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Ata do Copom

A decisão do Copom em novembro foi melhor explicada na ata desta terça-feira. Disse que a atividade econômica mais lenta neste final do ano deve ensejar uma postura mais agressiva do BACEN reduzindo o juro mais rapidamente nas próximas reuniões ao longo de 2017. Muitos já começam a colocar na conta um corte de 0,5 ponto percentual na reunião dos dias 10 e 11 de janeiro. Interessante observar que na reunião de novembro alguns diretores chegaram a cogitar um corte de 0,5 ponto percentual, dada a economia mais fraca do que o esperado. Lembremos que o PIB veio com recuo de 0,8% no terceiro trimestre, contra o anterior, 2,9% contra o mesmo do ano passado e 4% no ano. Aguardemos, no entanto, o desenrolar da crise política atual, com a possibilidade de adiamento da votação da "PEC do teto", de agora no dia 13 para fevereiro e também atentos ao impacto do reajuste da gasolina e derivados, na média em 8%, sobre a inflação. 

Reforma da Previdência: alguns pontos

Saiu a Reforma da Previdência. Agora, como PEC, vai para a Comissão de Justiça e deve ser sancionada em plenário, no ano que vem, a partir de fevereiro. Por enquanto, esta é a expectativa. No "coração da reforma", a definição da idade mínima para homens e mulheres em 65 anos. Haverá um período de transição para quem tem mais de 50 anos no caso dos homens e mais de 45 para as mulheres. No mínimo, a aposentadoria passa a valer com 25 anos de contribuição, mas as pessoas só receberão integralmente seus benefícios num prazo de 49 anos. Ou seja, a pessoa que começou a trabalhar com 21 anos, receberá integralmente sua aposentadoria apenas com 70 anos. Meio pesado, não? Além disso, foi definido que os militares continuam de fora. Ou seja, poderão se aposentar a partir de 49 anos ou menos. Isto está errado! Várias ocupações em que a insalubridade é fato, só poderão se aposentar depois dos 65 anos. Soma-se isso ao fato de que é imperioso pensarmos na unificação dos regimes previdenc...

Novembro, mês do "cachorro louco"

Novembro foi mais um mês intenso para os mercados.  De início, tivemos a definição das eleições norte-americanas, com a vitória do candidato Republicano Donald Trump, algo que poucos previam pela postura dele ao longo da campanha. Dúvidas surgem agora sobre como será o seu governo, já que na campanha ele se pautou por um discurso extremamente preconceituoso e populista. Será que ele realmente rasgará todos os tratados recentes de comércio, se alinhará com Putin e construirá um muro na fronteira com o México, impactando no fluxo migratório? No Brasil, a Lava-Jato seguiu fazendo os seus estragos, com a prisão de vários personagens da República, como Sergio Cabral e Antonny Garotinho, este depois coloca em prisão domiciliar depois de apresentar um quadro de saúde mais frágil. A delação premiada da Odebrecht continuou a mobilizar parte do Congresso e votações importantes transcorreram, como o primeiro turno no Senado da PEC do teto, assim como se aprofundaram os debates em torno d...

Que semana!

Fechamos esta semana. Sobrevivemos? Sim, mas com muitos arranhões e algumas dúvidas sobre o futuro. Será que as escaramuças da ala "mais podre" da Câmara e do Senado conseguirão "enquadrar" os Procuradores da República, o juiz Sergio Moro, esvaziando a Lava-Jato? Esta é a principal indagação que se faz neste momento. Os movimentos desta semana, com a deturpação do projeto das "Dez Medidas contra a Corrupção" e o debate "forçado" em torno do tema "abuso de autoridade", foram intempestivos e imaturos. Os deputados e senadores, de mãos dadas com a impunidade, estão em pânico sobre a aproximação da delação premiada da Odebrecht. O cerco vai se fechando e eles, desesperados, estão tentando reagir num retrocesso para a institucionalidade do País. Na economia , no entanto, esta semana foi de Copom mais cauteloso, cortando a taxa Selic em 0,25 p.p. a 13,75%, e o PIB em queda e esboçando pouca reação. Para completar o pacote, a produção ind...

Críticas ao Meirelles

O ministro Henrique Meirelles tornou a virar alvo de críticas. A pressão para que a equipe econômica tire da cartola medidas para retomar o crescimento ganhou força após o decepcionante recuo de 0,8% do PIB no terceiro trimestre. Os investimentos caíram e provocaram uma onda de queixas ao presidente. Cobra-se mais criatividade da Fazenda. Uma frase resume o sentimento geral em Brasília: “A equipe dos sonhos não está conseguindo entregar os sonhos da equipe”.