sexta-feira, 30 de maio de 2025

Bankinter Portugal Matinal

 Análise Bankinter Portugal 


SESSÃO: Um pouco mais de caos alfandegário e um pouco menos de inflação. Esse poderá ser o resumo para hoje. Aceita-se o recurso de Trump para que os impostos alfandegários voltem a estar em vigor até sentença definitiva, que provavelmente corresponderá ao Tribunal Supremo se decide elevá-lo até lá. Mas o mais simples para conseguir avançar com os mesmo será passá-los pelas câmaras (Representantes e Senado), onde tem a maioria. Parece improvável que sejam bloqueados. Por isso, Ásia fraca (Japão -0,9%), mas os futuros americanos nem tanto, quase planos, porque as notícias de estilo vaivém têm cada vez menos credibilidade e influência. A única coisa que sabemos de certeza é que o prémio de risco é superior, porque a incerteza sobre o contexto (economia, mercado) também o é. Isso é o que ficará quando o ruído de fundo se silenciar. E isso não é melhor, mas pior do que em 2023/24. Uma boa prova disto é a revisão do PIB 1T’25 americano de ontem: desde -0,3% preliminar até -0,2% revisto, mas a estética não nos deve enganar, porque o Consumo Privado é revisto até +1,2% desde +1,8%, sendo a Despesa Pública o principal responsável da melhoria na revisão (-0,7% vs. -1,4% preliminar). Esta revisão tampouco é um assunto bom, pelo contrário.


E um pouco menos de inflação. Sim, porque hoje saem inflações de abril ainda em baixa: às 8 h, ESP (+2,0% vs. +2,2%), 10 h ITA (+1,7% vs. +1,9%), ALE (+2,0% vs. +2,1%) e, principalmente, 13:30 h o Deflator do Consumo (PCE) americano (+2,2% vs. +2,3%). Provavelmente irá impor-se a benignidade da inflação e isso permita uma modesta subida das bolsas, evoluindo a sessão de menos a mais, embora “muito pouco mais” (+0,2%?). A inflação irá aumentar a partir de maio/junho, mas ainda não. Isso irá proporcionar uma sensação de conforto transitório pouco fiável. Porque estamos onde estávamos depois da queda de -20% de Nova Iorque em inícios de abril e da sua posterior recuperação: com Nova Iorque plana no ano e Europa ca.+10%, beneficiada pelo fluxo de fundos desde os EUA, mas nada mais que seja sólido. E é provável que continuemos nesta situação até que a inflação comece a aumentar e o mercado se dê conta que as estimativas de lucros não deixam de ser revistas em baixa.


CONCLUSÃO: Evolução para melhor ao longo da sessão, embora muito modesta. As inflações suaves irão ajudar que assim seja. Sensação de estar à expetativa. A atenção irá mudar para a descida de taxas de juros do BCE (-25 p.b., até 2,25/2,40%) e o emprego americano da próxima semana, sendo o mais relevante o que diga o BCE sobre se pausará ou não as suas descidas de taxas de juros em julho. 


S&P500 +0,4% Nq-100 +0,2% SOX +0,5% ES50 -0,1% IBEX +0,1% VIX 19,2% Bund 2,51% T-Note 4,42 Spread 2A-10A USA=+48pb B10A: ESP 3,11% PT 3,00% FRA 3,18% ITA 3,49% Euribor 12m 2,070% (fut.2,013%) USD 1,134 JPY 163,3 Ouro 3.295$ Brent 63,9$ WTI 60,7$ Bitcoin -0,1% (106.024$) Ether -0,5% (2.630$). 


FIM

Stuhlberger 2905

 ‘É assustador o que o PT pensa da gente,’ diz Stuhlberger sobre o IOF



Giuliano Guandalini29 de maio de 2025


Como se poderia imaginar, Luis Stuhlberger não gostou nem um pouco do aumento das alíquotas do IOF promovido pelo ministro Fernando Haddad – mas considerou a medida reveladora.


“É assustador ver o que o PT pensa da gente,” disse o fundador da Verde durante sua aguardada apresentação no evento anual da gestora hoje em São Paulo.


Como sempre em suas exposições, Stuhlberger apresenta dezenas de slides detalhados com indicadores e gráficos. Quando falou sobre o IOF, o quadro foi mais simples e direto. 


Pergunta1


Para o gestor, a decisão de elevar a tributação sobre as transações financeiras foi “quase uma aula grátis sobre a psicologia” do partido que governa o País. 


“O mais assustador é a questão do dólar. Quer comprar dólar? Paga um pedágio para mim,” comentou. “É scary [assustador].”


Stuhlberger disse que o episódio indica o que esperar de um novo Governo do PT caso o partido vença no ano que vem.


Para o gestor, a reação dos mercados locais só não foi mais forte porque “a Faria Lima acha que o PT não vai ganhar” – e a perspectiva de substituição do Governo contém movimentos de desvalorização dos ativos brasileiros neste momento.


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Stuhlberger disse que os investidores observam o que vem ocorrendo na Argentina e fazem posições achando que algo semelhante poderá acontecer no Brasil a partir de 2027.


“Se o Milei conseguiu, o Tarcísio consegue. É o que dizem,” afirmou. “É isso que segura o mercado, apesar do descontrole fiscal.”


O gestor disse considerar improvável que o Congresso evite o aumento dos impostos. “Nunca barram nada. Quero ver se isso acontece mesmo ou se apenas vai aumentar o preço do Centrão.”


