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 NEWS - 09.11


Após mais de três horas de reunião na sexta-feira, presidente não bateu o martelo e quer mais tempo para amadurecer a decisão / De abono a seguro-desemprego: veja o que Lula e os ministros estão discutindo sobre corte de gastos- O Globo 9/11


Jeniffer Gularte / Geralda Doca / Karolini Bandeira


Após três horas e meia de conversas ontem entre Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin, e outros nove ministros, como Fernando Haddad (Fazenda), Simone Tebet (Planejamento) e Rui Costa (Casa Civil), sobre corte de gastos, mais uma vez não se chegou a um consenso. O presidente vai analisar as propostas que estão sobre a mesa durante o fim de semana e ouvir outros conselheiros.


Segundo integrantes do governo que participam das conversas, não há um ponto específico que está dificultando um desfecho para o anúncio dos cortes, mas a complexidade do pacote em si e suas implicações — políticas e econômicas.


Cada uma das medidas que foram levadas a Lula contempla uma série de cenários que também se desdobram em diversas alternativas a serem adotadas.


No caso do seguro-desemprego, uma das ideias é apertar um pouco mais as regras de acesso, limitar o número de parcelas, — que variam entre três e cinco pagamentos —, de acordo com o tempo de serviço e ainda fixar como critério de elegibilidade renda de até dois salários mínimos. Essa política tem um custo de R$ 57 bilhões no ano que vem.


Entre as mudanças avaliadas pelo governo estão o seguro-desemprego e o abono salarial, gastos que mais crescem depois da Previdência Social e do Benefício da Prestação continuada (BPC). A estratégia é semelhante à adotada pela ex-presidente Dilma Rousseff no início do segundo mandato, em 2015, quando essas duas políticas também foram alvos de redesenhos.


Já o abono é uma espécie de 14º pago a quem recebe até dois salários mínimos. A proposta com mais força neste momento é reduzir o critério de elegibilidade para um salário mínimo e meio. Também faz parte dessa proposta a extinção do abono salarial ao longo do tempo, mas com o prazo bastante alongado.


Um dos argumentos é que essa política é mal focalizada por beneficiar trabalhadores com carteira assinada, sendo que metade da mão-de-obra é de informais. O abono custará cerca de R$ 30 bilhões no ano que vem.


Um dos pontos para o qual ainda não há decisão é se haverá mudança nos pisos de saúde e educação. Hoje, eles estão indexados às receitas e a possibilidade em debate é limitar o crescimento dessas despesas aos mesmos índices do arcabouço fiscal — ou seja, no máximo 2,5% acima da inflação.


Se essa medida for adotada, o discurso que o governo prepara é de que não se trata de cortes, mas uma adequação das despesas ao arcabouço. Durante a reunião, todas as medidas foram discutidas, mas o anúncio deve sair na semana que vem.


Tantas opções sobre a mesa pelo lado do corte de gastos têm gerado reclamações de ministros das áreas sociais. Por isso, Lula foi aconselhado a também anunciar algo pelo lada da receita, como corte de subsídios.


Uma solução de aumento de receitas não resolve as travas criadas pelo arcabouço fiscal, o grande foco das medidas que estão sendo discutidas.


Há também intenção de apresentar o pacote aos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira. O plano é aprovar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) e um projeto de lei para conter o crescimento das despesas e cumprir o arcabouço fiscal.


Lula resiste


Lula tem reiterado que não pretende desindexar os benefícios previdenciários ao valor do salário mínimo. Uma limitação para o crescimento do salário mínimo ao arcabouço fiscal, até 2,5% acima da inflação, também foi discutida nas reuniões.


Entretanto, a equipe econômica cobrou dos Ministérios da Previdência e do Desenvolvimento Social (MDS), responsáveis pelo INSS, BPC, Bolsa Família, celeridade na execução do pente fino para reduzir despesas com irregularidades e fraudes.


No caso do Bolsa Família, há um compromisso para que o gasto não supere R$ 166 bilhões, orçamento previsto para 2025.


De acordo com relatos, durante as reuniões, Lula tem falado pouco e ficado a maior parte do tempo ouvindo cada um dos ministros. O próprio presidente não tem indicado ao seu primeiro escalão qual caminho seguirá para conter as despesas do governo.


Tanto o ministro da Previdência, Carlos Lupi, quanto do MDS, Wellington Dias, afirmaram durante a semana que a colaboração das duas pastas no ajuste será restrita a medidas de gestão.


 


Lula estenderá conversa sobre o corte de gastos para o fim de semana e ouvirá mais conselheiros antes de decisão / Depois disso, Lula retomará as conversas com a equipe econômica e ministérios das áreas sociais na segunda-feira. Não há definição, no entanto, do melhor timing para o anúncio e nem uma data para isso ocorrer. A palavra final sairá no momento em que Lula se convencer do melhor caminho- O Globo 8/11


Jeniffer Gularte


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva encerrou mais uma rodada de reuniões que discute o pacote de corte de gastos do governo, nesta sexta-feira, sem o martelo batido. O presidente quer mais tempo para amadurecer a decisão e adiou mais uma vez o anúncio das medidas.


