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Populismo na veia

 Investimentos para esse final de governo Lula acreditando que será semelhante ao final do governo Dilma!



Excelente pergunta — entender o contexto econômico do fim do primeiro mandato da Dilma Rousseff (2010–2014) e o início do segundo (2015) ajuda muito a avaliar cenários futuros semelhantes, inclusive se você projeta algo parecido para o fim do governo atual.



Contexto Econômico – Dilma 1 (2011–2014)


Início com otimismo (2011)

PIB ainda vinha no embalo do boom das commodities e do crescimento chinês.

Baixo desemprego, consumo forte e programas como o PAC e Minha Casa Minha Vida impulsionavam a atividade.


Declínio progressivo

Crescimento caiu de 7,5% (2010) para 0,5% (2014).

Inflação começou a subir e o governo adotou políticas de controle de preços (ex: represamento dos combustíveis e tarifas públicas).

Houve forte intervenção estatal: desonerações setoriais, controle de preços e pedaladas fiscais.



Início do segundo mandato – Dilma 2 (2015)


Reversão abrupta de expectativas

Para conter a deterioração fiscal, Dilma nomeia Joaquim Levy (ortodoxo) como Ministro da Fazenda.

Tentativa de ajuste fiscal gerou choque de confiança: o mercado viu a reversão como tardia e contraditória.

País entra em recessão profunda: PIB cai -3,8% em 2015, inflação explode e o desemprego sobe fortemente.

Crise política e econômica simultâneas: perda do grau de investimento, impeachment e retração no investimento privado.



Comparando com o cenário atual (governo Lula 3, 2023–2026)


Se você acredita que o final do governo Lula 3 poderá repetir padrões de 2014-2015, aqui vão as principais lições como investidor:



Lições para o investidor


1. Nunca subestime o impacto de expectativas fiscais

O mercado tolera déficits, mas exige previsibilidade.

Quando há “criatividade fiscal” ou sinalizações dúbias, há fuga de capital e elevação dos juros longos.


2. Proteja-se contra inflação escondida

Em 2014, o controle artificial de preços gerou uma inflação reprimida que explodiu depois.

Em cenário similar, ativos atrelados à inflação (NTN-B, IPCA+) tendem a se valorizar.


3. Diversifique geograficamente

Em 2015, muitos investidores com posição no exterior (em dólar) se protegeram da forte desvalorização do real.

Manter uma parte do portfólio em ativos internacionais é uma forma de hedge político e cambial.


4. Evite setores altamente dependentes do governo

Elétricas, petrolíferas e bancos públicos sofreram fortemente com intervenção estatal.

Prefira empresas com baixa dependência de regulação ou subsídios.


5. A hora de sair é antes do colapso

O ajuste de portfólio em 2014–2015 foi brutal. Quem antecipou a deterioração (vendendo Bolsa Brasil, comprando dólar, indexados ao IPCA) preservou patrimônio.



Exemplo prático


Se hoje o mercado começa a precificar:

Gasto público fora de controle, sem âncora fiscal crível,

Tentativas de crescimento forçado via bancos públicos,

E pressões sobre o Banco Central,


…então pode ser um sinal de alerta semelhante a 2013–2014.



Se quiser, posso montar um portfólio modelo conservador ou balanceado para esse cenário de risco fiscal e político. Quer seguir por esse caminho?

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