segunda-feira, 11 de agosto de 2025

Bankinter Portugal Matinal

 Análise Bankinter Portugal


SESSÃO: Hoje, sessão de referências escassas, na qual se prolongará, provavelmente, o otimismo da semana passada em relação a mais descidas de taxas de juros por parte da Fed. Os futuros vêm com ligeiras subidas, tanto na Europa como nos EUA (+0,2%), com a atenção nas negociações de paz entre a Rússia e a Ucrânia. Nomeadamente, na reunião desta sexta-feira entre Putin, Trump e, quem sabe, Zelensky. Por isso, o preço do petróleo cai novamente (-0,7%) e o dólar deprecia-se ligeiramente (-0,3%).


Contudo, consideramos que é um otimismo excessivo, diria que até ingénuo, e esta semana poderemos ter um banho de realidade. O primeiro, amanhã, com o dado do IPC dos EUA, que poderá voltar a aumentar em julho, tanto na taxa geral como na subjacente, ainda com impacto moderado dos impostos alfandegários que entraram em vigor a 1 de agosto. O segundo, na sexta-feira, com a reunião entre Trump e Putin, já que infelizmente atribuímos pouca probabilidade a um acordo que termine o conflito. Portanto, é altamente provável que as expetativas de corte de taxas de juros tendam a arrefecer um pouco durante a semana e que, portanto, as bolsas tendam a enfraquecer.


S&P500 +0,8% Nq100 +1,0% SOX +0,8% ES-50 +0,3% VIX 15,2% Bund 2,69%. T-Note 4,28%. Spread 2A-10A USA=+52pb B10A: ESP 3,25% ITA 3,48%. Euribor 12m 2,12%.  USD 1,164. JPY 172,0. Ouro 3.398$. Brent 67,9$. WTI 63,9$. Bitcoin +3,1% (122.035$). Ether +2,0% (4.304$)


FIM

Venda do banco Master encontra resistência

 *Venda do Banco Master encontra resistência no Banco Central*


Por Alvaro Gribel, do Estadão


Brasília, 11/08/2025 - Desde o anúncio da oferta do Banco de Brasília (BRB) por uma fatia do Banco Master, os presidentes das duas instituições, Paulo Henrique Costa e Daniel Vorcaro, respectivamente, têm tido reuniões no Banco Central para fornecer informações sobre a transação.


A autorização estaria enfrentando resistência do diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução, Renato Dias de Brito Gomes, que é a área dentro do Banco Central responsável pela compra.


A análise, vista como criteriosa, é entendida como normal e tem o aval dos seus pares dentro do BC, ainda mais por envolver uma instituição financeira estatal, o BRB.


Se por um lado o BC não entra no mérito da conveniência da operação para o BRB - ou seja, se a compra será boa ou não -, por outro, precisa ter a certeza de que o banco consegue absorver os ativos do Master sem se colocar em risco. Por isso, o plano de negócios é um dos pontos vistos como cruciais para a autorização da venda.


Pela governança do Banco Central, cabe ao diretor da área emitir um voto, que será aprovado ou negado pela diretoria colegiada. Em caso de discordância entre o diretor e o colegiado, o caso volta para análise do diretor da respectiva área.


A cada entrega de novos documentos ao Banco Central, o prazo de análise de 365 dias recomeça e houve casos de documentos enviados a título de “errata”. Por isso, no BC, ninguém se sente pressionado por uma saída rápida.


Em outro front, a transação já recebeu aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Nesse caso, a análise foi mais rápida, já que Master e BRB são bancos médios que não representam risco para a livre concorrência do mercado financeiro.


No início de agosto, o BC autorizou um aumento de R$ 1 bilhão no capital do Master, de R$ 3,763 bilhões para R$ 4,763 bilhões. Esse foi o segundo aumento de capital de R$ 1 bilhão no banco este ano. A injeção de R$ 2 bilhões foi uma das exigências feitas pelo BRB para comprar ativos do Master, como mostrou o Estadão/Broadcast. Agora, um novo aporte deve ser efetuado.


Também em agosto, o Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou uma série de alterações nas regras do FGC. Por meio de nota, o BC, que faz parte do colegiado, informou que a resolução tem o objetivo de mitigar incentivos à tomada de riscos excessivos pelas instituições associadas.


A nota do BC não menciona o Master, mas, segundo apurou a reportagem, a resolução quis servir como recado para que instituições financeiras não tentem repetir o modelo de negócio do banco.

BDM Matinal Riscala

 *Rosa Riscala: Inflação e Petrobras no foco da semana*


Ainda Trump tem reunião de cúpula com Putin na sexta-feira para negociar o fim da guerra na Ucrânia


… Dados de atividade mobilizam a semana na China, após a inflação ter vindo estável, em meio ao protecionismo americano. A trégua tarifária aos chineses chega ao fim amanhã, sem confirmação ainda sobre a extensão do prazo por 90 dias. Aqui, o plano de contingência contra o tarifaço será lançado até terça, enquanto Haddad articula em reunião com Bessent na quarta-feira a exclusão do café e das carnes da “lista negra” de Trump. Agenda dos balanços tem como destaque JBS, BRF, Marfrig, varejistas e o BB, que aponta para resultado fraco. Galípolo faz palestra hoje (10h30), na véspera do IPCA, que deve acelerar em julho. A inflação também está no radar do Fed, com o CPI amanhã, enquanto Trump tem reunião de cúpula com Putin na sexta-feira para negociar o fim da guerra na Ucrânia. No front corporativo, a Petrobras informa que pode estar perto do consenso para a licença da Foz do Amazonas.


MARGEM EQUATORIAL – Reunião agendada para amanhã entre a estatal e o Ibama será “decisiva” para potencial sinal verde para a exploração da região, disse a presidente da companhia, Magda Chambriard, na última sexta-feira.


… Ela reiterou mensagem aos investidor de que “quem apostar contra a Petrobras vai perder dinheiro”.


… O comentário veio na sequência do tombo das ações da Petrobras no último pregão (abaixo), diante da frustração dos investidores com os dividendos e o anúncio da empresa de que pretende voltar à distribuição de GLP no varejo.


… Em outra indicação positiva à liberação para a Petrobras perfurar poços na região amazônica, o presidente Lula fez um aceno a Alcolumbre e manteve itens polêmicos na nova lei do licenciamento ambiental (“PEC da devastação”).


… Apesar de ter vetado 63 pontos, conservou a Licença Ambiental Especial, proposta pelo presidente do Senado.


… O texto prevê procedimento acelerado para empreendimentos considerados estratégicos pelo Conselho de governo e só entraria em vigor em 5 meses, mas o governo editou medida provisória para ter vigência imediata.


… Na prática, o modelo favorece a prospecção de petróleo pela Petrobras na Margem Equatorial da Foz do Amazonas, berço eleitoral de Alcolumbre, em gesto de Lula para estabilizar a relação com o comando do Senado.


“PEC DA BLINDAGEM” – Insurgindo contra o que consideram abusos cometidos pelo STF, parlamentares tentam pautar esta semana a proposta que fortalece a imunidade do Congresso e limita a prisão em flagrante de políticos.