Na visão do gestor, as taxas reais de juros voltarão para 3% ou 4% como ocorreu nos Governos Temer e Bolsonaro se for retomado um controle fiscal como foi o teto de gastos. Com isso, o dólar poderia cair para perto de R$ 4,70.


A aposta do ‘trade eleitoral’ ganhou força a partir de abril, quando as pesquisas mostraram queda na popularidade de Lula. O efeito pôde ser visto, por exemplo, na valorização das ações das empresas de utilities, que descolaram do Ibovespa.


Mas Stuhlberger tem dúvidas se há espaço para uma alta adicional nas ações locais.  “A partir de agora, para a Bolsa melhorar, a NTN-B precisa cair.”


Aí, entretanto, entra a questão fiscal “e um Governo populista desesperado por dinheiro.”


 O desarranjo nas contas públicas e a perspectiva de uma nova rodada de aumento de gastos focados no ano eleitoral – isenção do IR até R$ 5.000, reajuste do Bolsa Família etc. – impedem que os ativos brasileiros se apreciem no atual momento de reprecificação global desencadeada pelo choque do Governo Trump.


Boa parte da apresentação, de mais de uma hora, tratou da ‘era da diversificação’ – se chegou ou não o momento de os investidores reduzirem sua exposição ao mercado americano.


Stuhlberger notou que “a pasta de dente da diversificação saiu do tubo e não vai voltar;” o difícil é identificar quais mercados sairão ganhando.


A Europa também terá um gasto fiscal expansionista, inclusive por causa da ampliação dos gastos militares. O franco suíço, sempre um safe haven, já se apreciou consideravelmente.


“Não podemos esquecer que a Casa Branca quer desesperadamente enfraquecer o dólar,” disse.


O trade mais óbvio, dado o desalinhamento atual, seria apostar na valorização de alguns mercados emergentes e de moedas asiáticas, notadamente o iene japonês e o renminbi chinês, mas é incerto se elas vão se apreciar.   


“Tirando o método, Trump está coberto de razão,” disse o gestor. “As moedas asiáticas estão muito depreciadas.”


Stuhlberger disse que a situação fiscal dos EUA, com déficits projetados para ficarem ao redor de 8% nos próximos anos, “é um abuso do privilégio exorbitante” de ser o país emissor do dólar.


“Não tenho nem palavras para descrever um déficit desses para uma economia como a americana. É algo típico do governo brasileiro – de não dar valor ao amanhã – conviver com um déficit desses.”


O gestor destacou que a ‘big, beautiful tax bill’ em discussão no Congresso, com redução de impostos e aumento de gastos, vai acrescentar algo como 1% do PIB ao déficit anual.


A lei traz até a isenção de imposto sobre as gorjetas, uma promessa de campanha de Trump. “É digno do Lula.”


https://braziljournal.com/e-assustador-o-que-o-pt-pensa-da-gente-diz-stuhlberger-sobre-o-iof/

quinta-feira, 29 de maio de 2025

Resumo 2905

 Resumo de mercado 29/05/2025:


A Corte de Comércio Internacional dos EUA decidiu bloquear parte das tarifas impostas por Trump, por considerar ilegal o uso da lei de emergência econômica (IEEPA) para esse fim. A decisão atinge tarifas amplas, como as aplicadas à China, Canadá e México, mas não afeta medidas setoriais como as do aço e alumínio. O governo vai recorrer e pode buscar outros caminhos legais para manter as tarifas. O mercado reagiu bem a notícia, com alta da bolsa e valorização do dólar por um período, mas uma sequência de dados mais fracos de atividade, incluindo a revisão do PIB do 1o trimestre, pedidos de seguro-desemprego e vendas de casas, mudaram o humor do mercado. As taxas dos títulos americanos de 10 anos encerram o dia com queda de 6 pontos-base, enquanto a bolsa subiu 0,2% e o dólar índice cai 0,5%. O preço do petróleo recua 1,5%.


No Brasil, os juros seguem subindo com receio de cancelamento da medida que aumentou o IOF e impulsionados por dados mais fortes do mercado de trabalho, indicando economia ainda aquecida. Os ativos financeiros aumentaram a chance de outra alta na Selic na próxima reunião do Copom, embora essa probabilidade ainda seja minoritária. O real aprecia 0,5% com o enfraquecimento global do dólar.


O Ibovespa fechou em leve queda de 0,25% com um pregão de desempenho bastante misto entre os setores. O destaque negativo ficou com o setor financeiro, que pressionou o índice para baixo, enquanto o segmento de utilities, com destaque para Copel (+2.1% ON) ajudou a limitar as perdas. No exterior, os mercados repercutiram positivamente a decisão judicial que suspende parte das tarifas de Trump e o resultado de Nvidia (+3.2%), que surpreendeu positivamente.

BDM Matinal Riscala

 *Rosa Riscala: Decreto contra IOF pode entrar na pauta*


… HP levou um tombo próximo de 8% no after hours após cortar projeção de lucro, mas Nvidia não decepcionou, disparando quase 5%, com boas chances de garantir entusiasmo para as ações em NY, em meio às notícias de que um tribunal comercial dos EUA bloqueou as tarifas de Trump. Entre os indicadores, destaque para a nova leitura do PIB/1Tri americano, que deve se recuperar do susto com a retração de 0,3% na preliminar. Aqui, o dia é cheio, com o IGP-M/maio e a taxa de desemprego do IBGE, após os dados surpreendentes do Caged, que mostraram a criação de 257 mil empregos em maio. No início da tarde, saem os números do Governo Central. A maior atenção, no entanto, deve estar no Congresso, onde reuniões de líderes discutem um projeto de decreto legislativo para derrubar as medidas do IOF.


