Parece-me exagerado o debate existente no País sobre o patamar ideal para a taxa de câmbio. Uns chegam a achar, pelos seus modelos, que deveria estar em torno de R$ 3,40 a R$ 3,60, ou mesmo chegando a R$ 4,00. Claro que muitos destes, alinhados com o setor produtivo, com a Fiesp ou a CNI. Por estes dias, a taxa de câmbio vem se mantendo volátil, oscilando no intervalo entre R$ 3,15 e R$ 3,20, dada a movimentação do Fed em elevar a taxa de juros pelas incertezas políticas. Para onde vai o câmbio neste ano, ninguém sabe. Há duas semanas estava caminhando para abaixo de R$ 3,10. Neste debate, dois lados devem ser delimitados. Um, achando que a indústria deve voltar a ser competitiva pela ação da política cambial; outro, defendendo a acertada tese de que a competitividade precisa ser restabelecida pelo retorno da produtividade, pelo aumento da eficiência do sistema econômico, daí a necessidade de tocar com urgência a agenda de reformas estruturais. Este sim deve ser o lado a ser...