terça-feira, 27 de maio de 2025

BDM Riscala Matinal

 *Rosa Riscala: IOF abre tensão entre governo e Congresso*


… Na volta do feriado do Memorial Day em NY, investidores repercutem a decisão de Trump de adiar para 9/7 o aumento das tarifas sobre os produtos da União Europeia para 50%. A agenda de indicadores lá fora ainda é fraca, prevendo hoje apenas o índice de sentimento econômico na Zona do Euro e o índice de confiança do consumidor da Conference Board nos EUA. Aqui, o IPCA-15 de maio (sairá às 9h) é o primeiro de uma série de dados da semana, incluindo emprego e PIB, que pode fechar as apostas no fim do ciclo de alta da Selic, ampliadas com as mudanças do IOF. As medidas fiscais mantêm o desconforto no mercado pela forma como foram anunciadas, ao mesmo tempo em que abrem uma frente de tensão entre o governo e o Congresso, onde geraram um movimento de grande insatisfação.


… O presidente da Câmara, Hugo Motta, fez uma dura crítica em postagem no X, afirmando que “o Executivo não pode gastar sem freio e depois passar o volante para o Congresso segurar”. Quem gasta mais do que arrecada, escreveu, não é vítima, é autor.


… Motta disse ainda que “o Brasil não precisa de mais imposto, precisa de menos desperdício”.


… A oposição está nadando de braçada com a crise e já pediu a convocação do ministro Fernando Haddad para explicar o aumento no IOF e protocolou proposta para sustar o decreto de Lula por meio de um decreto legislativo – uma iniciativa extrema e pouco provável.


… Além do Congresso, o setor privado articula para derrubar o IOF. Representantes da indústria, agronegócio, do comércio, dos bancos e das seguradoras costuraram manifesto pedindo a intervenção do Congresso no tema.


… Segundo Adriana Fernandes (Folha), a derrubada do decreto do IOF travaria R$ 12 bilhões de emendas parlamentares. Como permitem as regras da LDO, em caso de contingenciamento, as emendas são represadas na mesma proporção das despesas discricionárias.


… No Estadão, a Fazenda aguarda sinal verde do Planalto para aumentar a contenção de gastos em R$ 2 bilhões e compensar as perdas de arrecadação com o recuo na cobrança de IOF sobre envio de recursos de fundos ao exterior.


… Não está ainda definido se o governo fará um novo corte ou uma nova medida de arrecadação, e se o anúncio será antecipado ou será feito somente em julho, no próximo Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas.


… Uma primeira reunião da Junta de Execução Orçamentária (JEO) foi realizada ontem à tarde para discutir a compensação da isenção de remessas de recursos para investimentos de pessoas físicas e em fundos no exterior, estimada em R$ 2 bilhões.


… Após evento do BNDES no Rio, nesta 2ªF, Haddad disse aos repórteres que “tem até o fim da semana para decidir como vai compensar perda de receita, se com mais contingenciamento ou com alguma substituição”.


… Dizendo que o orçamento é uma responsabilidade de todos, “um desafio a enfrentar”, o ministro lembrou que “muitas despesas foram contratadas sem fontes no orçamento e temos que honrar esses compromissos assumidos pelo Congresso”.


… Questionado sobre o aumento do custo do crédito para empresas por conta do IOF, Haddad lembrou que as alíquotas do imposto eram mais elevadas no governo anterior, do ex-presidente Bolsonaro.


… Ao seu lado, Mercadante disse que o Congresso podia contribuir para enfrentar os gastos, reduzindo as emendas. “Esse mecanismo de parlamentarização do orçamento não existe em nenhum outro País do mundo”.


… O presidente do BNDES explicou ainda a vantagem do IOF sobre os juros altos nas contas públicas: “O IOF encarece o crédito e tem o mesmo impacto na ponta que tem o aumento da Selic, mas a Selic só aumenta a despesa pública e o IOF melhora a receita.”


… Na curva de juros, as chances de manutenção da Selic em 14,75% estão acima de 60%, depois das medidas do IOF.


… Nas reuniões de diretores do BC com economistas de São Paulo, nesta 2ªF, houve consenso de que os aumentos no IOF equivalem a um aperto entre 0,25pp e 0,50pp da taxa Selic, que não deve mais subir. Mas a unanimidade ainda depende dos dados desta semana.


… Hoje, o IPCA-15 deve acelerar de 0,43% para 0,44% entre abril e maio, de acordo com a mediana de pesquisa Broadcast. As estimativas variam de 0,35% a 0,53%. Já a média dos núcleos deve manter a mesma variação da última leitura, com alta de 0,47%.


… Preços administrados (0,13% para 0,61%), serviços (0,18% para 0,22%) e serviços subjacentes (0,55% para 0,56%) devem acelerar. Já os preços livres (0,53% para 0,39%), alimentação (1,29% para 0,58%) e bens industriais (0,57% para 0,50%) devem desacelerar.


MAIS AGENDA – Antes do IPCA-15, a Fipe divulga a terceira quadrissemana do IPC de maio (5h).