… Ontem à noite, Haddad esteve com os presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, David Alcolumbre, tentando evitar o pior. No Parlamento, já há mais de 20 projetos para a derrubada do decreto do IOF, não só da oposição, mas também da base aliada.


… À saída do encontro, o ministro falou com os jornalistas, dizendo que explicou o aumento do IOF e que as medidas estão mantidas.


… “Explicamos exatamente em que consistiu o anúncio da semana passada. Procuramos calibrar o corte de despesas com o aumento de receitas para compor um quadro que permitisse garantir as metas estabelecidas pelo próprio Congresso.”


… Haddad disse ainda ter advertido os parlamentares sobre os impactos de uma eventual rejeição da medida.


… “Expliquei as consequências disso no caso de não aceitação da medida, o que acarretaria um contingenciamento adicional. Ficaríamos em um patamar bastante delicado do ponto de vista do funcionamento da máquina pública.”


… Segundo ele, não há alternativas à medida: “Nesse momento não tem alternativas.”


… De acordo com o ministro, tanto Motta quanto Alcolumbre manifestaram “preocupação muito grande” com o risco de o decreto do IOF ser derrubado pelo Congresso, destacando a importância de o governo apresentar alternativas fiscais de médio e longo prazos.


… Haddad afirmou ainda que recebeu da cúpula do Congresso o pedido para apresentar às Casas medidas mais estruturantes. “Expliquei o problema de curto prazo que temos, mas que é absolutamente possível nós pensarmos em medidas mais estruturantes.”


… O ministro acrescentou que haverá um nova reunião na semana que vem.


… O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT), disse que “o governo não está debatendo revogação do decreto, já que a revogação significa um contingenciamento maior e um congelamento maior, e o governo não negocia com isso”.


… “Houve uma conversa aqui porque tem um ambiente no Congresso de revogação do decreto, e diante disso o governo mostrou que há uma consequência clara, a paralisação da máquina pública”, disse Randolfe.


… O líder disse ainda que foi apresentado um conjunto de propostas que será analisado pela Fazenda nos próximos dias, e após a análise desse conjunto de propostas, será tomada uma decisão.


SEM ACORDO – Pelas declarações do ministro Haddad e do líder Randolfe Rodrigues, a reunião com a cúpula do Congresso não chegou a um consenso sobre os projetos de decreto legislativo que tentam derrubar as medidas do IOF.


… Durante a sessão, Motta firmou posição de resistência, afirmando que teria uma posição, “ainda nesta noite (ontem à noite)”, sobre as pressões dos deputados para derrubar o decreto de Lula. “Outras medidas podem vir em substituição a essa medida infeliz.”


… Dizendo que “há um esgotamento” na Casa com a política de elevação de impostos do governo, prometeu buscar uma solução para a crise causada pela taxação do IOF, sinalizando a necessidade de corte de gastos. “Precisamos avançar em um debate estrutural.”


… De acordo com Motta, a discussão sobre o equilíbrio fiscal ainda não foi colocada como prioridade na pauta da Câmara, o deve começar a acontecer com a retomada das discussões sobre a reforma administrativa. “Essa é uma medida que penso ser urgente para o País.”


… Caberá a Motta deliberar sobre uma votação dos projetos de decreto legislativo apresentados pela Oposição para barrar o aumento do IOF. O governo tem dito que, se o decreto cair, haverá necessidade de contingenciamento das emendas parlamentares.


… Nesta 4ªF, uma primeira medida da equipe econômica solucionou a perda de receita com o recuo do IOF aos investimentos no exterior, com o resgate de R$ 1,4 bilhão do Fundo Garantidor de Operações e do Fundo de Garantia de Operações de Crédito Educativo.


… Segundo a Fazenda, esse resgate será suficiente para cobrir a perda de arrecadação, embora o ministro tenha citado inicialmente que o impacto desse recuo poderia chegar a R$ 2 bilhões. A pasta explicou que o número foi recalculado.


… Com a recomposição da receita, a contenção de gastos do Orçamento será mantida em R$ 31,3 bilhões, segundo uma fonte da Fazenda informou ao Valor, sem a necessidade de um relatório extemporâneo de avaliação de receitas e despesas.


ENCONTRO COM OS BANCOS – Antes da reunião com líderes do Congresso, Haddad conversou mais cedo com banqueiros, que foram a Brasília nesta 4ªF para negociar o IOF e apresentar “alternativas” elaboradas pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban).


… O secretário-executivo da Fazenda, Dario Durigan, disse que a reunião foi “construtiva e produtiva”, elogiando os estudos da Febraban, que “levou o impacto das medidas no setor de maneira legítima, de maneira bem racional, de maneira detalhada”.


… Sinalizando que há negociação, Durigan disse que “é natural que a gente avance nesse debate sobre o que poderia ser uma alternativa” e que “vamos nos debruçar sobre as alternativas para uma avaliação cuidadosa, célere, do que é melhor para o País nesse momento”.


