Pular para o conteúdo principal

Correção cambial ou reformas?

Parece-me exagerado o debate existente no País sobre o patamar ideal para a taxa de câmbio. Uns chegam a achar, pelos seus modelos, que deveria estar em torno de R$ 3,40 a R$ 3,60, ou mesmo chegando a R$ 4,00. Claro que muitos destes, alinhados com o setor produtivo, com a Fiesp ou a CNI.

Por estes dias, a taxa de câmbio vem se mantendo volátil, oscilando no intervalo entre R$ 3,15 e R$ 3,20, dada a movimentação do Fed em elevar a taxa de juros pelas incertezas políticas. Para onde vai o câmbio neste ano, ninguém sabe. Há duas semanas estava caminhando para abaixo de R$ 3,10.

Neste debate, dois lados devem ser delimitados. Um, achando que a indústria deve voltar a ser competitiva pela ação da política cambial; outro, defendendo a acertada tese de que a competitividade precisa ser restabelecida pelo retorno da produtividade, pelo aumento da eficiência do sistema econômico, daí a necessidade de tocar com urgência a agenda de reformas estruturais. Este sim deve ser o lado a ser perseguido e não a transitória solução de empurrar o problema “com a barriga” (para depois), ajustando a competitividade das empresas por medidas paliativas como a sempre demandada correção cambial. Dura por um tempo, mas depois acaba neutralizada pela inflação mais elevada, dada a grande inserção das cadeia produtivas locais nos mercados globais.


Mas afinal, qual deve ser o câmbio de equilíbrio? Ninguém sabe ao certo, mas pode ser aquele que o mercado definir e que seja neutro aos efeitos sobre a inflação. 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

BDM 181024

 China e Netflix contratam otimismo Por Rosa Riscala e Mariana Ciscato* [18/10/24] … Após a frustração com os estímulos chineses para o setor imobiliário, Pequim anunciou hoje uma expansão de 4,6% do PIB/3Tri, abaixo do trimestre anterior (4,7%), mas acima da estimativa de 4,5%. Vendas no varejo e produção industrial, divulgados também nesta 6ªF, bombaram, sinalizando para uma melhora do humor. Já nos EUA, os dados confirmam o soft landing, ampliando as incertezas sobre os juros, em meio à eleição presidencial indefinida. Na temporada de balanços, Netflix brilhou no after hours, enquanto a ação de Western Alliance levou um tombo. Antes da abertura, saem Amex e Procter & Gamble. Aqui, o cenário externo mais adverso influencia os ativos domésticos, tendo como pano de fundo os riscos fiscais que não saem do radar. … “O fiscal continua sentado no banco do motorista”, ilustrou o economista-chefe da Porto Asset, Felipe Sichel, à jornalista Denise Abarca (Broadcast) para explicar o pa...

Falsificação chinesa

 ‘Luxo fake’: por dentro do mercado trilionário de roupas e bolsas de grife falsificadas na China No topo do ranking de Países que mais movimentam o mercado de produtos falsificados, metrópoles do país asiático são um polo de venda de réplicas ilegais de gigantes como Prada, Chanel, Hermès, Dior e outras Wesley Gonsalves XANGAI - Em um inglês quase ininteligível e com um sorriso no rosto, Li Qin, de 60 anos, aborda turistas que caminham pela avenida Sichuan, região central de Xangai, na costa leste da China. Quase sussurrando ela diz: “Bags? Louis Vuitton, Chanel, Prada?”, enquanto mostra um cartão com imagens de algumas bolsas falsificadas. No centro de compras da cidade, a vendedora trabalha há 20 anos tentando convencer o público - quase sempre ocidental - que caminha pela região a visitar sua loja de réplicas de bolsas de luxo, um mercado gigantesco na China. O Estadão visitou lojas de roupas, bolsas e sapatos falsificados na maior cidade do país asiático para entender como fun...

Call Matinal ConfianceTec 3110

 CALL MATINAL CONFIANCE TEC 31/10/2024  Julio Hegedus Netto,  economista. MERCADOS EM GERAL FECHAMENTO DE QUARTA-FEIRA (30) MERCADO BRASILEIRO O Ibovespa encerrou o pregão na quarta-feira (30) em queda de 0,07%, a 130.639 pontos. Em outubro, fechou em queda de 0,89%, no ano, recuando 2,64%. Já o dólar encerrou em alta marginal de 0,04%, próximo da estabilidade, a R$ 5,7619. Em outubro, valorização foi de 5,8%, no ano, 18,82%. Vértice da curva de juros segue pressionado, em função do "mal amarrado" pacote fiscal. Mercados hoje (30): Bolsas asiáticas fecharam, na sua maioria, em queda; bolsas europeias em queda e Índices Futuros de NY na mesma toada. RESUMO DOS MERCADOS (06h40) S&P 500 Futuro, +0,23% Nasdaq, -0,58% Londres (FTSE 100),-0,70% Paris (CAC 10), -0,86% Frankfurt (DAX), -0,58% Stoxx600, -0,86% Shangai, +0,43% Japão (Nikkei 225), -0,50%  Coreia do Sul (Kospi), -1,45% Hang Seng, -0,31% Austrália (ASX), -0,25% Petróleo Brent, +0,57%, a US$ 72,57 Petróleo WTI...