segunda-feira, 26 de maio de 2025

Gustavo Franco

 🔴💣 *GUSTAVO FRANCO DETONA PACOTE ECONÔMICO E COMPARA LULA 3 A DILMA 2* 💸⚠️


No artigo “Contando os minutos”, publicado em 25 de maio de 2025 no jornal O Estado de S. Paulo, o economista Gustavo H. B. Franco faz duras críticas ao pacote econômico do governo Lula 3. Segundo ele, o plano se apoia em manobras orçamentárias e no uso do IOF como imposto regulatório, o que remete à extinta e impopular CPMF. Franco afirma que não houve corte real de gastos, apenas adiamentos de despesas para cumprir a “meta” fiscal. Ele classifica a arrecadação de R$ 30 bilhões via IOF como medida mal recebida pelo mercado. O autor ainda ironiza a proposta como “menos irresponsável possível”. Para ele, Lula 3 caminha para repetir os erros da gestão Dilma, com aumento de gastos e pouca disposição para reformas. A crítica sugere um retorno à chamada Nova Matriz Macroeconômica, considerada fracassada. Segundo Franco, o país perde credibilidade ao abandonar o rigor fiscal. O texto termina com a avaliação de que “não parece haver mais dúvida de que o Lula 3 é uma espécie de Dilma 2”. (TC)

STEPHEN KANITZ

 Stephen Kanitz

21/05/24
“As Portas Se Fecham Para Nós Brasileiros.
Quem teve juízo já foi embora.
Quem ficou, ficará — para sempre.
Os últimos a saírem ainda conseguiram um visto italiano, português, americano. Os que zombaram da política, que votaram “no que fala pouco”, agora vão entender o preço da omissão.
No Brasil do futuro — que já começou — você somente obedecerá.
Obedecerá calado.
Pagará impostos cada vez mais pesados, aceitará uma saúde pública em colapso, verá seus filhos estudarem em escolas sucateadas. E ainda agradecerá, pois reclamar será crime.
Desde o fim do regime militar, único período de crescimento sustentado, nossa renda per capita foi cortada pela metade.
Dado escondido pelo IBGE, abafado pela imprensa.
Caímos do 40º onde hoje está a Grécia, para o 81º lugar no ranking global de renda.
Sim, caímos — e acreditamos todo este tempo estar subindo.
Foram 40 anos de doutrinação.
Nossos jornalistas, intelectuais e professores venceram: conseguiram fazer o país regredir em nome de justiça social — uma justiça que só distribui miséria.
Como ex-professor universitário, afirmo: nunca ouvi na USP uma conversa séria sobre crescimento. Só sobre distribuição.
Nunca discutimos eficiência. Só aumento de gastos.
Nunca produtividade. Só aumento de salários do funcionalismo.
Agora, quando o Brasil se tornar verdadeiramente inviável, Flórida e Portugal não estarão com os braços abertos para nos receber. Estarão com os portões trancados. E com razão.
A esperança de que Tarcísio, Caiado, ouRatinho, poderão mudar tudo isso sozinhos, é uma ingenuidade atroz.
Como se trocar o piloto mudasse o avião em queda.
A verdade é amarga: 1,5 milhão de brasileiros irresponsáveis, somados aos 12 milhões que anularam o voto, colocaram no poder um condenado em três instâncias. Mesmo que a primeira instância fosse falha, a segunda e a terceira confirmaram e isso ainda não foi contestado.
Prepare-se. O Brasil caminha para mais 50 anos de estagnação, comandado por políticos e economistas que vivem do que você produz, sem entregar nada em troca.
Mas ainda há tempo para reagir.
Comece se educando, politicamente e economicamente.
Exija reformas, desmascare as mentiras, confronte o discurso único.
Ensine seus filhos a pensar — e não a repetir slogans.
Denuncie o populismo, o aparelhamento, a corrupção sistêmica. Vote com coragem, com lucidez, com memória.
O futuro do Brasil não será diferente enquanto os brasileiros forem os mesmos. Mude. Agora.
Ou se conforme em assistir o país definhar — por sua culpa.”

Populismo na veia

 Investimentos para esse final de governo Lula acreditando que será semelhante ao final do governo Dilma!



Excelente pergunta — entender o contexto econômico do fim do primeiro mandato da Dilma Rousseff (2010–2014) e o início do segundo (2015) ajuda muito a avaliar cenários futuros semelhantes, inclusive se você projeta algo parecido para o fim do governo atual.



Contexto Econômico – Dilma 1 (2011–2014)


Início com otimismo (2011)

PIB ainda vinha no embalo do boom das commodities e do crescimento chinês.

Baixo desemprego, consumo forte e programas como o PAC e Minha Casa Minha Vida impulsionavam a atividade.


Declínio progressivo

Crescimento caiu de 7,5% (2010) para 0,5% (2014).

Inflação começou a subir e o governo adotou políticas de controle de preços (ex: represamento dos combustíveis e tarifas públicas).

Houve forte intervenção estatal: desonerações setoriais, controle de preços e pedaladas fiscais.



Início do segundo mandato – Dilma 2 (2015)


Reversão abrupta de expectativas

Para conter a deterioração fiscal, Dilma nomeia Joaquim Levy (ortodoxo) como Ministro da Fazenda.

Tentativa de ajuste fiscal gerou choque de confiança: o mercado viu a reversão como tardia e contraditória.

País entra em recessão profunda: PIB cai -3,8% em 2015, inflação explode e o desemprego sobe fortemente.

Crise política e econômica simultâneas: perda do grau de investimento, impeachment e retração no investimento privado.



Comparando com o cenário atual (governo Lula 3, 2023–2026)


Se você acredita que o final do governo Lula 3 poderá repetir padrões de 2014-2015, aqui vão as principais lições como investidor:



Lições para o investidor


1. Nunca subestime o impacto de expectativas fiscais

O mercado tolera déficits, mas exige previsibilidade.

