domingo, 6 de julho de 2025

Leitura de domingo

 Leitura de Domingo:Payroll valida 'esperar para ver' de Powell e atenua aposta de corte de juro


Por Aline Bronzati, correspondente


Nova York, 03/07/2025 - O mercado de trabalho americano provou estar mais forte na Primavera do que as expectativas de Wall Street, o que obrigou os investidores a atenuarem suas apostas em queda de juros, em um sinal de que o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, estava certo em 'esperar para ver'. O debate sobre um possível corte em julho saiu de cena, enquanto a redução total esperada para as taxas neste ano também ficou mais amena.


Os Estados Unidos criaram 147 mil empregos em junho, em termos líquidos, bem acima da mediana das expectativas, de 110 mil vagas. Por sua vez, o índice de desemprego no país caiu a 4,1% contra 4,2% em maio.


Wall Street demonstrou ceticismo com o payroll de junho sob influência dos temores quanto aos impactos das políticas do presidente dos EUA, Donald Trump, incluindo questões imigratórias e comerciais, fora as pressões do republicano em cima de Powell. Sinais de fraqueza apareceram, em especial no governo federal e na iniciativa privada, além da perda do ímpeto nos salários, mas a forte contratação nos governos estaduais e locais, especialmente na área educacional, ajudou a impulsionar a criação de vagas no mês passado.


"Isso ainda dá ao Fed o luxo de esperar para ver o que acontece com a inflação. Continuamos a esperar que os EUA flexibilizem sua política em dezembro deste ano", diz o economista do CIBC Economics, Ali Jaffery.


O payroll de junho causou uma reviravolta nos cenários traçados por Wall Street. As expectativas de que o Fed poderia voltar a cortar as taxas de juros já em julho caíram por terra. Por sua vez, as apostas de um movimento em setembro seguem majoritárias, mas também perderam força. Tombaram de 95,1% registrado antes do dado para 68,3%, conforme levantamento da plataforma americana CME Group.


Nos últimos dias, uma conjunção de fatores contribuiu para que o mercado passasse a precificar maiores chances de um corte de juros nos EUA já em julho. Além do diretor do Fed Christopher Waller e a vice-presidente de Supervisão do Conselho do BC, Michelle Bowman, terem sinalizado que poderiam votar a favor de uma flexibilização na reunião deste mês, a pressão de Trump sob Powell só aumentou. Para a TS Lombard, ficou claro que o "sinal é falso".


"Achamos que o Federal Reserve poderia considerar cortar mais cedo, mas provavelmente não cortará antes de sua reunião de setembro", diz o diretor de Investimentos de Renda Fixa Global da BlackRock, Rick Rieder, mencionando, o desejo declarado da autoridade de esperar para ver qual será a transmissão da pressão tarifária de curto prazo para a inflação.


Ao falar ao lado de outros banqueiros centrais essa semana, Powell foi bastante claro.  Disse que poderia cortar as taxas "em algum momento", e não fechou as portas para julho, alegando que a decisão "dependeria dos dados". Para Powell, no entanto, enquanto a economia dos EUA estiver sólida, como reforçou o payroll de junho, o ideal é manter uma abordagem de "esperar para ver".


Wall Street entendeu o recado e também calibrou suas expectativas para o ano. A redução acumulada de 50 pontos-base voltou a ser a sua aposta principal com 43,8% das probabilidades, de 33,4% antes dos dados, segundo a CME Group. Já a aposta de um corte total de 75 pontos-base ficou em segundo plano.


Bancos como o Bank of America, o Morgan Stanley e o BNP Paribas já não previam cortes de juros este ano, mesmo antes do payroll. Diferentes casas, como a Jefferies, seguem apostando em setembro, enquanto outros como o Barclays descartam algum movimento do Fed antes de dezembro.


"Continuamos a ver o Fed em compasso de espera, aguardando que os dados de inflação e gastos mostrem os efeitos das tarifas", diz o economista-chefe do Morgan Stanley, Michael T Gapen, em nota a clientes. De acordo com ele, o mercado de trabalho americano passa por ajustes, mas de forma gradual e equilibrada, o que não força o Fed a fazer cortes antecipados.


"Há espaço para esperar antes de mexer na política monetária", confirmou o presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, em discurso na Alemanha. Na visão do dirigente, o nível de incerteza atual não é propício para mudanças significativas na política monetária americana.


Tanto o dirigente do Fed quanto economistas ponderam que, ainda que o mercado de trabalho nos EUA continue "saudável", há sinais de desaceleração. "A implicação geral não é de força econômica sustentada", avalia o economista-chefe do Santander para os EUA, Stephen Stanley.


Para o americano Jefferies, as mudanças políticas de Trump podem impactar mais o mercado de trabalho à frente, o que justificaria um corte de juros em setembro, mas ainda é cedo para estimar a escala de tal interrupção. Até mesmo porque há impulsos compensatórios de impostos mais baixos por conta do projeto orçamentário do republicano e redução do ônus regulatório no futuro, pondera.