… A imprensa informou que o acordo em torno da PEC foi utilizado como moeda de troca para o fim do motim na Câmara e Senado. Motta encaminhou à Corregedoria o caso dos deputados que obstruíram o plenário.


PLANO DE CONTINGÊNCIA – O governo Lula promete até amanhã o lançamento para as empresas das medidas de combate aos impactos da tarifa de 50% implantada pelos Estados Unidos sobre as exportações brasileiras.


… Nas últimas semanas, têm sido estudadas linhas de crédito, flexibilização trabalhista e ampliação do Reintegra.


… Às vésperas da reunião marcada entre Haddad e o secretário Scott Bessent (Tesouro), Alckmin destacou que a prioridade do Executivo é não retaliar os Estados Unidos, mas ampliar o número de setores excluídos da tarifa.


… Alckmin tem reunião marcada com Lula hoje, às 17h, para deliberar sobre as medidas do plano de contingência.


EUA X MORAES – Em meio ao tarifaço e às críticas contra a regulação das redes, o número 2 do secretário de Estado Marco Rubio, Christopher Landau, acusou Moraes de criar um “beco sem saída” na relação histórica com o Brasil.


… A embaixada americana em Brasília repostou a mensagem dele em português.


… De seu lado, o empresário Jason Miller, considerado um dos principais conselheiros de Trump, publicou uma mensagem em suas redes sociais em que afirma que “não vai parar” até que Bolsonaro “esteja livre”.


BALANÇOS – Cercado de expectativas, o resultado trimestral do BB vem na quinta, depois do abalo recente com a notícia apurada pelo Brazil Journal de que a instituição lucrou só R$ 500 mi em maio, contra R$ 1,7 bi em abril. 


… Entre os frigoríficos, JBS vem na quarta-feira, depois do fechamento dos mercados, e BRF e Marfrig na quinta-feira. Hoje, saem os números da Sabesp, Natura, Marisa, Direcional, Even, Itaúsa, Localiza, Vamos e Vibra Energia.


… Amanhã, vale o destaque para Americanas, BTG, CVC, Light e MRV. Na quarta, vêm Casas Bahia, Allos, Bradespar, Eneva, Equatorial, Hapvida, PagBank, Porto Seguro, Positivo, Raízen, Rede D´Or, SLC Agrícola, Taesa, Ultrapar e Vittia.


… Quinta-feira é a vez de 3Tentos, AgroGalaxy, Azul, Banrisul, Cemig, Cosan, CPFL Energia, Cyrela, IRB Re, JHSF, LWSA, Nubank, Oi, Qualicorp e Yduqs. Fechando a semana, na sexta-feira, a Gol divulga o seu balanço trimestral.


MAIS AGENDA – Mesmo se a inflação (IPCA) vier comportada aqui e as vendas no varejo (quarta), serviços em junho (quinta) e emprego da Pnad (sexta) exibirem ritmo menos aquecido, a Selic pode começar a cair só em 2016.


… O mercado consolida as apostas do início do ciclo de queda apenas no primeiro trimestre do ano que vem.


… Se falar de política monetária hoje, na ACSP, Galípolo deve continuar batendo na tecla contra um corte antecipado do juro. No início da noite (18h), ele terá reunião com a Febraban e os presidentes dos grandes bancos domésticos.


… Ainda nesta segunda-feira, saem as prévias do IPC-Fipe (5h), IGP-M (8h), o Focus (8h25) e a balança semanal (15h).


LÁ FORA – Próximo indicador mais aguardado depois do payroll fraco de julho, o índice de preços ao consumidor (CPI) americano, amanhã, pega o mercado praticamente fechado na aposta de corte do juro em setembro.


… Resta saber se essa expectativa será abalada se o dado indicar impacto mais forte vindo das tarifas comerciais.


… Já a inflação ao produtor (PPI) vem na quinta. Também serão monitorados em Nova York os dados sobre o ritmo da atividade econômica, com as vendas no varejo em julho, na quinta-feira, e a produção industrial, na sexta-feira. 


… Às voltas com as articulações de Trump para alinhar o Fed a uma postura mais dovish na política monetária, os investidores ainda acompanharão ao longo da semana os discursos dos dirigentes do BC norte-americano.


… No sábado, Michelle Bowman, que já votou pela flexibilização do juro em julho, disse que os dados fracos sobre o emprego reforçam a confiança em sua previsão de que três cortes provavelmente serão apropriados no ano.


… Trump anunciou coletiva de imprensa para hoje, às 11h, sobre “crime e embelezamento” de Washington.


… Na zona do euro, a segunda leitura do PIB do segundo trimestre será divulgada na quinta-feira.


PETRÓLEO – Os relatórios mensais da Opep (amanhã) e da AIE, na quarta-feira, conferem volatilidade extra às negociações com a commodity, neste momento em que o mercado já é agitado pelas tensões na Rússia e em Gaza.


QUEBRA-GELO – O encontro entre Trump e Putin acontecerá no Alasca, enquanto Zelensky teme estar sendo escanteado das negociações. O governo de Kiev não foi convidado a participar das negociações de paz.


… O clima gera temores de que um possível acordo para encerrar o conflito envolva pressões para os ucranianos entregarem territórios significativos aos russos ou serem obrigados a aceitar outras restrições para a sua soberania.


… Antes do encontro entre Trump e Putin, Zelensky se reuniu com líderes europeus neste domingo e agradeceu pelo  apoio das lideranças pela demanda dos ucranianos por um lugar à mesa de negociações por um cessar-fogo.


… Em entrevista à Fox News, exibida neste domingo, o vice-presidente norte-americano, JD Vance, afirmou que uma solução negociada provavelmente não irá satisfazer ninguém e deixará os governos de Moscou e Kiev “insatisfeitos”.


… Questionado se os americanos aplicariam aos chineses o mesmo tratamento dado à Índia, que recebeu uma tarifa adicional de 25% por comprar petróleo da Rússia, Vance disse que a relação com a China é mais complicada.


… “Muitas coisas que não têm nada a ver com a situação russa”, respondeu, sem especificar o que seria afetado.


… A China pressiona os Estados Unidos a afrouxarem as restrições para a exportação de chips essenciais para inteligência artificial em negociações comerciais antes de uma possível reunião entre Trump e Xi Jinping este ano.


… O FT informou ontem que a Nvidia e a AMD concordaram em repassar 15% de suas receitas com vendas de chips para a China ao governo dos EUA, como parte de acordo com a Casa Branca para garantir licenças de exportação.


ISRAEL E PALESTINA – Enquanto o Conselho de Segurança da ONU realizava reunião de emergência neste domingo, o gabinete de Netanyahu informava que conversou ontem com Trump e agradeceu por seu “apoio constante”.


… O premiê defendeu uma nova ofensiva militar em Gaza, mais abrangente do que a anunciada anteriormente, e afirmou para a imprensa estrangeira que o objetivo não seria “ocupar Gaza”, e sim “libertá-la”.


CHINA – Destaque na noite de quinta-feira para a produção industrial e as vendas no varejo em julho.