Quando há “criatividade fiscal” ou sinalizações dúbias, há fuga de capital e elevação dos juros longos.


2. Proteja-se contra inflação escondida

Em 2014, o controle artificial de preços gerou uma inflação reprimida que explodiu depois.

Em cenário similar, ativos atrelados à inflação (NTN-B, IPCA+) tendem a se valorizar.


3. Diversifique geograficamente

Em 2015, muitos investidores com posição no exterior (em dólar) se protegeram da forte desvalorização do real.

Manter uma parte do portfólio em ativos internacionais é uma forma de hedge político e cambial.


4. Evite setores altamente dependentes do governo

Elétricas, petrolíferas e bancos públicos sofreram fortemente com intervenção estatal.

Prefira empresas com baixa dependência de regulação ou subsídios.


5. A hora de sair é antes do colapso

O ajuste de portfólio em 2014–2015 foi brutal. Quem antecipou a deterioração (vendendo Bolsa Brasil, comprando dólar, indexados ao IPCA) preservou patrimônio.



Exemplo prático


Se hoje o mercado começa a precificar:

Gasto público fora de controle, sem âncora fiscal crível,

Tentativas de crescimento forçado via bancos públicos,

E pressões sobre o Banco Central,


…então pode ser um sinal de alerta semelhante a 2013–2014.



Se quiser, posso montar um portfólio modelo conservador ou balanceado para esse cenário de risco fiscal e político. Quer seguir por esse caminho?

Uma casta acima da lei

 Uma casta acima da lei


A condenação de uma jornalista por divulgar dados públicos mostra que a toga virou escudo. E o Judiciário, uma corporação que intimida críticos e se protege sob o manto da honra ofendida


A condenação da jornalista Rosane Oliveira e do jornal Zero Hora pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) a pagar R$ 600 mil por divulgar a remuneração de uma desembargadora é mais do que um erro judicial: é uma violência contra a democracia liberal. A sentença não só ignora o direito fundamental de acesso à informação, como representa um ataque frontal à liberdade de imprensa – um dos pilares de qualquer sociedade aberta.


A desembargadora Iris Medeiros Nogueira, quando presidente do TJ-RS, teve vencimentos de R$ 662 mil em um único mês – quase 15 vezes o teto constitucional – reportados com base em dados do Portal da Transparência. A própria sentença reconhece que os dados publicados eram “públicos e verídicos”, mas condena a jornalista por uma suposta “linguagem sarcástica” e “abalo à imagem” da magistrada. Trata-se de uma decisão que pune não o erro, mas a irreverência; não a calúnia, mas o incômodo causado a uma casta acostumada a não ser contrariada. É autoritarismo em sua forma mais pérfida, sob o disfarce de tutela da honra.


O episódio é só um sintoma da arbitrariedade crescente de um Judiciário que se comporta como casta extrativista: uma elite blindada por prerrogativas autoatribuídas que subverte instrumentos do Estado para preservar seus privilégios e amordaçar seus críticos.


Os juízes brasileiros institucionalizaram a violação ao teto salarial constitucional. Subterfúgios como a “venda” de férias (de 60 dias), auxílios não remuneratórios e licenças especiais são empregados para fabricar, manter e ampliar privilégios. Segundo levantamento da Transparência Brasil feito com 18 dos 27 tribunais do País, todos receberam em 2023 salários médios brutos acima do teto constitucional: 69% ultrapassaram entre R$ 100 mil e R$ 499 mil, e 15% em mais de R$ 500 mil.


A lógica corporativista é reforçada por mecanismos de autoproteção. Juízes delinquentes frequentemente recebem como “punição” a aposentadoria com vencimentos integrais. O assédio judicial à imprensa também se tornou rotineiro: jornalistas vêm sendo alvos de processos milionários por expor abusos de poder, numa manobra que visa a silenciar o jornalismo investigativo por intimidação financeira. Editoras, colunistas e até humoristas são arrastados aos tribunais por criticarem decisões judiciais ou reportarem fatos incômodos a membros da magistratura.


A metástase chega até a cabeça. O Supremo Tribunal Federal (STF) também tem dado mostras de intolerância à crítica pública. Desde 2019, o STF ordenou buscas e apreensões contra jornalistas e influenciadores sem participação formal do Ministério Público, no âmbito do chamado “inquérito das fake news”, conduzido de ofício pela Corte, numa perversão processual inédita. Em 2021, o Tribunal confirmou uma indenização imposta ao jornalista Rubens Valente por publicar um livro-reportagem sobre Gilmar Mendes – apesar de o conteúdo ser factual, sem ataques pessoais e baseado em dados públicos. Também foi o STF que, em 2019, determinou a retirada do ar de uma reportagem da revista Crusoé sobre o ministro Dias Toffoli, num dos episódios mais vergonhosos de censura judicial da Nova República. É esse o Poder que quer regular as redes sociais?


Essa simbiose entre privilégio e autoritarismo corrói o Estado Democrático de Direito. Quando a magistratura abandona sua função contramajoritária equilibrada e se converte em corporação blindada, não há mais freios nem contrapesos reais. A corrupção discutida aqui não é a do dinheiro em envelopes – é a corrupção institucional, a desfiguração das funções constitucionais do Judiciário, tornando-o instrumento de acúmulo patrimonial, interferência política e repressão contra quem ousa revelar seus erros à sociedade.