Contato: aline.bronzati@estadao.com


Broadcast+

sábado, 5 de julho de 2025

O grande erro

 Os artigos do Fernando Schuler são sempre revigorantes, principalmente para aqueles que ainda tem algum apreço pela liberde.


O grande erro

A reinvenção do delito de opinião, nos últimos anos, fez mal ao país

Por Fernando Schüler


"Muito já se escreveu a respeito daquela frase da ministra Cármen Lúcia sobre os “213 milhões de pequenos tiranos”. Acho que entendo o que ela quis dizer. Algo na linha: ninguém é bem dono de sua liberdade, então temos que regular. Está o.k., a liberdade de expressão é sempre regulada. Mesmo nos Estados Unidos, pátria da Primeira Emenda, há uma regra: ficam de fora discursos que geram um perigo “claro e imediato”. O que se protege são ideias, opiniões, ainda que bizarras ou “tirânicas”. E é aí que mora o problema. Se os cidadãos são de fato tiranos, então precisamos mesmo de um imenso Leviatã para dar conta da confusão. Agora com uma penca de big techs como tentáculos, fazendo o trabalho duro da censura, sob pena de responsabilização. Depois de anos amaldiçoando os algoritmos, quem sabe finalmente descobrimos que era exatamente de algoritmos que precisávamos. E com delegação oficial para fazer a censura. Censura do bem, a favor, e não contra a nossa liberdade. Discordo da ministra. Seus tiranos são apenas cidadãos que ganharam o poder da palavra com a tecnologia. Algo que gera barulho, irrita e é feito de boa e má educação, verdade e mentira, e desacordo sobre o que isso significa. Coisas do mundo da democracia, e não da tirania. A democracia é feita de ruído, ao contrário da tirania, feita de silêncio.


Grandes democracias vêm regulando seu espaço digital. A Alemanha fez seu NetzDG; a França, recentemente, fez sua regulação. Os americanos, lá em 1791, aprovaram o Bill of Rights. Todas, sem exceção, aprovaram suas leis no Parlamento. O Brasil fez isso, em 2014, com o Marco Civil da Internet. É essa a nossa lei. E não há nenhuma “omissão legislativa” em não alterar uma lei. A ideia de que uma lei qualquer pode ser derrubada em nome de considerações abstratas sobre a liberdade, a dignidade humana ou a fragilidade dos cidadãos diante da tecnologia significa, na prática, uma inversão do pacto republicano. Significa a ocupação pelo Judiciário de uma esfera de poder que pertence ao Legislativo. Não por um capricho, mas porque a sociedade é diversa. E é no Legislativo que essa diversidade tem sua expressão. O que assistimos nesse julgamento, no STF, foi a estranha imagem de uma diversidade de visões normativas entre pessoas que representam a si mesmas. Agentes de Estado que estão lá para fazer cumprir as leis, mas que, ao cabo, produzem um ordenamento normativo inteiramente original e distinto daquele aprovado pelo Congresso, regulando nossas liberdades e direitos. Muita gente já se acostumou com isso no Brasil. E quem sabe aí esteja o nosso problema.


Na prática, o que fizemos foi trocar um modelo previsível e garantista da liberdade de expressão por um regime complexo e essencialmente aberto à interpretação. Se alguém acha que foram as big techs que perderam alguma coisa, se engana. Quem perde são os cidadãos, que têm seus direitos relativizados. As pessoas descobrirão isso quando tiverem postagens derrubadas e as redes mergulharem em uma guerra de notificações. A pergunta central: que critérios serão usados pelas empresas para efetivarem seu trabalho de censura? Em especial, que critérios serão utilizados nos temas “democráticos”, que dizem respeito a opinião, seja no campo político, seja no comportamental? No debate no STF, chamou a atenção o que vou denominar “argumento da metralhadora”. Seu autor foi o ministro Dias Toffoli, comparando o direito à expressão com a venda de uma metralhadora. O argumento tem um gosto retórico. Alerta-se a sociedade sobre crimes perfeitamente tipificados, como a venda de uma arma proibida, para logo a seguir incluir variações indefinidas sobre “delitos de opinião” no pacote. Coisa parecida se deu com atentados a escolas, indução ao suicídio, pornografia infantil e outras bizarrices. Por óbvio, o problema não é esse. Se a pauta em questão girasse em torno desses temas, incluindo-se também os crimes de racismo, tráfico ou pedofilia, não haveria nenhuma divergência sobre a necessidade de regras duras de proteção. O ponto é: não foi sobre nada disso a censura praticada em larga escala no Brasil dos últimos anos. Foi sobre a opinião política. Sobre quem questionou o resultado de urnas eleitorais, fez críticas duras ao STF, manifestou preferência irrelevante por uma ditadura ou mesmo expôs sua visão sobre a própria liberdade de expressão. Não é preciso voltar a essa história constrangedora. Se as plataformas resolverem usar como critério de “cuidado” nosso histórico recente de decisões sobre censura (e é razoável que o façam), suspeito que estamos em maus lençóis.