Lula indicou a auxiliares que vai aproveitar o final de semana para analisar as propostas que estão na mesa e ouvir conselheiros além dos quais ele vem conversando.


Nesta sexta-feira, foram três horas e meia de conversas entre Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin, e outros nove ministros, como Fernando Haddad (Fazenda), Simone Tebet (Planejamento) e Rui Costa (Casa Civil).


Integrantes do governo que participam das conversas afirmam que não há um ponto específico que está dificultando um desfecho para o anúncio dos cortes, mas a complexidade do pacote em si e suas implicações — políticas e econômicas.


Cada uma das medidas que foram levadas a Lula contempla uma série de cenários que também se desdobram em diversas alternativas a serem adotadas. Com espectro tão amplo à mesa, Lula sinalizou que quer ouvir mais gente para amadurecer sua decisão — o que deverá ocorrer neste final de semana.


Depois disso, Lula retomará as conversas com a equipe econômica e ministérios das áreas sociais na segunda-feira. Não há definição, no entanto, do melhor timing para o anúncio e nem uma data para isso ocorrer. A palavra final sairá no momento em que Lula se convencer do melhor caminho.


De acordo com relatos, durante as reuniões, Lula tem falado pouco e ficado a maior parte do tempo ouvindo cada um dos ministros. O próprio presidente não tem indicado ao seu primeiro escalão qual caminho seguirá para conter as despesas do governo.


 


Governo adia para próxima semana anúncio de corte de gastos e frustra Haddad / Chefe da equipe econômica sinalizou nos últimos dias que as medidas seriam anunciadas ainda nesta semana- Folha SP 9/11


Brasília


O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) empurrou mais uma vez o anúncio do pacote de corte de gastos para equilibrar as contas públicas, frustrando as expectativas alimentadas pelo próprio ministro da Fazenda, Fernando Haddad.


O chefe da equipe econômica sinalizou em diversos momentos nos últimos dias que as medidas seriam anunciadas nesta semana, a despeito dos relatos de que o presidente ainda não havia tomado uma decisão definitiva sobre as ações.


A mais recente tentativa de fechar essa lista ocorreu nesta sexta-feira (8), quando Lula reuniu no Palácio do Planalto, pela terceira vez nesta semana, os ministros que integram a JEO (Junta de Execução Orçamentária) — Haddad, Rui Costa (Casa Civil), Simone Tebet (Planejamento) e Esther Dweck (Gestão e da Inovação em Serviço Público) — e os titulares das pastas que devem ser afetadas pelos cortes nos gastos. O encontro durou cerca de 3h30 e terminou sem anúncios


Os encontros sucedem uma série de reuniões entre a Casa Civil e os ministérios setoriais, sem a presença de Lula. Nos bastidores, ministros da área social do governo travam um embate duro para tentar manter inalterados os benefícios e as políticas administradas por suas pastas.


A semana começou com o próprio Haddad alimentando a expectativa de anúncio do pacote nesta semana, após ter cancelado uma viagem à Europa, a pedido de Lula, para "se dedicar a temas domésticos".


O ministro afirmou, na manhã de segunda-feira (4), que as coisas estavam "adiantadas do ponto de vista técnico" e que acreditava que o governo Lula estava na reta final para o anúncio. A sua fala repercutiu no mercado positivamente, com queda da cotação do dólar.


"Em relação à Fazenda, tem várias definições que estão muito adiantadas. O presidente passou o final de semana, inclusive, trabalhando no assunto, pediu que técnicos viessem a Brasília para apresentar detalhes para ele", disse. "Acredito que estejamos prontos esta semana para anunciar [o pacote]", afirmou na ocasião.


O chefe da equipe econômica voltou a prever um desfecho próximo na noite da última quarta (6), quando disse que esperava ter uma decisão final de Lula no dia seguinte –o que não se concretizou. Segundo Haddad, restavam apenas "dois detalhes" que precisavam ser alvo de uma "arbitragem simples" do chefe do Executivo.


Um dia depois, os ministros tiveram uma reunião que se estendeu por mais de cinco horas, dividida em duas etapas, mas também foi inconclusiva. Haddad adiou seu voo para São Paulo para comparecer ao novo encontro realizado na tarde desta sexta-feira.


Uma semana antes, Haddad tinha provocado desconforto no mercado financeiro ao dizer que não havia um prazo para a divulgação das medidas, gerando uma disparada do dólar. Depois disso, houve a primeira reunião com Lula no Palácio da Alvorada –encontro que também contou com a participação do futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo.


A equipe econômica voltou a prometer avanços na agenda de revisão dos gastos para assegurar a sustentabilidade das contas públicas depois do segundo turno das eleições municipais. A deterioração do dólar e das taxas de juros, na esteira da piora na percepção do mercado financeiro sobre a situação fiscal do país, colocou pressão sobre o governo.


