grande parte de sua equipe também saiu chamuscada e dificilmente voltará. “Nunca mais”.


Muito menos se fosse sob o comando de Michele ou Eduardo. Bolsonaro II não seria o mesmo governo.


Outro erro é esquecer que vocês não são “bolsonaristas”. 


Essa ideologia não existe.


 Vocês são , ou deveriam ser, liberais ou conservadores. 


O “bolsonarismo” nunca existiu como doutrina política. 


Fora isso, Bolsonaro foi um excelente presidente, mas não é possivel que o Partido Liberal não tenha outros nomes.


Se quiserem vencer, precisarão de um liberal ou um conservador comprometido com progresso, e não apenas com a distribuição da renda única promessa da esquerda.


Um candidato preparado, íntegro e livre, não um líder encurralado pela Justiça.


É hora de parar de viver do passado e preparar o futuro, rapidamente porque as eleições estão logo aí."


https://x.com/StephenKanitz/status/1957927388542636456

Dilson Sampaio da Fonseca

 É A GEOPOLÍTICA, IDIOTA!


Cansei de assistir a economistas, que se dão muita importância, discorrerem sobre os fatos correntes com foco exclusivamente na matéria que pensam dominar. Ocorre que o tempo dessa análise  hegemônica, de raiz marxista sim, está acabando, com a nova ordem que se desenha no mundo com o advento de Trump e a retomada da liderança mundial americana. Quem não entendeu isto continua a mostrar perplexidade com a não exclusividade do fator puramente financeiro na imposição do tarifaço ao Brasil pelos EUA. A motivação é, primordialmente, geopolítica e simples: os EUA não permitirão que aqui se instale um narcoestado de viés comunista, como ocorreu com a Venezuela e está ameaçando também a Colômbia. Lamento sinceramente que esse combate ao narcoesquerdismo tenha de contar com ações vindas de fora das fronteiras do Brasil, por causa de nossa incapacidade de construir um arcabouço robusto de segurança pública que seja implacável no combate ao crime organizado e ao tráfico de drogas.

Claudio Dantas

 *A Faria Lima e a rendição anunciada: quando o mercado escolhe Washington em vez de Brasília*


Artigo do "Observatório Brasil Soberano"


“A decisão de Flávio Dino de tentar blindar um ministro da mais alta corte do alcance da Lei Magnitsky teve efeito imediato: em vez de pacificar, escanca rou o choque entre normas locais e imposições internacionais. O episódio não mostrou apenas uma disputa jurídica, mas deixou evidente o conflito entre Brasília e Washington quando o assunto envolve dinheiro. A reação dos bancos foi rápida — e pública. Não houve comunicado oficial nem nota técnica. Bastou acionar o Globo como caixa de ressonância para deixar clado: ninguém na Faria Lima pretende comprar briga com a OFAC. Esse gesto foi uma demonstração de pragmatismo financeiro em estado puro. O risco de perder acesso a redes de pagamento, corresponsabilidade bancária e contratos com operadores globais foi suficiente para que o mercado se posicionasse — sem hesitação e sem bastidor. Não houve dilema, nem cálculo político: apenas a preservação do fluxo. 


E o mais curioso é que isso foi comunicado abertamente, por meio da imprensa. Um recado direto de que, nesse jogo, a variável política cede lugar à lógica do dinheiro. A mensagem da Faria Lima foi clara: pode haver ruído político, pode haver decisão local, mas o sistema financeiro brasileiro não vai correr o risco de isolamento internacional. No fim do dia, a Faria Lima sempre escolhe o lado do dinheiro [aqui eu usaria a palavra pragmatismo]. 


O episódio também escancarou uma ruptura. Quando uma decisão interna é tratada como “inviável” e “incumprível” por banqueiros em público, o que se transmite é que certas ordens locais não se sustentam diante das engrenagens globais que movem o capital. Para os investidores estrangeiros, o recado foi direto: quando há conflito, prevalece a lógica financeira internacional. Esse padrão não é novo. A elite financeira brasileira não atua com base em convicções institucionais. Atua com base em fluxo, acesso e custo de capital. 