O que o STF fez foi realizar uma ampla leitura de época em seu julgamento. Diria que uma leitura lastreada pela “cultura do medo”, na qual navegamos, e não apenas no Brasil, na última década e meia. Pesquisa com 23 milhões de chamadas em 47 grandes veículos de imprensa americanos mostrou como temas associados a “medo”, “raiva” ou “nojo” ganharam forte tração a partir da virada para os anos 2010. O mundo não se tornou mais hostil e perigoso a partir da última década. O que mudou foi a percepção das pessoas. Algo que deriva da mecânica das redes sociais, que tendem a premiar o pânico em torno de qualquer coisa (com sabidas consequências para a saúde mental coletiva). A cultura do medo não é propriamente uma novidade. O filósofo Frank Furedi lançou How Fear Works ainda nos anos 1990, mostrando como, nos anos do pós-guerra, fomos gradativamente migrando de um amplo consenso moral, confiança nas instituições e no progresso para uma cultura marcada pela ideia de que “somos frágeis, os cidadãos incapazes de lidar com a própria democracia, as instituições pouco confiáveis, o futuro incerto e assustador”. Não é por acaso que a obra-prima do norueguês Edvard Munch, O Grito, é muitas vezes usada como uma imagem de nossa época. O desenho de um homem sem identidade, envolto em uma onda de medo, em um mundo que também parece se desmanchar. Munch conta que concebeu a obra em uma tarde qualquer, em Oslo, na década de 1890, quando teve a súbita inspiração, em meio a um momento de “melancolia e ansiedade”. No julgamento das redes, no STF, o que assistimos foi uma versão sintética desse fenômeno: a urgência em regular. A lógica impressionista do risco e das citações dramáticas. O povo de tiranos, o oceano de mentiras, a incivilidade, a metralhadora, o eleitor ordinário diante da “desordem informacional”. Não tanto o medo, mas a sua politização. A ideia sombria, bem posta por Furedi, de que “nossa segurança, em uma medida incerta, depende do fato de que devemos abrir mão de nossas liberdades”.


De fato, há imensos riscos na internet. O ministro Barroso, presidente do STF, está certo quando diz que “não importa se alguém é liberal, conservador ou progressista: não pode haver pornografia infantil, terrorismo, venda de armas ou instigação ao suicídio nas redes”. Fosse esse o foco, no país, daríamos um enorme passo adiante na regulação da internet. Passar desse universo à censura política, de visões de mundo, de comportamento ou cultura é de fato um grande erro. A reinvenção do delito de opinião e da censura prévia, nos últimos anos, fez muito mal ao país. Nós não teremos uma democracia liberal, no Brasil, se continuarmos insistindo nisso."


Fernando Schüler é cientista político e professor do Insper


Publicado em VEJA de 4 de julho de 2025, edição nº 2951

Eduardo Affonso

 Eduardo Affonso mais brilhante do que nunca.


O DISCURSO DOS GRANDES DITADORES

Quero ser tratado por Meritíssimo, Excelência, Vossa Senhoria. É meu ofício: governar, legislar, fazer cumprir as leis, em causa própria


Sim, quero ser imperador, cacique, líder supremo, dono do mundo, do  pedaço, da parte que — por voto, concurso ou apadrinhamento — me cabe  neste latifúndio.

Quero ser tratado por Meritíssimo, Excelência, Vossa Senhoria. É meu  ofício: governar, legislar, fazer cumprir as leis — em causa própria, e,  bem sabeis, a meu bel-prazer. Quero ajudar os meus — e que se danem  ucranianos, ianomâmis e aposentados, contribuintes, motoristas de  aplicativo e judeus. Prendei os que vandalizam palácios e ignorai os que  deixam ruir igrejas, arder museus. Quero que negros odeiem brancos,  pobres se insurjam contra ricos — e eu, rico e branco, fomentador de  antagonismos e mestre em demonizar o diálogo, seja reverenciado como um  deus.


Eu degusto lagosta à vossa custa, enquanto em 21,6 milhões de lares, em  “insegurança alimentar”, comeis o pão que o diabo amassou. Eu presenteio  lenços e gravatas de seda com o que retiro, compulsoriamente, do bolso  onde mal tendes o suficiente para vos agasalhar.


Com o suor do vosso rosto, bobinhas, eu pago maquiadores que me mantêm a  pele clara e imaculada para que eu possa defender vossa dignidade e  vossas necessidades com meu afronte e minha bolsa (três anos e meio de  Bolsa Família, uma pechincha) e denunciar o avanço da extrema direita  —em Paris.