As medidas estão sendo avaliadas tanto sob o ponto de vista do impacto fiscal quanto pela viabilidade política. Sob esse filtro, o governo já descartou a desvinculação de benefícios sociais, como o abono e o BPC (Benefício de Prestação Continuada), em relação ao salário mínimo —embora ainda haja defensores de mudanças no valor do BPC.


Mudar os pisos de gastos em Saúde e Educação, por sua vez, figurava como um "candidato fraco", dado o elevado desgaste político para um ganho fiscal pequeno nos próximos anos.


Já o abono salarial (espécie de 13º salário pago a trabalhadores com carteira que ganham até dois salários mínimos) deve ser alvo de um redesenho e há mais de um formato em análise. O diagnóstico é de que o benefício, que custará R$ 30,7 bilhões em 2025, pode ser melhor focalizado.


Também está na mesa a possibilidade de limitar o ganho real do salário mínimo a 2,5%, mesma correção máxima da regra fiscal do arcabouço.


A medida, se adotada, traria alívio para as contas porque, no formato atual, a política de valorização garante um ganho equivalente ao crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos antes. No ano que vem, por exemplo, será a variação do PIB de 2023, que teve alta de 2,9% (acima de 2,5%). Em 2026, a correção será pelo resultado deste ano, cuja projeção de analistas indica alta de 3,1%, segundo o Boletim Focus, do Banco Central.


No acumulado desses dois anos, o governo poderia economizar cerca de R$ 6 bilhões, caso impusesse o limite ao ganho real do salário mínimo. A iniciativa, porém, deve enfrentar resistências.


Na tentativa de criar uma narrativa política para emplacar o ajuste sem desagradar tanto suas bases, Lula também tem sido aconselhado a incluir no pacote medidas de revisão de subsídios e desonerações. Na reunião desta sexta, inclusive, Haddad levou consigo o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, para participar das discussões com o presidente e demais ministros.


Eventuais revisões pelo lado das receitas não garantem a sustentabilidade do arcabouço fiscal, que depende de uma trajetória mais moderada de crescimento dos gastos obrigatórios (que incluem os benefícios sociais). Porém, ajudam no cumprimento da meta fiscal e servem ao discurso político do governo de atacar também o andar de cima.


A ministra Simone Tebet (Planejamento e Orçamento) defendeu, em entrevista à Folha, uma redução gradual dos subsídios tributários, financeiros e creditícios, hoje ao redor de 6% do PIB. "É urgente fixarmos pela Constituição, ainda que com uma escala em oito anos, a saída de 6% até 2% do PIB desses gastos tributários", disse na ocasião.


Uma das possibilidades, segundo um auxiliar do presidente, seria fazer um corte linear nesses incentivos. O modelo já foi testado em uma emenda constitucional, mas acabou não tendo eficácia.


Uma das preocupações de auxiliares do presidente Lula é com a comunicação das medidas no momento em que o Congresso Nacional está prestes a aprovar um projeto para ampliar em R$ 11,5 bilhões as emendas parlamentares. O acordo para a aprovação da proposta, que já passou na Câmara dos Deputados, está sendo costurado com o Executivo.


Será uma tarefa difícil para o presidente propor cortes em benefícios como BPC, abono salarial ou seguro-desemprego para bancar emendas parlamentares. O governo já foi alertado também de que enfrentará problemas com o projeto que ainda terá que ser enviado ao Congresso para formalizar os acordos de reajuste salarial das carreiras de servidores do Executivo, antes mesmo de a proposta chegar ao Legislativo.


Apesar da demora na conclusão das conversas, um auxiliar de Haddad diz que a equipe econômica está confiante de que vai apresentar um pacote consistente com a necessidade de afastar as incertezas fiscais.


Outra vertente das medidas deve ser o combate a fraudes. O governo vai ampliar o público-alvo da revisão do Cadastro Único, antes restrita a quem está com o cadastro desatualizado há mais de 48 meses. Agora, esse horizonte será reduzido para 24 meses. "Este prazo de 48 meses foi dado em razão da pandemia de Covid-19. Agora, a renovação será a cada 24 meses para Bolsa Família e também BPC", disse o ministro Wellington Dias (Desenvolvimento Social).


Quanto custarão em 2025 as políticas em discussão


Abono salarial - R$ 30,7 bilhões

Seguro-desemprego - R$ 56,8 bilhões

BPC - R$ 112,9 bilhões

Piso da Saúde - R$ 228 bilhões

Piso da Educação - R$ 113,6 bilhões

Adriana Fernandes , Catia Seabra , Idiana Tomazelli , Marianna Holanda , Nathalia Garcia e Renato Machado


 


 


Pacote de corte de gastos não deve impor estabilização da dívida, diz Arko Advice ao WW / Comparado ao Teto de Gastos e Reforma da Previdência, Cristiano Noronha avalia que medidas não devem ser estruturais o suficiente- CnnBrasil 8/11


Da CNN , São Paulo


O governo encerrou mais uma reunião sobre ajuste fiscal nesta sexta-feira (8) sem dar nenhum anúncio sobre o aguardado pacote.