Brasília pode insistir em dar forma jurídica a certos movimentos, mas quem dita o ritmo do sistema é a precificação de risco. A Faria Lima já fez sua escolha — e ela continua a mesma. Mais do que um impasse jurídico, estamos diante de um gesto calculado. A Lei Magnitsky nem precisa ser aplicada diretamente no Brasil para produzir efeito. O simples fato de existir já força os bancos a sinalizar alinhamento automático. E a cada novo episódio, a distância entre o discurso oficial e a conduta real do mercado se torna mais visível. No fundo, o episódio apenas confirmou o que nunca deixou de ser verdade. Quando os dois mundos entram em choque — o da política local e o das finanças globais — a Faria Lima não hesita. Escolhe o lado do dinheiro. E faz isso de forma pública, calculada e previsível.”

Bco Master e suas falcatruas

 🏦 *Master fez investimentos de r$ 1,2 bilhão em empresas vinculadas a irmã de Vorcaro- Estadão*


*CVM vê indícios de crime em aporte de R$ 361 milhões numa clínica em nome de laranja*


A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) está investigando o Banco Master devido a suspeitas de irregularidades em investimentos feitos em empresas vinculadas à Natália Vorcaro, irmã do dono do banco, Daniel Vorcaro. A CVM identificou indícios de crimes em aportes de R$ 2,1 bilhões do Banco Master em dez empresas, cujas notas comerciais foram emitidas pela Laqus Depositária de Valores Mobiliários e adquiridas exclusivamente pelo Master.


Desses valores, R$ 1,2 bilhão foi investido em empresas ligadas a Natália Vorcaro. Além disso, a Clínica Mais Médicos S.A., que recebeu R$ 361 milhões do banco, opera em uma estrutura rudimentar e compartilha o mesmo escritório de contabilidade com a Del Participações, onde Natália é administradora. A investigação sugere que essas operações foram criadas de forma fraudulenta para que o dinheiro retornasse ao grupo familiar de Daniel Vorcaro, inflando artificialmente o patrimônio do banco.


O Banco Master afirmou que os investimentos citados já foram quitados, mas não comentou os vínculos com Natália. A Laqus, por sua vez, declarou que cumpriu os requisitos legais e não é responsável pela emissão das notas comerciais.


https://tinyurl.com/2cvwcgwx

BDM Matinal Riscala

 *Rosa Riscala: STF acende alerta nos bancos*


Nos Estados Unidos, a ata do Fomc (15h) é o destaque


… A decisão do PBoC de manter os juros na China é a primeira notícia do dia para os mercados globais, que têm na agenda dados de inflação de julho no Reino Unido, Alemanha e Zona do Euro. Nos Estados Unidos, a ata do Fomc (15h) é o destaque, além das falas de dois Fed boys: Waller, candidato à sucessão de Powell, e Bostic, um dos mais notórios falcões. Em Wall St, mais uma varejista, a Target, divulga balanço. O Simpósio de Jackson Hole será aberto à noite. Nas negociações para a paz na Ucrânia, o local para o encontro entre Putin e Zelensky permanece indefinido. Aqui, tem nova pesquisa Quaest, Haddad em seminário da Fazenda, enquanto a insegurança jurídica assusta os bancos.


O FATOR DINO – A decisão do ministro Flávio Dino (STF), afastando a eficácia automática de leis estrangeiras no Brasil, causou uma onda de dúvidas e apreensão no setor bancário, em especial, nas instituições que têm operações nos Estados Unidos.


… No Ibovespa, as ações de bancos tiveram fortes quedas, enquanto juros e dólar subiram (leia abaixo em Mercados).


