sexta-feira, 11 de julho de 2025

Josue Leonel

 *Trump escala ameaças de tarifas; Lula mantém tom: Mercado Hoje*


Por Josue Leonel

(Bloomberg) -- Bolsas caem, enquanto yields sobem e dólar

se fortalece contra maioria dos pares, com nova escalada das

tarifas de Donald Trump. Presidente dos EUA disse à NBC que

estuda aplicar taxações de 15% a 20% sobre a maioria dos

parceiros comerciais e imporá alíquota de 35% sobre produtos

canadenses não cobertos pelo acordo da América do Norte. Tarifas

sobre UE são esperadas. Fator geopolítico também entra no radar

com plano de Trump de fazer comunicado sobre a Rússia na

segunda-feira. 

Lula diz em entrevistas a redes de TV que fará toda a

negociação possível com os EUA sobre tarifas, mas, se não

adiantar, usará a Lei da Reciprocidade. Além disso, manteve tom

firme ao afirmar que Brasil pode sobreviver sem comércio com EUA

e buscará outros parceiros. Já Bolsonaro, no X, elogia “firmeza

e a coragem” de Trump e diz que “alerta foi dado”. Governo teme

que impacto das tarifas no câmbio afete inflação, diz Folha. BC

diz em carta que IPCA deve voltar à banda da meta a partir do

fim do 1º trimestre de 2026 e que vetores para a inflação seguem

adversos. Agenda destaca indicador de serviços. 

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*T

No exterior, às 7:30:

S&P 500 Futuro -0,6%

FTSE 100 -0,6%

CAC 40 -1%

Nikkei 225 -0,2%

Hang Seng +0,5%

Shanghai SE Comp. estável

MSCI World -0,1%

MSCI EM -0,1%

Petróleo WTI +0,6% a US$ 66,96 barril

Petróleo Brent +0,4% a US$ 68,9 barril

Futuro do minério em Singapura +0,3% a US$ 99,35

Bitcoin +4,1% a US$ 118289,69

*T

Internacional

Bolsas caem e dólar sobe com novas ameaças de tarifas dos

EUA

* Bolsas externas recuam e índice dólar avança com fala do

presidente dos EUA à NBC de que estuda aplicar tarifas gerais de

15% a 20% sobre a maioria dos parceiros comerciais; cartas aos

membros da União Europeia também são esperadas

* Trump ainda anunciou taxação de 35% sobre produtos exportados

pelo Canadá a partir de agosto


“Dado que o dólar americano caiu substancialmente no

primeiro semestre do ano, poderemos assistir a algum

desmantelamento de posições vendidas em dólar americano em meio

a anúncios intermitentes de tarifas”, disse Fiona Lim,

estrategista sênior do Malayan Banking Bhd em Singapura

* Investidores apostam na alta das ações americanas, segundo o

Bank of America

* Rendimentos dos treasuries sobem

* Libra se enfraquece com dado apontando que economia do Reino

Unido encolheu inesperadamente em maio

* Petróleo tem alta leve, após cair mais de 2% na quinta-feira —

com plano de Trump de fazer “declaração importante” sobre a

Rússia na segunda-feira, enquanto EUA preparam o envio de mais

armas à Ucrânia com financiamento de aliados da Otan

** Ele também espera que o Senado aprove um projeto de sanções

mais duras contra Moscou; rublo lidera perdas entre moedas

emergentes

* Já o minério de ferro ruma ao terceiro ganho semanal, por

expectativa de que Pequim faça mais para ajudar o setor

imobiliário, ao mesmo tempo em que combate o excesso de

capacidade industrial

* BC do Peru manteve os juros em 4,5% diante da ameaça de tarifa

de 50% sobre o cobre


Para acompanhar

Serviços após IPCA e reação às tarifas de Trump

* Volume de serviços em maio, que IBGE divulga às 9:00, deve

subir 0,2% na comparação mensal, após avanço de 0,2% no mês

anterior, e aumentar 3,4% na comparação anual, depois de 1,8% na

medição anterior

** Ativos locais tiveram desempenho misto nesta quinta-feira, um

dia após o anúncio da taxa de 50% pelos EUA ao Brasil

* BC vê IPCA voltar à banda da meta a partir do fim do 1º

trimestre de 2026, de acordo com carta enviada por Gabriel

Galípolo ao CMN, encabeçado pelo ministro da Fazenda, Fernando

Haddad

** Galípolo afirmou que vetores para a inflação seguem adversos

e que autoridade monetária continua firmemente comprometida com

trazer a inflação à meta

* Governo federal teme novo salto da inflação com novas taxas

dos EUA contra o Brasil, noticia a Folha, sem dizer como obteve

informação

** Receio é o de que a crise dure muitos meses, o que

pressionaria o dólar

* BC oferta 35.000 contratos de swap para rolagem


Outros destaques

Lula e Bolsonaro seguem com embate sobre tarifas

* País fará todo o processo de negociação possível, mas, se não

adiantar, usará a Lei da Reciprocidade, disse Lula em entrevista

à TV Globo exibida na noite desta quinta-feira

** Presidente disse ainda, em entrevista à TV Record, que Brasil

pode sobreviver sem o comércio com os EUA e buscará outros

parceiros, sinalizando que não pretende ceder à ameaça de Trump

de impor tarifas de 50% ao país

** Lula também disse que nada o obriga a fazer transações

comerciais em dólar com países que têm diferentes moedas

* Lula afirmou que governo e Congresso precisam chegar a um

acordo sobre o IOF e que se tiver que cortar R$ 10 bilhões em

gastos, vai retirar das emendas

* Lula participa de cerimônia no Espírito Santo às 10:20 sobre

Novo Acordo Rio Doce


Gleisi Hoffmann

 @gleisi

 

Presidente Lula deu aula de soberania no JN. Disse que é um

desaforo o presidente dos EUA mandar carta falando de caça a um

ex-presidente que tentou dar um golpe no Brasil; que planejou

assassinar o presidente eleito, o vice e um ministro do STF.

Mostrou que no Brasil existe…

Sent via Twitter for iPhone.

View original tweet.

* “O alerta foi dado, e não há mais espaço para omissões. Peço

aos Poderes que ajam com urgência apresentando medidas para

resgatar a normalidade institucional”, disse Jair Bolsonaro no X

** Ex-presidente afirmou que conhece a “firmeza e a coragem” de

Trump na defesa da liberdade


Jair M. Bolsonaro

 @jairbolsonaro

 

. Nota do Ex-Presidente Jair Bolsonaro

 

 . Recebi com senso de responsabilidade a notícia da carta

enviada pelo presidente Donald J. Trump ao governo brasileiro,

comunicando e justificando o aumento tarifário de produtos

brasileiros. Deixo claro meu respeito e admiração pelo…

Sent via Twitter for iPhone.

View original tweet.

 

* Motta e Alcolumbre defendem diálogo, equilíbrio e firmeza em

relação às tarifas: Agência Câmara

* Ato contra Congresso e Trump reúne 15.000 na Paulista, diz

USP: Poder360

* No WhatsApp, tarifa de Trump repercutiu com placar

desfavorável a Lula: Globo

* Imposto será zerado para pessoas com renda até R$ 5 mil, disse

o relator de projeto de lei sobre IR, Arthur Lira

** Há estimativa de alíquota de 10% sobre lucros e dividendos

pagos ao exterior

** Previsão de arrecadação em 2026 estimada em aproximadamente

R$ 34 bi, de R$ 39 bi em 2027 e R$ 39 bi em 2028

** Haverá também redução de imposto para quem ganha até R$ 7 mil


Empresas

Santander, Vivo

* Santander Brasil aprova R$ 2 bi em JCP

* Vivo acerta comprar fatia da La Caisse na Fibrasil por R$ 850 milhões.

Jairo José da Silva

 Do meu amigo Jairo José da Silva...O fato: o Brasil está sendo sancionado pelos EUA porque deixou faz tempo de ser uma democracia e se tornou inimigo declarado deles.