Mas ao olhar para reformas anteriores – como a PEC do Teto de Gastos e a Reforma da Previdência -, Cristiano Noronha, cientista político da Arko Advice, aponta ao WW que as novas medidas deve ficar bem abaixo num quesito estrutural.


No caso, uma reforma estrutural seria aquela capaz de estabilizar o rumo da dívida pública, um problema que acompanha as contas do Executivo há anos.


Apesar disso, Noronha acredita que a equipe econômica deve ter trabalhado bem o suficiente para fazer o Executivo entender a necessidade do reajuste.


A expectativa do cientista político é de que as medidas sejam capazes de dar um alívio de R$ 40 bilhões a R$ 50 bilhões às contas públicas.


“Acredito que [o pacote] vai ser robusto a ponto de nao deixar o ministro [da Fazenda, Fernando Haddad] ‘na chuva'”, avalia Noronha ao WW desta sexta.


Reuniões de ajuste fiscal


Ao longo da semana, o governo teve quatro reuniões para tratar do assunto, e a dessa sexta-feira poderia ser a última entre os ministros.


O encontro durou cerca de três horas e nenhum ministro se pronunciou ao final. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deixou Brasília e foi para São Paulo, onde passará o final de semana.


Não há data certa para o retorno dos debates em Brasília.


Além de Lula e Haddad, participaram da reunião o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e os ministros Simone Tebet (Planejamento), Rui Costa (Casa Civil) e Esther Dweck (Gestão), Camilo Santana (Educação), Nísia Trindade (Saúde), Luiz Marinho (Trabalho) e o Advogado Geral da União, Jorge Messias.


Havia uma expectativa do mercado por um anúncio hoje. Após rumores de que não haveria nenhuma definição, o dólar fechou em alta ante o real, chegando a se aproximar dos R$ 5,80 durante o dia. O dólar à vista fechou o dia em alta de 1,09%, cotado a R$ 5,7376.


A apresentação de um pacote para ajustes fiscais foi anunciado pelo governo em meados de outubro. À época, foi informado que a medida seria apresentada após o fim do segundo turno das eleições municipais, realizado no último dia 27.


Dias depois, porém, Haddad afirmou que não havia previsão de anúncio, gerando estresse no mercado financeiro com disparada do dólar e queda da bolsa brasileira.


Nesta semana, houve uma série de reuniões para tratar sobre o tema, porém sem uma sinalização concreta de um anúncio.


Com uma nova insatisfação do mercado, Haddad, na última quarta (6), afirmou que restavam apenas “dois detalhes” a serem decididos.


“Pelo nível de decisão, é uma conversa muito simples. A conversa com o Congresso será definida amanhã com o presidente Lula. São dois detalhes que precisamos discutir”, disse ao deixar o Ministério da Fazenda na última quarta.


Ao longo do terceiro mandato de Lula, a base do governo tem se mostrado resistente a ajustes fiscais. “Se Haddad já vinha com inimizades no Congresso por insistência de ajuste fiscal, a lista de inimigos tende a aumentar”, conclui Cristiano Noronha.


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ESTADÃO: ANALISTAS ALERTAM SOBRE OS EFEITOS DE INDEXAÇÃO PARA A ALTA DE PREÇOS- Broadcast 8/11


Por Márcia de Chiara


São Paulo, 8/11/2024 - A alta dos preços da alimentação e a elevação das despesas com habitação - no caso, o reajuste da tarifa de energia elétrica, que seguiu em outubro a chamada bandeira vermelha nível 2, o patamar mais alto - têm grande poder de espalhar a inflação, diz o economista Guilherme Moreira, coordenador do IPC da Fipe.


Isso porque, juntos, esses dois grupos respondem pela maior fatia das despesas das famílias. Quando os preços dos alimentos e dos gastos com habitação sobem, eles provocam perda do poder de compra e as famílias tentam uma compensação. "Geralmente, os prestadores de serviços têm como parâmetro para aumentar seus preços a conta do supermercado", afirma Moreira.


Além de os alimentos funcionarem, na prática, como um parâmetro para reajustar outros preços, existe a indexação formal que realimenta a inflação. Parte do que está ocorrendo com a inflação deste ano terá reflexos na inflação do ano que vem.


O economista da LCA Consultores Fabio Romão diz que, em razão do câmbio e da pressão das commodities, especialmente dos bovinos, o Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), que é o indexador dos aluguéis, por exemplo, pode fechar 2024 com uma alta de 6% a 6,5%. "Isso é indexação não só para agora, mas também para 2025, pensando no aluguel e na conta das distribuidoras de energia que consideram o IGP-M nas tarifas", afirma.