… Participaram Isaac Sidney (Febraban), Milton Maluhy Filho (Itaú), Marcelo Noronha (Bradesco), Mario Leão (Santander Brasil) e Roberto Sallouti (BTG). Do lado do governo, além de Haddad e Durigan, Rogério Ceron (Tesouro) e Marcos Pinto (Reformas Econômicas).


… A cobrança de IOF sobre operações de risco sacado foi um dos temas debatidos, com os bancos afirmando que poderá aumentar preços no varejo e desestabilizar cadeias de fornecedores, a exemplo do que as varejistas também defendem.


… Cálculos nas instituições financeiras indicam que as operações de risco sacado podem ficar de 7% a 10% mais caras com o IOF.


… À saída da reunião com Haddad, o presidente da Febraban, Isaac Sidney, afirmou aos repórteres que o impacto das mudanças no IOF é “severo” no custo do crédito. Ele não quis detalhar as alternativas levadas à Fazenda, “porque ainda serão debatidas”.


… Mas Sidney diz que os bancos levaram não apenas posições contrárias, mas “os números dos impactos que são relevantes, são severos para o custo do crédito, e também trouxemos alternativas de fontes de receitas e de redução de despesas”.


… O presidente da Febraban disse que saiu de Brasília com “a percepção clara de que o diálogo foi aberto e que o ministro está disposto a construir conosco. Nós gostaríamos muito que essa medida [do IOF] fosse revisitada”.


LULA – Enquanto cresce no mercado a preocupação com a crise do IOF e o risco de que o impasse possa piorar as condições das contas públicas, o presidente Lula segue insistindo em temas de apelo popular, que significam mais gastos.


… Nesta 4ªF, na Paraíba, voltou a falar do preço do gás de cozinha, dizendo que “está errado” a população pagar R$ 140 pelo botijão que custa R$ 37 na Petrobras. O governo deve lançar no próximo mês o novo Vale-Gás, com gás de graça para 22 milhões de famílias.


… Lula mencionou ainda um programa voltado para o financiamento de motocicletas a “entregadores de comida” e confirmou que o seu governo vai relançar amanhã, 6ªF, o programa Mais Especialistas, principal aposta da gestão petista para a área da saúde.


… Já em Pernambuco, Lula falou da ampliação da tarifa social de energia, que poderá beneficiar até 100 milhões de pessoas, e da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. “Muita gente vai ficar sem pagar energia elétrica.”


TRUMP – Um Tribunal Comercial dos EUA bloqueou nesta 4ªF as tarifas do “Dia da Libertação”, decidindo que o presidente extrapolou sua autoridade ao impor tarifas generalizadas sobre importações de países que vendem mais para o país do que compram.


… O Tribunal impediu a aplicação de tarifas abrangentes com base em uma lei de poderes emergenciais, usada por Trump.


… A decisão foi tomada após várias ações judiciais argumentarem que Trump excedeu sua autoridade e deixou a política comercial dos Estados Unidos dependente de seus caprichos, desencadeando um caos econômico.


… A decisão impede a grande maioria das tarifas de Trump, inclusive sua “tarifa global fixa” de 10%, taxas elevadas e “recíprocas” sobre a China e outros países, e suas tarifas relacionadas ao fentanil sobre China, Canadá e México.


… As medidas tarifárias para o alumínio, aço e automóveis, baseadas em uma lei de segurança nacional, permanecerão por enquanto.


… O Tribunal também impede que o presidente Trump aumente as taxações, incluindo a ameaça de tarifas de 145% sobre as importações da China e de 50% sobre a UE. Trump pode recorrer da decisão. A Suprema Corte dos EUA poderá ter a palavra final no caso.


MUSK – O bilionário despediu-se do governo Trump nesta 4ªF com uma postagem no X: Com o fim do meu período como Funcionário Especial do Governo, gostaria de agradecer ao Presidente Donald Trump pela oportunidade de reduzir gastos desnecessários.”


AFTER HOURS – Balanço mais esperado da semana, Nvidia disparou 4,89% no pregão estendido.


… A gigante de tecnologia reportou lucro ajustado por ação de US$ 0,96 no 1Tri, acima dos US$ 0,93 esperados. A receita atingiu US$ 44,06 bilhões, também superando as projeções de US$ 43,31 bilhões do analistas.


… Já a HP afundou 7,75%. Além de o lucro ajustado por ação de US$ 0,71 no 2Tri fiscal ter frustrado a expectativa do mercado, de US$ 0,80, a empresa reduziu projeções para o ano, citando incertezas.


… A companhia espera fechar 2025 com lucro por ação entre US$ 3,00 a US$ 3,30, abaixo da previsão anterior, entre US$ 3,45 e US$ 3,75. Os profissionais estavam projetando uma estimativa de US$ 3,56 por papel.


MAIS AGENDA – É esperada deflação de 0,37% para o IGP-M de maio (8h), revertendo o avanço de 0,24% em abril. O intervalo das projeções do mercado no Broadcast varia de uma retração de 0,47% a uma alta de 0,01%.


… Do lado do emprego, a taxa de desocupação deve registrar a primeira queda no ano. A mediana para a Pnad (9h) indica recuo da taxa de desemprego a 6,9% no trimestre móvel encerrado em abril, ante 7% no anterior.


… À tarde (14h30), o superávit do Governo Central deve disparar para R$ 16,325 bilhões em abril, diante dos recolhimentos com IRPJ e CSLL. O resultado será muito superior ao saldo positivo de R$ 1,096 bilhão em março.