É constrangedor para este jornal repetir o óbvio: não há democracia sem imprensa livre. E não há imprensa livre onde jornalistas são condenados por dizer a verdade. O Judiciário brasileiro, ao agir como senhor feudal da informação e inimigo da crítica, trai seu papel constitucional e ameaça a própria República que deveria proteger. Um poder sem limites, mesmo vestido da mais fina toga, se torna tirania.



https://www.estadao.com.br/opiniao/uma-casta-acima-da-lei/?utm_source=instagram:linkinbio&utm_medium=social-organic&utm_campaign=redes-sociais:052025:e&utm_content=:::&utm_term=&_gl=1*1b340sb*_gcl_au*MTM4ODIwNDc1NS4xNzQ4MTE3MDcy*_ga*NTIwNTk0MDA3LjgzNTI3ODk4Mw..*_ga_H1D7PSZ1DW*czE3NDgxOTA3OTUkbzIkZzAkdDE3NDgxOTA3OTUkajYwJGwwJGgxNzY4MDY5Njc3JGRzNGdLaG1vbmQ3b0szcUlITG1nZmJHY243bmpBNFJZZVlR

Bateção de cabeça

 Kotscho: Bateção de cabeça no governo mina o projeto de Lula 4



25/05/2025 14h47


"Só perco essa eleição para mim mesmo", desabafou o presidente Lula para aliados nessa semana, ao voltar de mais uma vilegiatura no exterior, diante do clima de barata voa que encontrou no governo e as divisões na oposição pós-Bolsonaro inelegível.


Não deixa de ser verdade, e não tem nada a ver com a idade ou a saúde do presidente. Na pilha de crises e problemas que encontrou sobre a sua mesa no Planalto, a bateção de cabeça entre ministros, o fogo amigo e os tiros no pé do governo, dando munição aos adversários, deixaram Lula sem saber por onde começar para desatar os nós e botar ordem na casa.


E a cada dia a coisa piora. Já não dá para colocar a culpa na comunicação, muito menos na oposição, que só está preocupada com anistia para Bolsonaro. Basta ver o que aconteceu na quinta-feira, quando o governo ia anunciar mais um corte de gastos para salvar o arcabouço fiscal.


Antes que os ministros Haddad e Tebet, em Brasília, pudessem anunciar e explicar as medidas, os dois levaram um "furo", como se diz no jargão jornalístico, do colega dos Transportes, Renan Filho, que vazou as novidades durante um evento em São Paulo.


Pior: apenas 6 horas após o anúncio oficial, Haddad teve que fazer o primeiro recuo diante da repercussão negativa do aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), que fez a Bolsa cair e o dólar subir. Falou-se mais disso do que do congelamento de R$ 30,1 bilhões nas despesas do governo, que seria uma notícia positiva.


Na mesma semana, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que já tinha sido derrotada pelo ministro Alexandre Silveira, das Minas e Energia, na discussão sobre a exploração de petróleo na foz do Amazonas, levou mais uma rasteira no governo com o "liberou geral" dos licenciamentos e controles ambientais promovido pela bancada ruralista, sob o comando do "aliado" Davi Alcolumbre, o novo poderoso de Brasília.


Marina e Haddad acumulam derrotas nos embates dentro do ministério e foram perdendo prestígio em duas áreas vitais para a credibilidade e popularidade do governo. Até quando eles resistirão estoicamente, num cenário de puxadas de tapete e bolas nas costas, com Lula tendo que mediar a toda hora o corte de gastos com o aumento de despesas?


É um cenário bem diferente do que vimos nos governo Lula 1 e Lula 2, quando o presidente não teve que entrar em tantas bolas divididas e podia viajar sem sustos dentro e fora do Brasil, porque tinha na retaguarda José Dirceu, no começo, e, depois, Dilma Rousseff, que administravam as divergências internas e as relações com a base aliada. Eram equipes mais unidas e coesas que acompanhavam o presidente desde a primeira campanha presidencial, em 1989.


Agora, no Lula 3, com um ministério bem mais fraco e desunido do que os anteriores e um Congresso muito mais hostil e empoderado, o presidente já não mostra a mesma disposição e paciência para apagar incêndios e assumir a articulação política nas situações de crise, que se acumulam entre uma viagem e outra.


O governo, a esta altura, está sempre correndo atrás do prejuízo, demorando a reagir, cedendo cada vez mais parcelas de poder ao Congresso, sem conseguir retomar a iniciativa das ações políticas para reverter a curva descendente nas pesquisas.


Falta pouco mais de um ano e meio para a próxima eleição presidencial, mas neste momento o panorama é sombrio para o projeto de Lula 4. Na pesquisa Ipespe divulgada na última semana, 54% desaprovam e 40% aprovam o governo, mas o mais preocupante para o governo é a resposta dada quando perguntaram o que esperar da gestão Lula nos próximos meses: para 44%, ainda vai piorar.


Como reverter este sentimento pessimista? Não basta investir na comunicação do que já foi feito, mas oferecer algo novo ao eleitorado para voltar a acreditar no próprio taco. Quando o maior adversário do governo é o próprio governo, fica difícil encontrar respostas. Em reforma ministerial, já nem se fala mais.


Vida que segue.


Opinião



Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.


Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL


Kotscho: Bateção de cabeça no governo mina o projeto de Lula 4

25/05/2025 14h47

19.05.25 - O presidente lula em evento no Palácio Itamaraty, em Brasília

19.05.25 - O presidente lula em evento no Palácio Itamaraty, em Brasília Imagem: EVARISTO SA / AFP

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"Só perco essa eleição para mim mesmo", desabafou o presidente Lula para aliados nessa semana, ao voltar de mais uma vilegiatura no exterior, diante do clima de barata voa que encontrou no governo e as divisões na oposição pós-Bolsonaro inelegível.


Não deixa de ser verdade, e não tem nada a ver com a idade ou a saúde do presidente. Na pilha de crises e problemas que encontrou sobre a sua mesa no Planalto, a bateção de cabeça entre ministros, o fogo amigo e os tiros no pé do governo, dando munição aos adversários, deixaram Lula sem saber por onde começar para desatar os nós e botar ordem na casa.


E a cada dia a coisa piora. Já não dá para colocar a culpa na comunicação, muito menos na oposição, que só está preocupada com anistia para Bolsonaro. Basta ver o que aconteceu na quinta-feira, quando o governo ia anunciar mais um corte de gastos para salvar o arcabouço fiscal.