… Durante o final de semana, saiu a inflação chinesa. Mais forte do que o esperado, o CPI de julho veio estável, contrariando a previsão de queda. Já a deflação de 3,6% do PPI veio mais intensa do que o consenso de -3,2%.


APOSTOU CONTRA – Decepcionados com os dividendos e alarmados pela intenção da Petrobras de voltar à distribuição de GLP no varejo, os investidores lançaram na sexta-feira um ataque de vendas contra as ações.


… ON levou um tombo de 7,95% (R$ 32,85) e a ação PN derreteu 6,15% (R$ 30,53), nas mínimas do dia.


… Apesar de um desempenho operacional robusto da Petrobras, com aumento de produção, o balanço trimestral foi pressionado por investimentos elevados e fraca geração de caixa, que gerou dividendos abaixo do esperado.


… Fernando Melgarejo, CFO da companhia, disse em coletiva ser baixa a probabilidade de a companhia distribuir proventos extraordinários neste ano. Para isso, seria necessário ter sobra de caixa acima da necessidade operacional.


… “Isso depende de duas variáveis: preço e quantidade. A quantidade vem evoluindo, mas o preço cedeu. Se seguir nesse patamar, vemos menos chances de realizar o pagamento de dividendos extraordinários neste ano”, disse.


… Com Petrobras derretendo, o Ibovespa operou na contramão da alta de Nova York, perdeu os 136 mil pontos e fechou em baixa de 0,45%, aos 135.913,25 pontos, e giro de R$ 25,4 bilhões. Na semana, acumulou ganho de 2,6%.


… Lá fora, o preço do petróleo Brent para outubro subiu 0,24%, a US$ 66,59 o barril, em meio à queda do dólar, e fechou a semana com queda de 4,4%, de olho nas negociações de cessar-fogo na Ucrânia mediadas por Trump.


… Vale limitou as perdas do Ibovespa, subindo 2,37%, para R$ 55,39, bem melhor que a estabilidade (+0,06%) da cotação do minério de ferro em Dalian.


… Braskem disparou 4,41%, a R$ 8,76, diante de potencial venda de ativos para a Unipar. Eletrobras (ON +3,53%, a R$ 44,28; e PNB +3,41%, a R$ 47,60) ainda repercutiu o bom balanço divulgado na semana.


… A liderança negativa ficou com Rumo (-9,50%; R$ 15,34), com um resultado do segundo trimestre em linha, mas um dos balanços mais fracos desde 2016, segundo o Itaú BBA. Renner, com -7,26% (R$ 16,73), também foi mal.


FRAGMENTADA – Algum viés defensivo nos negócios foi identificado no meio da tarde, quando a Bloomberg noticiou, via fontes, que Bolsonaro não deve apoiar o governador Tarcísio de Freitas à Presidência em 2026.


… Aliados do ex-presidente teriam dito que ele estaria mais inclinado a apoiar alguém da própria família.


… O dólar, que vinha rondando a estabilidade, passou a subir com mais firmeza, com a informação servindo de pretexto para um movimento de realização de lucros depois de cinco sessões consecutivas de valorização do real.


… No mercado à vista, o dólar fechou em leve alta de 0,25%, a R$ 5,4361. Na semana, a moeda caiu 1,97%, diante da expectativa de um Fed mais dovish à frente, que ainda pode dar fôlego extra ao real.


… O ajuste no câmbio foi reproduzido na sexta-feira pelo DI, que virou e passou a subir à tarde.


… Até ali, o mercado absorvia a perspectiva de queda de juros nos EUA e os sinais dados pelos diretores do BC Diogo Guillen (Política Econômica) e Nilton David de que a Selic parou de subir (mas ainda deve demorar a cair).


… De acordo com o Santander, o mercado precifica um corte de 25 pontos-base na reunião de janeiro de 2026 do Copom, e um orçamento total de redução em torno de 2,5 pontos porcentuais no ano que vem.


… No fechamento, o DI Jan/26 marcava 14,905% (de 14,897% no ajuste anterior); Jan/27 subia a 14,130% (de 14,087%); Jan/29, a 13,300% (13,267%); Jan/31, a 13,500% (13,479%); e Jan/33, a 13,610% (13,604%)


MAIS UM POMBO – Enquanto isso, em Nova York, as bolsas subiram, ainda embaladas pela expectativa de cortes de juros pelo Fed, reforçada pela escolha de Stephen Miren para substituir Adriana Kugler até janeiro.


… Como virou rotina, o Nasdaq bateu novo recorde de fechamento, com alta de 0,98%, a 21.450,02 pontos. O Dow Jones subiu 0,47%, aos 44.175,61 pontos. O S&P 500 ganhou 0,78%, aos 6.389,45 pontos.


… Na semana, os índices acumularam ganhos de, respectivamente, 3,87%, 1,35% e 2,43%.


… Se Miren já foi escolhido, a novela para a sucessão de Powell continua. Trump acrescentou dois nomes à lista de candidatos a chefiar o Fed, segundo WSJ: James Bullard, ex-Fed St. Louis, e Marc Sumerlin, ex-assessor de Bush.


… Além deles, seguem com chances o diretor do Conselho Econômico Nacional, Kevin Hasset; o atual diretor do Fed Christopher Waller; e o ex-diretor do Fed Kevin Warsh.


… A indicação de Miren, que pode ter postura dovish no Fed, continuou derrubando o dólar. O índice caiu 0,22%, a 98,18 pontos. O euro perdeu a US$ 1,1643, a libra subiu a US$ 1,3448, e o dólar avançou ante o iene, a 147,75/US$.


… Apesar do “efeito Miren”, os retornos dos Treasuries registraram alta. O juro da note de 2 anos foi a 3,769%, de 3,736% na sessão anterior, e o da note de 10 anos subiu a 4,288%, de 4,259%.


CIAS ABERTAS – Daniel Vorcaro prepara nova venda de ativos pessoais para injetar no BANCO MASTER. No Estadão, as negociações giram em torno de R$ 1 bilhão e envolvem a seguradora Kovr, além de ações de empresas.


COGNA comprou 100% da Faculdade de Medicina de Dourados (FMD), no Mato Grosso do Sul, por R$ 54,4 milhões; segundo o Valor, esse é o menor valor fechado no mercado para cursos de medicina.


DIRECIONAL. Acionistas aprovaram em assembleia geral extraordinária o desdobramento, sem alteração do capital social, da totalidade das ações ordinárias de emissão da companhia, na proporção de uma para três.


M.DIAS BRANCO registrou lucro líquido de R$ 216 milhões no segundo trimestre, alta anual de 14%; Ebitda somou R$ 344,9 milhões, avanço de 2,4% em relação ao mesmo período de 2024.


AZUL anunciou que vai encerrar operações em 13 cidades e cortar 53 rotas de menor rentabilidade, com margem de 17% abaixo da média da companhia, informou O Globo…


… A empresa não divulgou quais cidades e rotas terão as operações encerradas. Mas informou que a ideia é concentrar a operação em seus principais hubs – Viracopos (Campinas), Confins (Belo Horizonte) e Recife…


… As mudanças fazem parte da reestruturação da empresa, que está em recuperação judicial nos Estados Unidos.