Eu liberto réus confessos, anulo condenações justas, perdoo multas  bilionárias. Trabalhais oito horas por dia, seis dias por semana, 11  meses por ano para que pinguem o mínimo na vossa conta — eu tenho 60  dias de descanso remunerado, horário flexível, encho de penduricalhos  meu supersalário (os pagamentos acima do teto constitucional passaram de  R$ 10 bilhões em 2024) — e processo quem divulgar as remunerações  ilegais.


Eu gasto muito e mal; e vos empurro goela abaixo mais e mais impostos e  mordomias e má gestão. Visito ex-presidente presa por corrupção e mando  buscar, em jatinho da FAB (bancado por vós, que íeis andar de avião e  jamais decolastes), a ex-primeira-dama condenada à prisão por lavagem de  dinheiro. Apoio agressores e ditaduras, corruptos e tiranias — mas me  outorgo autoridade moral de defensor da paz, da ética e das minorias.


Acho que 513 deputados são pouco, que é pouco gastar mais de R$ 24  milhões por ano com cada um e voto por elevar esse número para 531.  Quero mais fundo eleitoral e mais emendas parlamentares e menos  transparência e mais privilégios. Com vossos recursos, eu pago meus  procedimentos estéticos, meus jantares superfaturados e asfalto as ruas  do meu condomínio de luxo.


Por isso, vos peço: lutai pela censura, pelo controle dos meios de  comunicação, por mais taxação; pela anistia aos que tentaram golpear a  democracia, pelos que a corroem por dentro simulando defendê-la. Afinal,  quem sois vós na fila do pão? Uma das 196 mulheres violentadas por dia.  Uma vítima de feminicídio a cada seis horas. Um dos 35.365 que sofreram  morte violenta em 2024. Um dos 3,9 milhões de pedintes esperando Godot  nos guichês do INSS. Um dos 59 milhões de incapazes de atender às próprias necessidades básicas de sobrevivência.


Não sois cidadãos: 213 milhões de pequenos tiranos é que sois. Segui,  pois, odiando-vos uns aos outros — e ignorando que todo poder emana de  vós, e em vosso nome deveria ser exercido.

sexta-feira, 4 de julho de 2025

Nós, Quem? Contra eles, Quem?

 Um excelente texto de Celso Ming No Estadão. 


Nós, quem? Contra eles, quem? - Celso Ming


O Estado de S. Paulo


"Muito antes da Inconfidência Mineira e da Derrama, sabe-se no Brasil, que há um limite para a extorsão tributária. Chega o momento em que o contribuinte não aguenta mais, mesmo quando as autoridades se esforçam para difundir a versão de que são os mais ricos que rejeitam a carga tributária e a empurram sobre os mais pobres. E quando a sociedade não aguenta mais, as consequências políticas ficam inevitáveis"

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Houve um tempo em que o presidente Lula anunciava que governava para o interesse de todos os brasileiros, inclusive dos que votaram contra ele.


Hoje, vai sendo imposto o mantra do “nós contra eles”, sem que fique claro quem sejam esses “nós” e quem sejam esses “eles”. Nós, os pobres? Nós, os proletários? Nós, os do Partido? Nós, os democratas? Contra quem? Contra a direita? Contra a Faria Lima? Contra os mandachuva de sempre? Seja o que – e quem – for, é o discurso da polarização, que pretende antecipar o debate eleitoral.


No momento, serve para defender o renitente aumento de impostos, em detrimento de um mínimo de objetividade: como é que o aumento do IOF, que deveria servir apenas para fins regulatórios – e não arrecadatórios –, beneficiaria o “andar de baixo” e não os lobbies favorecidos pelo Congresso, se atinge em cheio as pequenas e médias empresas, os microempreendedores individuais (MEIs) e o comércio que pratica o crédito denominado “risco sacado”?


Na falta de um inimigo claro, as velhas esquerdas que se agrupam ao lado do governo Lula ainda tentam se apegar à estratégia da diversidade, de parca densidade sociológica e ideológica, da defesa dos direitos das minorias (negros, mulheres, população LGBT+), ainda que resvalem para discursos extremistas, que pregam mais o ódio ao outro do que o combate às discriminações vigentes. Poderiam refugiar-se na defesa dos valores da social-democracia. Mas têm, em relação a ela, um entendimento confuso e inconsequente, quando se aliam a governos autoritários, como os da Venezuela, de Cuba, da Rússia e do Irã.


Como a questão central desse discurso não é de lógica aristotélica, cabe perguntar se, ainda assim, consegue colar na sociedade e no jogo político.


Quando perde votos e capacidade de mobilização, o governo apega-se a dois falsos diagnósticos: o de que é preciso melhorar a sua comunicação, e aí nomeia outro marqueteiro; e o de que é o de que falta diálogo com as bases – e se põe a fazer sermões, sem dar ouvidos ao outro lado.