… O dado será comentado em entrevista coletiva pelo secretário do Tesouro, Rogério Ceron, às 15h.


… Ainda na agenda do dia, o BC divulga a nota sobre operações de crédito em abril (8h30). O diretor de Fiscalização do BC, Ailton de Aquino, palestra em congresso organizado pela ABIPAG, em Brasília, às 12h.


LÁ FORA – Embutido na segunda leitura do PIB americano do 1Tri, que sai às 9h30, vem o PCE trimestral.


… Ainda entre os indicadores econômicos, saem o auxílio-desemprego (9h30), com previsão de queda de mil pedidos, para 226 mil; as vendas pendentes de imóveis em abril (11h); e os estoques de petróleo do DoE (13h).


… Entre os Fed boys, falam Tom Barkin (9h30), Austan Goolsbee (11h40), Adriana Kugler (15h), Mary Daly (17h) e Lorie Logan (21h25). Andrew Bailey (BoE) participa de evento às 16h. O BC da África do Sul decide juro às 10h.


CIDE – STF pode definir nesta 5ªF a validade da taxação de remessas de pagamentos ao exterior, decidindo se a União pode exigir a Cide sobre remunerações por royalties, licenças de uso, transferência de tecnologia e serviços técnicos e administrativos.


… A estimativa de impacto para a União é de R$ 19,6 bilhões, conforme indicado na Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2026.


IMPOSTO DE RENDA – Relator do projeto de reforma do IR, deputado Arthur Lira, confirmou a data de 27 de junho para a apresentação do seu parecer sobre a isenção para quem ganha até R$ 5 mil/mensais, após ter se reunido com o ministro Haddad.


… O texto ainda define desconto para salários até R$ 7 mil e taxação de até 10% dos dividendos para altas rendas.


INSS – Em 15 dias, 2,3 milhões de aposentados e pensionistas já contestaram os descontos de associações em seus benefícios e solicitaram o ressarcimento dos valores. Esse é o balanço mais recente do Instituto, divulgado no final da tarde de 4ªF.


ENTRE A CRUZ E A ESPADA – É grande a expectativa para a abertura hoje do mercado doméstico, dividido entre a euforia com a derrota judicial de Trump sobre as tarifas e, por aqui, a proporção que a crise do IOF ganhou.


… Ontem, a percepção de que o governo Lula prefere arrecadar do que economizar melou o clima nos negócios.


… A um triz de voltar à marca de R$ 5,70, o dólar à vista acompanhou ontem um movimento global de pressão, mas o real fechou com o pior desempenho entre as 33 moedas mais líquidas acompanhadas pelo Valor.


… Não dá para negar ser um sintoma de que o investidor está cauteloso com todo o rolo em torno do IOF.


… O desgaste abriu terreno fértil para boatos de que Lula estaria sendo pressionado por alas do PT a trocar Haddad por Mercadante no comando da Fazenda, tensionando ainda mais o ambiente no câmbio doméstico.


… Dificilmente, o ruído do IOF levará a uma ruptura deste tamanho na equipe econômica, mas o rumor ajudou ontem a desencadear apostas contra o real, com o dólar à vista fechando em alta firme de 0,88%, a R$ 5,6952.


… Já às voltas com o estresse do IOF, a curva do DI embutiu alta adicional quando vazou que o Caged viria em 256 mil postos, bem acima dos 175 mil esperados e mais do que o dobro dos 71,5 mil registrados em março.


… Dito e feito: o indicador mostrou a criação 257.528 vagas de emprego em abril, perto do teto das previsões (267.366), e levou os contratos futuros dos juros a quebrarem uma sequência de três pregões em queda.


… No fechamento, o DI para janeiro de 2026 subia a 14,735% (de 14,685% na sessão anterior); Jan/27, a 13,940% (13,850%); Jan/29, a 13,490% (13,370%); Jan/31, a 13,680% (13,600%); e Jan/33, a 13,750% (13,690%).


… É a segunda vez em três meses que os dados do Caged circulam nas mesas antes da divulgação oficial.


… Em fevereiro, quando o resultado bateu a marca histórica de 437 mil postos de trabalho formais, o rumor entre os investidores era de “mais de 400 mil”, enquanto as expectativas rondavam a casa de 100 mil.


… Na repercussão ao Caged de ontem, a XP disse que o dado reforça a chance de PIB acima de 2,3% no ano.


SEMPRE CABE MAIS UM – Se o IOF não abalar o humor, o Ibovespa pode ganhar espaço para renovar os recordes históricos, surfando na onda positiva do revés de Trump no tarifaço e do balanço da Nvidia.


… Pesquisa do BTG mostra aumento no número de gestoras que avaliam que o Ibov já estaria perto do valor justo após o rali recente. Mas o desmonte da escalada protecionista nos EUA ainda pode garantir gás adicional.


… Nesta 4ªF, diante dos juros futuros pressionados pelos dados fortes do Caged e em meio à escalada da tensão do IOF e as quedas nas bolsas em NY, o Ibovespa se viu sem saída para ampliar uma recuperação.


… Fechou em baixa de 0,47%, aos 138.887,81 pontos, com volume financeiro fraco, de nem R$ 20 bilhões.


… Petrobras ON (-1,24%, a R$ 33,39) e Petrobras PN (-0,32%, a R$ 31,43) ignoraram a alta do petróleo Brent (+1,26%, a US$ 64,90), depois da decisão da Opep de manter a produção estável até o final do ano que vem.