METALFRIO. O BTG Pactual adquiriu 1.256.630 de ações ordinárias, passando a deter 19,99% do capital social.

sexta-feira, 8 de agosto de 2025

Leonardo Corrêa

 Grande Léo!! Mais um belíssimo texto! 👏👊


Quando o Golpe Vem com Selo de Aprovação

Leonardo Corrêa*


O Estadão, em editorial publicado nesta sexta-feira, resolveu dar um salto mortal sem rede: acusou de “golpistas” os parlamentares que ousaram — vejam só — usar instrumentos regimentais para se opor à omissão cúmplice das Mesas Diretoras da Câmara e do Senado. Segundo o jornal, obstruir sessões, protestar contra a blindagem permanente de ministros do STF e exigir o funcionamento das regras constitucionais é “sequestrar o Congresso”. Golpismo explícito, diz o título. Pois bem: vamos chamar de explícito o que realmente está escancarado ali — o duplo padrão moral de quem aceita o golpe, desde que venha embalado em toga ou gravata institucional.


O editorial, travestido de defesa da democracia, é um exemplo de como o conceito foi sequestrado pelo arbítrio semântico: obstruir votações virou “crime”, mas impedir que o Senado delibere — mesmo que todos os 81 senadores queiram — é, pasmem, sinal de maturidade institucional. A coragem virou subversão. A covardia virou prudência. O silêncio virou virtude.


Se um parlamentar eleito, no uso legítimo de suas prerrogativas, protesta contra a paralisia seletiva da República, é golpista. Mas se o presidente do Senado declara publicamente que não permitirá, sob nenhuma hipótese, que o Senado aprecie um pedido de impeachment de ministro do STF — ainda que assinado por todos os senadores da Casa — aí temos um herói da estabilidade democrática.


Ora, sejamos honestos: quem subverte a Constituição? Quem rasga o regimento? Quem tranca as instituições por dentro? O parlamentar que luta para que elas funcionem, ou o dirigente que anuncia, de antemão, que elas não funcionarão — “nem com 81 assinaturas”?


O Estadão quer que aplaudamos o fechamento do debate sob a justificativa de conter os perigos de quem quer abrir o debate. Quer que aceitemos como guardiões da democracia os que se recusam a deixá-la operar. Essa é a lógica invertida dos novos tempos: a democracia virou uma estátua de vitrine — bonita de se olhar, intocável, sem uso.


Chamam de golpismo a tentativa de fazer valer a separação de Poderes. Chamam de golpe o esforço de restaurar a função do Senado como instância de controle. Chamam de sequestro institucional o clamor pela aplicação da lei — desde que esse clamor venha das pessoas erradas, segundo o tribunal da virtude editorial.


Mas o que realmente está sendo sequestrado — com a ajuda luxuosa dos editoriais de circunstância — é o sentido da própria democracia representativa. Uma democracia em que a maioria do Senado não pode deliberar, mas o presidente da Casa pode vetar tudo de ofício, não é um regime de pesos e contrapesos. É um teatro com cadeados nos bastidores.


A diferença entre protesto legítimo e golpe não está no desconforto que provoca, mas na fidelidade às regras do jogo. E quem rasga as regras não é quem exige que o Senado funcione — é quem anuncia que, com ou sem maioria, o Senado não funcionará. Isso, sim, é golpismo explícito. E o mais perigoso de todos: o golpismo elegante, assinado, chancelado pela respeitabilidade das colunas de opinião.


Esse simulacro de legalidade, que transforma o zelo institucional em transgressão e a paralisia cúmplice em virtude republicana, não é senão mais uma manifestação do velho estamento burocrático descrito por Raymundo Faoro em Os Donos do Poder — burocrático nas suas expansões e nos seus longos dedos, que vela sobre a política e dela se apropria para manter o jogo sob seu controle.


Herdeiro da tradição patrimonial ibérica e senhor do aparelho de Estado, esse estamento não teme a ruptura aberta, mas sim a devolução do poder à nação representada. Por isso, dissimula sua hegemonia sob a toga, esconde seu veto nas formalidades e convoca a democracia como ornamento de uma estrutura que, na realidade, recusa-se a operá-la. O que se aplaude, nesse teatro com cadeado, é a persistência da forma sem conteúdo, da regra sem eficácia, da ordem sem legitimidade. E quem aponta o dedo à disfunção torna-se, por definição editorial, o subversivo.


O mais estarrecedor é que esse cerco ao funcionamento do Senado já nem se esconde mais nas entrelinhas. Em postagem publicada na rede X, a jornalista Basília Rodrigues informou que ministros do STF ameaçam “levantar o mercúrio” contra o Congresso caso um processo de impeachment avance. Fala-se abertamente em represálias judiciais contra parlamentares, como forma de dissuasão institucional — não jurídica, mas política. A toga passa a ser não mais símbolo de imparcialidade, mas de poder preventivo, intimidatório, disciplinador. Eis o novo pacto: o Senado não toca no Supremo, e o Supremo não toca nos senadores. Mas isso não é separação de Poderes — é pacto de silêncio mútuo.


Assim funciona a democracia quando quem governa é o veto — e quando a imprensa, inclusive por um jornal que sempre respeitei, aplaude, defende e faz a advocacia de um ato tão abertamente antidemocrático.


*Leonardo Corrêa – Advogado, LL.M pela University of Pennsylvania, sócio de 3C LAW | Corrêa & Conforti Advogados, um dos Fundadores e Presidente da Lexum.

O que a Polônia entendeu...

 O que a Polônia entendeu — e o Brasil finge não saber

Texto de Alex Pipkin, PhD


“Nos meus quase 60 anos, que completo em dezembro, nunca imaginei escrever um texto como este. Nunca imaginei ver, em todos esses anos, a esquerda brasileira pregar, abertamente, censura, perseguição política, controle de redes sociais e o uso sistemático do Judiciário como trincheira ideológica. Nunca imaginei ver a esquerda pedir de volta a mordaça, e ainda chamar isso de progresso.


Escrevo porque é preciso estudar, conhecer a história, ler de verdade. Não dá mais para opinar a partir de narrativas embaladas em vitimismo e servidas como virtude. O que está em jogo não é uma eleição, tampouco um partido. É a sanidade institucional do país, que se esvai diante dos nossos olhos.


Enquanto isso, a retórica segue intacta. Justiça social, redistribuição, luta de classes, ou seja, os mesmos slogans de sempre. Mas o que foi feito com tudo isso? O PT, partido que retornou à cena do crime, já esteve no poder por mais de 15 anos. Teve tempo, apoio popular, recursos históricos. E o que fez? Loteou o Estado, aparelhou instituições, consolidou castas estatais e manteve a pobreza sob controle político. Claramente, jamais como prioridade real.


A verdade é incômoda: a ideia nunca foi emancipar. Sempre foi manter os cidadãos em posição de servidão “consciente”, como beneficiários submissos de um Estado protetor, mas controlador. O discurso da inclusão serviu apenas como biombo para o autoritarismo.