A demonstração do fato: os poderes da República não funcionam independentemente, o STF e, pior ainda, o TSE são aliados de um partido, há uso político das cortes supremas, que trabalham incansavelmente para eliminar a oposição majoritária, agindo em dissonância com as leis e a Constituição. E, cereja no bolo, o STF persegue, multa e censura as Big Techs americanas. Não há mais liberdade de opinião no país e a grande imprensa está aparelhada e vendida.


O presidente da República ataca o governo americano sem trégua. Já nas eleições naquele país, Lula DESRESPEITOU o princípio de não interferência declarando apoio a Kamala e chamando Trump de fascista, ofensa repetida depois mais de uma vez.

Lula aliou o Brasil a todas as ditaduras latino-americanas, Venezuela, Cuba, Nicarágua, e todos os governos esquerdistas, como Colômbia, indispondo-se contra as suas mais importantes democracias, como a Argentina.

Além de irmanar-se a todas as grandes ditaduras planetárias, como Rússia, China e Irã.

Lula criticou o ataque americano às refinarias atômicas iranianas enquanto hostilizava Israel, onde é declarado persona non grata. Ele irmanou-se, ademais, ao Hamas, feroz e sanguinário grupo terrorista, que o agradeceu publicamente.


Lula quer porque quer ajudar a desbancar o dólar como moeda de comércio internacional, para colocar no lugar, supõe-se, o yuan chinês (qual outra?), tomando partido do lado chinês na disputa por primazia econômica no mundo. Não se trata de multilateralismo, mas de escolher um lado, o que combina muito bem com o antiamericanismo infantil de Lula e seus esquerdistas. Isso por si só justifica a aplicação da lei que Trump menciona em sua carta, que pune ações que visem ferir os EUA economicamente.


A narrativa: ai, é culpa dos bolsonaristas vira-latas!

Amilton Aquino

 E, como previsto, o governo do PT resolveu reciclar seu embolorado discurso divisionista para tentar tapar os buracos do já fracassado arcabouço fiscal. A radicalização ocorre em duas frentes, contra dois dos nossos maiores bodes expiatórios: o Congresso e, claro, os inimigos de sempre — os ricos.


Do ponto de vista da adesão nas redes sociais, a estratégia foi, até aqui, bem-sucedida. Pela primeira vez em muito tempo, a esquerda conseguiu mobilizar-se mais do que a direita. Segundo pesquisa da Quaest divulgada nesta sexta-feira, 61% das menções nas redes sobre o debate do IOF foram negativas ao Congresso, contra apenas 10% negativas ao governo. Isso, claro, após um descarado esforço de mobilização de influenciadores governistas, que chegaram inclusive a recorrer a vídeos produzidos com inteligência artificial com o claro objetivo de combater os “inimigos do povo”.


Virada do governo? Longe disso. Nem mesmo a Globo engoliu o engodo. O tom crítico — até mesmo de alguns dos porta-vozes mais empolgados do governo — lembra um pouco o abandono de Dilma a partir de 2013. O rei está nu. Pode até ganhar um fôlego com a arbitragem do todo-poderoso Alexandre de Moraes na crise do IOF, mas está muito longe de alcançar um equilíbrio mínimo das contas até as eleições. Os debates sobre o lençol curto só tendem a se intensificar. E é aqui que surge uma luz no fim do túnel.


Desde a pandemia, espero por este momento. A reunião de “conciliação” entre os poderes, marcada por Moraes para o dia 15, certamente vai resultar em mais um arranjo criativo de acomodação — combinando nova rodada de aumento de impostos com alguma redução nas emendas parlamentares e, claro, mais flexibilização das metas fiscais, com a retirada de mais um pedaço do tal arcabouço.


O fato, amigos, é que a realidade começa a gritar. O governo pode até continuar jogando para a torcida, mas, na realpolitik, a pressão por redução de gastos vai aumentar — e cada vez mais.


Uma amostra disso tivemos nesta semana, no longo debate entre o líder do governo na Câmara, Lindbergh Farias, e o deputado Kim Kataguiri. Lindbergh tentou de todas as formas reverberar o discurso governista de uma nota só contra a minoria privilegiada, mas foi sempre confrontado pela realidade. Como convencer a população de que se é contra os ricos, quando o PT — que governa o país na maior parte dos últimos 30 anos — foi quem mais ajudou a privilegiar nossos maiores bilionários?


Falar do ente abstrato do 1% mais rico é fácil. Difícil é justificar a ajuda bilionária a empresários amigos, para que estes comprassem concorrentes menores via empréstimos a juros subsidiados — ajuda recompensada por esquemas de corrupção que, quando descobertos (e confessados), resultaram em perdões de dívidas bilionárias pela nossa Justiça “garantista”.


Quem sabe agora nossos iluminados representantes dos três poderes sintam falta das dezenas de bilhões dos acordos de delação premiada — reconhecidos e confessados por alguns dos nossos mais ilustres bilionários — perdoados monocraticamente por Dias Toffoli?


Quem sabe agora o líder do governo, encurralado no debate, cumpra a promessa feita de completar as 15 assinaturas que faltam para pautar o projeto de Kim Kataguiri, que busca eliminar os penduricalhos que aumentam as remunerações de funcionários públicos (especialmente do Judiciário) muito além do teto constitucional?


É briga de cachorro grande, amigos. Lobby por todos os lados, cada um tentando manter seus privilégios. Mas é daí que podemos ter alguma melhora na eficiência dos nossos gastos. O fato é que grande parte do rombo atual resulta de uma armadilha que o próprio governo armou para si: ao retomar a política de valorização do salário mínimo e engessar ainda mais os gastos com saúde e educação, acabou ampliando nossa ineficiência — como demonstrado no debate.


Também como previsto, o governo vai bater na tecla das desonerações, porém, como demonstrado no debate, a maior parte foi concedida pelo próprio governo do PT. 


Por fim, a cereja do bolo: o aumento do IR já aprovado para os poucos milhares mais ricos, com o objetivo de isentar a maioria. Neste ponto, senti falta de uma argumentação mais forte por parte de Kim Kataguiri. O fato é que o movimento deveria ser justamente o contrário: aumentar o número de contribuintes (aumentar a arrecadação pela tributação da renda para poder reduzir no consumo, como nas melhores economias). A justiça tributária, portanto, deveria vir da progressão das alíquotas para os mais ricos — não da isenção da maioria, bancada por uma minoria de alguns milhares que, de um ano para outro, pode simplesmente desistir do Brasil e migrar para outros países. Sim, amigos, corremos o risco de matar nossas galinhas dos ovos de ouro.


Aliás, coincidentemente nesta semana surgiu um ranking mundial que coloca o Brasil na sexta posição entre os países que mais perdem milionários por ano. Ou seja, tal movimento pode se intensificar ainda mais se o governo resolver colocar em prática seu discurso populista.


Paralelamente começa a ficar mais grosso o coro dos descontentes com o aumento da nossa já escorchante carga tributária. Mais uma década de debates, talvez concluamos que quanto mais alta, menor competitividade no mercado internacional temos! 


Curiosamente, nesta semana, nossa Bolsa bateu recorde de valorização. Como explicar? Simples: uma combinação entre a diversificação dos investimentos estrangeiros — que saem dos EUA rumo a países emergentes, movimento intensificado desde as tarifas de Trump — e a perspectiva, cada vez mais real, da eleição de Tarcísio de Freitas em 2026. Ou seja, ironicamente, os efeitos maléficos do atual governo na reta final da campanha eleitoral tendem a ser compensados, de alguma forma, pelo otimismo em relação a uma mudança de rota, mesmo que tardia.


Até lá, apertem os cintos. O piloto ainda não sumiu, mas não tem a menor noção para onde está indo nem quanto combustível tem.

