Pular para o conteúdo principal

Postagens

O QUE NOS RESTA

  Por estes dias tentei transitar por um grupo na Internet, liderado por um economista heterodoxo famoso. Para quê! Tentei questionar certos mantras desta turma. Sim, porque me parece que todos se guiam por alguns pilares do pensamento "mais a gauche". Um deles é de que o Estado é "Deus Pai", todo poderoso, todo protetor, nos seus vários tentáculos. Quem pensa diferente, é logo taxado. Você é ortodoxo, é liberal... Para eles, o Estado é empreendedor, promove o crescimento, protege os mais pobres, tem mil e uma utilidades e serve também para dar nacos de poder para a classe política. Estatais, então, são o alvo preferido, sendo evidência, que todos os desvios nascem nestes locus. Serve também para a concessão de linhas de pesquisa, e várias vantagens ou sinecuras, aos servidores, que lá ingressam, ou por indicação política, ou, muito meritório, por concurso. Nada contra. Muitos atravessam meses estudando para alguns concursos, todos, em sua maioria, correndo atrás da...

QUEIMANDO PONTES

Prestes a completar dois anos de mandato, é importante que traçemos um painel sobre o que foi o governo Bolsonaro até o momento. Primeiro, faremos uma análise dos movimentos do presidente na política, depois, tentaremos encontrar elos da gestão Paulo Guedes na área econômica. Na política, são váriados os "fios desencapados". A começar pelas várias movimentações erráticas do presidente em busca de apoio, sua saída intempetiva do PSL, seu esforço fracassado de fundar um novo partido, o "Aliança pelo Brasil",  enfim, sua total inapetência para a construção de pontes, para uma maioria "folgada" e poder tocar sua agenda de reformas ou projetos. Acabou ele totalmente refém do deputado Rodrigo Maia, do DEM, presidente então da Câmara dos Deputados. Muito se comenta que se trava aqui uma "luta surda", visando 2022, já que são correntes as opiniões dos que acham que Maia também tem pretensões para 22. Vários foram os embates e desencontros, com boa parte ...

NOTAS DO ALENTEJO: ELEIÇÃO MUNICIPAL

Definido o quadro eleitoral dos municípios, depois da eleição de domingo, algumas conclusões devem ser feitas.  esta eleição municipal foi um "duro" aviso ao presidente Jair Bolsonaro e seus assessores. Conquistaram espaço mais os partidos de centro, como o DEM, PSDB, MDB e PP. Candidatos mais experientes e ligados ao centro, superaram os candidatos de esquerda, muitos, meio aventureiros, outros, bem inexperientes. Bolsonaro foi um dos derrotados, assim como as esquerdas e o PT, em particular, personalizado por Lula da Silva;  Bolsonaro, nas sua paranóia, parece-nos ser um capítulo à parte. Sim, porque ele não aceita ninguém q o contrarie e diga certas verdades. E parte do problema está nesta arrogância, neste papo furado de "ungido". Parte disto, talvez, devido a este picaresco "gabinete do ódio", coordenado pelo filho Carlos Bolsonaro. Nossa opinião é de que isto é um desastre em termos de estratégia política, assessoria de comunicação ou relação com a s...

Nacional desenvolvimentismo ou a agenda de reformas?

Este debate acadêmico sobre o "nacional desenvolvimentismo", ou "neo-desenvolvimentismo", dos campineiros (Beluzzo e Bresser) e economistas da UFRJ, nos remete sim aos descaminhos das políticas PÚBLICAS, ao populismo demagógico e à busca de saídas "rápidas" para as crises que nos acometem, de tempos em tempos, pelas mais variadas razões. Muitos, nestas correntes, acham que o principal motivador para os nossos problemas é a chamado câmbio real "fora do lugar", o que nos tira competitividade e capacidade de "penetrar" em certos mercados. Na leitura deles, basta uma forte puxada na taxa, uma desvalorização nominal cambial mesmo, para nos tornarmos mais competititivos. Seria este, então, o caminho mais rápido para o aumento "artificial" da competitividade externa, sem passar pelo penoso politicamente e longo processo de ajustes necessários, com ganhos de produtividade, pelo aumento da eficiência no setor produtivo e redução do Cus...

Como a desvalorização do real empobrece o País, por Fabio Pina e André Saccanato

  Quase todos conhecem o lado positivo da desvalorização cambial. As empresas, a agricultura e os produtos nacionais ficam mais competitivos lá fora, porque os preços em reais ficam excepcionalmente mais baratos em dólar. Em que pese a inflação brasileira ser maior do que a americana, esta diferença não é suficiente para reverter todo o efeito da valorização nominal do dólar frente ao real de quase 200% desde 2007, por exemplo. Entretanto, também há um lado sombrio deste processo. Isso é facilmente perceptível naquela famosa frase: “Antes, quando ia para os Estados Unidos, conseguia comprar coisas muito baratas e, hoje, não vale mais a pena”. Você pode responder: “Mas isso atinge apenas quem pode viajar, classe média alta e classe alta”. Não é bem assim. Como os importados sofrem aumento de preços para todos nas prateleiras, o consumo de produtos nacionais cresce, e estes também têm a mesma variação no preço e atingem, indiscriminadamente, todas as classes, mesmo muitas vezes não s...

RUMOS DO DEBATE

  Me causa um profundo desconforto os rumos que o debate econômico vem tomando no Brasil nos dias de hoje. Muitos se aproveitam por desferir pesados petardos sobre o ministro Paulo Guedes, não considerando suas dificuldades políticas em transitar num ambiente pantanoso e cercado de maledicências. Isso porque sabemos como o capitão atrapalha nas suas variadas intervenções retóricas, o que gera ruídos e certa má vontade da mídia. Soma-se a isso os inconfenssáveis interesses dos congressistas, nem sempre mto claros sobre a boa governança do País.  Para esclarecer, não me considero nem um liberal ortodoxo, um cara que defende o mercado totalmente desregulado, sem intervenção do Estado, como também não acho necessária esta defesa tola por um "keynesianismo irresponsável", que se espalha pelas universidades públicas e tem como "mantra" elevar, de forma ilimitada, os gastos públicos, a estimular a demanda, mas não se atenta para a reversão de expectativas. Na opinião deste...

DESALENTO

Desde que o presidente Jair Bolsonaro assumiu estão procurando "pêlo em casca de ovo" para pegá-lo. Embora reconhecendo seu pavio curto e pouca habilidade para a liturgia do cargo, é de se notar a "sanha" inquisitória, a total antipatia de parte da sociedade com o governo, e o que representa e seus movimentos.  Agora parece que acharam...O "aspone" Queiroz, um "faz-tudo" da família, foi pego numa casa de um advogado da família em Atibaia. Seu crime, atuar na arrecadação da tal "rachadinha". Prática comum nas casas legislativas de todo o Brasil.  Todos (ou quase todos) contratam para os seus gabinetes, mas se aproveitam e criam um mecanismo de arrecadação, recolhendo parte dos proventos destes contratados. Algo  pernicioso, anti-ético e amoral, mas prática comum e longe de um escândalo de corrupção. Realmente, sendo irônico, é um crime muito sério. Só observamos a total distorção dos acontecimentos. O caso da LAVA JATO, o maior es...