Apesar das fartas políticas populistas e distributivas, a popularidade do governo Lula desliza ladeira abaixo. A percepção geral é de que a política econômica se aprofunda para o campo disfuncional. Novos rombos somam-se aos anteriores. A dívida pública vai crescendo, se aproxima dos 80% do PIB. Para pagar os lesados pelas fraudes do INSS, que até agora não haviam sido coibidas, o governo decidiu que vai aumentar a dívida e, assim, descarregar a conta sobre o contribuinte.


Muito antes da Inconfidência Mineira e da Derrama, sabese no Brasil, que há um limite para a extorsão tributária. Chega o momento em que o contribuinte não aguenta mais, mesmo quando as autoridades se esforçam para difundir a versão de que são os mais ricos que rejeitam a carga tributária e a empurram sobre os mais pobres. E quando a sociedade não aguenta mais, as consequências políticas ficam inevitáveis

O ministério do ego

 Do blog de Gilvan Melo    


O ministério do ego de Lula    


O Estado de S. Paulo


Ao tratar a opinião desairosa de uma revista estrangeira sobre o presidente como se fosse uma questão de Estado, o Itamaraty se converte em departamento das relações pessoais do petista


Tem sido difícil, mas há dias em que o governo de Lula da Silva se supera. Foi o que ocorreu quando o Palácio do Itamaraty – outrora um dos mais respeitados templos da sobriedade diplomática mundial – foi mobilizado para criticar um artigo da revista The Economist. Não uma resolução da ONU, não uma denúncia jurídica, não uma ameaça à soberania nacional, mas uma opinião jornalística. Resultado: uma nota oficial assinada pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira – quiçá ditada pelo chanceler paralelo, Celso Amorim –, que trata Lula como uma espécie de divindade contemporânea, um Buda com barba, ou, vá lá, um Kim Jong-un tropical. Leia mais em 

Popularidade do sapo

 🇧🇷  *Impacto positivo sobre popularidade de Lula e recuo do Congresso manterão campanha da batalha entre ricos e pobres- Valor*


As pesquisas diárias que o Planalto faz para mensurar a avaliação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva *mostraram uma elevação de 5% na sua popularidade desde o início da ofensiva do governo* para caracterizar o embate em torno das medidas fiscais como uma batalha entre ricos e pobres.


O resultado, que fortalece aqueles que defendem a manutenção da campanha, foi cotejado hoje com a ocupação, por manifestantes da Frente Povo Sem Medo, do saguão do prédio que abriga o Itaú BBA na avenida Faria Lima, em São Paulo. Levavam as faixas com as mesmas palavras de ordem da campanha governista: “O povo não vai pagar a conta”, “Chega de mamata”, “Taxação dos super-ricos já”. Os manifestantes permaneceram duas horas e depois deixaram o prédio.


https://tinyurl.com/2354sbee

BDM Matinal Riscala

 *Rosa Riscala: Feriado em NY reduz liquidez dos mercados*


Trump promete começar a enviar hoje cartas aos parceiros comerciais que não fecharam acordos com a Casa Branca


… Feriado de 4 de Julho fecha hoje os mercados em NY e reduz a liquidez nos pregões domésticos, em dia de agenda esvaziada no exterior e aqui, com a balança comercial de junho como único destaque. Nos EUA, Trump assina (18h) o seu “grande e lindo projeto” de lei orçamentário, aprovado na Câmara, considerado um risco para a dívida americana no longo prazo, e promete começar a enviar cartas aos parceiros comerciais que não fecharam acordos com a Casa Branca. O detalhe importante é que essas cartas já devem conter as tarifas de importação que serão aplicadas. No Rio, um jantar de boas-vindas esta noite dá início à Cúpula dos Brics, no final de semana, com a ausência de Putin e Xi Jinping, enquanto Lula e Haddad esperam por uma solução para o impasse da crise entre o Congresso e o governo.


… A jornalistas no Rio, onde está para a reunião do Brics, o ministro da Fazenda foi questionado sobre as chances de uma conciliação, que pudesse evitar a saída judicializada, inclusive conduzida pelo próprio ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF.


… “Eu tenho lido sobre as manifestações das pessoas buscando diálogo, mas não houve muito como o assunto andar porque muita gente está fora do Brasil [no Fórum de Lisboa]. As declarações recentes indicam que o assunto pode ter desfecho positivo.”


… Em Portugal, no evento anual de Direito promovido pelo decano do Supremo, ministro Gilmar Mendes, o tema é recorrente, depois que o governo entrou no STF para pedir a constitucionalidade do decreto do IOF, derrubado por um PDL pelo Congresso.


… Muitos representantes do Judiciário e parlamentares participam do fórum e abordam o assunto em seus discursos.


… Nesta 5ªF, foi a vez do deputado Arthur Lira criticar a judicialização, afirmando que o Supremo não tem legitimidade para decidir sobre questões de Orçamento. “O Brasil vive uma tensão como poucas vezes se viu na nossa história, em um desafio à democracia.”


… Mas, no Rio, Fernando Haddad elogiou Lira, dizendo que o ex-presidente da Câmara, que é relator do projeto de isenção do IR, tem tido um “diálogo de alto nível e transparente” com a equipe econômica sobre as medidas de compensação.