BDM Matinal Riscala

 *Rosa Riscala: Lula pode devolver tarifa se negociação fracassar*


À noite, o Canadá recebeu sua carta com 35% e Trump avisou que hoje será a vez da União Europeia


… A reação moderada do governo brasileiro à tarifa punitiva de Trump, que não deverá ter uma resposta concreta até 1º de agosto, gerou alívio aos mercados, que se acomodaram durante o pregão, após a abertura mais tensa. Por ora, o fato está sendo apenas explorado politicamente, de parte a parte, como era esperado. Mas não houve precipitação do Planalto para devolver uma tarifa recíproca, que seria o pior dos mundos, embora Lula tenha confirmado em entrevista ao Jornal Nacional que usará a Lei de Reciprocidade se as negociações fracassarem. Mas também cresce a percepção de que Trump poderá recuar, como já fez tantas outras vezes. Então, há um espaço de duas semanas para baixar a poeira. À noite, o Canadá recebeu sua carta com 35% e Trump avisou que hoje será a vez da União Europeia.


… Lula chegou a cogitar a convocação de rede nacional para um pronunciamento, mas escolheu falar à TV Globo. Na entrevista, gravada à tarde no Palácio do Planalto, confirmou que o Brasil quer negociar, “o que não aceitamos é intromissão”…. Disse que o governo brasileiro fará as coisas com “calma”, que não toma decisão “com 39 de febre”, que conversará com outros países atingidos por Trump para uma ação conjunta na OMC, e só agirá se a tarifa de for, de fato, implementada em 1º de agosto.


… Se as negociações se esgotarem, Lula então admitiu que aplicará a mesma alíquota de 50% para os produtos importados dos Estados Unidos. “E se ele [Trump] quiser ficar brincando de taxação [como fez com a China], nós vamos chegar a um milhão”.


… O presidente disse também que reunirá os exportadores atingidos para conversar, mas espera que eles “fiquem do lado do governo” e não pressionem para que o Brasil se submeta a Trump. “O País é soberano e a ingerência dele é inaceitável.”


… Lula achou um “desaforo”, e repetiu isso mais de uma vez, Trump ter colocado “no seu site” a decisão de taxar o Brasil em 50%. “Nem carta ele mandou. E a carta mente, porque o Estados Unidos são superavitários na balança comercial com o Brasil há 15 anos.”


… Destacou ainda a intenção de Trump de intervir na Justiça brasileira e a acusação de “caça às bruxas” contra Bolsonaro, “que tentou um golpe de Estado e tentou me matar, matar meu vice [Geraldo Alckmin] e o ministro do STF (Alexandre de Moraes]”.


… Sobre os Brics ter sido uma motivação de Trump para a tarifa, como dizem apoiados de Bolsonaro, Lula disse que “os Brics não são motivo para Trump ficar nervoso” e voltou a defender uma moeda alternativa ao dólar para as transações comerciais do grupo.


… Antes da entrevista, o JN abriu a edição com a repercussão negativa da mídia internacional sobre o tratamento que Trump deu ao Brasil, uma entrevista com Paul Krugman e o depoimento de representantes de vários setores prejudicados pela tarifa de 50%.


… Mais cedo, Lula tinha falado à TV Record, antecipando que o Itamaraty e o MDIC já estavam em conversações com os Estados Unidos, que buscaria entrar na OMC com outros países taxados por Trump e, se nada desse resultado, devolveria a tarifa de 50%.


… Essa guerra tarifária é tudo o que os empresários não querem.


… Bastidores apurados pelo Estadão revelam que o agronegócio, um dos setores mais afetados pela tarifa de Trump, está pedindo cautela ao governo brasileiro e recomendando atuação diplomática. Entre eles, estão exportadores de café, carnes e suco de laranja.


… A grande preocupação é porque não se está lidando “com alguém tradicional que respeita as instituições”.


… Já a nota da Fiesp divulgada ontem foi mais assertiva, afirmando que, apesar do impacto que a tarifa de 50% terá sobre as exportações brasileiras, a “soberania do Brasil é inegociável”. Defende, no entanto, negociações equilibradas e conduzidas pela diplomacia.


HADDAD – Pela manhã, em entrevista ao Canal do Barão/YouTube, disse não acreditar que a tarifa de 50% se mantenha, por ser decisão “eminentemente política, sem nenhuma racionalidade econômica”.


… Ao contrário do presidente Lula, o ministro defendeu outras medidas não tarifárias no caso de uma eventual retaliação.


… Durante o dia, especulava-se sobre a quebra de patentes para medicamentos e imposto maior para filmes e livros.


NO CONGRESSO – A contaminação político-partidária do tema atrasou uma reação dos presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, David Alcolumbre, que só ontem à tarde divulgaram uma nota conjunta sugerindo o uso da Lei de Reciprocidade Econômica.


… “A lei aprovada pelo Parlamento dá condições ao nosso País, ao nosso povo, de proteger a nossa soberania. Estamos prontos para agir com equilíbrio e firmeza em defesa da nossa economia, do nosso setor produtivo e da proteção dos empregos dos brasileiros.”


… De seu lado, apoiadores de Bolsonaro, incluindo o governador Tarcísio de Freitas, fecharam o discurso apontando a culpa de Lula para a decisão de Trump contra o Brasil – com alguma dificuldade, porque não é fácil defender uma tarifa de 50%.


… Tanto é que aliados já apelam a Bolsonaro para acionar Trump e pedir a revogação do tarifaço, como informou Bela Megale/Globo.


… Não é o que se espera dele, que nem deve ter todo esse prestígio para fazer Trump mudar de ideia. Mas seria uma boa desculpa para o próprio Trump voltar atrás, atribuindo o milagre a Bolsonaro. Se acontecer, pode virar o jogo, até aqui favorável a Lula.


IOF – Ainda na entrevista à Record, Lula disse que vai manter o aumento do IOF. “O deputado sabe, se eu tiver que cortar R$ 10 bilhões, vou cortar das emendas deles também. Como eles sabem e eu sei, é importante a gente chegar num ponto de acordo.”


… Em tom conciliador, disse que é grato ao Congresso. “Meu partido só elegeu 70 deputados em 513. E só elegeu nove senadores em 81. Isso me indica que eu tenho um caminho a fazer: é negociar. Teve um problema no IOF, vai ser resolvido, você vai ver.”


… A menos de uma semana para a audiência de conciliação no STF, no 15, Haddad reuniu-se ontem com o ministro Alexandre de Moraes, relator da ação da AGU na Corte para manter o aumento do IOF e anular o PDL que derrubou o decreto do governo.


… No Estadão, líderes partidários indicaram ao presidente da Câmara, Hugo Motta, que aceitam negociar com o governo Lula o aumento do IOF em patamar inferior ao pretendido pelo Ministério da Fazenda, dentro de uma lógica apenas regulatória.


… A saída desenhada é reduzir a arrecadação para menos de R$ 5 bilhões, compondo a necessidade de caixa com o corte dos benefícios tributários em 10%, como prevê projeto de Mauro Benevides, que teve a urgência aprovada na Câmara, nesta semana.


… Os líderes também sinalizaram a Motta que é possível discutir a MP com iniciativas adicionais de arrecadação, como a taxação de bets e de aplicações financeiras como as LCIs e LCAs, em troca da liberação de emendas de comissão, cuja execução não é obrigatória.


IMPOSTO DE RENDA – O relator do projeto de isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil mensais, Arthur Lira, apresentou seu parecer, mantendo a alíquota de 10% de imposto mínimo para os mais ricos, com renda acima de R$ 600 mil ao ano.


… O texto também aumentou de R$ 7 mil para R$ 7.350 a faixa de isenção parcial.


… Lira incluiu no parecer um artigo prevendo o ressarcimento pela União a Estados e municípios em caso de perda de arrecadação com Imposto de Renda. A compensação será feita via repasses dos Fundos de Participação dos Estados (FPE) e dos Municípios (FPM).


… Segundo ele, há um superávit de R$ 12,27 bilhões com a reforma do IR, que poderá ser usado para compensar os entes subnacionais.


… A Fazenda era contra a obrigatoriedade de compensação, alegando que os Estados e municípios perderiam receita por um lado, com o aumento da isenção de IRPF, mas ganhariam na repartição do imposto mínimo efetivo sobre as altas rendas.