… Nas agências internacionais, fontes dizem que haverá uma outra reunião, no sábado, com oito membros do cartel, para tratar especificamente da continuidade do aumento na produção de 411 mil bpd em julho.


… O encontro não foi oficialmente confirmado, mas existe o risco de os sauditas e os russos reverterem a melhora dos preços da commodity, caso decidam por uma elevação significativa na oferta no fim de semana.


… Apesar de o minério de ferro ter caído pouco ontem (-0,14%), Vale ON recuou 0,80%, a R$ 53,41.


… Entre os bancos, só Bradesco PN (+0,69%, a R$ 16,15) subiu, ainda embalado pela melhora da recomendação do Citi (neutra para compra). Itaú caiu 0,81% (R$ 37,79); BB, -1,99% (R$ 24,08); e Santander, -1,12%, a R$ 29,90.


… A lista das maiores baixas trouxe Azul PN (-3,74%, a R$ 1,03), que pediu recuperação judicial nos EUA.


… Também Usiminas PNA (-4,67%, a R$ 5,31) e CSN ON (-3,67%, a R$ 8,67) foram mal, mesmo após o governo renovar por 12 meses o sistema de proteção ao setor, com o objetivo de reduzir as importações de aço.


PILHA NO FED? – Depois de Powell ter dito tantas vezes que não estava com pressa de cortar juro, preferindo aguardar com maior clareza os efeitos da políticas de Trump, surge agora o fato novo da anulação das tarifas.


… É possível que a novidade precipite apostas no mercado de um relaxamento monetário antecipado nos EUA, embora, de seu lado, o Fed possa continuar querendo esperar para ver, porque não pode dar passo em falso.


… Se Trump recorrer (e é claro que ele vai), as coisas ainda podem continuar virando de ponta cabeça.


… Ontem, a ata do Fed teve efeito nulo nos negócios e as bolsas em NY assumiram dose de cautela, em clima de suspense pelo balanço da Nvidia, que saiu pouco depois do fechamento dos negócios em Wall Street.


… Operando na defensiva, o Dow Jones caiu 0,58%, aos 42.098,70 pontos; o S&P 500 recuou 0,56%, aos 5.888,55 pontos; e o Nasdaq fechou com desvalorização de 0,51%, aos 19.100,94 pontos.


… Entre os Treasuries, o viés do dia foi de alta. A taxa da Note-2 anos subiu a 3,999%, de 3,977% na véspera; a de 10 anos avançou para 4,478%, contra 4,446%, e a do T-Bond de 30 anos foi a 4,977% (de 4,951%).


… No câmbio, o índice DXY testou nova retomada (+0,36%), mas ainda não voltou aos 100 pontos (99,875). O dólar levou a melhor contra o euro (-0,34%, a US$ 1,1292), a libra (-0,32%, a US$ 1,3465) e o iene (144,91/US$).


EM TEMPO… Ibama pediu que PETROBRAS agende datas para vistorias de equipamentos na Foz do Amazonas., no último passo antes da resposta final do Instituto sobre licenciamento para explorar produção na região…


… Petrobras confirmou a 8ª emissão de debêntures no valor de R$ 3 bilhões.


AZUL. A Fitch e a S&P rebaixaram o rating de CCC- para D, depois do pedido de proteção da companhia aérea nos termos do Chapter 11, nos EUA.


SABESP firmou contrato com Iguá e assumiu o controle das sociedades Águas de Andradina e Águas de Castilho.


CEMIG. Justiça de MG suspendeu liminar que obrigava depósito judicial de R$ 912,2 milhões referente a 50% do déficit do plano A do fundo de pensão Forluz em 2022.


CARREFOUR anunciou dividendo especial de 163 milhões euros, a 0,23 euro por ação; ex na próxima 2ªF.


AMERICANAS anunciou a emissão de novas ações ordinárias decorrentes do exercício de bônus de subscrição vinculados ao plano de recuperação.


JHSF assinou Memorando de Entendimentos (MOU) com o Einstein para instalação de uma unidade de serviços médicos e ambulatoriais na expansão do Complexo Boa Vista, no Boa Vista Village, no interior de São Paulo.


AGROGALAXY adiou pela segunda vez a divulgação de seu balanço do 1Tri e marcou nova data para 9 de junho.

Bom dia 2905

 *Bom dia ☕️*


*🌎Os índices futuros dos EUA operam em forte alta nesta quinta-feira (29),* após um tribunal comercial federal bloquear as tarifas 'recíprocas' impostas pelo presidente Donald Trump e diante dos resultados acima do esperado divulgados pela Nvidia.


