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Embraer como a mais impactada

 *CENÁRIO/EMPRESAS 1: EMBRAER É TIDA COMO A MAIS REJUDICADA POR TARIFA DE TRUMP E AÇÃO CAI 7%*


Por Vinícius Novais


São Paulo - 10/07/2025 - A tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, que passará a valer em 1º de agosto, pesou no Ibovespa ao longo de toda a manhã. A Embraer foi a principal afetada, liderando a ponta negativa do índice, assim como os frigoríficos, que também serão prejudicados pela medida. Por outro lado, a forte alta do minério sustentou as empresas metálicas no campo positivo.


As ações da Embraer recuam 7,15%, a maior baixa da carteira teórica. Para a XP, a companhia deve registrar retração entre 14% e 15% no Ebit sobre o lucro consolidado a cada 10 pontos porcentuais (p.p.) de aumento das taxas. Na mesma linha, o UBS calcula que o impacto nos custos da fabricante seja de aproximadamente US$ 70 milhões e de 13% no lucro líquido projetado para 2026 a cada alta de 10% nas tarifas. O BTG Pactual pondera que, a depender da interpretação do governo de Donald Trump, a fabricante de aviões pode não ser afetada pela tarifa de 50% por estar enquadrada em uma investigação da Seção 232.


Nos frigoríficos, as ações da Minerva caem 4,20%. A empresa, forte em exportação, informou que o impacto potencial das tarifas representa 5% da receita líquida. O restante do setor também recua, com Marfrig perdendo 2,13% e BRF caindo 0,62%.


Já os papéis da WEG recuam 0,92% diante da tarifa. O UBS destaca que a companhia obtém cerca de 25% de suas vendas no mercado americano. O banco ressalta que uma eventual retaliação do Brasil pode reduzir em 3% o lucro líquido da empresa.


*Metálicas*


Por outro lado, as ações de mineradoras e siderúrgicas operam no positivo, com todas figurando entre as altas do Ibovespa. Vale sobe 5,09%, levando junto a Bradespar, que avança 4,52%. CSN Mineração ganha 3,59%.


Gerdau PN avança 3,69%, assim como Gerdau Metalúrgica PN (+2,44%), CSN (+5,55%) e Usiminas PNA (+3,30%). Há o entendimento de que o setor pode não ser afetado pela taxa de 50% para produtos brasileiros vendidos aos EUA, uma vez que já pagam uma alíquota de 50% enquadrada na tarifa do aço.


O segmento acompanha o movimento do minério de ferro, que subiu 3,67% no mercado futuro de Dalian e 2,84% em Cingapura. A commodity avança na esteira do cobre, que segue em alta, além da sazonalidade positiva na China.


*Suzano e Klabin*


As ações da Suzano sobem 0,28% e as units da Klabin ganham 1,24%, mesmo diante da tarifa de 50% imposta pelos EUA. Para o analista da Levante Corp, João Abdouni, a alta é sustentada pela percepção de que Donald Trump usará a medida para barganhar e, depois, voltará atrás. Além disso, há expectativa de uma parcela dos investidores de que as empresas conseguirão redirecionar a produção a outros mercados.


*Tupy*


As ações da Tupy avançam 3,02%, figurando entre as maiores altas do pregão. O sócio da Fatorial Investimentos, Fábio Lemos, explica que, embora 23% da receita venha dos EUA, apenas 60% desse montante é exportado a partir do Brasil; os demais 40% têm origem em outras unidades.


*SLC Agrícola*


Os papéis da SLC Agrícola sobem 1%. A XP classifica a ação como defensiva frente à tarifa de 50% imposta pelos EUA.


*Azul*


As ações da Azul ganham 1,16% após a Justiça americana aprovar todas as 20 petições apresentadas pela companhia na "Audiência de Segundo Dia", realizada ontem em Nova York, sem objeções.


*Petroleiras*


As ações da Petrobras testam o terreno positivo, com o papel ON subindo 0,77% e o PN reduzindo a queda para 0,09%, após chegar a avançar. Segundo o BTG Pactual, as operações da petroleira devem sofrer impacto mínimo com o tarifaço, já que a empresa pode desviar a produção para outros mercados.


As demais petroleiras recuam, contaminadas pelo mau humor com ativos domésticos decorrente da tarifa e pela baixa do petróleo, com baixa de 1,67% no Brent e de 1,99% no WTI. PetroReconcavo cede 0,43%, Prio perde 0,75% e Brava recua 2,27%.


*Varejo*


O setor varejista recua em bloco nesta quinta-feira na B3. Magazine Luiza lidera, caindo 3,51%, seguida por Vivara (-3,20%), Natura (-2,85%), Azzas (-2,81%), Assaí (-2,80%), Lojas Renner (-2,78%), Smart Fit (-1,09%), GPA (-1,90%), Petz (-1,62%) e Ambev (-0,83%).


O segmento é pressionado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que fechou junho em 0,24%, acima da falcao noticias mediana de 0,20% apurada pelo Projeções Broadcast. Com isso, os juros futuros de prazo mais curto sobem, o que prejudica o setor. Também pesa a valorização dos DIs diante da tarifa dos EUA, que traz mau humor ao mercado. Neste contexto, destaque para Arezzo e Alpargatas (-0,46%), que, segundo o Citi, são as marcas de vestuário que mais exportam para os EUA.


Há pouco, o Ibovespa exibia baixa de 0,78%, aos 136.405 pontos, com giro financeiro de R$ 11,2 bilhões e previsão de chegar a R$ 34,4 bilhões até o fim do pregão.

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