… Ao analisar segunda-feira decisão da Justiça do Reino Unido sobre indenização a vítimas do desastre de Mariana e Brumadinho, Dino definiu que ordens judiciais estrangeiras só valem após homologação da Justiça do Brasil.


… Embora motivada por um caso específico, a decisão protege cidadãos brasileiros dos efeitos da Lei Magnitsky, usada pelo governo americano para sancionar o ministro Alexandre de Moraes, acusado de promover uma caça às bruxas no processo contra o ex-presidente Bolsonaro.


… Em novo despacho, ontem, Dino reiterou que não há eficácia automática de leis estrangeiras em território nacional.


… Na prática, isso significa que os bancos brasileiros, todos com relacionamento com instituições e empresas americanas, podem sofrer sanções tanto dos Estados Unidos, se não cumprirem a Lei Magnitsky, ou podem ser punidos pela legislação do Brasil se cumprirem a Lei.


… A disposição dos ministros do STF fica clara na sua recusa de transferir seus recursos para cooperativas de crédito, como foram aconselhados. Segundo a jornalista Mônica Bergamo (Folha), consideram que isso representaria uma capitulação da Suprema Corte.


SEM CONSENSO – O STF está dividido sobre como reagir às sanções de Donald Trump contra Alexandre de Moraes.


… Uma ala defende represálias, como o bloqueio de ativos de empresas americanas no Brasil, enquanto outro grupo avalia que a medida poderia encerrar de vez as relações diplomáticas entre os dois países.


… A tensão aumentou com a decisão de Flávio Dino, que obrigou bancos a consultarem a Corte antes de cumprir ordens estrangeiras.


… A medida não teve apoio unânime: alguns ministros temem que ela amplie a crise internacional e coloque os bancos diante de um impasse entre descumprir normas do sistema financeiro global ou ordens do Supremo.


… Parte da Corte defende que o debate mais amplo sobre a Lei Magnitsky ocorra no processo relatado por Cristiano Zanin, aberto a pedido do deputado Lindbergh Farias (PT), que busca impedir bloqueios de contas de Moraes por bancos no Brasil.


… Zanin já enviou o caso para manifestação da PGR e aguarda a devolução para tomar sua decisão.


TARIFAÇO NA OMC – Os Estados Unidos aceitaram a consulta do Brasil na OMC, mas afirmam que parte das tarifas se enquadra em “segurança nacional”, fora do alcance do órgão. O Itamaraty vê como resposta de praxe, mas destaca que abre um canal de diálogo.


… Se não houver acordo em 60 dias, o Brasil pode pedir a criação de painel.


… O governo Lula espera que a fase de consultas permita negociação direta com autoridades americanas, mas já admite recorrer à Justiça dos Estados Unidos contra as sanções. Há temor de que o USTR fragmente medidas contra o Brasil em várias etapas.


LULA E BIG TECHS – O governo pretende enviar até a próxima semana ao Congresso o projeto de lei de regulamentação das plataformas digitais.


… A proposta segue os parâmetros fixados pelo Supremo Tribunal Federal em junho, prevendo responsabilização das empresas em caso de falhas sistêmicas na remoção de conteúdos sensíveis, como incentivo ao terrorismo, suicídio ou crimes contra crianças.


… A iniciativa ganhou força após o tarifaço de Trump, que chegou a citar a regulação das big techs como uma das motivações das sobretaxas.


… Lula também deve reunir seus ministros na próxima terça-feira (26) para alinhar o discurso do governo sobre o novo marco regulatório.


… Nesta terça-feira, o presidente almoçou com Hugo Motta, pedindo a ele que garanta “bom andamento” às matérias de interesse do Planalto na Câmara, incluindo a proposta sobre redes sociais.


A GUERRA – Líderes militares da Otan devem se reunir hoje em circunstâncias consideradas únicas para discutir garantias de segurança e o apoio à Ucrânia, impedida por Putin de ingressar formalmente na organização.