*📊Veja o desempenho dos mercado futuros*


*🇺🇸EUA*


* Dow Jones Futuro: +1,18%

* S&P 500 Futuro: +1,58%

* Nasdaq Futuro: +1,95%


🌏 Ásia-Pacífico


* Shanghai SE (China), +0,70%

* Nikkei (Japão): +1,88%

* Hang Seng Index (Hong Kong): +1,35%

* Kospi (Coreia do Sul): +1,89%

* ASX 200 (Austrália): +0,15%


🌍 Europa


* STOXX 600: +0,35%

* DAX (Alemanha): +0,56%

* FTSE 100 (Reino Unido): -0,07%

* CAC 40 (França): +0,73%

* FTSE MIB (Itália): +0,41%


🌍 Commodities


* 🛢️Petróleo WTI, +1,50%, a US$ 62,77 o barril

* 🛢️Petróleo Brent, +1,39%, a US$ 65,80 o barril

* 🧲Minério de ferro negociado na bolsa de Dalian, +1,29%, a 707,00 iuanes (US$ 98,14)


🪙Bitcoin, +0,91%, a US$ 108.301,40


*📚MZ Investimentos*

*🗞️Jornal do Investidor*

Bankinter Portugal Matinal

 Análise Bankinter Portugal 


SESSÃO: E Trump voltou a falar. Anunciou novas restrições às exportações de tecnologia para a China, nomeadamente pediu aos fornecedores de software para chips que deixem de os vender, de forma a travar o desenvolvimento próprio de semis. Resultado? Bolsas em baixa ontem. No plano geopolítico, foram divulgadas informações de uma proposta da OTAN para que os membros aumentem a sua despesa em Defesa até 5% do PIB (vs. 2% atual), sendo 3,5% de investimento direto no sentido estrito da palavra defesa, enquanto os 1,5% restantes incluiriam despesas “relacionadas”, como a cibersegurança, proteção de costas e fronteiras ou atividades espaciais. Recordamos a nossa preferência por ambos os setores há vários trimestres (Carteiras Temáticas de Defesa e Cibersegurança). Por último, as Atas da Fed de 6/7 de maio não acrescem grandes novidades, como se esperava. Mantiveram taxas de juros, destacaram o amplo consenso sobre dar um tempo antes retomar às descidas e avisaram sobre o possível impacto na inflação e crescimento da política alfandegária atual.


Para hoje temos uma mistura de notícias positivas que animarão a sessão. O Tribunal de Comércio dos EUA declarou ilegal grande parte dos impostos alfandegários, todos exceto o aço, o alumínio e automóveis que vão por outra via, de Trump e dá-lhe 10 dias para os retirar. Considera que não poder alegar “emergência nacional” para legislar sobre política comercial sem passar pelo Congresso. Claro que Trump recorreu à decisão e lutará até ao fim para não cumprir a decisão, mas é um alívio para o mercado. 


Nvidia subiu +5% em aftermarket após publicar resultados melhores do que o estimado e praticamente em linha, apesar de incorporar o impacto previsto de 4.500 M$ das restrições às exportações de semis à China. Salesforce também em alta, +1%, após o fecho ao publicar resultados bons e melhorar as guias. Boas notícias para a tecnologia. 


CONCLUSÃO: Sessão de subidas na bolsa. Nvidia e a frente comercial apoiarão uma sessão em que a principal referência macro será a primeira revisão do PIB americano (-0,3% t/t anualizado 1T 2025 vs. +2,4% anterior). Veremos se será revisto em alta. 


S&P500 -0,6% NQ-100 -0,5% SOX -0,6% ES-50 -0,7% IBEX -1,0% VIX 19,3 BUND 2,55% T-NOTE 4,47% SPREAD 2A-10A USA=+49PB B10A: ESP 3,16% PT 3,04% FRA 3,22% ITA 3,54% EURIBOR 12M 2,06% USD 1,129 JPY 163,6 OURO 3.290$ BRENT 65,0$ WTI 61,9$ BITCOIN -2,1% (107.328$) ETHER -1,3% (2.635$).


FIM

quarta-feira, 28 de maio de 2025

Tudo q vai, volta....

 Governo Trump anuncia sanções que podem atingir Moraes


28/05/2025 11h21


O secretário de Estado norte-americano Marco Rubio anunciou a restrição de vistos contra autoridades estrangeiras que possam ser considerados como responsáveis por uma suposta censura contra cidadãos ou empresas americanas. A medida é uma reação a governos, parlamentos ou cortes que possam agir contra as plataformas digitais e na defesa da democracia.


"Durante demasiado tempo, os americanos foram multados, assediados e até acusados por autoridades estrangeiras por exercerem os seus direitos de liberdade de expressão", afirmou o chefe da diplomacia americana, nesta quarta-feira.


Ele não citou o caso de Alexandre de Moraes, mas diplomatas avaliam que a iniciativa pode acabar prejudicando o ministro brasileiro e outras autoridades do país que são acusadas nos EUA por medidas que prejudicam americanos. Nos últimos meses, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro passou a fazer uma campanha entre a base mais radical do trumpismo, na esperança de convencer a Casa Branca a agir contra o ministro do STF e outros nomes.


Um dos argumentos usados é que Moraes agiu contra as plataformas digitais, numa suposta operação de censura. Na Flórida, de fato, um processo foi aberto contra Moraes por parte da Rumble, plataforma ligada ao círculo mais próximo de Donald Trump.


Eduardo Bolsonaro comemora


Imediatamente, Eduardo Bolsonaro foi às redes sociais para comemorar. "Parabéns. No Brasil estamos cheios disso. EUA estão trazendo esperança por quem luta pela liberdade", escreveu o filho do ex-presidente indiciado por golpe de estado.


O que é a medida


Nas redes, Rubio explicou sua iniciativa:


"Hoje, estou a anunciar uma nova política de restrição de vistos que se aplicará a funcionários estrangeiros e a pessoas que sejam cúmplices da censura aos americanos. A liberdade de expressão é essencial para o modo de vida americano - um direito inato sobre o qual os governos estrangeiros não têm autoridade", afirmou o chefe da diplomacia americana.