… “Tenho razões para imaginar que chegaremos a um bom relatório [na próxima semana], que busque justiça tributária.”


… O projeto de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil/mensais é uma promessa de campanha de Lula e um dos mais importantes da agenda eleitoral do presidente. Ninguém acredita que o imbróglio do IOF possa prejudicar a sua aprovação.


… As eleições/2026 não estão só no calendário de Lula, mas de todos os parlamentares, que não se arriscariam a ir contra uma pauta de tamanho apelo popular. O problema é a taxação dos super-ricos proposta pelo governo para compensar a perda de arrecadação.


… Em outra frente, o deputado Ciro Nogueira (PP) também fez um aceno à retomada do diálogo com o governo após a crise do IOF.


… Segundo a jornalista Daniela Lima (GloboNews), ele estaria disposto a negociar um corte linear em emendas e despesas. “Se o governo quiser, podemos voltar à mesa de negociação; o que não aceitamos é um ajuste apenas em cima do IOF.”


… Horas depois, porém, o PP – juntamente com União Brasil, Republicanos e mais cinco partidos – anunciava a intenção de entrar no STF com uma Ação Declaratória de Constitucionalidade para garantir a validade do PDL que suspendeu o aumento do IOF.


… Os partidos que apoiam a ação são: PSDB, Solidariedade, Progressistas, União Brasil, PRD, Republicanos, Podemos e Avante. Entre eles, três fazem parte da base governista e ocupam cargos em ministérios. Até ontem à noite, não tinham protocolado a ação.


MOTTA – Em campanha de cancelamento nas redes sociais, o presidente da Câmara disse que Haddad vem se “vitimizando” quando diz que telefonou e não foi atendido ou que mandou mensagem e não obteve respostas.


… Elogiando a posição da ministra Gleisi e do líder do governo, José Guimarães, que buscam uma solução para o impasse, Hugo Motta diz que Fernando Haddad “deve focar em virar a página”, segundo bastidor apurado pelo Valor.


LINDO PRA QUEM? – O presidente Donald Trump aproveitará a data cívica mais importante dos Estados Unidos, o Dia da Independência, para assinar o seu “lindo e grande projeto” orçamentário em cerimônia hoje, às 18h, na Casa Branca.


… Após a longa noite de negociações, a Câmara aprovou por 218 a 214 (com o voto contrário de apenas dois republicanos) o pacote fiscal de US$ 3,4 trilhões que corta impostos, aumenta isenções e restringe gastos em programas de segurança social.


… Os democratas dizem que o projeto de lei retirará o acesso à saúde de milhões de pessoas que dependem do Medicaid, num esquema Robin Hood às avessas, que tira benefícios dos pobres para financiar cortes de impostos direcionados aos ricos.


… A legislação adia muitas das reduções de gastos, ao mesmo tempo em que antecipa reduções de impostos no valor de US$ 4,5 trilhões, que devem impulsionar o crescimento econômico no curto prazo, mas tornar o peso da dívida insustentável em alguns anos.


… Um aumento de US$ 5 trilhões no limite da dívida dos EUA, no entanto, elimina o risco de um calote que viesse a abalar os mercados.


… O texto final é mais custoso do que a versão anterior aprovada pela Câmara, após republicanos do Senado tornarem permanentes uma série de isenções fiscais para empresas e aumentarem os cortes do Medicaid em quase US$ 1 trilhão na próxima década.


… O pacote ainda corta gastos com cupons de alimentação federais e empréstimos para estudantes universitários.


… A maioria das isenções de energia limpa serão eliminadas, assim como um crédito tributário ao consumidor de US$ 7.500 para veículos elétricos, a partir de 1º de outubro. O projeto é uma extensão dos cortes de impostos de 2017, que expirariam no final do ano.


TARIFAS – Trump também pode começar a enviar hoje cartas aos parceiros comerciais, definindo tarifas antes do deadline de 9 de julho. “Provavelmente já enviaremos algumas cartas, talvez 10 por dia, dizendo quanto eles vão pagar para fazer negócios com os EUA.”


… O presidente dos EUA anunciou inicialmente suas tarifas “recíprocas” mais altas em 2 de abril, mas as suspendeu por 90 dias para dar tempo aos países de negociarem, estabelecendo uma taxa de 10% durante esse período.


… Até agora, Trump anunciou acordos apenas com o Reino Unido e o Vietnã, e concordou com uma trégua com a China. Parece otimista sobre um acordo com a Índia, que ainda não saiu, mas decepcionado sobre as perspectivas de um acordo com o Japão.


… Na Bloomberg, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, disse que “vários acordos” ainda devem ser anunciados até dia 9.


MAIS AGENDA – A mediana das estimativas do mercado apurada em pesquisa Broadcast aponta para um superávit da balança comercial de US$ 6,2 bilhões em junho. Os dados serão divulgados às 15h, com coletiva dos técnicos da Secex na sequência.