Mais da metade do IGP-M (60%), indicador de preços apurado pela FGV, vem dos preços no atacado (IPA), formados por matérias-primas agropecuárias e minerais, ambas cotadas em dólar. E o IGP-M é o indexador de vários outros preços que entram na composição do IPCA.


Outro foco de pressão na inflação, na opinião de Romão, é o câmbio desvalorizado, que tira a possibilidade de uma eventual queda nos preços dos combustíveis, por exemplo, o que poderia aliviar o IPCA.


'DOENÇA'. Maria Andreia Parente, técnica de Planejamento e Pesquisa do Ipea, compara a situação atual da inflação ao caso de uma pessoa doente. Quando a infecção está num ponto específico, é mais fácil escolher o tratamento para conter a moléstia. No entanto, quando a doença começa a se espalhar, um remédio não basta: é preciso combinar vários para atacar pontos diferentes ou aumentar a dose do remédio, diz a economista. No caso da inflação, o remédio é a taxa de juros. "É um pouco o que está acontecendo nesses últimos meses com a inflação."


Para avaliar como anda a inflação, normalmente a economista reagrupa os itens do IPCA em quatro grandes grupos: alimentos, bens industriais, serviços e preços administrados. Neste ano, ela constatou que preços dos quatro grupos que compõem o IPCA têm sido afetados por algum dos três motivos: clima, câmbio ou mercado de trabalho aquecido. "Foi um pouquinho de cada coisa", observa ela.


 


Alta de preços pressiona e inflação deve estourar meta neste ano e em 2025, diz XP / Segundo economistas, câmbio, cenário fiscal e preço de proteínas devem forçar IPCA e juros além do previsto- CnnBrasil 8/11


João Nakamura


A inflação subiu 0,54% em outubro, mostrando aceleração ante o avanço de 0,44% em setembro, mostraram dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicados nesta sexta-feira (8).


No acumulado de 12 meses, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi a 4,76%, superando o teto da meta perseguida pelo Banco Central (BC) para este no e os próximos, de 4,5%.


Os resultados fizeram a XP revisar para cima as expectativas para a alta dos preços deste ano e de 2025. A avaliação da casa de investimentos é de que “todos os determinantes da inflação pioraram”.


Para 2024, a XP revisou o IPCA de 4,6% para 4,9%. Já para 2025, as expectativas passaram de 4,1% para 4,7%.


A perspectiva é mais dura do que a previsão do mercado, de 4,59%, conforme dados do Boletim Focus publicado nesta segunda-feira (4). Para 2025, os analistas enxergam a inflação em 4,03%.


Entres os destaques, a XP elenca o crescimento econômico acelerado do país, a demanda acima da capacidade produtiva, o câmbio desvalorizado, o mercado de trabalho aquecido e o cenário fiscal.


“De fato, a taxa de desemprego e a utilização da capacidade instalada na indústria estão no nível mais baixo/alto em muitos anos. A taxa de câmbio atingiu o nível mais fraco desde 2021 (quase 20% de depreciação acumulada no ano). As expectativas de inflação para 2025 subiram, se aproximando do limite superior do intervalo de tolerância”, elencam os economistas da XP.


O resultado do IPCA em outubro foi puxado pelo grupo de Habitação, com salto de 1,49%. Abrindo os dados, o subitem de energia foi o com maior impacto, de 4,74%, devido ao acionamento da bandeira vermelha 2 no mês, com cobrança adicional na conta.


Apesar da oneração ter sido revertida à bandeira amarela em novembro, o grupo Alimentação e Bebidas segue exercendo forte pressão, com aumento de preços na alimentação no domicílio, que chegou a 1,22% em outubro, pressionada pela variação de 5,81% nos preços das carnes em geral – acém (9,09%), costela (7,40%), contrafilé (6,07%) e alcatra (5,79%).


A alta dos preços das carnes foi um dos pontos levantados no relatório da XP para justificar a alta de suas expectativas.


“Os preços do boi gordo avançaram para além do que esperávamos, subindo nossa projeção para a inflação de carne bovina e de outras proteínas. Como reflexo, elevamos nossa estimativa para alimentação fora do domicílio, inclusive incorporando a surpresa altista em outubro”, aponta a análise.


Além do encarecimento dos alimentos, a XP aponta para outras pressões que devem puxar a inflação para cima.


“Em linhas gerais, os preços de serviços devem continuar pressionados pela demanda doméstica aquecida, enquanto os preços de bens industrializados também devem ser impactados pela recente depreciação cambial”, conclui o analista da XP.


Juros sob pressão


Por conta desse cenário de deterioração, a XP faz um alerta: a reação da política monetária do Banco Central (BC) deve ser “mais intensa que o previsto”.


Nesta quarta (6), o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC subiu os juros em 0,5 ponto, elevando a Selic a 11,25% ao ano. A previsão veio em linha com o esperado pelo mercado, que vê mais uma alta do mesmo ritmo em dezembro.


