Análise Bankinter Portugal
SESSÃO: Tom misto numas bolsas que, de momento, não perdem nem intensidade nem energia. Wall St. fecha plana, com a exceção de tecnologia, após um leilão fraco de obrigações a 30 anos. Mas, em geral, os índices mantêm as subidas, impulsionadas pela força da tecnologia americana (avaliação de OpenIA alcança recorde de 500kM$ vs. 300kM$ na sua última ronda de financiamento), bons resultados empresariais e expetativa de cortes de taxas de juros nos EUA. A entrada em vigor dos recentes impostos alfandegários (25% adicional à Índia até 50%, 39% à Suíça, etc.) não faz danos. As negociações continuam e, em alguns casos, como o Japão, esperava-se uma descida dos níveis atuais. Os semis avaliam com alívio (SOX +1,5%) a isenção de 100% se investirem nos EUA, como já anunciou Apple (+8,5% em 2 sessões). O anunciado encontro Trump/Putin gera esperanças de uma desescalada das tensões. O patinho feio é o Reino Unido, que reflete com quedas a descida esperada de -25 p.b. por parte do BoE, até 4,0%, mas muito renhida e com tom duro que arrefece a expetativa de novos cortes.
A Produtividade não Agrícola nos EUA melhora mais do que o esperado no 2T25, confirmando as recentes afirmações de Powell de que os aumentos salariais já não são fonte de pressões inflacionistas, porque são superadas pela produção/funcionário e hora. E as Petições Semanais de Desemprego continuam a apontar para um arrefecimento gradual do mercado laboral. Reafirmam a perspetiva de um próximo corte da Fed na sua reunião de 17 de setembro, apesar da Fed de Nova Iorque apontar, no seu relatório mensal, que as expetativas de inflação a curto prazo aumentam. Bostic (Fed de Atlanta) mantém a sua opinião de apenas um corte este ano, porque vê com ceticismo que o impacto dos impostos alfandegários seja apenas temporário.
Continuando com a Fed, Waller (dovish) emerge como favorito para subsituir Powell no término do seu mandato, em maio de 2026, e Stephen Miran, atual Chefe do Conselho de Assessores Económicos da Casa Branca, substituirá a recém-demitida Adriana Kugler até janeiro, o final do seu mandato.
E hoje deveremos ver alguma consolidação de níveis numa sessão sem incentivos macro e/ou micro. Japão avalia em alta (+1,8%) e os futuros vêm com ligeiras subidas (+0,2% nos EUA e Europa), mas não temos macro nem resultados de empresas importantes. A única referência de interesse é a conferência de Musalem (Fed de San Luis, às 15:20 h), caso diga algo sobre a política monetária após os fracos dados de emprego de julho. Até agora, manteve um tom hawkish/duro: considera que ainda é cedo para avaliar o impacto dos impostos alfandegários na inflação e teme um aumento de preços em junho/setembro. Provavelmente, não teremos pistas até à reunião de banqueiros centrais em Jackson Hole (21/23 de agosto).
Em suma, esperamos uma sessão de transição, -0,1%/+0,3%? À espera de referências macro importantes nos EUA na próxima semana: IPC (terça-feira), Produção Industrial (quinta-feira) e Confiança do Consumidor da U. de Michigan (sexta-feira).
S&P500 -0,1% NQ100 +0,3% SOX +1,5% ES-50 +1,3% VIX 16,6% BUND 2,63%. T-NOTE 4,24%. SPREAD 2A-10A USA=+51PB B10A: ESP 3,20% ITA 3,42%. EURIBOR 12M 2,12% (FUT. EURIBOR 12M 2,1%). USD 1,164. JPY 171,6. OURO 3.392$. BRENT 66,2$. WTI 63,6$. BITCOIN -0,6% (116.595$). ETHER +0,8% (3.905$).
FIM
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