"Os estrangeiros que trabalham para minar os direitos dos americanos não devem ter o privilégio de viajar para o nosso país", disse. "Seja na América Latina, na Europa ou em qualquer outro lugar, os dias de tratamento passivo para aqueles que trabalham para minar os direitos dos americanos acabaram", afirmou.


O UOL apurou que, caso um ministro brasileiro solicite um visto para ir aos EUA, terá sua autorização provavelmente negada se ficar constatado que ele atuou contra esses princípios defendidos por Rubio.


O secretário de Estado de Trump já havia alertado, na semana passada, que medidas contra Moraes estavam "em análise" e que existia uma "chance" de elas serem adotadas.


Há duas semanas, o UOL revelou que a Casa Branca considerava uma ação. Mas ainda pesava o impacto que ela poderia ter nas relações bilaterais.


O governo de Luiz Inácio Lula da Silva prepara uma resposta política forte caso Donald Trump opte por aplicar sanções específicas contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF. Não há qualquer previsão de que um gesto americano seja respondido com retaliações ou sanções por parte do Brasil. Mas o governo se prepara para declarar que o ato seria uma "ingerência inadmissível" nos assuntos domésticos do país.


EUA criticam "censura" na Europa contra plataformas digitais


Enquanto Rubio anunciava a medida, o Departamento de Estado ainda alertava aos europeus sobre o que poderia ocorrer caso optem pela censura.


"Em toda a Europa, os governos utilizaram as instituições políticas como armas contra os seus próprios cidadãos e contra o nosso patrimônio comum", escreveu Samuel Samson, conselheiro do Escritório de Democracia e Direitos Humanos do Departamento de Estado. "Longe de reforçar os princípios democráticos, a Europa transformou-se num viveiro de censura digital, migração em massa, restrições à liberdade religiosa e muitos outros ataques à auto-governação democrática", disse.


"Estas tendências preocupantes só aumentaram nos últimos anos", alertou. "No Reino Unido, a polícia está a prender cristãos - como Adam Smith-Connor e Livia Tossici-Bolt - por rezarem em silêncio à porta de clínicas de aborto. Em 2023, mais de 12 000 cidadãos britânicos foram detidos por publicações online, incluindo comentários críticos da crise migratória europeia, que as autoridades consideraram "grosseiramente ofensivas", disse.


Ele ainda cita que, na Alemanha, "o governo criou sistemas elaborados para monitorizar e censurar o discurso em linha sob o pretexto de combater a desinformação e prevenir ofensas".


"Quando os cidadãos alemães expressam preocupações legítimas sobre os impactos econômicos e sociais da globalização ou criticam os políticos, correm o risco de serem multados, rotulados de radicais ou mesmo de terem as suas casas invadidas pelas forças da ordem", afirmou.


"A Lei dos Serviços Digitais da União Europeia, que se destina a proteger as crianças de conteúdos nocivos em linha, é utilizada para silenciar as vozes dissidentes através de uma moderação de conteúdos orwelliana. Os reguladores independentes policiam agora as empresas de redes sociais, incluindo plataformas americanas proeminentes como o X, e ameaçam com multas imensas em caso de incumprimento dos seus regulamentos rigorosos em matéria de discurso", apontou.


Samson diz que este ambiente também restringe as eleições na Europa. "Tal como foi recentemente salientado pelo Secretário Rubio, o popular partido Alternative für Deutschland acaba de ser classificado como uma organização "extremista" pelos serviços secretos alemães, o que poderá levar à exclusão do partido do processo eleitoral", disse.


"A principal candidata às presidenciais francesas, Marine LePen, foi acusada de desvio de fundos e, ao contrário do procedimento habitual, foi imediatamente proibida de concorrer. Na Polônia e na Romênia, foram igualmente impostas restrições a determinados partidos políticos ou políticos. Ao mesmo tempo, nações cristãs como a Hungria são injustamente rotuladas como autoritárias e violadoras dos direitos humanos", afirmou.


"Os americanos estão familiarizados com estas tácticas. De fato, uma estratégia semelhante de censura, demonização e armamento burocrático foi utilizada contra o Presidente Trump e os seus apoiadores. O que isto revela é que o projeto liberal global não está a permitir o florescimento da democracia. Pelo contrário, está a espezinhar a democracia e, com ela, a herança ocidental, em nome de uma classe governante decadente que tem medo do seu próprio povo", alertou o diplomata americano.


Segundo ele, "a supressão do discurso, a facilitação da migração em massa, o direcionamento da expressão religiosa e o enfraquecimento da escolha eleitoral ameaçam os próprios alicerces da parceria transatlântica".


"Uma Europa que substitui as suas raízes espirituais e culturais, que trata os valores tradicionais como relíquias perigosas e que centraliza o poder em instituições irresponsáveis é uma Europa menos capaz de se manter firme contra as ameaças externas e a decadência interna", disse.


Ele ainda lembrou que Rubio atuará sempre no interesse nacional dos EUA. "O retrocesso democrático da Europa não só afeta os cidadãos europeus, como também afeta cada vez mais a segurança e os laços econômicos americanos, juntamente com os direitos de liberdade de expressão dos cidadãos e das empresas americanas", alertou.


Reportagem



Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.


https://noticias.uol.com.br/colunas/jamil-chade/2025/05/28/governo-trump-anuncia-sancoes-que-podem-atingir-moraes.htm

Fabio Alves