Antes que os ministros Haddad e Tebet, em Brasília, pudessem anunciar e explicar as medidas, os dois levaram um "furo", como se diz no jargão jornalístico, do colega dos Transportes, Renan Filho, que vazou as novidades durante um evento em São Paulo.


Pior: apenas 6 horas após o anúncio oficial, Haddad teve que fazer o primeiro recuo diante da repercussão negativa do aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), que fez a Bolsa cair e o dólar subir. Falou-se mais disso do que do congelamento de R$ 30,1 bilhões nas despesas do governo, que seria uma notícia positiva.


Na mesma semana, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que já tinha sido derrotada pelo ministro Alexandre Silveira, das Minas e Energia, na discussão sobre a exploração de petróleo na foz do Amazonas, levou mais uma rasteira no governo com o "liberou geral" dos licenciamentos e controles ambientais promovido pela bancada ruralista, sob o comando do "aliado" Davi Alcolumbre, o novo poderoso de Brasília.


Marina e Haddad acumulam derrotas nos embates dentro do ministério e foram perdendo prestígio em duas áreas vitais para a credibilidade e popularidade do governo. Até quando eles resistirão estoicamente, num cenário de puxadas de tapete e bolas nas costas, com Lula tendo que mediar a toda hora o corte de gastos com o aumento de despesas?


É um cenário bem diferente do que vimos nos governo Lula 1 e Lula 2, quando o presidente não teve que entrar em tantas bolas divididas e podia viajar sem sustos dentro e fora do Brasil, porque tinha na retaguarda José Dirceu, no começo, e, depois, Dilma Rousseff, que administravam as divergências internas e as relações com a base aliada. Eram equipes mais unidas e coesas que acompanhavam o presidente desde a primeira campanha presidencial, em 1989.


Agora, no Lula 3, com um ministério bem mais fraco e desunido do que os anteriores e um Congresso muito mais hostil e empoderado, o presidente já não mostra a mesma disposição e paciência para apagar incêndios e assumir a articulação política nas situações de crise, que se acumulam entre uma viagem e outra.


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O governo, a esta altura, está sempre correndo atrás do prejuízo, demorando a reagir, cedendo cada vez mais parcelas de poder ao Congresso, sem conseguir retomar a iniciativa das ações políticas para reverter a curva descendente nas pesquisas.


Falta pouco mais de um ano e meio para a próxima eleição presidencial, mas neste momento o panorama é sombrio para o projeto de Lula 4. Na pesquisa Ipespe divulgada na última semana, 54% desaprovam e 40% aprovam o governo, mas o mais preocupante para o governo é a resposta dada quando perguntaram o que esperar da gestão Lula nos próximos meses: para 44%, ainda vai piorar.


Como reverter este sentimento pessimista? Não basta investir na comunicação do que já foi feito, mas oferecer algo novo ao eleitorado para voltar a acreditar no próprio taco. Quando o maior adversário do governo é o próprio governo, fica difícil encontrar respostas. Em reforma ministerial, já nem se fala mais.


Vida que segue.


Opinião



Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.


Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL


https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2025/05/25/kotscho-batecao-de-cabecas-no-governo-mina-o-projeto-de-lula-4.htm

Bankinter Portugal Matinal 2605

 Análise Bankinter Portugal 


SESSÃO: Restará subir, com Nova Iorque fechada e após a mudança de Trump à sua mudança anterior. Já se sabe que quando as circunstâncias dão uma volta de 360º voltam ao seu estado original, que nada mudou. É o caso. Na sexta-feira, Trump assustou e reconduziu o fim de semana, confirmando, assim, a sua “política de psiquiátrico” em que o melhor que se pode fazer é reduzir riscos, porque os riscos estão há algum tempo a serem assimétricos, muito assimétricos.


Na sexta-feira à tarde, Trump afirmou que Apple deve pagar um imposto alfandegário de 25% pelos seus telemóveis fabricados fora dos EUA (como efetivamente se pode interpretar que aconteça, tendo em conta os seus componentes) e que irá impor um imposto alfandegário de 50% à UE, visto que as negociações comerciais não avançam. Mas hoje, segunda-feira, parece que já não… que a Europa tem até 9 de julho para negociar. Esta erraticidade apoia a nossa convicção de que o risco implícito do mercado é incoerente com as recentes subidas das bolsas. Este contexto confuso e instável torna conveniente uma estratégia cética e bastante conservadora. Porque na sexta-feira foram Apple e UE, mas Trump poderia ter escolhido qualquer outra coisa e teria acontecido o mesmo.


Hoje arrancamos com Nova Iorque fechada devido a feriado, depois de uma mudança para pior com base na reativação dos impostos alfandegários por parte de Trump. Mas, após a chamada adequada de Von Der Leyen este fim de semana, agora “concede” à Europa até 9 de julho para negociar. Continuamos fixos na política da ciclotimia, na política de psiquiátrico. Porque, após esta substituição da substituição anterior, hoje resta subir o retrocesso de sexta-feira. Ou pode ser que não, se Trump afirmar outra coisa esta tarde. Menos mal que é feriado em Nova Iorque.


Focando no que pode ser analisado, esta manhã sairão Pedidos de Bens Duráveis anormalmente baixos, depois do mês anterior ter sido anormalmente elevado (+9,2%) devido à antecipação de pedidos para contornar os impostos alfandegários e um pedido extraordinário de 192 aviões de Boeing. Um dado contrastará com outro. Também a Confiança do Consumidor americano, a melhorar um pouco desde um nível tão baixo como 86, semelhante ao observado durante alguns meses da pandemia. Na quarta-feira, após o fecho de Nova Iorque, publicação de Nvidia (EPS 0,88 $; +44%) e Salesforce (EPS 2,55 $; +4,5%). Consideramos improvável que Nvidia dececione, portanto influenciará positivamente na sessão de quinta-feira. Nesse mesmo dia sairá o PIB 1T americano revisto, que poderá ser menos mau do que -0,3% preliminar e ajudar um pouco. Igual a sexta-feira, com o Deflator de Consumo (PCE) americano, que se espera que retroceda 1 décima (+2,2% vs. +2,3%; Subjacente +2,5% vs. +2,6%) porque se trata do registo de abril, ainda, e as tensão inflacionistas não se deixarão ver até maio/junho. Isto também será bastante bom.