Em nota, o colegiado não indicou quais serão os próximos passos, também chamado de guidance, e disse que o ritmo deve ser ditado pela convergência da inflação à meta.


O cenário, porém, apontou mais fatores de risco para alta dos preços do que para queda.


Com base neste cenário, a XP prevê que a Selic chegue na casa de 13,25%.


Além dos pontos já levantados, os economistas volta a bater na tecla da questão fiscal.


“Cumprir a meta de déficit primário zero exige difíceis receitas adicionais, ao redor de R$ 200 bilhões. As despesas parafiscais também estão aumentando, o que não está incorporado na meta formal, mas pressiona a dívida pública. Esta tendência não combina bem com a inflação baixa e estável perseguida pelo Banco Central”, conclui.


 


C6 BANK REVISA PROJEÇÃO DE IPCA 2025 DE 4,8% PARA 5,0% E DE SELIC, DE 10% PARA 12,5%- Broadcast 8/11


Por Denise Abarca


São Paulo, 08/11/2024 - O Departamento Econômico divulgou há pouco uma série de revisões para variáveis macroeconômicas, principalmente para 2025, trazidas em relatório antecipado ao Broadcast. Para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o banco manteve a projeção de 2024 em 4,7%, mas elevou para 2025, de 4,8% para 5% "em função do real depreciado e do mercado de trabalho aquecido".


Também passou por revisão a estimativa para câmbio no próximo ano, para R$ 5,80, de R$ 5,50 anteriormente. “A perspectiva de um dólar global estável, combinado com a tendência de aumento da dívida pública doméstica, deve levar a uma taxa de câmbio mais depreciada à frente”, afirma Felipe Salles, economista-chefe do C6 Bank. Para o fim de 2024, foi mantida a previsão de R$ 5,50, mas agora a instituição colocou um viés de alta.


A equipe manteve a projeção de Selic em 11,75% no fim de 2024, mas ajustou a do ano que vem. “Em função da mudança do cenário externo, em particular um dólar mais forte que antevíamos, revisamos nossa projeção para a Selic de 10% para 12,5% em 2025”, diz Salles.


Para o PIB, o C6 Bank revisou os números tanto para 2024 quanto para 2025. Para este ano, a expectativa subiu de 3% para 3,2% e para o próximo, foi revisada de 1,2% para 1,5%. “Em 2025, a contribuição positiva do crescimento de 2024 (carrego estatístico) e a perspectiva de uma forte safra de grãos nos levou a revisar a projeção de crescimento de 1,2% para 1,5%”, diz Salles.


 


Passagens aéreas podem ficar mais caras com combustível sustentável de aviação, dizem empresas / Companhias serão obrigadas a reduzir as emissões de gases do efeito estufa por meio do uso do combustível sustentável de aviação, que é mais caro do que o querosene de aviação tradicional- CnnBrasil 9/11


 


Vitória Queiroz


As empresas aéreas brasileiras avaliam que os preços das passagens aéreas podem aumentar com a implementação de SAF (Combustível Sustentável de Aviação) em suas operações a partir de 2027. O combustível é mais caro do que o querosene de aviação tradicional.


Com a lei de Combustível do Futuro, os operadores aéreos serão obrigados a reduzir as emissões de gases do efeito estufa nos voos domésticos por meio do uso do combustível sustentável de aviação a partir de 2027. As metas começam com 1% de redução e crescem gradativamente até atingir 10% em 2037.


O diretor do CCO da Gol, Eduardo Calderon, disse que o querosene de aviação representa atualmente 40% dos custos operacionais da companhia aérea. De acordo com o executivo, a empresa deve cumprir a Lei de Combustível do Futuro à risca, reduzindo suas emissões em 1% a partir de 2027.


“Hoje o SAF custa de dois a três vezes o valor querosene de aviação. Imagina algo que já representa 40% dos nossos custos, e em cima disso você está colocando um incremento de duas a três vezes. É muito impactante. Ainda há muita discussão com o governo de como a gente pode fazer para mitigar esse impacto”, disse em entrevista à CNN.


Atualmente, não há produção de combustível sustentável de aviação em escala comercial por nenhuma empresa brasileira. A estimativa é de que cerca de 1,6 bilhão de litros de SAF devem ser produzidos no Brasil a partir de 2027.


 


“Não tem como as companhias aéreas absorverem um incremento de custo tão alto como esse. Isso acaba sendo repassado para a tarifa de alguma maneira. Essa é uma discussão que vai ter que existir ao longo dos próximos anos para ver qual a melhor maneira de fazer essa implementação a partir de 2027”, afirmou Calderon.


De acordo com a gerente de Sustentabilidade e Impacto Social da Latam Brasil, Raquel Argentino, o valor do SAF é um dos principais desafios para a descarbonização do setor aéreo.


A companhia aérea quer incorporar 5% de combustível sustentável de aviação em suas operações até 2030, dando preferência à produção da América do Sul.


Para a gerente da Latam, é necessário considerar a adoção de meios alternativos para a descarbonização do setor, diante do estágio inicial de desenvolvimento da produção de SAF na América Latina.