A Polônia trilhou outro caminho. Após décadas de socialismo soviético, mergulhada em escassez, vigilância e repressão, viu surgir uma revolução real, o movimento Solidarność, liderado por Lech Wałęsa, um operário católico, anticomunista, genuíno. Eles não queriam controle. Ansiavam por liberdade. E quando ela chegou, o país rejeitou o socialismo não por ideologia, mas por vivência concreta. Naquele país a lição foi clara. Quando o Estado se torna gestor absoluto da economia, da moral e da vida cotidiana, a liberdade desaparece. O que se vende como justiça social se revela, cedo ou tarde, uma forma de dominação.


No Brasil, o socialismo nunca foi vivido, apenas encenado. Por isso muitos ainda fantasiam com a ideia de um Estado salvador, guiado por um “pai dos pobres” que nunca viveu a pobreza, mas aprendeu a explorá-la politicamente. Não há qualquer inocência nesse projeto. Ele não é bem-intencionado, como alguns preferem crer. É sofisticado, cínico e funcional, e dependente da miséria para justificar o poder, e do poder para perpetuar a miséria.


Friedrich Hayek já alertava, com precisão: mesmo quando nasce das melhores intenções, o planejamento centralizado exige o controle de tudo. E onde tudo é controlado, não resta liberdade possível. No nosso caso, nem é preciso discutir as intenções. Pragmaticamente, os resultados falam por si.


A Polônia escolheu a liberdade, mesmo com seus riscos e imperfeições. O Brasil parece disposto a aprender tudo da pior maneira, procrastinando e apostando que o autoritarismo, desta vez, virá com feição humana.


Este texto não é desabafo, é sim advertência.

De quem já viu muito, leu bastante e nunca imaginou viver em um país onde a esquerda voltaria ao poder pregando, como solução, a perseguição institucionalizada.


É também uma afirmação de convicção pessoal. É sempre preferível buscar, mesmo que imperfeita, a liberdade, a se render a um projeto de poder que, mesmo que fosse bem-intencionado (e não é), impõe ao indivíduo a servidão como destino — funesto.”

BDM Matinal Riscala

 *Rosa Riscala: Dia fraco tem Rússia e Petrobras*


Ainda na agenda, Guillen participa de evento do JOTA, às 9h


… Vence hoje o ultimato de Trump para Putin encerrar o conflito na Ucrânia, embora o próprio republicano já tenha minimizado o prazo. Em outra frente de interesse ao mercado, o presidente americano confirmou a escolha do chefe do conselho de assessores econômicos da Casa Branca, Stephen Miran, para um mandato-tampão no Fed até janeiro, enquanto Christopher Waller, que votou por corte de juro na última reunião, desponta como favorito para o lugar de Powell. Já é de quase 100% a chance de o ciclo dovish começar em setembro, ampliando a queda global do dólar. É mais fraca a agenda econômica aqui e lá fora hoje. Guillen participa de evento do JOTA, às 9h e Petrobras promove teleconferência aos investidores, às 11h15, para comentar o balanço trimestral divulgado na noite de ontem, em que reverteu o prejuízo de um ano antes e anunciou a distribuição de dividendos para os acionistas. 


DEMORÔ – A empresa soltou o resultado tão tarde, depois das 21h30, que o ADR já não estava mais funcionando.


… Em linha com as projeções no Broadcast, a companhia registrou lucro líquido de R$ 26,6 bilhões (US$ 4,7 bilhões) no segundo trimestre, revertendo o prejuízo de R$ 2,6 bilhões de abril a junho/25, diante do aumento na produção.


… O Ebitda ajustado da companhia ficou em US$ 9,2 bilhões, 4% abaixo do que um ano antes, enquanto a receita líquida atingiu US$ 21 bilhões, queda de 10,4% na mesma comparação, mas dentro do esperado pelos analistas.


… Junto com o balanço, a Petrobras anunciou que pagará R$ 8,6 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio (JCP), abaixo do esperado. O mercado esperava em torno de R$ 12 bilhões (ou US$ 2 bilhões no câmbio atual).


… Nos três meses anteriores, a distribuição foi de R$ 11,72 bilhões. Os desembolsos serão feitos em duas parcelas: novembro e dezembro, com R$ 0,3359 de cada vez. As ações passam a ser negociadas ex-direitos no próximo dia 22.


PETRÓLEO RUSSO – Na véspera de expirar o deadline para Moscou encerrar a guerra na Ucrânia, Trump desconversou sobre o que pode ocorrer depois do término desse prazo. “Vai depender de Putin”, respondeu.


… Questionado sobre uma conversa com o líder russo, o republicano disse que Putin não precisa ter reunião prévia com Zelensky para se encontrar com ele (Trump), contrariando informação de um funcionário da Casa Branca.


… Já Putin disse que pode se encontrar com o presidente americano nos Emirados Árabes Unidos nos próximos dias.


… O secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, afirmou que, “em algum momento”, o governo de Washington está considerando tarifas contra a China por conta da compra de petróleo russo por Pequim.


… Aqui, importadores brasileiros de diesel da Rússia reativam contato com fornecedores americanos e procuram alternativas, caso Trump embargue as vendas russas ou amplie as sanções contra o Brasil por comprar o combustível.


… A Rússia e a Índia conversam sobre “parceria estratégica” após Trump aumentar tarifas. Na Reuters, Nova Déli afirma que comprará petróleo russo mesmo após ameaça do presidente dos EUA de impor tarifa adicional de 25%.


… Também o Brasil estreita os laços com a Índia. Em conversa telefônica que durou cerca de 1 hora ontem, Lula e o premiê indiano, Narendra Modi, debateram o tarifaço e defenderam maior cooperação econômica mútua.


… A meta é ampliar o comércio bilateral para mais de US$ 20 bilhões até 2030.


… Lula confirmou que visitará a Índia no início de 2026. Alckmin irá antes, em outubro, em etapa preparatória.


PLANO DE CONTINGÊNCIA – Alckmin afirmou que as medidas já foram apresentadas ao presidente Lula e devem ser anunciadas nos próximos dias, no mais tardar, até a próxima terça-feira, para mitigar os efeitos negativos do tarifaço.


… Em reunião do vice-presidente com a Abicalçados, ontem, foram discutidas linhas de crédito, flexibilização trabalhista, ampliação do programa Reintegra, além de um crédito tributário pago para as empresas exportadoras.


… Alckmin disse que “foi boa” a reunião que teve, também nesta quinta-feira, com o encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Gabriel Escobar. Semana que vem, Haddad se encontra com Bessent.


… O governo brasileiro ainda tenta articular uma redução da alíquota de 50% imposta por Trump.


EUA E CHINA – O secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, disse ser provável que o governo Trump estenda por mais 90 dias a trégua tarifária com os chineses, que vence na próxima terça-feira, dia 12.


ISRAEL E PALESTINA – Marcando mais uma escalada da ofensiva, o gabinete do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, aprovou um plano para tomar e ocupar a Cidade de Gaza, com o objetivo de “derrotar o Hamas”.