… Na apresentação do relatório, Lira sugeriu compensar o projeto do IR com a tributação de lucros e dividendos, dizendo que, “mais dia, menos dia, o País vai ter que discutir esse tema, que corrigiria em parte a desigualdade horizontal da tributação”.


… O deputado eliminou os mecanismos de redutor e do crédito do projeto, alegando que a Receita não informou o impacto financeiro do crédito para o residente no exterior e do redutor para o residente no Brasil.


… Como o projeto não tratou da CSLL, não é necessário seguir a regra da noventena, o que aumenta o tempo para a tramitação do texto, que pode ser apreciado até o final do ano. Na próxima terça-feira, deve ser votado na Comissão Especial.


MAIS AGENDA – A pesquisa mensal de Serviços do IBGE (9h) é o único destaque, com a mediana das estimativas do mercado indicando alta de 0,2% em maio (Broadcast), após igual variação em abril. As estimativas variam de recuo de 0,2% a expansão de 0,9%.


… Esta deve ser a quarta alta consecutiva, na margem, na esteira da dinâmica positiva do mercado de trabalho.


… No mesmo horário, serão divulgados os dados regionais da pesquisa industrial de maio.


… Veículos sustentáveis de entrada terão o IPI zerado a partir desta sexta-feira, após o presidente Lula assinar o decreto que estabelece o IPI Verde. Serão beneficiadas: Volks (Polo), GM (Onix), Renault (Kwid), Hyundai (HB20) e Stellantis (Mobi e Argo).


… Além de mais essa isenção, a Câmara aprovou MP que aumenta os salários dos militares em 9%. O texto seguiu para o Senado.


LÁ FORA – Agenda esvaziada prevê produção industrial no Reino Unido e o Relatório Mensal da AIE sobre o petróleo. Nos Estados Unidos, a Baker Hughes informará às 14h os poços e plataformas de petróleo em operação.


… No final da noite (meia-noite), a China divulga os dados de sua balança comercial de junho.


A OUTRA CARTA – Pela segunda vez este ano, Galípolo teve que escrever uma correspondência ao Ministério da Fazenda para explicar os motivos do estouro do teto da meta de inflação de 4,50% no intervalo de 12 meses.


… Essa regra foi definida na mudança para a meta contínua. O IPCA descumpriu em junho, pelo sexto mês seguido, o intervalo superior do target. Na base anual, totalizou 5,35% no mês passado, 0,85pp acima do limite da banda.  


… O indicador oficial de inflação desacelerou de 0,26% em maio para 0,24% em junho. Embora tenha superado o consenso de 0,20%, analistas ouvidos pelo Valor apontam que as aberturas qualitativas continuaram a melhorar.


… Houve redução do índice de difusão (de 60% para 54%) e também uma melhora nos núcleos da inflação.


… Segundo os analistas, junho pode ter marcado o pico da inflação no ano. Mas alertam que, se Trump se mantiver inflexível no tarifaço, pode reverter o impacto baixista que o câmbio vem causando na dinâmica de preços.


… Na carta, o BC espera que o IPCA em 12 meses volte aos limites de tolerância a partir do final do primeiro trimestre do ano que vem, mas não informou quando o indicador deve retornar ao alvo central da meta, de 3%.


… Segundo o BC, a atividade econômica aquecida, expectativas de inflação desancoradas, inércia inflacionária e depreciação cambial foram os principais drivers que levaram o IPCA a estourar o teto nos últimos seis meses.


… A carta reiterou ser preciso esperar pelos efeitos defasados do aperto monetário, a fim de conferir se o ciclo será suficiente para garantir a convergência da inflação no horizonte relevante, que é o quarto trimestre de 2026.


… No documento, o BC reforçou a postura da política monetária em patamar “significativamente contracionista por período bastante prolongado”, indicando Selic a 15% por muito tempo, ainda mais se Trump continuar engrossando.


… Em análise sobre o IPCA de junho, o economista-chefe do Banco Bmg, Flávio Serrano, disse que o resultado confirma o momento positivo da inflação no curto prazo, mas advertiu que os desafios de médio prazo persistem.


… “Temos expectativas desancoradas e mercado de trabalho forte, que tendem a manter a inflação de serviços pressionada. Adicionalmente, o cenário externo se mostra mais adverso, com a taxação de 50% sobre o Brasil.”


… Na sua avaliação, um câmbio mais depreciado poderia tornar a desinflação mais lenta que o previsto e impactar a dinâmica de bens comercializáveis, justamente aqueles que vêm apresentando comportamento benigno atualmente.


BAIXOU A FEBRE – Na mudança de patamar com Trump, o dólar, que vinha operando recentemente perto de R$ 5,45, registrou uma rápida disparada na abertura dos negócios para a máxima de R$ 5,6220. Mas depois esfriou.


… Dá tempo de os ativos domésticos esperarem para ver como a crise do tarifaço será conduzida até agosto.


… O alívio de que governo Lula não pretende retaliar imediatamente criou ontem o ambiente para o mercado devolver os excessos. O dólar à vista fechou bem longe do pico intraday, ainda que tenha subido 0,78%, a R$ 5,5452.


… No final da tarde, o contrato futuro da moeda norte-americana para agosto caiu 0,80%, a R$ 5,5665, confirmando a acomodação do nervosismo, ainda que as consequências das ofensivas de Trump sejam sempre imprevisíveis.


… O Bradesco e a XP estimam que a imposição da tarifa de 50% pelos EUA reduziria o PIB do Brasil do ano em 0,3pp.


… Único mercado doméstico que ainda estava aberto na 4ªF no momento em que Trump jogou a bomba tarifária sobre o Brasil, o DI já havia embutido parte da reação, mas estressou mais ontem, antes de baixar a poeira.


… No auge da tensão, a ponta longa, que serve de melhor termômetro sobre a percepção dos investidores estrangeiros em relação ao Brasil, registrou alta superior a 0,4pp, para depois ir devolvendo parte da pressão.


… No fechamento, o DI para Jan/26 marcava 14,935% (de 14,918% no ajuste anterior); Jan/27, 14,305% (contra 14,159% na véspera); Jan/29, 13,450% (de 13,301%); Jan/31, 13,610% (de 13,446%); e Jan/33, 13,640% (13,519%).


… Foi por muito pouco que o Ibovespa não furou os 136 mil pontos na mínima, quando bateu 136.014 com o susto da cobrança de Trump. Mas, assim como os demais ativos, a bolsa terminou o dia muito melhor do que começou.


… Desacelerou a queda no fechamento para 0,54%, aos 136.743 pontos, com volume financeiro de R$ 26,2 bilhões.


… Aliada de peso, a força das ações da Vale (ON +2,29%), que operaram alinhadas ao rali de 3,67% do minério de ferro, ajudou a blindar o Ibovespa de um impacto pior da chantagem política de Trump contra o Brasil via tarifas.


… Petrobras ON (+0,17%, a R$ 35,33) e PN (-0,25%, a R$ 32,24) operaram sem fôlego, mas tiveram desempenho bem superior ao petróleo, que parou de subir depois de três altas seguidas e caiu forte (-2,21%), para US$ 68,64 o barril.


… A commodity, finalmente, repercute as preocupações com um novo aumento na produção pela Opep+ e também monitora o avanço da guerra comercial de Trump, que pode desaquecer o consumo global de petróleo.


… Entre os bancos, Itaú PN (-3,08%) liderou as perdas do setor. O papel foi rebaixado para neutro pelo UBS BB, que considera “limitado” o potencial de alta em relação ao preço-alvo de R$ 40. A ação fechou a R$ 35,25.


… Bradesco PN (-1,34%, a R$ 16,14), BB ON (-1,12%, a R$ 21,21) e Santander (-2,24%, a R$ 27,96) também fecharam no vermelho. Considerada uma das empresas mais prejudicadas pelo tarifaço, Embraer caiu 3,70%, a R$ 75,32.