… A perda de tração nas exportações deve levar a um resultado abaixo do que foi registrado em maio (US$ 7,239 bilhões).


LULA – De volta da Argentina, o presidente participa no Rio de cerimônia de anúncio de investimentos da Petrobras (11h).


HADDAD – Vai participar de dois eventos do Novo Banco de Desenvolvimento dos Brics, terá reunião com a ministra das Finanças da Índia e terminará o dia em jantar oferecido pela prefeitura do Rio de Janeiro.


… O ministro ficará na capital fluminense até 2ªF, 7, pois vai integrar a comitiva do presidente Lula na cúpula de líderes dos Brics.


FORA DA META – Ministro Dias Toffoli (STF) autorizou o governo a não contabilizar no arcabouço fiscal os valores usados para ressarcir as vítimas de descontos indevidos no INSS, mesmo se não for aberto crédito extraordinário.


… Na mesma decisão, homologou o acordo apresentado pela AGU para realizar os pagamentos a partir de 24 de julho, em três lotes. O valor para pagar os mais de 3 milhões de aposentados e pensionistas afetados é estimado pelo INSS em R$ 2,1 bilhões.


LÁ FORA – O Índice de Preços ao Produtor da Zona do Euro em junho (6h) é o único indicador, com previsão de -0,5%, de -2,2% em maio.


QUEM DÁ MENOS? – Não teve payroll forte que impedisse o dólar aqui de nadar contra a alta da moeda no exterior e fechar na menor cotação do ano, na faixa de R$ 5,40, renovando apostas de câmbio cada vez mais apreciado.


… O dólar à vista fechou em baixa de 0,28%, a R$ 5,4050, no nível mais barato desde 24 de junho do ano passado.


… Mais três casas no mercado financeiro revisaram em baixa as estimativas para a moeda americana em dezembro.


… O Goldman Sachs, que esperava R$ 5,60, passou a projetar R$ 5,10, diante do diferencial de juro elevado, com a Selic a 15% e sem corte no curto prazo (julho) pelo Fed, que ainda pode cortar menos (duas vezes, ao invés de três).


… Também a XP Investimentos informou ter reduzido a sua estimativa para a taxa de câmbio no final do ano de R$ 5,80 para R$ 5,50, mesmo patamar esperado agora pelo C6 Bank, que projetava R$ 6,00 anteriormente.


… Esta semana, a Porto Asset já havia baixado a projeção para o dólar no fim do ano de R$ 6,25 para R$ 5,70.


… Simultaneamente aos ajustes para o câmbio, que é um importante canal de transmissão inflacionária, nota-se também no mercado uma onda de revisões em baixa para o IPCA do ano, embora o quadro fiscal limite o otimismo.


… A XP reduziu sua previsão para o índice oficial de inflação de 5,5% para 5,0%, diante da taxa de câmbio mais apreciada e a moderação nos preços ao atacado. Também o C6 Bank passou a esperar 5,0%, contra 5,3% antes.


… Já no início da semana, três casas haviam revisado o cenário para o IPCA: o Inter (abaixo de 5,0%, para 4,9%), a Santander Asset Management Brasil (SAM), para 5,1%, e o Bradesco, que diminuiu sua estimativa de 5,4% para 5,0%.


… O alívio nas perspectivas para a inflação pelo mercado deve estar sendo monitorado com atenção redobrada pelo BC, que quer evitar a todo o custo a precificação de cortes prematuros da Selic e a perda da guerra das expectativas.


… Apesar da nova rodada de queda do dólar ontem, os juros curtos fecharam estáveis, porque a Selic não vai sair de 15% tão cedo. Já a ponta longa subiu até 8pp, em linha com o avanço do rendimento dos Treasuries após o payroll.


… O volume expressivo de títulos prefixados do Tesouro em dois leilões realizados nesta 5ªF também colocou pressão na curva do DI, com os prêmios potencializados pela liquidez esvaziada no pregão de pré-feriado em NY.


… No fechamento, o contrato de juro para Jan/26 marcava 14,920% (de 14,917% no ajuste anterior); Jan/27, 14,140% (de 14,118%); Jan/29, 13,210% (de 13,144%); Jan/31, 13,280% (de 13,208%); e Jan/33, 13,340% (13,261%).


A PROFECIA DE POWELL – O payroll forte veio para provar que o Fed não precisa mesmo ter urgência em cortar o juro, que julho pode ser descartado e que o melhor é esperar para ver o efeito da guerra comercial dos EUA.  


… Dificilmente, porém, Trump deve pegar mais leve nos ataques a Powell, que segue na linha de tiro.   


… A economia americana criou 147 mil vagas de emprego em junho, bem acima do consenso de 110 mil. A queda inesperada da taxa de desemprego, para 4,1%, de 4,2% em maio, também revelou a força do mercado de trabalho.