TOMA LÁ, DÁ CÁ – A pacificação do motim na Câmara teve por trás um acordo para limitar a prisão em flagrante de parlamentares, segundo a manchete do Estadão. A “PEC da blindagem” pode ser pautada na semana que vem.


… Segundo os deputados, a proposta de emenda à Constituição tem o objetivo de fortalecer a imunidade do Congresso contra o que os parlamentares consideram abusos cometidos pelo STF, em meio à disputa com Moraes.


… Motta negou ontem qualquer acordo negociado em torno de uma pauta específica para reassumir a cadeira de comando da Casa, mas reconheceu que existe um descontentamento do Congresso com medidas do Supremo.


… Em entrevista ao Metrópoles, ele admitiu que, se a maioria dos líderes partidários quiser pautar o projeto da anistia aos golpistas do dia 8/1, irá respeitar a vontade do colegiado. “Não há preconceito com nenhuma pauta.”


… O presidente da Câmara observou que, “acima da Presidência há um plenário”, e que “gostando ou não da matéria”, se houver ambiente político e apoio da maioria, o presidente precisa ter a capacidade de ouvir.


… Já no Senado, Alcolumbre aprovou de forma simbólica o projeto que isenta de Imposto de Renda quem ganha até dois salários mínimos e que substitui uma medida provisória sobre o tema que caducaria na próxima segunda-feira.


… Em derrota aos bolsonaristas, ele se negou a pautar o impeachment de Moraes, apesar das assinaturas da  oposição. Alcolumbre defende que a prerrogativa de iniciar processo contra um ministro do Supremo é apenas dele.


MAIS AGENDA – Além de Guillen, também o secretário de Política Econômica da Fazenda, Guilherme Mello, e as ministras Simone Tebet e Gleisi Hoffmann participam de evento do JOTA nesta manhã, às 9h.


… Entre os indicadores, o dia fraco começa com a primeira prévia de agosto do IPC-S (8h). Em seguida (9h), o IBGE divulga a produção industrial regional de junho. Depois do fechamento do mercado, sai o balanço da M.Dias Branco.


LÁ FORA – Com um corte do juro em setembro amplamente precificado, o mercado financeiro acompanha hoje a participação do presidente do Fed de St. Louis, Alberto Musalem, em evento sobre crédito bancário, às 11h20.  


… Às 14h, a Baker Hughes solta os dados de petróleo. À noite (22h30), sai a inflação de julho (CPI e PPI) na China.


A PANELINHA DE TRUMP – O diz-que-me-diz em torno de quem vai ser o chefe do Fed ganhou novos contornos ontem com a indicação de Stephen Miran como novo diretor no lugar de Adriana Kugler, que renunciou.


… O dirigente terá um mandato-tampão e ficará até 31 de janeiro de 2026, data em que Adriana deveria sair, e a expectativa é que Miran tenha uma postura mais dovish, ampliando o coro de Fed boys a favor de cortes de juros.


… Presidente do Conselho de Assessores Econômicos da Casa Branca, Miran, 41 anos, é uma das pessoas mais consultadas por Trump em assuntos de economia, segundo a Dow Jones.


… Ele já expressou apoio à pressão de Trump para que o Fed corte juros imediatamente. Ocupou cargos no primeiro mandato do republicano e foi assessor do então secretário do Tesouro, Steve Mnuchin.


… Miran conquistou espaço no círculo mais próximo do presidente depois de escrever um estudo influente entre conservadores, conhecido como ‘Acordo de Mar-a-Lago”, que defende medidas para enfraquecer o dólar.


… A Capital Economics considerou que o nome é uma boa escolha e deve passar fácil pelo Senado.


… Na Reuters, Jay Hatfield, CEO da Infrastructure Capital, disse que a escolha é incomum para o cargo, ainda mais depois de comentários controversos “sobre forçar as pessoas a comprare títulos do Tesouro”.


… Mas foi uma decisão prática de Trump. “Não se pode recrutar alguém do setor privado por um período tão curto.”


… Para o comando do Fed, no lugar de Powell, o nome de Christopher Waller ganha protagonismo.


… Assessores de Trump estão “impressionados” com a disposição de Waller em adotar políticas com base em previsões, em vez de dados. Waller já disse há algumas semanas que aceitaria um convite para presidir o Fed.


MUITA CALMA – Destoando da onda dovish, o presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic admitiu que, de fato, os riscos para o mercado de trabalho aumentaram, mas ainda é muito cedo para se comprometer com cortes no juro.


… Há expectativa que a inflação suba nos próximos meses e ainda não dá para saber se o impacto das tarifas nos preços será apenas pontual, disse Bostic. Para ele, apenas um corte de 25 pontos neste ano estará de bom tamanho.


… Não é o que boa parte do mercado pensa. Depois da indicação de Miran, a aposta para um corte total de 75 pontos este ano virou majoritária: 53,2%, segundo a ferramenta CME FedWatch. Antes da indicação, era de 47,8%.


… Para setembro, a chance de um corte de 25 pontos nos juros é quase unânime: passou de 91,4% para 93,2%.


… Quanto a Waller, que saiu de falcão para pombo, sua figura é muito respeitada nos mercados financeiros e nos círculos do BC. Por esse motivo, sua indicação seria positiva para o dólar, disse Karl Schamotta, da Corpay.


… “Ele é visto como alguém com uma inclinação para flexibilização monetária, mas tem a credibilidade necessária para manter os rendimentos dos Treasuries de longo prazo ancorados e os fluxos para o dólar bem sustentados.”


… A moeda se acomodou perto da estabilidade ontem (-0,07%), aos 98,106 pontos.


… O euro ficou no zero a zero (+0,05%), a US$ 1,1661 e a libra avançou bem: 0,67%, a US$ 1,3447, diante do “corte hawkish” de juros do BoE. O BC inglês reduziu a taxa de juros em 25pb, mas por um placar apertado de 5 a 4.


… Aqui, o real teve mais um dia de valorização, levando o dólar a fechar em baixa de 0,74%, a R$ 5,4227.


… Num dia marcado pela maior disposição dos investidores em tomar risco, com o alívio no câmbio, as taxas dos DIs queimaram prêmios, o que também beneficiou a bolsa.


… O DI Jan/26 caiu a 14,895% (de 14,904% no ajuste anterior); Jan/27, a 14,100% (14,143%); Jan/29, a 13,260% (13,364%); Jan/31, a 13,460% (13,592%); e Jan/33, a 13,590% (13,707%). 


… Os juros dos Treasuries oscilaram em torno dos ajustes anteriores. O da note de 2 anos foi a 3,726%, de 3,720%; o da T-Note de 10 anos subiu a 4,242%, de 4,232%, e o do T-bond de 30 anos ficou em 4,825%, de 4,824%.


… Em Wall Street, o Nasdaq subiu pouco (+0,35%), mas bateu recorde de fechamento, em 21.242,70 pontos. O Dow Jones caiu 0,51%, para 43.968,70 pontos, e o S&P 500 ficou estável (-0,08%), aos 6.340,00 pontos.