… Trump esclareceu que os Estados Unidos estão prontos para usar poder aéreo em apoio a uma força europeia no país, mas descartou o envio de tropas terrestres. A reunião desta quarta-feira deve refinar as opções militares para proteger a Ucrânia.


… Nas negociações de paz, Putin sugeriu encontro com Zelensky em território russo — proposta descartada de imediato.


… Moscou ainda indicou a China como possível garantidora, mas a União Europeia mantém ceticismo sobre um acordo de paz e prepara novas sanções contra a Rússia até setembro, segundo Politico.


… Na AFP, a Suíça afirmou que dará imunidade a Putin se ele viajar ao país para negociações, apesar do mandado de prisão contra ele. Já a Casa Branca sugere realizar a reunião trilateral em Budapeste, capital da Hungria.


… Em declaração inédita ao programa de rádio Mark Levin Show, Trump sinalizou ontem que, talvez, não participe da reunião com Zelensky e Putin. “Tive encontros bem-sucedidos com Putin e Zelensky, mas agora é melhor que eles se encontrem sem mim”.


AGENDA – A pesquisa Genial/Quaest sobre avaliação do governo (7h) e a divulgação da ata do FED (15h) são os destaques desta quarta-feira.


… No Brasil, a agenda traz ainda o fluxo cambial semanal do BC (14h30), a participação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em seminário sobre governança organizado pela Fazenda (14h) e a presença do governador Tarcísio de Freitas em evento do Santander (18h).


… O Tesouro deve divulgar o ranking anual de custos e o relatório resumido de execução orçamentária dos Estados e do Distrito Federal, com dados do terceiro bimestre de 2025.


… No exterior, os índices de inflação no Reino Unido, Alemanha e Zona do Euro saem na madrugada brasileira, quando a presidente do BCE, Christine Lagarde, participa de encontro do Fórum Econômico Mundial, na Suíça.    


… Ainda nos Estados Unidos, as falas dos dirigentes do Fed devem trazer mensagens divergentes, com Christopher Waller (12h), mais dovish, e Raphael Bostic (16h), mais hawkish. Às 11h30, saem os dados semanais de estoques de petróleo do DoE.


… O balanço da Target sai antes da abertura dos mercados em Nova York.


CHINA HOJE – A taxa básica de juros para empréstimos (LPR) de 1 ano permaneceu em 3% e a de 5 anos, em 3,5%.


AFTER HOURS –As ações da Nu Holdings avançaram 1,37% no after hours de Nova York após nova recomendação de compra, agora do Citi, que dobrou o preço-alvo para US$ 18, sinalizando potencial de alta de 35%.


SINUCA DE BICO – No centro do fogo cruzado entre o STF e Trump, o estrago foi considerável ontem para os papéis do setor financeiro, que caíram em bloco e perderam mais de R$ 40 bilhões em valor de mercado no pregão.


… “Os bancos nacionais estão entre a cruz e a espada. Todos têm relacionamento e usam serviços de bancos e grandes empresas americanas”, resumiu ao Broadcast Marcos Weigt, da Tesouraria do Travelex Bank.


… De um lado, as instituições financeiras podem sofrer sanções dos Estados Unidos se não adotarem restrições a Moraes baseadas na Lei Magnitsky. De outro lado, se cumprirem a ordem, podem contrariar a legislação brasileira.


… As ações do BB, que vinham resistindo firmes e fortes nos últimos pregões à decepção com o balanço trimestral, entregaram os pontos ontem e afundaram 6,03%, para R$ 19,80, figurando como terceira pior queda do dia.


… Só perdeu para Raízen (-9,57%; R$ 1,04), após a Petrobras negar intenção de investimento, e para Cosan (-6,41%).


… Tombo também para Santander unit (-4,88%, a R$ 25,94), para o Itaú, que perdeu 3,04% e fechou a R$ 36,31, além do Bradesco. O papel PN registrou desvalorização de 3,43%, para R$ 15,79, e o ON recuou 3,29%, para R$ 13,54.