Segundo Raquel Argentino, o Brasil tem potencial para o desenvolvimento do combustível, mas que ainda são necessárias mais políticas públicas que estimulem sua produção.


“Especificamente sobre o combustível, a Latam tem dado sinalizações claras ao mercado e autoridades de que a obtenção do SAF de qualidade deve superar os desafios de disponibilidade limitada e altos custos”, disse a CNN.


O repasse do valor do SAF para as passagens aéreas também é uma preocupação da Azul. Segundo Filipe Alvarez, gerente de Sustentabilidade da companhia aérea, a empresa está dialogando com o governo federal sobre a possibilidade de implementação de incentivos fiscais para desonerar a cadeia de produção do combustível.


“Estamos discutindo com a ANP, Anac, Ministério de Minas e Energia, Ministério da Fazenda para que o preço final do SAF chegue a um patamar aceitável e factível para as companhias aéreas brasileiras para que não haja o repasse e o aumento de custos das passagens”, disse à CNN.


A Azul estima utilizar em sua frota cerca de 25 milhões de litros de SAF em 2027, com crescimento proporcional de 25 milhões nos anos subsequentes.


Para alcançar as metas estabelecidas pela Lei de Combustível do Futuro, a companhia não descarta importar o combustível, caso não haja produção suficiente no Brasil, o que pode tornar o custo ainda mais alto.


“Todos somos responsáveis e todos precisamos trabalhar em conjunto. Mas não é justo que a população brasileira e latino-americana tenha que pagar um preço maior pelas passagens, enquanto nós, como continente, não somos os principais emissores”, afirmou Filipe.


Em nota, o Ministério de Minas e Energia (MME) informou que a definição sobre incentivos para a produção do combustível sustentável de aviação no Brasil faz parte de uma ampla discussão sobre a regulamentação do setor nos próximos anos.


 


Vagas no varejo de SP deverão aumentar 34% no fim do ano / A FecomercioSP prevê ainda que cerca de 20% das 30 mil vagas projetadas têm a possibilidade de se efetivarem a partir do início de 2025- Valor 8/11


Por Agência Brasil


A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) estima que o varejo paulista irá criar 30 mil postos de trabalho formais no último trimestre do ano. Caso se concretize, o resultado significará um crescimento de 33,9% em relação ao saldo de empregos gerados no mesmo período de 2023, quando aproximadamente 22,4 mil vagas foram criadas.


A FecomercioSP prevê ainda que cerca de 20% das 30 mil vagas projetadas têm a possibilidade de se efetivarem a partir do início de 2025. “Esse cenário positivo, que também ocorreu em anos anteriores, é uma resposta do mercado de trabalho ao desempenho acima do esperado da economia brasileira, que tem pilar no consumo das famílias”, disse a entidade, em nota divulgada nesta sexta-feira (8).


“É natural que o varejo, um dos setores mais próximos do consumidor final, sinta de forma mais evidente o aquecimento da demanda, seja proveniente do avanço da massa de salários advinda do crescimento do emprego em geral no país, seja pelo avanço do crédito e das políticas fiscais”, acrescentou a entidade.


De acordo com a FecomercioSP, do total dos novos postos de trabalho, 75% deverão ser gerados já no mês de novembro, quando está previsto o pagamento da primeira parcela do décimo terceiro salário aos celetistas.


Segundo a entidade, as funções mais requisitadas serão as de atendentes e vendedores, seguidas pelas de operadores de caixa, repositores de mercadorias e embaladores. A FecomercioSP ressalta que 40% dos empregos previstos serão provenientes dos segmentos de vestuário, calçados e artigos de viagem.


Na sequência, abrirão mais postos o grupo que comercializa produtos alimentícios, em especial os supermercados e hipermercados, com a criação de 35% das vagas. Outros 25% devem ser gerados em atividades específicas também de gêneros alimentícios, como açougue, lojas de bebidas e hortifrútis, seguido de lojas de cosméticos, perfumarias e de aparelhos de uso doméstico.


Vagas no varejo de SP deverão aumentar 34% no fim do ano / A FecomercioSP prevê ainda que cerca de 20% das 30 mil vagas projetadas têm a possibilidade de se efetivarem a partir do início de 2025- Valor 8/11


Por Agência Brasil


A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) estima que o varejo paulista irá criar 30 mil postos de trabalho formais no último trimestre do ano. Caso se concretize, o resultado significará um crescimento de 33,9% em relação ao saldo de empregos gerados no mesmo período de 2023, quando aproximadamente 22,4 mil vagas foram criadas.


A FecomercioSP prevê ainda que cerca de 20% das 30 mil vagas projetadas têm a possibilidade de se efetivarem a partir do início de 2025. “Esse cenário positivo, que também ocorreu em anos anteriores, é uma resposta do mercado de trabalho ao desempenho acima do esperado da economia brasileira, que tem pilar no consumo das famílias”, disse a entidade, em nota divulgada nesta sexta-feira (8).