BOTANDO PRA QUEBRAR – Os bons balanços corporativos influenciaram mais um dia estelar no Ibovespa, que chegou a bater nos 137 mil pontos na máxima do dia, deixando NY em segundo plano.


… Eletrobras PNB (+9,6%; R$ 46,03) e ON (+9,47%; R$ 42,77), SmartFit (+7,80%; R$ 23,23) e Cogna (+5,31%; R$ 2,97) foram alguns dos destaques da sessão em que o Ibov subiu 1,48%, aos 136.527,61 pontos. O giro foi de R$ 23,9 bi.


… Eletrobras, além de divulgar balanço que superou com folga as projeções, surpreendeu com o anúncio de R$ 4 bilhões em dividendos.


… Itaú PN (+1,77%; R$ 36,78) foi mais uma vez destaque e as blue chips de commodities subiram, contrariando as cotações de suas respectivas matérias-primas.


… Vale (+0,63%; R$ 54,11) foi na contramão da queda de 0,25% do minério de ferro em Dalian. Petrobras (PN +0,56%; R$ 32,53; e ON +0,71%; R$ 35,61) ignorou a baixa de 0,69% do petróleo Brent, a US$ 66,43 por barril.


… Minerva liderou as quedas com -5,14% (R$ 4,98). O conselho da empresa aprovou uma redução de capital de R$ 577,3 milhões para absorver prejuízos.


CIAS ABERTAS – B3 registrou lucro líquido recorrente de R$ 1,28 bilhão no segundo trimestre, aumento anual de 4,2%; Ebitda recorrente somou R$ 1,72 bilhão, recuo de 2,7% em relação ao mesmo período de 2024.


EMBRAER aprovou a distribuição de R$ 66,9 milhões em JCP, o equivalente a R$ 0,0911 por ação; data de pagamento e data-base ainda serão definidas pelo Conselho de Administração.


BRF. S&P Global elevou rating da empresa de BB para BB+, com perspectiva estável, após aprovação da fusão com Marfrig pelos acionistas na AGE do dia 5…


… Agência também removeu rating de crédito de emissor da BRF da listagem CreditWatch com implicações positivas e elevou ratings de emissão das notas senior sem garantia de BB para BB+…


… S&P ainda reafirmou rating brAAA da BRF na escala nacional.


MAGAZINE LUIZA registrou prejuízo líquido de R$ 24,4 milhões, revertendo lucro de R$ 23,6 mi apresentado um ano antes; Ebitda somou R$ 687,1 milhões, alta anual de 4,9%.


LOJAS RENNER teve lucro líquido de R$ 404,5 milhões no segundo trimestre, alta de 28,4% na comparação anual; receita líquida cresceu 18,4%, para R$ 4,167 bilhões; Ebitda ajustado aumentou 32,9%, para R$ 891 milhões.


AZZAS registrou lucro líquido recorrente de R$ 283,7 milhões no segundo trimestre, alta anual de 81,7%; Ebitda recorrente somou R$ 535,6 milhões, 9% maior do que o apresentado um ano antes…


… Rafael Sachete da Silva deixará cargos de diretor financeiro e de RI para assumir divisão de sapatos e bolsas; executivo será substituído por Eric Alencar.


GRENDENE registrou lucro líquido de R$ 143,6 milhões no segundo trimestre, avanço de 244,7% na comparação anual; Ebitda somou R$ 71 milhões, alta de 66,1% em relação ao mesmo período de 2024.


ALPARGATAS registrou lucro líquido consolidado de R$ 87 milhões no segundo trimestre, alta anual de 271,1%; Ebitda ajustado somou R$ 192,6 milhões, avanço de 176,6% em relação ao mesmo período de 2024.


VIVARA registrou lucro líquido de R$ 151 milhões no segundo trimestre, queda de 28,4% na comparação anual; Ebitda ajustado somou R$ 204,6 milhões, alta de 24,7% ante o mesmo período do ano passado.


ASSAÍ registrou lucro líquido de R$ 219 milhões no segundo trimestre, alta de 78% na comparação anual; Ebitda ajustado somou R$ 1,07 bilhão, avanço de 11,8% em relação ao mesmo período de 2024.


PETZ registrou lucro líquido ajustado de R$ 18,4 milhões no segundo trimestre, alta anual de 81,8%; Ebitda ajustado somou R$ 83,5 milhões, avanço de 39,5% em relação ao mesmo período de 2024.


FLEURY registrou lucro líquido de R$ 152,3 milhões no segundo trimestre, queda de 12,3% na comparação anual; Ebitda somou R$ 523,1 milhões, alta de 1,9% em relação ao mesmo período de 2024…


… Conselho de Administração aprovou a distribuição de R$ 169 milhões em JCP, o equivalente a R$ 0,3100 por ação, com pagamento em 3 de outubro; ex em 13 de agosto.


BRASKEM. BB Investimentos cortou preço-alvo da ação de R$ 16 para R$ 14, mantendo recomendação de venda, mas com potencial de revisão…


… Companhia reportou números negativos no 2TRI, impactados, entre outros fatores, por custos elevados de matérias-primas adquiridas em períodos anteriores, diz o banco.


STONE teve lucro líquido ajustado de R$ 630,9 milhões no segundo trimestre, alta de 26,9% sobre um ano antes; receita cresceu 20,2%, para R$ 3,5 bilhões; volume de pagamentos processados (TPV) subiu 8,1%, a R$ 136,3 bi….


… Carteira de crédito aumentou 154% na comparação anual, para R$ 1,8 bilhão; provisões saltaram 354,9%, para R$ 82,3 milhões…


… Companhia revisou guidance de lucro bruto ajustado em 2025 de R$ 7,05 bilhões para R$ 6,37 bilhões; guidance de lucro ajustado por ação passou de R$ 8,60 para R$ 9,60.


ENGIE BRASIL registrou lucro líquido ajustado de R$ 564 milhões no segundo trimestre, queda anual de 34%; Ebitda ajustado somou R$ 1,9 bilhão, baixa de 4,4% em relação ao mesmo período de 2024.


ENERGISA registrou lucro líquido consolidado de R$ 489,8 milhões no segundo trimestre, queda de 25,2% na comparação anual; Ebitda somou R$ 2,17 bilhões, alta de 22,6% em relação ao mesmo período de 2024…


… Companhia aprovou a distribuição de R$ 457,1 milhões em dividendos, o equivalente a R$ 1,0 por unit e R$ 0,20 por ação ON e PN, com pagamento em 26 de setembro; ex em 13 de agosto.


AUREN ENERGIA registrou prejuízo líquido de R$ 562,9 milhões, frente à perda de R$ 17,6 milhões registrada um ano antes; Ebitda ajustado somou R$ 980,6 milhões, alta anual de 18%.


PETRORECÔNCAVO registrou lucro líquido de R$ 238,13 milhões no segundo trimestre, alta de 5% na comparação anual; Ebitda somou R$ 373,77 milhões, queda de 12% em relação ao mesmo período de 2024…


… Companhia registrou produção média de óleo e gás de 26.862 boed em julho, número estável em relação a junho.