… Sob o peso do dia, o Ibovespa engatou queda firme de 2,10%, aos 134.432,26 pontos, com giro de R$ 22,4 bilhões.


… Só cinco das 84 ações da carteira teórica do índice à vista escaparam ontem no campo positivo: Minerva (+2,93%), Suzano (+0,78%), Hypera (+0,48%), Marfrig (+0,17%) e Vale, com ganho marginal de 0,08%, cotada a R$ 53,24.


… Junto com o petróleo, Petrobras fechou no vermelho: ON -1,37%, a R$ 32,41; e PN, -1,05%, a R$ 30,04.


… Embora sem qualquer resolução concreta para um cessar-fogo entre a Rússia e a Ucrânia, o barril do tipo Brent para entrega em outubro apostou as fichas nas negociações de paz e teve queda de 1,21%, cotado a US$ 65,79.


… Nas bolsas em Wall Street, o pessimismo do setor de tecnologia pesou para o Nasdaq, que perdeu 1,46%, aos 21.314,95 pontos. Já o S&P 500 caiu bem menos (-0,58%), aos 6.411,45 pontos, e o Dow Jones não caiu nada.


… O índice da Nyse, negociado praticamente estável (+0,02%), a 44.922,39 pontos, recebeu suporte da Home Depot (+3,15%), que frustrou no balanço, mas informou guidance positivo para as vendas no acumulado do ano.


GUARDA ELEVADA – Além de terem queimado quase 3 mil pontos do Ibovespa, os ruídos sobre a aplicação da Lei Magnitsky contribuíram para acelerar o dólar a R$ 5,50 e disparar o DI, com o investidor redobrando a cautela.


… No câmbio, também parece estar batendo o risco de que a ata do Fed e a participação de Powell em Jackson Hole esvaziem as chances de sinalização de que o ciclo de corte dos juros nos Estados Unidos começará em setembro.


… O real encerrou ontem com o pior desempenho entre as 33 moedas mais líquidas acompanhadas pelo Valor, diante do salto de 1,22% do dólar à vista, para R$ 5,5009, revisitando o patamar em que estava duas semanas atrás.


… Esta correção deixa em stand-by as apostas de que a moeda norte-americana poderia estar pronta para furar suportes psicológicos importantes, depois de ter encerrado a semana passada abaixo da marca de R$ 5,40.


… Lá fora, o dólar teve ontem volatilidade bem menos intensa do que aqui, com o índice DXY em leve alta de 0,10%, a 98,265 pontos, e queda modesta do euro (-0,12%, a US$ 1,1649), libra (-0,12%, a US$ 1,3488) e iene (147,53/US$).


… De olho nos próximos recados do Fed e desdobramentos na Ucrânia, os juros dos Treasuries interromperam a sequência de três altas. A taxa da Note-2 anos caiu a 3,750% (de 3,770%) e a de 10 anos, a 4,303% (de 4,339%).


… Mas aqui a curva do DI descolou completamente do exterior, precificando a escalada da tensão entre o Brasil e o governo Trump, que coloca os bancos domésticos numa encruzilhada, expostos à insegurança jurídica do momento.


… Desde que o mês começou, os juros futuros longos não fechavam com tanto prêmio de risco como ontem. O vencimento de Jan/27 voltou a cruzar a barreira de 14% e saltou de 13,95% no ajuste para 14,145% no fechamento.


… Sob pressão, fecharam nas máximas do dia os contratos de Jan/31, a 13,750% (de 13,476% na véspera); e Jan/33, a 13,870% (de 13,621%). Jan/29 foi a 13,480% (de 13,194%) e, na ponta curta, Jan/26 marcou 14,910% (de 14,890%).