… Na ponta positiva, CSN ON (+5,04%; R$ 8,33) e CSN Mineração ON (+2,99%; R$ 5,16) pegaram carona no minério, apesar de a Justiça ter imposto derrota à siderúrgica, que terá de se desfazer de sua fatia na Usiminas (PNA +1,89%).


A DUPLA DOVISH – No day after da ata do Fed, que revelou a simpatia de dois integrantes do comitê de Powell pelo início do ciclo de flexibilização já este mês, deu para identificar pelo menos um deles pelos comentários públicos.


… Christopher Waller disse que as tarifas devem elevar os preços só de forma pontual e reforçou que sua avaliação sobre um corte de juros em julho não tem viés político, mas reflete uma política monetária ainda bastante restritiva.


… Mary Daly, que também falou ontem, projetou até dois desapertos no ano, mas com o primeiro possivelmente só em setembro, se mantidos os fundamentos econômicos. Também ela não espera inflação persistente das tarifas.


… Já Alberto Musalem acha que é muito cedo para dizer se o impacto do protecionismo será marginal ou duradouro.


… As taxas dos Treasuries reduziram parte do impulso com a defesa de Waller por um corte do juro já, mas ainda fecharam em alta, de olho nos pedidos de auxílio-desemprego, que demonstraram força do mercado de trabalho.


… Menos gente (-5 mil) solicitou o benefício na semana passada e o número total caiu para 227 mil, informou o Departamento do Trabalho, resultado abaixo do previsto por analistas, de 238 mil pedidos de auxílio-desemprego.


… O juro da Note-2 anos subiu a 3,870%, contra 3,856%, e o rendimento de 10 anos avançou a 4,347%, de 4,338%.


… Também o dólar se ajustou em alta com o dado mais forte do mercado de trabalho: DXY (+0,10%), a 97,652 pontos. O euro caiu 0,21%, a US$ 1,1700, a libra ficou estável (-0,07%, a US$ 1,3585) e o iene subiu a 146,18/US$.


… Entre as bolsas em NY, o S&P 500 (+0,27%, aos 6.280,46 pontos) e o Nasdaq (+0,09%, aos 20.630,66 pontos) renovaram marcas inéditas de fechamento, enquanto o índice Dow Jones subiu 0,43%, aos 44.650,64 pontos.


… Um pregão depois de ter tocado nos US$ 4 trilhões em valor de mercado durante o intraday, a fabricante líder de chips de IA Nvidia (+0,75%) conseguiu encerrar o dia nesta marca, negociada na cotação recorde de US$ 164,10.


EM TEMPO… TELEFÔNICA celebrou acordo com o Grupo La Caisse, que regula os termos para a aquisição de participação de 50% do capital social da FiBrasil; transação está avaliada em R$ 850 milhões.


FRAS-LE levantou R$ 400 milhões em follow-on com lote extra e ação precificada a R$ 24. (fontes do Broadcast)


DIRECIONAL anunciou recorde histórico em lançamentos no segundo trimestre: R$ 1,9 bilhão em valor geral de vendas (VGV) entre abril e junho, crescimento de 111,3% contra o primeiro trimestre e de 40% na comparação anual.


ECORODOVIAS. Citi elevou preço-alvo para a ação de R$ 8,60 para R$ 8,80, reiterando recomendação de compra.

quinta-feira, 10 de julho de 2025

Embraer como a mais impactada

 *CENÁRIO/EMPRESAS 1: EMBRAER É TIDA COMO A MAIS REJUDICADA POR TARIFA DE TRUMP E AÇÃO CAI 7%*


Por Vinícius Novais


São Paulo - 10/07/2025 - A tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, que passará a valer em 1º de agosto, pesou no Ibovespa ao longo de toda a manhã. A Embraer foi a principal afetada, liderando a ponta negativa do índice, assim como os frigoríficos, que também serão prejudicados pela medida. Por outro lado, a forte alta do minério sustentou as empresas metálicas no campo positivo.


As ações da Embraer recuam 7,15%, a maior baixa da carteira teórica. Para a XP, a companhia deve registrar retração entre 14% e 15% no Ebit sobre o lucro consolidado a cada 10 pontos porcentuais (p.p.) de aumento das taxas. Na mesma linha, o UBS calcula que o impacto nos custos da fabricante seja de aproximadamente US$ 70 milhões e de 13% no lucro líquido projetado para 2026 a cada alta de 10% nas tarifas. O BTG Pactual pondera que, a depender da interpretação do governo de Donald Trump, a fabricante de aviões pode não ser afetada pela tarifa de 50% por estar enquadrada em uma investigação da Seção 232.


Nos frigoríficos, as ações da Minerva caem 4,20%. A empresa, forte em exportação, informou que o impacto potencial das tarifas representa 5% da receita líquida. O restante do setor também recua, com Marfrig perdendo 2,13% e BRF caindo 0,62%.


Já os papéis da WEG recuam 0,92% diante da tarifa. O UBS destaca que a companhia obtém cerca de 25% de suas vendas no mercado americano. O banco ressalta que uma eventual retaliação do Brasil pode reduzir em 3% o lucro líquido da empresa.


*Metálicas*


Por outro lado, as ações de mineradoras e siderúrgicas operam no positivo, com todas figurando entre as altas do Ibovespa. Vale sobe 5,09%, levando junto a Bradespar, que avança 4,52%. CSN Mineração ganha 3,59%.


Gerdau PN avança 3,69%, assim como Gerdau Metalúrgica PN (+2,44%), CSN (+5,55%) e Usiminas PNA (+3,30%). Há o entendimento de que o setor pode não ser afetado pela taxa de 50% para produtos brasileiros vendidos aos EUA, uma vez que já pagam uma alíquota de 50% enquadrada na tarifa do aço.


O segmento acompanha o movimento do minério de ferro, que subiu 3,67% no mercado futuro de Dalian e 2,84% em Cingapura. A commodity avança na esteira do cobre, que segue em alta, além da sazonalidade positiva na China.


*Suzano e Klabin*


As ações da Suzano sobem 0,28% e as units da Klabin ganham 1,24%, mesmo diante da tarifa de 50% imposta pelos EUA. Para o analista da Levante Corp, João Abdouni, a alta é sustentada pela percepção de que Donald Trump usará a medida para barganhar e, depois, voltará atrás. Além disso, há expectativa de uma parcela dos investidores de que as empresas conseguirão redirecionar a produção a outros mercados.


*Tupy*


As ações da Tupy avançam 3,02%, figurando entre as maiores altas do pregão. O sócio da Fatorial Investimentos, Fábio Lemos, explica que, embora 23% da receita venha dos EUA, apenas 60% desse montante é exportado a partir do Brasil; os demais 40% têm origem em outras unidades.


*SLC Agrícola*


Os papéis da SLC Agrícola sobem 1%. A XP classifica a ação como defensiva frente à tarifa de 50% imposta pelos EUA.


*Azul*


As ações da Azul ganham 1,16% após a Justiça americana aprovar todas as 20 petições apresentadas pela companhia na "Audiência de Segundo Dia", realizada ontem em Nova York, sem objeções.


*Petroleiras*


As ações da Petrobras testam o terreno positivo, com o papel ON subindo 0,77% e o PN reduzindo a queda para 0,09%, após chegar a avançar. Segundo o BTG Pactual, as operações da petroleira devem sofrer impacto mínimo com o tarifaço, já que a empresa pode desviar a produção para outros mercados.


As demais petroleiras recuam, contaminadas pelo mau humor com ativos domésticos decorrente da tarifa e pela baixa do petróleo, com baixa de 1,67% no Brent e de 1,99% no WTI. PetroReconcavo cede 0,43%, Prio perde 0,75% e Brava recua 2,27%.


*Varejo*


O setor varejista recua em bloco nesta quinta-feira na B3. Magazine Luiza lidera, caindo 3,51%, seguida por Vivara (-3,20%), Natura (-2,85%), Azzas (-2,81%), Assaí (-2,80%), Lojas Renner (-2,78%), Smart Fit (-1,09%), GPA (-1,90%), Petz (-1,62%) e Ambev (-0,83%).