CONCLUSÃO: A chave será comprovar como o mercado absorve a política de psiquiátrico. Porque a complacência irá cobrar caro. De momento, hoje a Europa irá subir para contrastar com a descida de sexta-feira, com Nova Iorque fechada. O USD já alcançou 1,14/€, como temos vindo comentando. A yield das obrigações de longa duração deverá elevar-se pouco a pouco pelo term premium comentado, e isso não facilitará a situação às avaliações das bolsas, pelo contrário. Será um processo de reajusto prolongado e lento. Mas esta semana tem bom aspeto. Ou, pelo menos, arranca com bom aspeto. Depois Trump decide se a prejudica ou não.


S&P500 -0,7% Nq-100 -0,9% SOX -1,5% ES50 -1,8% IBEX -1,2% VIX 22,3% Bund 2,57% T-Note 4,51 Spread 2A-10A USA=+52pb B10A: ESP 3,20% PT 3,08% FRA 3,27% ITA 3,59% Euribor 12m 2,096% (fut.2,019%) USD 1,140 JPY 162,8 Ouro 3.348$ Brent 65,0$ WTI 61,7$ Bitcoin -0,7% (109.672$) Ether -3,7% (2.569$). 


FIM

BDM Matinal Riscala 2605

 Bom dia


[26/05/25]


… A semana começa com feriados nos EUA e Reino Unido, mas os futuros de NY operam normalmente e, no fim da noite deste domingo, saltavam com a decisão de Trump de adiar a tarifa de 50% à UE até 9 de julho, após telefonema com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Na 6ªF, ele estressou o mercado ao ameaçar adotar a taxa em 1º de junho. A agenda de indicadores é cheia, aqui e no exterior, com destaque para o PIB americano e brasileiro, além de dados da inflação (IPCA-15 e PCE). No calendário corporativo, a expectativa é para o balanço da Nvidia, na 4ªF. Ainda no Brasil, saem dados do emprego, com Caged e IBGE, e os números consolidados do setor público de abril, em meio ao desencontro das medidas fiscais que acompanharam o Relatório Bimestral de Receitas e Despesas. No mercado, pesa o mal-estar causado pelo aumento do IOF com objetivo arrecadatório, embora a Fazenda tenha recuado poucas horas depois, evitando maior estrago.


… Em Brasília, o caso está sendo explorado politicamente pela oposição, em proporção comparada à crise do Pix e ao que ficou conhecido como o imposto das blusinhas. Mas para os investidores é ainda pior dessa vez, porque atingiu a credibilidade da Fazenda.


… De onde os técnicos da equipe econômica tiraram a ideia de que o ajuste “regulatório” colaria no mercado? Se eles mesmos reforçaram o impacto de arrecadação de R$ 20 bilhões este ano e mais de R$ 40 bilhões em 2026 com as mudanças do IOF?


… O fato de a Fazenda ter recuado na medida mais sensível, mantendo zeradas as alíquotas para os fundos e os investimentos de pessoas físicas no exterior, não apaga o que foi feito. Não se trata apenas de uma “correção de rota”, como disse o ministro.


… Haddad repetiu um milhão de vezes que não haveria aumento de impostos, trabalhou incansavelmente na reforma tributária para que não se elevasse a média geral de tributação, garantiu o tempo todo o apoio de Lula ao arcabouço e aos cortes necessários.


… É verdade que, no esforço de obter o equilíbrio fiscal e atingir as metas, buscou até o último centavo elevar a arrecadação. Mas quando esse caminho se fechou, tenta passar um atalho que mais se parece com um cavalo de pau e se confunde com controle cambial.


… Ninguém entende como os assessores da Fazenda não conseguiram prever o efeito negativo de um ajuste fiscal dessa natureza.


… É legítimo, portanto, que as desconfianças sejam ampliadas, sobretudo quando se aproxima o ano eleitoral e a inclinação para os gastos se torna mais urgente. Foi uma pisada de bola inexplicável e que ainda poderá custar caro ao governo.


… Em evento na 6ªF, ficou clara a posição contrária de Gabriel Galípolo, cujo nome foi usado em vão pelos secretários de Haddad naquela entrevista para explicar os motivos das mudanças no IOF. Não é assim que se ajuda o BC e a política monetária.


… Em reunião trimestral com os diretores Diogo Guillen e Paulo Picchetti do Banco Central, hoje em São Paulo (9h30), é provável que os economistas mencionem o episódio, que levou o mercado a zerar as apostas em nova alta da Selic (leia abaixo).


HADDAD – Em entrevista ao jornal O Globo, no fim de semana, o ministro Fernando Haddad disse que o aumento do IOF anunciado na última 5ªF é um tema que foi estudado pelo governo “há bastante tempo” e discutido na mesa do presidente Lula.


… “Essa regularização do IOF está sendo estudada há bastante tempo. Nós fizemos (o decreto) pela oportunidade de fazer um combo, prevendo (aumento de) receita, bloqueio, contingenciamento, mas essas medidas estão sendo analisadas há mais de um ano.”


… Sobre a eventual participação do presidente do BC nas discussões, Haddad disse que foi feita uma longa discussão no gabinete sobre muitos assuntos, incluindo as medidas, mas que Galípolo não participou da elaboração do decreto e nem leu o documento.


… Segundo o ministro, a decisão de voltar atrás e retomar a isenção de investimentos no exterior de brasileiros foi “absolutamente técnica” e tomada após a consulta da opinião de conselheiros próximos.