… O trecho de mais curto prazo do DI tem as altas limitadas pela esperança de que o Copom ainda possa mudar de conversa e dar margem à interpretação de um corte antecipado da Selic, apesar de Guillen ter indicado o contrário.


… Em relatório, o BTG Pactual avalia que a combinação recente de surpresas baixistas na inflação e na atividade econômica aumentou a possibilidade de o BC relaxar a política monetária mais cedo, já na reunião de dezembro.


… Mas o banco reconhece que uma postura menos conservadora do Copom continua condicionada à continuidade de indicações desinflacionárias e de alguma reancoragem, ainda que parcial, das expectativas para o IPCA.


CIAS ABERTAS – O Cade deve julgar hoje o mérito da operação de fusão entre a BRF e a MARFRIG.


MASTER. A Câmara Legislativa do DF aprovou, em segundo turno (14 votos a 7), projeto de lei que autoriza o BRB a comprar parte do banco. Texto segue para a sanção de Ibaneis, mas a compra ainda depende do aval do BC…


… Uma investigação conduzida pela CVM apontou, pela primeira vez, a suspeita de crimes financeiros na gestão do Banco Master, por meio de investimentos milionários fraudulentos que inflaram o patrimônio da instituição…


… Além disso, permitiram aportar recursos em empresas vinculadas à irmã do dono, Daniel Vorcaro…


… O Master manifestou surpresa com as alegações, informou que não foi formalmente solicitado pela CVM a prestar esclarecimento e considera “inadmissível a abertura de procedimentos com vazamento de informações à imprensa”.


AÉREAS. Cade adiou para a sessão de 3 de setembro julgamento sobre existência ou não de infrações concorrenciais no contrato de codeshare entre a Gol e a Azul…


… O motivo seriam novos documentos apresentados no caso, que ainda precisariam ser analisados. (fontes do Valor)


WEG. Conselho concedeu aval para contratação de financiamento pelas subsidiárias Balteau Produtos Elétricos e Weg Turbinas e Solar no valor de R$ 130 milhões…


… Contratação será feita por meio da linha BNDES Finame Materiais Industrializados, com prazo de até 18 meses…


… Adicionalmente, colegiado também concedeu aval para financiamento de US$ 50 milhões pela Weg Africa (PTY), com prazo de 36 meses.


ANEEL. Plenário do Senado aprovou nesta terça-feira a nomeação de Willamy Moreira Frota e Gentil Nogueira para duas diretorias da agência reguladora.

Bolivar Lamounier

 VERMELHO ATÉ  A MEDULA

Bolívar Lamounier

Em 1966, prosseguindo meus estudos de pós-graduação na UCLA, comecei a sentir que a saudade de casa batia mais forte. Em retrospecto, causa espanto a diferença entre os meios de comunicação de que hoje dispomos e os daquela época. De lá, eu podia telefonar, mas o custo era incompatível com a modesta bolsa de estudos com que me sustentava; e escrever cartas, cujas respostas levavam uma eternidade para chegar. Pegar um avião e vir por um breve período era impensável.

Fui ruminando tal situação até que um dia decidi solicitar e obtive de meu orientador licença para uma viagem um pouco mais demorada a Belo Horizonte. Ele compreendeu perfeitamente os meus motivos psicológicos, mas tratei de reforçá-los dizendo que pretendia colher dados para minha futura tese de doutoramento. 

O momento era alvissareiro, pois o Departamento de Ciência Política da UFMG acabara de entrar em funcionamento, e tudo indicava que viria a ser uma instituição de grande prestígio, como de fato aconteceu. Clara indicação disso foi que, no segundo semestre daquele ano, o DCP promoveria um seminário de ciência política, ao qual compareceria a nata internacional dessa área de estudos. Estaria também presente o representante da Fundação Ford no Brasil, Peter Bell, um grande benfeitor das ciências sociais em nosso país, com quem tive o privilégio de manter uma estreita amizade até o falecimento dele, em 2012. 