… O salário médio por hora registrou um aumento de 0,22%, mas veio abaixo da previsão dos analistas (0,3%).


… Em resumo: a mão-de-obra continua aquecida nos EUA, mas como impacto inflacionário sob controle.


… É agora insignificante a parcela do mercado (5,4%) que ainda especula com flexibilização monetária este mês, contra quase 24% antes do payroll. A chance majoritária de início do ciclo de corte segue com setembro (67,2%).


… Mas mesmo esta aposta diminuiu: era de 95% antes dos dados do emprego, o que indica que os investidores estão jogando a precificação para frente, na medida em que o contexto atual não assusta a ponto de exigir pressa do Fed.  


… A chance de um corte acumulado de 50pb do juro este ano é a aposta principal (46%), contra 30% de 75pb. Esta correção das apostas mais otimistas, de três para dois desapertos, puxou ontem o dólar e as taxas dos Treasuries.


… O retorno da Note de 2 anos subiu para 3,883%, de 3,782% na véspera, e o de 10 anos foi a 4,346% (de 4,282%).


… Entrando na pilha de Trump, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, disse que os rendimentos dos Treasuries de 2 anos são um sinal de que os juros estão altos demais e que o Fed está “um pouco equivocado em seu julgamento”.


… Em entrevista à Fox Business, ele disse que, se Powell não cortar agora, poderá ter de cortar mais em setembro.


… Perguntado sobre sua possível candidatura ao comando do Fed, Bessent respondeu que não revela conversas privadas. Também disse que a recente desvalorização do dólar não compromete o status de principal moeda global.


… O payroll conseguiu turbinar ontem o índice DXY do dólar: +0,42%, a 97,180 pontos. A libra continuou sem fôlego (-0,06%, a US$ 1,3646), apesar do apoio do governo britânico à permanência da ministra Rachel Reeves (Finanças).


… O euro caiu 0,34%, a US$ 1,1753, e o iene se depreciou para 145,00/US$ com o emprego forte nos EUA.


… A leitura de que a economia americana segue resistente aos choques do protecionismo de Trump renovou os recordes históricos do S&P 500 (+0,83%, a 6.279,35 pontos) e do Nasdaq (+1,02%, a 20.601,10 pontos).


… O Dow Jones subiu 0,77% (44.828,53 pontos), no pregão em que as bolsas em NY saíram mais cedo para o feriado.  


QUEM DÁ MAIS? – Embalado pelo otimismo do payroll, também o Ibov quis uma marca inédita para chamar de sua.


… Saltou 1,35%, para o melhor fechamento de todos os tempos (140.928 pontos), tendo superado os 141 mil pontos na mais nova máxima intraday (141.304). A festa só não foi completa por causa do giro baixo (R$ 16,5 bilhões).


… O encerramento antecipado dos negócios em NY antes do 4 de Julho acabou roubando a liquidez aqui. Mesmo que a bolsa doméstica tenha subido no vazio, nada tira o brilho da conquista de seu novo topo histórico.


… Destaque para a alta dos papéis dos bancos: Itaú PN (+2,47%; R$ 37,71), Bradesco PN (+2,38%; R$ 16,75), Bradesco ON (+2,12%; R$ 14,42), BB ON (+1,41%; R$ 22,30) e Santander unit (+0,10%, a R$ 29,41).


… Petrobras ON subiu 0,46% (R$ 35,11) e PN, +0,34% (R$ 32,19). As ações desafiaram a queda do petróleo Brent (-0,45%, a US$ 0,31), que reagiu a três fatores: negociações nucleares, dólar forte depois do payroll e reunião da Opep.


… O cartel cogita antecipar a sua videoconferência em um dia, para amanhã, e a expectativa é de que anuncie um novo grande aumento de oferta, de 411 mil bpd, reprisando pelo quarto mês seguido o volume de alta na produção.


… No noticiário geopolítico, circulam relatos de que o enviado especial da Casa Branca para o Oriente Médio, Steve Witkiff, planeja se encontrar com o ministro das Relações Exteriores do Irã, Seyed Abbas Araghchi, semana que vem.


… Apesar do rali de 2,45% do minério, Vale (ON, -0,47%, a R$ 55,04) descansou do ritmo forte recente e foi uma das únicas nove quedas do Ibovespa. O ranking negativo também foi ocupado por BRF (-2,19%) e Marfrig (-0,86%).


… Os dois frigoríficos seguem em compasso de espera pelas assembleias gerais que definirão a incorporação das ações. A Justiça negou o pedido da Previ para suspender as AGEs, no próximo dia 14, e tentar barrar o negócio.


EM TEMPO… PRIO produziu 109,4 mil barris de óleo equivalente por dia no mês de junho, volume 9,6% superior à média de produção de maio.


SANTOS BRASIL movimentou 143,57 mil contêineres em junho, volume 9,8% superior ao registrado no mesmo período de 2024.

Fabio Alves