O segmento é pressionado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que fechou junho em 0,24%, acima da falcao noticias mediana de 0,20% apurada pelo Projeções Broadcast. Com isso, os juros futuros de prazo mais curto sobem, o que prejudica o setor. Também pesa a valorização dos DIs diante da tarifa dos EUA, que traz mau humor ao mercado. Neste contexto, destaque para Arezzo e Alpargatas (-0,46%), que, segundo o Citi, são as marcas de vestuário que mais exportam para os EUA.


Há pouco, o Ibovespa exibia baixa de 0,78%, aos 136.405 pontos, com giro financeiro de R$ 11,2 bilhões e previsão de chegar a R$ 34,4 bilhões até o fim do pregão.

Resumo BTG

 *BTG acabou de fazer call sobre os cenários políticos pós tarifaço*


Segue resumo abaixo 👇🏻 


Governo não tinha plano e não esperava


*Centro-Direita* – Todo mundo agora é Bolsonaro (Trump colocou Bolsonaro de volta no jogo) e não existe condição para uma terceira via. Bolsonaro foi transformado no líder da resistência ao Governo.


*O que aconteceu no Canadá pode ocorrer aqui?* – Discorda totalmente, por conta da distância até a eleição. Nenhum evento de 2025 terá impacto em 2026.


*Até onde o Trump vai e o que foi o gatilho?* – Não se sabe. Pode ter sido motivado pela relação do Brasil com a Rússia ou até mesmo por informações da inteligência dos EUA (alguma implicação de política externa que levou Trump a agir). Canadá não é aplicável ao Brasil.


*Perdedor* – Centro-Direita que achava que a equação Tarcísio estava bem encaminhada (foi colocado no banco de reservas) e ninguém sabe até onde o Trump vai. Quem perdeu foi a solução moderada para o processo eleitoral. Bolsonaro é quem mais ganha força em toda essa discussão (Lindbergh vai para cima dos filhos). A decisão foi pró-Bolsonaro (ele pode “salvar o Brasil” e consegue intervir na moderação do Trump, buscando alguma solução que não prejudique a economia).


*Tarcísio* – Foi colocado em xeque.


*Reação do Governo* – Teria que apanhar como qualquer país que não tem condições de enfrentar os EUA. Devem migrar para uma postura mais passiva e reduzir o tom (vão recuar). Os EUA têm um plano prévio de escalada para intervir na política brasileira, e isso vai depender de como o Governo reage.


*PT* – Não é fácil dizer que vão ganhar de alguma forma.


*STF* – Existe algum grau de impacto e eles vivem sob pressão. Quem tem problemas nos bastidores anda com mais cautela. O STF deve começar a se comportar de forma mais contida, adiando ações contra Bolsonaro, descumprindo prazos, alegando recesso judicial, etc. Existem mecanismos para continuar mantendo Bolsonaro inelegível (estamos em processo de escalada e há a possibilidade de Trump acomodar a situação via anistia para Bolsonaro — algo que ele já fez no Reino Unido e na Alemanha).


*Congresso* – Prefere esperar a situação piorar para só então agir. Se o Governo cometer algum erro grave, o Congresso deve começar a bater mais forte.


*Retaliação* – Seria a maior idiotice possível. Os EUA esmagariam o Brasil.

BDM Matinal Riscala

 *Rosa Riscala: Lula manda devolver carta de Trump*


Na agenda, o IPCA de junho tem estimativa de desaceleração, mas perde força para orientar as apostas sobre o futuro dos juros, que escalaram junto com o dólar, em meio ao embate inesperado com os Estados Unidos.


… A decisão de Trump de taxar a importação de todos os produtos brasileiros em 50% causou grande preocupação nos exportadores e também acirrou a polarização política, com seguidores de Bolsonaro festejando a punição ao governo Lula e ao STF, que, segundo o presidente americano, comete “vergonhosa perseguição contra o grande ex-presidente”. Nos mercados, que já fecharam negativos com a expectativa de uma tarifa para o Brasil, a reação deve se estender na abertura, sobretudo nos setores mais atingidos. O ADR de Embraer chegou a cair quase 8% no after hours de NY. Na agenda, o IPCA de junho tem estimativa de desaceleração, mas perde força para orientar as apostas sobre o futuro dos juros, que escalaram junto com o dólar, em meio ao embate inesperado com os Estados Unidos.


… No final da noite, veio a resposta do governo brasileiro: o Itamaraty chamou o embaixador dos Estados Unidos e “devolveu” a carta de Trump, dizendo que era “ofensiva”, que tem “afirmações inverídicas” e “erros factuais” sobre a relação comercial dos dois países.


… Um pouco mais cedo, o presidente Lula fez uma postagem no X rebatendo a afirmação de que os Estados Unidos eram deficitários na balança comercial com o Brasil. Escreveu, ainda, que o “Brasil é um país soberano e não aceitará ser tutelado por ninguém”.


… A nota de Lula acusa a “ameaça e a ingerência” no processo judicial contra a tentativa de golpe [no qual Bolsonaro é réu no STF] e informa que, “qualquer elevação de tarifas pelos Estados Unidos será respondida pela Lei de Reciprocidade”.


… A reação de Brasília veio na contramão de inúmeros pedidos da indústria para reabrir o diálogo com os Estados Unidos.


… Vários protestos de associações apressaram-se em pedir ao governo para negociar diplomaticamente, em uma tentativa de reverter a tarifa de 50% aos produtos brasileiros imposta pelo presidente Trump para vigorar a partir de 1º de agosto.


… A Frente Parlamentar da Agropecuária defendeu “cautela e diplomacia firme”, avaliando que a nova alíquota produzirá reflexos diretos ao agronegócio, com impactos no câmbio, no custo de insumos importados e na competitividade das exportações brasileiras.


… CNI expressou “preocupação e surpresa”, afirmando que os impactos das tarifas podem ser graves para a nossa indústria. “Uma quebra nessa relação traria muitos prejuízos à nossa economia.” Defendeu negociações e diálogo para reverter a decisão.


… Para a CNI, as exportações brasileiras aos Estados Unidos têm grande importância para a nossa economia. Em 2024, a cada R$ 1 bilhão exportado para lá foram criados 24,3 mil empregos, R$ 531,8 milhões em massa salarial e R$ 3,2 bilhões em produção.


… A Câmara do Comércio também citou “profunda preocupação”, conclamando à retomada urgente do diálogo, com o alerta de que a medida tem potencial para causar impactos severos sobre empregos, produção, investimentos e cadeias produtivas integradas.


… Todas as manifestações contestam afirmação na carta de Trump de que os Estados Unidos são deficitários na balança com o Brasil.


… Há mais de 15 anos, os Estados Unidos mantêm superávit na conta comercial com o Brasil. Só na última década, o saldo positivo para os americanos foi de US$ 91,6 bilhões no comércio de bens. Incluindo serviços, o superávit americano atinge US$ 256,9 bilhões.


O SEGUNDO PARCEIRO – Estados Unidos são o segundo maior mercado para as exportações do Brasil, com vendas de US$ 40,368 bilhões em 2024, menos que a metade dos US$ 94,372 bilhões em exportações feitas à China, segundo dados do MDIC.


… O principal produto da pauta de exportação brasileira aos Estados Unidos é o petróleo, com vendas de US$ 7,6 bilhões em 2024. Mas o governo já antevê impactos imediatos para exportações de café, carne bovina e suco de laranja, entre os principais itens.


… Economistas avaliam que a alíquota de 50% terá efeitos inflacionários na economia americana, que importa carne para a produção de hambúrgueres e depende do café externo. O confronto eclodiu por razões políticas e de interesses comerciais de Trump.


MOTIVAÇÃO POLÍTICA – A diplomacia brasileira já vinha negociando para que as tarifas ao País continuassem em níveis mais baixos, com alegação de que os Estados Unidos têm superávit comercial com o Brasil. Mas, no final das contas, não era essa a questão.


