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PARA QUE LADO VAI O DEBATE?

Parece que vivemos tempos da marmota, lembrando um filme em que o personagem acordava todos os dias e sempre era a mesma cena, mesma situação. Não dava para perceber mudanças na rotina deste personagem, sempre preso a um dia específico. Parece que vivemos isso no Brasil, nestes últimos anos e até décadas. Não saímos do lugar. Dá então para tirar algumas conclusões ou deduzir algo deste ambiente que vivemos. Vamos a elas. 1) Populismo. Temos a leitura de que os governos, nestes últimos 20 anos, sempre se apegaram à soluções fáceis, pouco desgastantes, fugindo sempre dos confrontos, dos embates no Congresso, de medidas impopulares. Foram sim, governos populistas, que pouco avançaram nas agendas essenciais de reformas. N ão podemos escorregar pela retória de que tudo de ruim ocorrido foi causado por choques externos, "crises importadas", etc. Não dá! Quem acompanhou de perto nas "rotinas" destes governos, se mantendo sempre atualizado, numa leitura bem mais clara da re...

INFLAÇÃO DOS EUA E DO BRASIL

Estamos terminando mais uma semana e o tema em destaque nesta foi a inflação.  Foram divulgados os índices de preço, usados pelas autoridades monetárias como parâmetros, no Brasil e nos EUA e ambos acabaram acima do esperado, acendendo uma luz amarela para ambas as autoridades, o Banco Central do Brasil e o Fed. No Brasil, o IPCA registrou 0,83%, elevado a 8,06% em 12 meses, o que pode levar o BACEN a intensificar na sua política de normalização parcial das últimas reuniões. Nos EUA, o CPI foi a 0,6%, 5,0% em 12 meses, com o núcleo a 0,8% e 3,8% em 12 meses, quando o mercado esperava 3,5%. Ou seja, pelo índice que descarta alimentos e energia, a inflação acabou bem elevada, o que coloca na conta uma certa disseminação do índice. Pressão adicional ao Fed de Jerome Powell. No comportamento do CPI americano, a alta foi puxada pelos preços mais elevados do petróleo, contaminando o item energia do índice, acima de 50% em 12 meses, e pela puxada nos preços dos carros e caminhões usados, ...

PROBLEMAS A SEREM RESOLVIDOS

Amigos enumeraram alguns riscos, considerados relevantes para esta travessia tupiniquim de 2021, quem sabe, também para o ano eleitoral de 2022, ano também de Copa de Mundo no Catar e de fim de festa para este presidente "verborrágico", que nos "governa" desde 2019.  Alguns dos riscos: grande desequilíbrio fiscal, com a dívida bruta tendo chegado a 86% do PIB em fevereiro passado. Em dezembro de 2019 estava em torno de 74%; ambiente político muito açodado; grande volume de títulos públicos alongados emitidos (LTN e NTNF); inflação elevada; e trajetória da curva do rendimento da curva dos treasuries de 10 anos dos EUA. "Estamos vendo uma disseminação de espuma, bolhas, tomada de risco e alavancagem. Muitos players se alavancaram muito e assumiram muito risco, e alguns deles vão explodir” disse Roubini, em entrevista à Bloomberg TV. Vamos nos ater aos desafios no plano federal, embora tenha severas restrições à governança de muitos estados da federação, um desafi...

DIA DE IPCA

Depois de oito pregões em alta era previsível algum ajuste no Ibovespa. Foi o que aconteceu nesta terça-feira, ainda mais com a maior cautela pelo cenário fiscal, depois do ministro Guedes sinalizar a extensão do auxílio emergencial “por dois ou três meses”, talvez até setembro. Tudo irá depender do ciclo de vacinação em curso. Neste clima de correção, a bolsa de valores caiu 0,76%, a 129.787 pontos, mesmo com a Petr4 em alta, este decorrente da alta do barril de petróleo WTI, acima de US$ 70, pela primeira vez desde outubro de 2018. No mercado de juro futuro, as taxas, de manhã em queda, acompanhando os treasuries americanos, fecharam o dia estáveis. Tanto no Brasil, como nos EUA, saem índices de inflação que podem alterar o transcurso da taxa de juros nos próximos meses. Para o presidente do BACEN, Roberto Campos Neto, em seminário, os choques inflacionários devem ser “encarados como temporários”. Para ele, “a curva de juros perdeu um pouco da inclinação recentemente, em função da al...

VEIAS ABERTAS DA AMÉRICA LATINA

Na literatura, um escritor uruguaio de esquerda, muito respeitado no meio literário, Eduardo Galeano, publicou um livro, "Veias Abertas da Américal Latina", que se tornou um marco na região, por descrever, em detalhes, como foi a colonização do continente, muito mais caraterizada pela exploração das riquezas minerais, e pouco pelo povoamento dos países. Não foi, portanto, uma colonização de povoação, mas apenas de exploração. Desde então, cada país viveu sua história, sua evolução, suas contradições, no que o filósofo Karl Marx chamaria de "dialética histórica", ou mesmo o saudoso Darci Ribeiro, evoluindo "aos trancos e barrancos". Países, que tinham um pé na Europa, como Chile e Argentina, modelos consagrados pelos seus sistemas educacionais e suas bem azeitadas economias, basdeadas no setor primário, tomaram rumos diferentes no século XX, e mais se aproximaram, ou se afastaram, do Eldorado do "velho continente". Na Argentina, a ascenção do Domi...

PERSPECTIVAS PARA JUNHO

No mundo, todas as atenções se voltam para os próximos passos das autoridades monetárias, na conjunção entre retomada da economia global, seu ritmo de crescimento, trajetória da inflação e impacto sobre o mercado de trabalho. Em outras palavras, como fazer esta “sintonia fina” correta, visando compatibilizar retomada da economia pós-pandemia, pressões inflacionárias relevantes e aumento da oferta de empregos? No Fed, em “duplo mandato”, tal como o Brasil, o desafio é compatibilizar a velha “curva de Philips”, no tradeoff entre inflação e desemprego. A pressão, no entanto, segue, no mercado por “ajustes” na política monetária (“aperto gradual” ou tapering) contra a “leitura parcimoniosa” do presidente Jerome Powell “de manter a política monetária acomodatícia”, considerando os repiques inflacionários como transitórios, reflexo de desajustes nos gargalos produtivos das diferentes cadeias de empresas e setores. No mundo, instituições como OCDE, FMI, Banco Mundial e outras, sinalizam...

LUANA ARAÚJO, UM FURACÃO

Estas CPIs são meio sacais, meio previsíveis. De repente apareceu a Dra Luana Araújo. O que foi aquilo? A partir daí estabeleceu uma zona de corte.  Ela disse na CPI várias coisas muito importantes. Vamos a elas:  "Ciência não tem lado. Ou ela é bem feita ou mal feita" (fala em discurso inicial) "Pleiteei autonomia, não insubordinação" (sobre possível entrada na Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à covid-19) "O ministro me chamou e disse que lamentavelmente meu nome não foi aprovado" (sobre sua dispensa após dez dias de trabalho) "Não temos opinião, mas evidências, e elas são claríssimas, transparentes. Somos a favor de uma terapia precoce que exista. Quando ela não existe, não pode se tornar uma política de saúde pública" (sobre eficácia do tratamento precoce) "Essa é uma discussão delirante, esdrúxula, anacrônica e contraproducente" (sobre eficácia do tratamento precoce) "Quando disse, há um ano atrás, que estávamos na va...