 


É natural que o varejo, um dos setores mais próximos do consumidor final, sinta de forma mais evidente o aquecimento da demanda, seja proveniente do avanço da massa de salários advinda do crescimento do emprego em geral no país, seja pelo avanço do crédito e das políticas fiscais”, acrescentou a entidade.


De acordo com a FecomercioSP, do total dos novos postos de trabalho, 75% deverão ser gerados já no mês de novembro, quando está previsto o pagamento da primeira parcela do décimo terceiro salário aos celetistas.


Segundo a entidade, as funções mais requisitadas serão as de atendentes e vendedores, seguidas pelas de operadores de caixa, repositores de mercadorias e embaladores. A FecomercioSP ressalta que 40% dos empregos previstos serão provenientes dos segmentos de vestuário, calçados e artigos de viagem.


Na sequência, abrirão mais postos o grupo que comercializa produtos alimentícios, em especial os supermercados e hipermercados, com a criação de 35% das vagas. Outros 25% devem ser gerados em atividades específicas também de gêneros alimentícios, como açougue, lojas de bebidas e hortifrútis, seguido de lojas de cosméticos, perfumarias e de aparelhos de uso doméstico.


 


COLUNA DO ESTADÃO: PETROBRAS PODE SER PROIBIDA DE COMPRAR GÁS NATURAL DE OUTRAS EMPRESAS- 9/11


A Petrobras pode ser proibida de comprar gás natural de outras empresas. Um “freio” à estatal nesse mercado é negociado entre técnicos da companhia e do gabinete do senador Laércio Oliveira (PP-SE). Ele é relator, na Comissão de Infraestrutura do Senado, do projeto de lei que institui o Programa de Aceleração da Transição Energética (Paten), que integra a chamada “agenda verde” do Congresso. Para o senador, a Petrobras controla o preço do gás natural do País ao comprar de 16 produtores diferentes e ainda importar da Bolívia, com o objetivo de revender. A proposta em discussão, então, permitiria à estatal comercializar a própria produção de gás natural e aumentar a concorrência. Procurada, a empresa não comentou. O espaço segue aberto.


MOTIVOS. “A Petrobras controla preços e quantidade do gás vendido porque, hoje, compra e revende sozinha. O que buscamos é que os produtores vendam direto para o consumidor. A Petrobras iria disputar a fatia do bolo. Mais gente vendendo, o preço cai”, disse o senador à Coluna.


VAIVÉM. O Paten é um projeto já aprovado na Câmara. Se aprovado no Senado com o mecanismo de gás release, com limites ao agente econômico dominante do mercado, no caso a Petrobras, o texto terá de passar novamente pelo crivo dos deputados.


NOVIDADE. Ainda sobre Petrobras, o ex-presidente da estatal Jean Paul Prates será o head do Lide Energia, a partir de 1.º de dezembro. Trata-se de uma unidade temática do grupo empresarial que visa debater assuntos relevantes sobre o setor. Prates terá um mandato não remunerado de dois anos, e também integrará o conselho consultivo do Lide.


(Roseann Kennedy, com Eduardo Gayer e Pedro Lima)


 


DOU EXTRA: DECRETO REGULAMENTA QUOTAS DE DEPRECIAÇÃO ACELERADA PARA NAVIOS-TANQUES- Broadcast 8/11


Por Sandra Manfrini


Brasília, 08/11/2024 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva editou Decreto, publicado nesta noite em edição extra do Diário Oficial da União, que regulamenta a concessão de quotas diferenciadas de depreciação acelerada para navios-tanques novos produzidos no Brasil destinados ao ativo imobilizado e empregados exclusivamente em atividades de cabotagem de petróleo e seus derivados.


Segundo o texto, poderão fazer uso da depreciação acelerada as pessoas jurídicas adquirentes de navio-tanque novo: adquirido a partir da data de publicação deste Decreto; produzido no Brasil conforme índices mínimos de conteúdo local definidos por ato do Conselho Nacional de Política Energética - CNPE, no exercício da competência conferida pelo art. 2º, caput, inciso XVI, da Lei nº 9.478, de 6 de agosto de 1997; identificado pelo código 8901.20.00 da Nomenclatura Comum do Mercosul - NCM; destinado ao ativo imobilizado; empregado exclusivamente em atividade de cabotagem de petróleo e seus derivados; e sujeito a desgaste por uso, causas naturais ou obsolescência normal.


A medida se aplica às aquisições de navios-tanque cujos contratos tenham sido celebrados até 31 de dezembro de 2026 e que entrem em operação na atividade de cabotagem de petróleo e seus derivados a partir de 1º de janeiro de 2027.


De acordo com o Decreto, a renúncia fiscal decorrente da depreciação acelerada estará limitada a R$ 1,6 bilhão e terá vigência a partir de 1º de janeiro de 2027 até 31 de dezembro de 2031.

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