… A imposição da taxa, nesse caso específico, foi interpretada por agentes do mercado como uma tentativa de controlar o capital.


… Questionado se o episódio gerou descrédito na equipe econômica, ele afirmou que vê o contrário.


… “Quanto mais você dialoga, é franco e humilde, mais constrói reputação. Inclusive quando não reconhece mérito nas críticas e avança, como a taxação de fundos offshore, fundos fechados e reforma da renda. Não recuamos, porque eram justas as propostas.”


… Segundo Haddad, a reação do mercado em dezembro após o anúncio da isenção de imposto de renda para salários de até R$ 5 mil “não era justificável”. “Mas o que aconteceu agora é justificável. Por isso, atendemos prontamente ao pleito depois de uma revisão técnica.”


… Ao ser questionado sobre a possibilidade de novas revisões das medidas anunciadas, o ministro disse que está sempre reavaliando as medidas regulatórias da Fazenda para atingir os objetivos da política econômica.


… “A equipe está a todo momento calibrando CRI, CRA (certificados de recebíveis imobiliários e do agronegócio), LCI, LCA (letras de crédito imobiliário e do agro) e o IOF, sendo que várias dessas calibragens passam despercebidas.”


O QUE ESTÁ VALENDO – O IOF passou a ser de 3,5% para compras no exterior com cartões de crédito, débito ou pré-pago, compra e saque de moeda estrangeira em espécie e remessa para contas internacionais de banking.


… Alguns bancos, como o BTG Pactual, estão mantendo aos clientes especiais o IOF de 1,1% nas compras internacionais.


… Para as remessas de contas internacionais de investimento, o IOF passou de 0,38% para 1,1%; recebimento de valores do exterior, o IOF permanece em 0,38%; importações, exportações, lucros, dividendos e fundos no exterior: continuam com IOF zerado (0%).


MAIS AGENDA – Ainda hoje, o BC divulga o boletim Focus (8h25) e as transações correntes em abril (8h30), com previsão de déficit de US$ 2 bi, segundo mediana do Broadcast, pouco abaixo do saldo negativo de US$ 2,244 bilhões em março, graças às exportações de soja.


… Para o Investimento Direto no País (IDP), a mediana indica entrada líquida de US$ 5 bilhões em abril, menor que o saldo positivo que foi registrado no mês anterior, de US$ 6 bilhões. As expectativas vão de US$ 3,3 bilhões a US$ 7,8 bilhões.


… Ainda hoje, a FGV divulga a confiança do consumidor de maio (8h), que ficou em 84,8 em abril, e na Zona do Euro falam dois dirigentes do BCE: a presidente Christine Lagarde (11h30) e Joachim Nagel, presidente do Bundesbank (10h30).


NA SEMANA – Os próximos dias têm ainda novos discursos de Fed boys, com John Williams e Christopher Waller amanhã (3ªF), Neel Kashkari, Thomas Barkin, John Williams (4ªF), Adriana Kugler (5ªF), Raphael Bostic e Austin Goolsbee (6ªF).


… Amanhã, o IPCA-15 de maio deve acelerar para 0,44%, um pouco acima da alta de 0,43% registrada em abril, enquanto o PIB/1Tri sai na 6ªF, com expectativa de forte expansão, após a prévia do BC, o IBC-Br, ter fechado o período com alta de 1,3%.


… Os resultados consolidados do setor público no Brasil saem na 6ªF, mesmo dia em que serão divulgados nos EUA o PCE de abril, que é o índice preferido de inflação do Fed, e o índice de confiança do consumidor medido pela Universidade de Michigan.


… Já o PIB americano sai na 5ªF, referente à 2ª prévia, sendo que a primeira mostrou retração de 0,3%, causada pelo setor externo.


… Na 4ªF, será divulgada a ata da última reunião de política monetária do Fed e, no Brasil, o Caged de abril. A taxa de desemprego do IBGE está prevista para 5ªF, junto com o IGP-M de maio e os dados de empréstimos bancários do Banco Central em abril.


… Encerrando a semana, a China divulga na noite de 6ªF os dados do PMI de maio.


CONGRESSO – Há expectativa de discussão de propostas esta semana para barrar a cobrança extra de IOF anunciada pelo governo, além da escolha do relator da MP do setor elétrico e de nova reunião da Comissão que analisa a reforma do Imposto de Renda.


… Na Câmara, Hugo Motta deve nomear o relator do projeto que vai mudar as regras nos descontos das aposentadorias do INSS.


… Na última contagem, passava de 2 milhões o número de beneficiários que não reconhecem os descontos em suas aposentadorias e que solicitaram reembolso. A porcentagem dos aposentados que autorizaram os descontos é de apenas 2,25%.


LULA – Deve realizar duas viagens pelo Brasil nesta semana, uma para a Paraíba e outra para Santa Catarina.


STF – No Supremo, mais testemunhas de defesa do núcleo central da ação da trama golpista de 8 de janeiro listadas pelo ex-presidente Bolsonaro e por Braga Netto devem ser ouvidas pelo ministro Alexandre de Moraes.


GRIPE AVIÁRIA – Levantamento da AE junto a economistas aponta que a suspensão da importação de carne de frango do Brasil em razão dos casos de gripe aviária deve trazer alívio entre 0,05pp e 0,10pp para o IPCA nos próximos meses.


… Destaca-se, porém, que, com a retomada das exportações, deve ocorrer o efeito “rebote” nos preços do frango, com efeito nulo para a inflação no longo prazo. A exportação de carne de frango produzida pelo País está suspensa para 20 destinos.


… No fim de semana, o ministro Carlos Fávaro (Agricultura) disse que há fortes indícios de que o foco da gripe aviária está contido, já que nenhuma outra ave morreu, além do registro em uma granja comercial em Montenegro (Rio Grande do Sul).