TENDA registrou lucro líquido consolidado de R$ 203,9 milhões no segundo trimestre, ante os R$ 4,5 milhões reportados no mesmo período de 2024; Ebitda somou R$ 133,4 milhões, crescimento anual de 79,6%.


EZTEC registrou lucro líquido de R$ 139,9 milhões no segundo trimestre, alta de 57,8% na comparação anual; receita líquida cresceu 8% no mesmo período, para R$ 449,2 milhões…


… Empresa aprovou a distribuição de dividendos no valor de R$ 66,455 milhões, o equivalente a R$ 0,3046 por ação, com pagamento em 29 de agosto; ex em 15 de agosto.


PLANO&PLANO registrou lucro líquido de R$ 83,5 milhões no segundo trimestre, queda de 12,3% na comparação anual; Ebitda somou R$ 135,6 milhões, crescimento de 10% em relação ao mesmo período do ano passado.


UNIPAR registrou lucro líquido de R$ 232 milhões no segundo trimestre, salto de 161% na comparação anual; Ebitda somou R$ 389 milhões, mais de três vezes superior ao registrado um ano antes.


RUMO registrou lucro líquido atribuído aos controladores de R$ 329 milhões no segundo trimestre, revertendo prejuízo; Ebitda somou R$ 1,9 bilhão, revertendo resultado negativo de R$ 264 milhões de um ano antes.


SANEPAR teve lucro líquido de R$ 263,8 milhões no segundo trimestre, queda de 29,7% na comparação anual; receita líquida cresceu 2,5%, para R$ 1,705 bilhão; Ebitda recuou 16,8%, para R$ 536 milhões.


ÂNIMA teve lucro líquido ajustado de R$ 29,2 milhões no segundo trimestre, alta de 18,9% na comparação anual; receita líquida cresceu 2,9%, para R$ 1,005 bilhão; Ebitda ajustado aumentou 4,4%, para R$ 352,2 milhões.


ALUPAR registrou lucro líquido atribuído aos sócios da empresa controladora de R$ 144,8 milhões no segundo trimestre, recuo de 39% na comparação anual; Ebitda consolidado somou R$ 680 milhões, alta de 5,5%.


MOVIDA registrou lucro líquido de R$ 67,6 milhões no segundo trimestre, avanço de 59,1% na comparação anual; Ebitda somou R$ 1,38 bilhão, aumento de 20% em relação ao mesmo período de 2024.


BR PARTNERS registrou lucro líquido de R$ 45,2 milhões no segundo trimestre, queda de 13% na comparação anual; receita total recuou 1,9%, para R$ 139,3 milhões; ROAE passou de 24,9% para 22,6%.


BOA SAFRA SEMENTES registrou lucro líquido de R$ 24,8 milhões no segundo trimestre, avanço de 37% na comparação anual; Ebitda somou R$ 19,1 milhões, alta de 10% em relação ao mesmo período de 2024.


KEPLER WEBER registrou lucro líquido de R$ 14,4 milhões no segundo trimestre, queda de 61,1% na comparação anual; Ebitda somou R$ 37,9 milhões, recuo de 19,3% em relação ao mesmo período de 2024.

Bankinter Portugal Matinal

 Análise Bankinter Portugal 


SESSÃO: Tom misto numas bolsas que, de momento, não perdem nem intensidade nem energia. Wall St. fecha plana, com a exceção de tecnologia, após um leilão fraco de obrigações a 30 anos. Mas, em geral, os índices mantêm as subidas, impulsionadas pela força da tecnologia americana (avaliação de OpenIA alcança recorde de 500kM$ vs. 300kM$ na sua última ronda de financiamento), bons resultados empresariais e expetativa de cortes de taxas de juros nos EUA. A entrada em vigor dos recentes impostos alfandegários (25% adicional à Índia até 50%, 39% à Suíça, etc.) não faz danos. As negociações continuam e, em alguns casos, como o Japão, esperava-se uma descida dos níveis atuais. Os semis avaliam com alívio (SOX +1,5%) a isenção de 100% se investirem nos EUA, como já anunciou Apple (+8,5% em 2 sessões). O anunciado encontro Trump/Putin gera esperanças de uma desescalada das tensões. O patinho feio é o Reino Unido, que reflete com quedas a descida esperada de -25 p.b. por parte do BoE, até 4,0%, mas muito renhida e com tom duro que arrefece a expetativa de novos cortes.


A Produtividade não Agrícola nos EUA melhora mais do que o esperado no 2T25, confirmando as recentes afirmações de Powell de que os aumentos salariais já não são fonte de pressões inflacionistas, porque são superadas pela produção/funcionário e hora. E as Petições Semanais de Desemprego continuam a apontar para um arrefecimento gradual do mercado laboral. Reafirmam a perspetiva de um próximo corte da Fed na sua reunião de 17 de setembro, apesar da Fed de Nova Iorque apontar, no seu relatório mensal, que as expetativas de inflação a curto prazo aumentam. Bostic (Fed de Atlanta) mantém a sua opinião de apenas um corte este ano, porque vê com ceticismo que o impacto dos impostos alfandegários seja apenas temporário. 


Continuando com a Fed, Waller (dovish) emerge como favorito para subsituir Powell no término do seu mandato, em maio de 2026, e Stephen Miran, atual Chefe do Conselho de Assessores Económicos da Casa Branca, substituirá a recém-demitida Adriana Kugler até janeiro, o final do seu mandato.


E hoje deveremos ver alguma consolidação de níveis numa sessão sem incentivos macro e/ou micro. Japão avalia em alta (+1,8%) e os futuros vêm com ligeiras subidas (+0,2% nos EUA e Europa), mas não temos macro nem resultados de empresas importantes. A única referência de interesse é a conferência de Musalem (Fed de San Luis, às 15:20 h), caso diga algo sobre a política monetária após os fracos dados de emprego de julho. Até agora, manteve um tom hawkish/duro: considera que ainda é cedo para avaliar o impacto dos impostos alfandegários na inflação e teme um aumento de preços em junho/setembro. Provavelmente, não teremos pistas até à reunião de banqueiros centrais em Jackson Hole (21/23 de agosto). 


Em suma, esperamos uma sessão de transição, -0,1%/+0,3%? À espera de referências macro importantes nos EUA na próxima semana: IPC (terça-feira), Produção Industrial (quinta-feira) e Confiança do Consumidor da U. de Michigan (sexta-feira).


S&P500 -0,1% NQ100 +0,3% SOX +1,5% ES-50 +1,3% VIX 16,6% BUND 2,63%. T-NOTE 4,24%. SPREAD 2A-10A USA=+51PB B10A: ESP 3,20% ITA 3,42%. EURIBOR 12M 2,12% (FUT. EURIBOR 12M 2,1%). USD 1,164. JPY 171,6. OURO 3.392$. BRENT 66,2$. WTI 63,6$. BITCOIN -0,6% (116.595$). ETHER +0,8% (3.905$).


FIM

Produtividade é a saída

  O mundo está girando (e rápido): o Brasil vai acompanhar ou ficar para trás? 🌎🇧🇷 Acabei de ler uma análise excelente de Marcello Estevã...