… A carta de Trump é explícita em relacionar a tarifa punitiva ao papel de Alexandre de Moraes no STF contra Bolsonaro e redes sociais, e isso torna mais difícil uma negociação. Ninguém aposta que o ministro Alexandre de Moraes possa ceder às ameaças.


… Integrantes do governo já esperavam uma retaliação, desde que Trump dirigiu ataques aos países do Brics, mas não nessa proporção. Trata-se da mais alta alíquota divulgada a partir de cartas enviadas pelo presidente dos Estados Unidos nesta semana.


… O gesto levou o Nobel de Economia Paul Krugman a comentar que Trump merecia o impeachment pelo que fez ao Brasil.


… Na Cúpula do Brics, no fim de semana, no Rio, Lula defendeu uma moeda alternativa para as operações internacionais com outros países, sem passar pelo dólar, o que deixou Trump furioso: “quem desafiar o dólar, vai pagar o preço”.


… Segundo apurou o Valor, a avaliação do Planalto é que a ofensiva de Trump contra as instituições brasileiras pode ser um “tiro pela culatra”, porque evidencia uma tentativa de intervir na soberania brasileira e desestabilizar os Poderes.


TEM MAIS POR TRÁS – No Estadão, a decisão de Trump de impor uma tarifa de 50% ao Brasil reflete mais uma preocupação comercial do que política, envolvendo uma sequência de embates com o ministro Alexandre de Moraes sobre as plataformas sociais.


… “O que está em jogo aí é muito mais o embate entre o grupo Trump com Moraes por causa de decisões em relação a redes sociais”, na opinião de Rodolfo Teixeira, doutor em sociologia política pela Universidade de Brasília.


… As empresas Trump Media & Technology Group, ligadas ao presidente dos Estados Unidos, processam Moraes na Justiça da Florida por supostamente censurar conteúdos publicados nessas plataformas no Brasil. Na terça-feira, Moraes foi citado novamente no processo.


… Na carta, Trump reclamou de decisões do STF contra empresas norte-americanas de tecnologia.


… “O Supremo Tribunal Federal do Brasil emitiu centenas de ordens de censura SECRETAS e ILEGAIS a plataformas de mídia social dos Estados Unidos, ameaçando-as com multas de milhões de dólares e expulsão do mercado de mídia social brasileiro.”


… Segundo avaliações semelhantes, Bolsonaro só teria entrado como coadjuvante para esfumaçar o verdadeiro motivo. A prova é que o tarifaço impacta setores da direita fortemente ligados ao bolsonarismo, a exemplo do agronegócio.


50% PARA O COBRE – Antes que o dia acabasse, o presidente Trump confirmou a tarifa de 50% sobre o cobre, a partir de 1º de agosto.


… “O cobre é necessário para semicondutores, aeronaves, navios, munição, data centers, baterias de íon-lítio, sistemas de radar, sistemas de defesa antimísseis e até mesmo armas hipersônicas, das quais estamos construindo muitas”, escreveu em sua Truth Social.


… Segundo ele, a nova alíquota tarifária reverterá a “estupidez” do governo Biden e “os Estados Unidos voltarão a construir um setor de cobre DOMINANTE. AFINAL DE CONTAS, ESTA É A NOSSA ERA DE OURO!”.


SEM CONSENSO – No Estadão, Haddad e Gleisi Hoffmann indicaram a Motta e Alcolumbre, na noite de terça-feira, que o governo não abrirá mão do decreto que aumentou as alíquotas do IOF e pretende insistir na legitimidade junto ao STF.


… Fontes do Valor também apuraram que, apesar da reaproximação em jantar, o governo disse que insistirá no decreto do IOF.


… Já Motta baixou o tom, dizendo que a conversa com o governo foi “colaborativa”, afirmando que o Congresso vai buscar uma solução para os recursos do IOF sem aumento de alíquota. “Tenho conversado com os líderes para a solução das contas.”


… O presidente da Câmara disse que não há interesse do Legislativo em usurpar o poder do Executivo, e cobrou propostas alternativas do ministro da Fazenda, informando que “isso deve ser conversado ao longo da semana com a equipe econômica”.


… Na Folha, Haddad pediu para que o Congresso não misture o tema do IOF com as compensações para a isenção do Imposto de Renda.


… A possibilidade foi aventada pelo relator do projeto, deputado Arthur Lira, mas o governo teme que, na prática, esse movimento possa desidratar a medida provisória enviada com alternativas à derrubada do IOF.


IPCA – Às 9h, o IBGE divulga a inflação oficial de junho, que deve desacelerar para 0,20%, de 0,26% em maio (mediana do Broadcast), com a deflação dos preços dos alimentos, mas a mediana para o final de 2025 deve superar o teto da meta de 4,50%.


… Se isso se confirmar, o BC deve publicar uma carta aberta ao ministro da Fazenda explicando as razões do descumprimento da meta até 18h de quinta-feira. A meta é de 3% e o intervalo de tolerância é de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.


… A metodologia da meta contínua, que passou a vigorar neste ano, prevê que a meta será considerada descumprida se o IPCA acumulado em 12 meses ficar fora do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos, o que está acontecendo desde janeiro.


… Fontes da área econômica, no entanto, transferiram a preocupação para o impacto da tarifa de 50% dos Estados Unidos para produtos do Brasil, afirmando que a medida “joga um balde de água fria” no processo de desinflação, apurou o Broadcast.


HADDAD – Vai conceder entrevista ao Canal do Barão, no YouTube, nesta quinta-feira, entre 10h e 11h, com a participação dos seguintes veículos: Brasil 247, CartaCapital, Diário do Centro do Mundo, Fórum e TVT News.


INSS – Dias Toffoli (STF) confirmou, nesta terça-feira, que os pagamentos para ressarcir aposentados e pensionistas vítimas de descontos indevidos podem ser feitos tanto fora do limite de despesas do arcabouço quanto da meta fiscal.


LÁ FORA – Nos Estados Unidos, auxílio-desemprego (9h30) na semana até 5/7 tem previsão de +238 mil pedidos iniciais.


… Três dirigentes do Fed falam hoje: Alberto Musalem/St. Louis (11h), Christopher Waller (14h15) e Mary Daly/São Francisco (15h30).


… Na Europa, sai a inflação ao consumidor da Alemanha, em junho (na madrugada brasileira).


… No Peru, o Banco Central anuncia decisão de política monetária às 20h.


HOMEM-BOMBA – Prenunciando o ataque dos EUA, os mercados domésticos registraram piora significativa já no meio da tarde de ontem, deterioram ainda mais no pregão estendido e hoje vai ser bem difícil exibir sangue-frio.


… O anúncio da pancada das tarifas de 50% que Trump promete aplicar sobre nós pegou o câmbio e o Ibovespa fechados, mas a reação veio no mercado futuro, enquanto os juros estressaram na reta final dos negócios.


… A promessa da vingança do presidente americano já tinha puxado o dólar à vista no pregão regular de volta à marca de R$ 5,50, em alta firme de 1,04%, a R$ 5,5024, e a pressão foi ampliada com força na sessão estendida.


… O contrato futuro do dólar para agosto saltou 2,30%, a R$ 5,6115, conforme investidores e economistas avaliavam o impacto sobre as exportações brasileiras e potenciais efeitos inflacionários, se a escalada sobre o real persistir.


… A investida de Trump para inflamar os ânimos e a decisão do Itamaraty de peitar a carta representam neste momento um revés para a onda de otimismo que projetava alívio do dólar com o carry trade favorável ao Brasil.


… Segundo o Valor, foi também posto à prova o argumento de que o País era menos exposto ao risco de tarifas americanas, que vinha sendo utilizado para justificar o bom desempenho dos ativos locais no primeiro semestre.


… Por essa, ninguém esperava ou, pelo menos, não se imaginava que Trump fosse incendiar a crise a este ponto (50%), extrapolando a guerra protecionista para o contexto que tem por trás seus interesses particulares.