RÚSSIA VS UCRÂNIA – Forças russas lançaram no fim de semana o maior ataque aéreo contra cidades ucranianas, incluindo a capital Kiev, disparando 367 drones e mísseis, o que levou a Alemanha a defender novas sanções do Ocidente contra Moscou.


… Os ataques ocorreram em paralelo à troca de mil prisioneiros de guerra de cada país, no único passo concreto em direção à paz.


… O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que o silêncio dos EUA e da comunidade internacional tem encorajado Putin a realizar uma escalada nos ataques contra seu país.


… Também na guerra de Israel contra Gaza, novos ataques militares israelenses mataram pelo menos 30 palestinos neste domingo. Em meio às tensões, o petróleo subia no final da noite de domingo.


PÁ DE CAL – Uma semana atrás, em evento do Goldman Sachs, o mercado tinha lido na declaração de Galípolo de que a Selic ficaria elevada por mais tempo um recado de que a taxa básica alcançou o topo abaixo de 15%.

… Esta convicção só se fortaleceu agora com a decisão da Fazenda de cobrança da alíquota maior do IOF sobre o mercado de crédito, que vai equivaler a um aperto monetário e decretar o fim do ciclo, segundo economistas.  


… Na prática, o IOF é como se fosse uma alta de 0,25pp a 0,50pp, calculam o Bradesco e a XP, o que dispensaria a necessidade de o Copom seguir além, ainda que o BC deva conservar o juro alto por período prolongado.

… Embora o crédito (sobre onde incidirá o IOF) não seja o único canal de transmissão da política monetária, os economistas Caio Megale e Rodolfo Margato (XP) retiraram do cenário-base um último ajuste de 0,25pp (junho).


… Ainda assim, eles acreditam que o ritmo da economia doméstica seguirá aquecido. No geral, porém, gestores observam que o encarecimento no custo do crédito pode contribuir para o trabalho do BC de esfriar a atividade.


… Em entrevista à Globonews, com participação do Valor, na última 6ªF, o presidente do Bradesco, Marcelo Noronha, disse que o IOF e a surpresa positiva do contingenciamento aliviam a pressão da política monetária.

… Questionado se isso levará a retração maior da economia, ele admitiu o risco. “Paciência, é bem importante o trabalho da política fiscal, para o juro cair lá na frente e derrubar [a relação] dívida pública sobre PIB.”


… No DI, a precificação de Selic estável mês que vem está agora em 72%, muito superior à chance de alta (22%).


… Assimilando o susto inicial com o IOF, após o recuo parcial da Fazenda, os juros futuros se acomodaram perto da estabilidade. Mais cedo, alguns trechos da curva haviam saltado mais de 20pb com a crise de última hora.


… No fechamento, o DI para Jan/26 marcava 14,725% (de 14,770% no pregão anterior); Jan/27, 13,985% (de 14,120%); Jan/29, 13,615% (13,720%); e Jan/31, a 13,840% (13,890%), depois de ter superado 14% na máxima.


… O DI também aproveitou para pegar carona no recuo do dólar e dos rendimentos dos Treasuries.


… Na primeira reação assustada do câmbio ao decreto do IOF, o dólar já abriu os negócios escalando quase 1,5%, para, aos poucos, devolver o estresse com a volta atrás do governo na medida sobre remessas de fundos.


… Mas só foi na reta final do pregão que a moeda americana perdeu fôlego a ponto de conseguir zerar a alta e trocar de sinal. Fechou em leve queda de 0,27%, cotado a R$ 5,6460, diante da recaída protecionista de Trump.


… Na esteira da expectativa de um dólar global mais fraco, o BTG Pactual reduziu na 6ªF a projeção do dólar tanto para o fim de 2025, de R$ 6,00 para R$ 5,60, quanto para o final do ano que vem, de R$ 6,10 para R$ 5,50.


SÓ CAUSA – Na noite deste domingo, Trump disse que vai estender o prazo para imposição de uma tarifa de 50% contra a UE até 9 de julho, após telefonema à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.


… Horas antes, Von der Leyen havia dito em sua conta no X que a Europa está pronta para avançar nas negociações de forma rápida e decisiva e que, para chegar a um bom acordo, precisa de tempo até 9 de julho.


… O recuo de Trump vem depois das ameaças de 6ªF, quando ele quebrou o clima de maior tranquilidade com as negociações comerciais e deu um jeito de renovar os inimigos para justificar a obsessão da guerra comercial.

… Naquele dia, além de ter ameaçado taxar a UE, escolheu outra vítima, exibindo o desejo de cobrar tarifas de 25% de iPhones produzidos fora dos EUA.


… Desconfortável com o estilo agressivo do republicano, NY renovou o nervosismo na 6ªF. Ninguém tem gostado de ver a reputação dos EUA abalada pela política tarifária e o efeito do plano de corte de impostos.


… Há três dias sem cair, o dólar não conseguiu mais resistir e voltou a ter a credibilidade afetada.


… O índice DXY caiu 0,85%, a 99,112 pontos. O euro subiu 0,76%, a US$ 1,1359. O dirigente do BCE Yannis Stournaras projetou mais um corte da taxa de juro em junho, seguido de uma pausa no ciclo de relaxamento.


… A libra ganhou 0,86%, a US$ 1,3529, e o iene avançou para 142,54/US$, já que a inflação japonesa ainda pressionada mantém no radar a probabilidade de o BoJ promover mais um aperto monetário este ano.


… À procura de apelo defensivo contra as ofensivas de Trump, os Treasuries de mais longo prazo subiram, derrubado a taxa da Note-10 anos a 4,514% (de 4,540% na véspera) e a do T-Bond-30 anos a 5,038%, de 5,052%.


… Dose natural de cautela na véspera do feriado prolongado nos EUA já seria justificável e, com Trump aprontando mais uma, o ambiente de preocupação dos investidores com a política fiscal e inflação só piorou.


