Análise Bankinter Portugal
SESSÃO: Um pouco mais de caos alfandegário e um pouco menos de inflação. Esse poderá ser o resumo para hoje. Aceita-se o recurso de Trump para que os impostos alfandegários voltem a estar em vigor até sentença definitiva, que provavelmente corresponderá ao Tribunal Supremo se decide elevá-lo até lá. Mas o mais simples para conseguir avançar com os mesmo será passá-los pelas câmaras (Representantes e Senado), onde tem a maioria. Parece improvável que sejam bloqueados. Por isso, Ásia fraca (Japão -0,9%), mas os futuros americanos nem tanto, quase planos, porque as notícias de estilo vaivém têm cada vez menos credibilidade e influência. A única coisa que sabemos de certeza é que o prémio de risco é superior, porque a incerteza sobre o contexto (economia, mercado) também o é. Isso é o que ficará quando o ruído de fundo se silenciar. E isso não é melhor, mas pior do que em 2023/24. Uma boa prova disto é a revisão do PIB 1T’25 americano de ontem: desde -0,3% preliminar até -0,2% revisto, mas a estética não nos deve enganar, porque o Consumo Privado é revisto até +1,2% desde +1,8%, sendo a Despesa Pública o principal responsável da melhoria na revisão (-0,7% vs. -1,4% preliminar). Esta revisão tampouco é um assunto bom, pelo contrário.
E um pouco menos de inflação. Sim, porque hoje saem inflações de abril ainda em baixa: às 8 h, ESP (+2,0% vs. +2,2%), 10 h ITA (+1,7% vs. +1,9%), ALE (+2,0% vs. +2,1%) e, principalmente, 13:30 h o Deflator do Consumo (PCE) americano (+2,2% vs. +2,3%). Provavelmente irá impor-se a benignidade da inflação e isso permita uma modesta subida das bolsas, evoluindo a sessão de menos a mais, embora “muito pouco mais” (+0,2%?). A inflação irá aumentar a partir de maio/junho, mas ainda não. Isso irá proporcionar uma sensação de conforto transitório pouco fiável. Porque estamos onde estávamos depois da queda de -20% de Nova Iorque em inícios de abril e da sua posterior recuperação: com Nova Iorque plana no ano e Europa ca.+10%, beneficiada pelo fluxo de fundos desde os EUA, mas nada mais que seja sólido. E é provável que continuemos nesta situação até que a inflação comece a aumentar e o mercado se dê conta que as estimativas de lucros não deixam de ser revistas em baixa.
CONCLUSÃO: Evolução para melhor ao longo da sessão, embora muito modesta. As inflações suaves irão ajudar que assim seja. Sensação de estar à expetativa. A atenção irá mudar para a descida de taxas de juros do BCE (-25 p.b., até 2,25/2,40%) e o emprego americano da próxima semana, sendo o mais relevante o que diga o BCE sobre se pausará ou não as suas descidas de taxas de juros em julho.
S&P500 +0,4% Nq-100 +0,2% SOX +0,5% ES50 -0,1% IBEX +0,1% VIX 19,2% Bund 2,51% T-Note 4,42 Spread 2A-10A USA=+48pb B10A: ESP 3,11% PT 3,00% FRA 3,18% ITA 3,49% Euribor 12m 2,070% (fut.2,013%) USD 1,134 JPY 163,3 Ouro 3.295$ Brent 63,9$ WTI 60,7$ Bitcoin -0,1% (106.024$) Ether -0,5% (2.630$).
FIM
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