… No DI, a curva acelerou os prêmios de risco na última hora de operação, especialmente no miolo e na ponta longa, enquanto os contratos curtos continuaram engessados pela perspectiva de Selic a 15% por bastante tempo.


… Mas caso Trump se prove inflexível e a tarifa de 50% vingue, o que não parece razoável, o conservadorismo assumido pelo Copom ainda será pouco para responder às pressões inflacionárias, que fugiriam ao controle.


… O susto estraga a percepção positiva com os ajustes em baixa que o mercado vinha fazendo nas expectativas de inflação e ofusca qualquer reação mais entusiasmada a uma eventual surpresa baixista com o IPCA de junho hoje.  


… No fechamento, o DI para Jan/26 marcou 14,930% (contra 14,923% no pregão anterior); Jan/27 subiu a 14,270% (de 14,175%); Jan/29, a 13,485% (de 13,304%); Jan/31 disparou a 13,640% (13,423%); e Jan/33, 13,710% (13,485%).


TOCANDO O TERROR – Em choque com a fúria de Trump, o Ibovespa futuro afundou 2,44%, aos 137.800 pontos. Em paralelo, os ADRs das empresas domésticas também precificaram a forte tensão no after hours em Nova York.


… O pior tombo foi da Embraer (-5,63%). A exposição da fabricante ao mercado americano preocupa investidores.


… No mais recente formulário 20-F, a companhia mencionou que uma tarifa ampla sobre as importações brasileiras para os EUA provavelmente causaria “disrupções em nossa cadeia de suprimentos e nas operações no País”.


… Pelos cálculos do UBS BB, a taxação teria impacto aproximado de US$ 70 milhões nos custos da fabricante de aeronaves e geraria redução de até 13% no lucro líquido projetado para 2026 a cada 10pp de alta nas tarifas.


… Com o petróleo como principal produto da pauta de exportação brasileira para os EUA, o ADR da Petrobras equivalente à ação ON caiu 1,16%, enquanto o PN perdeu 1,02%. Vale caiu 0,61%; Bradesco, -1,15%; e Itaú, -2,26%.


… Durante o pregão regular, o Ibovespa perdeu os 138 mil pontos, após o aviso em dois de Trump sobre as tarifas.


… O índice à vista da bolsa doméstica fechou em baixa de 1,31%, a 137.480,79 pontos, com bom volume de negócios, de R$ 22,5 bi, o que é mau sinal, indicando que muita gente entrou vendendo, apesar do feriado em SP.


… Dos 84 papéis da carteira teórica do Ibovespa, apenas oito encerraram o dia no campo positivo. Vale ON (-0,99%, a R$ 54,04) e Petrobras ON (-1,45%, a R$ 35,27) e PN (-0,64%, a R$ 32,32) foram atingidas pela fuga do risco.


… O mau humor com o Brasil na mira de Trump também não poupou os papéis dos grandes bancos: Itaú PN (-2,07%, a R$ 36,37); Bradesco PN (-1,15%, a R$ 16,36); BB ON (-2,50%, a R$ 21,45) e Santander Unit (-1,55%, a R$ 28,60).


… Entre os poucos destaques de alta, Braskem PNA disparou 6,02%, com a decisão da Câmara de aprovar a urgência para um projeto de lei que institui, a partir de 2027, o Programa de Incentivos à Indústria Química Brasileira (Presiq).


… Se aprovada, a iniciativa deve acrescentar cerca de US$ 450 milhões por ano ao Ebitda da companhia (Broadcast).


TUDO NUMA NICE – Enquanto isso, em Nova York, as bolsas ignoraram a guerra tarifária e operaram com foco na ata do Fed, que não comprometeu as apostas dos investidores em cortes de juros pelo Fed nos próximos meses.


… O documento revelou que a maioria dos dirigentes do BC americano considera apropriado afrouxar a política monetária neste ano e dois deles, de perfil mais dovish, recomendaram o início do ciclo de flexibilização já este mês.


… Para a maioria dos integrantes do Fed, a pressão ascendente sobre a inflação por meio das tarifas pode ser “temporária ou modesta”, o que aumentou de leve a chance de o juro cair em setembro (68,3%), segundo o CME.


… Foi mantida a aposta principal de uma redução acumulada de 50pb até o fim do ano, apesar da pressão de Trump por mais. No WSJ, Kevin Hassett lidera as chances de sucessão de Jerome Powell no comando do Fed.


… O atual diretor do conselho econômico nacional dos EUA se reuniu com Trump ao menos duas vezes em junho.


… Até o momento, as cartas enviadas nesta semana aumentam a tarifa média efetiva dos EUA para 20%, ainda abaixo da faixa de risco para uma recessão americana, de 25% a 28%, segundo cálculos da Oxford Economics.


… O Dow Jones subiu 0,49%, aos 44.458,30 pontos; o S&P 500 ganhou 0,61%, aos 6.263,27 pontos; e o Nasdaq avançou 0,94%, estabelecendo seu mais novo recorde, aos 20.611,34 pontos, turbinado pela Nvidia (+1,80%).


… A empresa se tornou a primeira na história a superar o valor de mercado de US$ 4 trilhões, diante do boom na demanda pelos chips de inteligência artificial, com a tecnologia se tornando prioridade para as gigantes high techs.


… A perspectiva reforçada pela ata de que um desaperto monetário pelo Fed não vai demorar tanto ajudou a interromper quatro altas seguidas dos juros dos Treasuries, que também reagiram a um fator técnico.


… Foi identificada forte demanda por investidores domésticos no leilão de Notes de 10 anos e a taxa desse título recuou a 4,338%, de 4,411% na véspera. Já o bônus de 2 anos pagou 3,856%, menos que no dia anterior (3,902%).


… Dia morno no câmbio, com estabilidade no índice DXY (-0,04%, a 97,555 pontos), no euro (-0,05%, a US$ 1,1717) e na libra esterlina (+0,04%, a US$ 1,3592), enquanto o iene foi negociado em alta contra o dólar, a 146,30/US$.


… Também o petróleo operou de lado ontem, dividido entre uma alta inesperada dos estoques americanos da commodity na semana passada (7,070 milhões de barris) e o aumento dos ataques a navios no Mar Vermelho.


… O contrato do Brent com vencimento em setembro teve alta marginal de 0,06%, a US$ 70,19 por barril.


EM TEMPO… AZUL decidiu reconsiderar seu plano de devolução de aeronaves anteriormente divulgado à corte de NY, na medida em que avança com negociações junto aos arrendadores (fontes do Valor)…


… Antes, o pedido era para devolver 20 aeronaves, número reduzido para 12; planos foram divulgados ontem, durante a chamada audiência de “Segundo Dia” do Chapter 11 (recuperação judicial nos EUA) da empresa.


BANCO DO BRASIL. Conselho reelegeu 29 membros da diretoria executiva para o mandato 2025/2027…


… Eduardo Cesar Pasa e Lucinéia Possar não tiveram os seus mandatos renovados, em virtude do limite de reconduções consecutivas…


… Nos seus lugares, foram indicados Alexandre Bocchetti Nunes para o cargo de diretor jurídico e Pedro Henrique Duarte Oliveira para o cargo de diretor de contadoria.


POSITIVO anunciou Raymundo Peixoto para ocupar o cargo de presidente do conselho de administração. Junto dele, Rogério Rizzi chega para assumir a função de coordenador do comitê de estratégia e novos negócios…


… A presidência estava, até então, com Alexandre Dias, que passa a ser conselheiro independente.


KELLOGG. A italiana Ferrero, fabricante do bombom Ferrero Rocher e do creme de avelã Nutella, está perto de um acordo de aproximadamente US$ 3 bilhões para comprar a dona do Sucrilhos, Corn Flakes e Müsli, informa o WSJ.

Bankinter Portugal Matinal

 Análise Bankinter Portugal  NY +0,8% US tech +1,5% US semis +2,5% UEM +1,1% España +1,2% VIX 16,9% Bund 2,85% T-Note 4,14% Spread 2A-10A US...