Do seminário propriamente eu não teria condições de participar, pois deveria retornar a Los Angeles para o semestre de outono, cujo começo praticamente coincidiria com a referida reunião. Preparei-me, pois, para a viagem de volta, mas não pude iniciá-la em razão de um fato imprevisto e desconcertante. No aeroporto do Galeão, no Rio, ao me apresentar no balcão da companhia aérea, fui informado de que meu visto de entrada nos Estados Unidos fora cancelado. No dia seguinte, fui bem cedo à Embaixada americana, que me instruiu a voltar a Belo Horizonte, uma vez que a ordem de cancelamento partira de lá; era, pois, ao Cônsul local que deveria me reportar. Tratei de estabelecer contato com o Peter Bell antes mesmo de embarcar para a capital mineira, o que, segundo me pareceu, a própria embaixada já havia feito. 


Em Belo Horizonte, fui rapidamente ao encontro do Peter Bell para pedir-lhe que me acompanhasse ao Consulado, o que ele de imediato se prontificou a fazer. O que se passou desse momento em diante, como antecipei, foi bizarro, para dizer o mínimo, e afetou o restante de minha vida.


O Consulado americano funcionava no oitavo andar de um prédio situado na esquina das ruas Guajajaras e Bahia, ao lado da lanchonete  Camponesa, uma referência  da culinária belorizontina daqueles tempos. Quando Peter Bell e eu nos apresentamos à recepção, o cônsul nos fez saber peremptoriamente que nos receberia um de cada vez, não juntos. Entrei primeiro, e bastaram-lhe cinco minutos para me dizer que não iria reconsiderar sua decisão. Que cancelara meu visto porque me considerava um perigoso comunista. Peter entrou em seguida e, na descida do elevador, contou-me rapidamente o que se passara na conversa dele com o Cônsul. Quarenta e um anos mais tarde, em 2007, ele fez o mesmo relato num depoimento prestado à revista dos veteranos da Fundação Ford (LAFF Society Newsletter, 52, 2007). 


The consul insisted on seeing Bolivar and me separately rather than together. When Bolivar emerged from his meeting, he did not utter a word, but looked crestfallen.  It was then my turn to go to the office. The consul shut the door and told me point blank that he could not possibly grant a visa to Bolivar. When I asked why, he said that it was because Bolivar was the real thing. I asked what that meant, and the consul responded: He is deep red. Having told me that, he admonished there was nothing more to be said.


With that, Bolivar and I took the elevator down to the ground floor of the building that housed the Consulate. As we got out, members of the Brazilian secret police seized Bolivar and manhandled him into the back of a covered truck. I tried to accompany him, but was pushed back. I went back to the Consulate again and demanded  an explanation. To no avail”. 


Os agentes e a direção do DOPS nada me disseram, nem perguntaram.  Fiquei quase três meses atrás das grades, sem qualquer comunicação oficial das autoridades. Era, naquele momento, o único preso político sem processo formado em todo o Brasil, com o que meu nome permanecia o tempo todo na imprensa. No documento acima citado, Peter Bell relata que os participantes do seminário internacional de ciência política, uma vez informados do local onde eu me encontrava, alugaram um ônibus e foram até lá; não conseguiram avistar-se comigo, mas conseguiram me ver, certificando-se de que estava vivo. Só quem conseguiu falar comigo foi Mário Brockman Machado, um grande amigo, à época um pós-graduando em Minas, que era advogado e tinha em mãos sua carteira de identificação da OAB. 


Finalmente liberado por meio de um habeas-corpus impetrado junto ao STM (Supremo Tribunal Militar), consegui retornar aos Estados Unidos, mas adianto-lhes que esse foi o episódio inicial de minha trajetória como um “perigoso comunista”, não obstante o teor convictamente  liberal de tudo o que escrevi em livros e pela imprensa por toda a minha vida.

Fabio Alves