… Alvo da vez, Apple (-3,02%) completou sequência de sete sessões em queda. O Nasdaq recuou 1%, aos 18.737,21 pontos, o Dow Jones caiu 0,61%, aos 41.603,07 pontos; e o S&P perdeu 0,67% (5.802,83 pontos).


… Os três principais índices de ações de Wall Street terminaram a semana afundando perto de 2,5%.


… Momentaneamente, as bolsas testaram algum alívio com os comentários de Bessent (Tesouro), que prevê grandes acordos comerciais nas próximas semanas e espera a retomada do diálogo com a China.


… Mas a melhora de humor durou muito pouco, com Trump esgotando as tentativas de otimismo. 

DRIBLE – Sorte foi o Ibov ter contornado a turbulência. Após a abertura difícil com a polêmica do IOF, quando entregou os 135 mil pontos, o índice à vista impressionou com reação de quase 3 mil pontos ante a mínima.


… É muito positiva para a bolsa doméstica a aposta de que a taxa Selic não deve subir mais. O Ibovespa fechou o pregão em alta de 0,40%, na máxima do dia, aos 137.824,29 pontos, e volume financeiro de R$ 20,7 bilhões.

… Braskem PNA (+9,15%, a R$ 11,09) liderou os ganhos, embalada pelo rumor, confirmado oficialmente após o fechamento, de que o empresário Nelson Tanure quer comprar a fatia da Novonor no controle da petroquímica.


… Raízen PN (+7,00%, a R$ 2,14) subiu forte pela terceira sessão seguida, com informação de interessados na compra de sua operação na Argentina. Em dia de dupla listagem nos EUA, JBS realizou lucro e caiu 1,23%.


… Mas a companhia acima terminou a semana com ganho acumulado de 7%. Pelas estimativas de analistas da Genial Investimentos, as ações da gigante ainda têm potencial de valorização de 29% com a listagem em NY.


… Com a aprovação da dupla listagem pelos acionistas, a expectativa é que a estreia dos papéis da JBS na Nyse ocorra em 12 de junho. Os BDRs, por sua vez, devem entrar no pregão em 9 de junho…


… Já as ações da JBS na B3 serão negociadas pela última vez em 6 de junho, conforme o cronograma divulgado.


… No setor bancário, apenas Banco do Brasil ON (-2,51%, a R$ 24,42) fechou no vermelho. Já Itaú PN subiu 1,21% (R$ 37,72); Bradesco PN ganhou 1,23% (R$ 15,64) e Santander Unit teve alta de 0,84% (R$ 29,93).


… Entre as blue chips das commodities, o dia foi de altas modestas: Vale ON (+0,17%, a R$ 54,32), Petrobras ON (+0,15%, a R$ 33,48) e PN (+0,22%, a R$ 31,40). O Brent/julho subiu 0,52%, a US$ 64,78, diante do dólar fraco.

EM TEMPO… BRASKEM confirmou que a Novonor recebeu uma proposta não vinculante do empresário Nelson Tanure, via Petroquímica Verde Fundo de Investimento em Participações, para aquisição de fatia da empresa…


… O acordo prevê um período de exclusividade de 90 dias para se buscar um acordo final. A Novonor detém 50,1% do capital votante e 38,3% do total da Braskem.


PETROBRAS informou que o conselho aprovou o encerramento antecipado do mandato do diretor executivo de Transição Energética e Sustentabilidade, Mauricio Tolmasquim, de forma negociada, no próximo dia 27…

… Também foi aprovada a nomeação do diretor executivo de Processos Industriais e Produtos, William França, para exercer, de forma cumulativa, as funções de Tolmasquim até a eleição e posse de novo diretor…


… A saída de Tolmasquim já era esperada, por ter sido indicado pela União para compor o conselho de administração da Eletrobras…


… A Petrobras informou ainda que a plataforma FPSO Alexandre de Gusmão entrou em produção no campo de Mero, do bloco de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos, dois meses antes do previsto no plano de negócios…


… Ainda no noticiário da Petrobras, a empresa assinou memorando para trabalhar conjuntamente em pesquisa e desenvolvimento de projetos com estatal de Angola (Sonangol).


VALE. A Moody´s atribuiu o rating AAA.br à proposta da 11ª emissão de debêntures no valor de R$ 6 bilhões, anunciada na última 5ªF. A perspectiva é estável.


AZUL. Questionada pela CVM sobre empréstimo de US$ 600 milhões, a companhia aérea informou que não há nada formalizado ou aprovado pela sua administração…

… Empresa disse que continua “empenhada em fortalecer a sua estrutura de capital”.


ASSAÍ informou que a Antipodes Partners Limited reduziu participação para 4,6% das ações ON.

MOTIVA. O conselho de administração aprovou a 18ª emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, da espécie quirografária, em série única, totalizando R$ 1,320 bilhão.


ENERGISA registrou um consumo consolidado de 3.560,7 GWh de energia elétrica em suas áreas de concessão em abril, o que representa uma queda de 1,7% em relação ao mesmo mês do ano passado.


SANTOS BRASIL. Acionista controladora, CMA Terminals Atlantic, protocolou junto à CVM pedido de registro de uma oferta pública de aquisição de ações (OPA) para compra de até 100% das ações ON, a R$ 13,60 por ação…


… Montante, que terá atualização pela Selic até a data de liquidação, representa prêmio de 44% sobre a média ponderada dos preços dos últimos 12 meses e de 30% sobre o preço justo estimado por laudo de avaliação.


BB vai oferecer a funcionalidade Pix Automático a todos os seus clientes pessoa física (como usuário pagador) e jurídica (como recebedor) a partir da próxima 4ªF, antes do lançamento oficial da modalidade, em 16 de junho.


BOEING fez acordo para pagar US$ 1,1 bilhão e evitar julgamento por acidentes com 737 Max.

Produtividade é a saída

  O mundo está girando (e rápido): o Brasil vai acompanhar ou ficar para trás? 🌎🇧🇷 Acabei de ler uma análise excelente de Marcello Estevã...