… Às 9h30, a Comissão Especial do IR recebe para audiência pública o secretário especial da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, e presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski.


… A Comissão de Finanças e Tributação da Câmara confirmou para esta 3ªF, às 14h, audiência pública com o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, para debater a Dívida do Estado de Minas Gerais. É bastante provável que o aumento do IOF entre na pauta.


… Com o mercado fechado, o BC anunciou para hoje a realização de leilão de linha (venda de dólares com compromisso de recompra) de até US$ 1 bilhão para rolagem de vencimentos de 2 de julho de 2025. A oferta ocorrerá das 10h30 às 10h35.


… A oferta do BC será na modalidade pós-fixado Selic. A taxa de câmbio utilizada na venda será a da Ptax das 10h de amanhã. A operações de venda do BC serão liquidadas no dia 2 de julho de 2025. Já as liquidações de compra ocorrerão em 3 de setembro de 2025.


… O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, recebe líderes do Senado nesta 3ªF (8h30) para um café da manhã, na sede de Brasília.


… Às 10h30 e às 14h30, Galípolo participa do primeiro dia de reuniões do Comitê de Estabilidade Financeira, que divulga resultados no fim da tarde de 4ªF, 28. Às 18h30, vai à abertura da exposição Cenas Brasileiras – O Modernismo em Perspectiva, promovida pelo TCU.


LULA – Boletim médico do presidente, que se consultou no Sírio-Libanês de Brasília nesta 2ªF, informa que ele teve vertigens e diagnóstico de labirintite, com recomendação de repouso. Lula encerrou o expediente mais cedo, por volta de 17h, alegando indisposição.


LÁ FORA – O dia começa com a participação de Neel Kashkari/Fed de Minneapolis, em painel do BoJ (5h).


… Na Zona do Euro, a Comissão Europeia divulga o Índice de Sentimento Econômico de maio às 6h.


… Às 9h30, saem as encomendas de bens duráveis de abril nos EUA e, às 11h, a confiança do consumidor de maio da Conference Board.


… No final da noite (21h), é a vez de John Williams/Fed de NY participar de painel em evento do BoJ.


FUTUROS DE NY SOBEM – Na reação ao recuo de Trump de adiar de 1º de junho para 9 de julho a tarifa de 50% sobre os produtos da UE, os futuros de NY e o euro saltavam ontem à noite, na volta do feriado de Memorial Day, que fechou os mercados em Wall Street nesta 2ªF.


… A União Europeia concordou em acelerar as negociações com os EUA para evitar uma guerra comercial transatlântica, sinalizando uma abordagem mais amigável. “Há agora um novo ímpeto para as negociações”, disse Paula Pinho, porta-voz da Comissão Europeia.


… No domingo, a presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, conversou por telefone com Trump, que classificou o contato como uma ligação “muito agradável” e, por isso, concordou em adiar as tarifas para dar mais tempo às negociações.


… O impasse entre EUA e a UE ocorreu com os europeus reclamando que não está claro o que os EUA querem ou mesmo quem fala pelo presidente americano, e os EUA alegavam que a UE visa injustamente empresas americanas com ações judiciais e regulamentações.


… A ameaça de tarifa de 50% de Trump atingiria US$ 321 bilhões em comércio de bens entre EUA e UE, reduzindo o PIB dos EUA em cerca de 0,6% e aumentando os preços em mais de 0,3%, de acordo com cálculos da Bloomberg Economics.


… Embora a UE tenha dito que sua prioridade é encontrar uma solução negociada, também se prepara para retaliar, se necessário.


… A UE aprovou tarifas sobre 21 bilhões de euros (US$ 23,9 bilhões) em produtos americanos em resposta às taxas de metais de Trump, que podem ser implementadas rapidamente, incluindo a soja da Louisiana, produtos agrícolas, aves e motocicletas.


… O bloco também está preparando uma lista adicional de tarifas sobre 95 bilhões de euros em produtos americanos, que teriam como alvos produtos industriais, incluindo aeronaves da Boeing, carros fabricados nos EUA e Bourbon.


JAPÃO HOJE – Kazuo Ueda disse que o BoJ está atento ao impacto dos preços dos alimentos sobre a inflação e que o BC japonês continuará a aumentar as taxas de juros, dependendo das condições econômicas.


CHINA HOJE – Apesar das tensões comerciais, o lucro industrial subiu 3% em abril na comparação com um ano antes. O resultado apresentou sinais de melhora contra março, quando o indicador teve alta anual de 2,6%.


CLIMÃO – A polêmica do IOF, que primeiro criou um boi na linha entre o BC e a Fazenda, e agora extrapola para ruídos com os parlamentares, esteve por trás neste início de semana da dose de incômodo exibida pelo câmbio.


… Além da percepção de fuga do capital externo, que não gostou nada do susto e até levantou a lebre de controle cambial, o investidor está cada vez mais preocupado com o impacto fiscal da agenda populista de Lula.


… A liquidez muito baixa ontem com os feriados nos EUA e no Reino Unido potencializou o ambiente de cautela e levou o dólar a fechar em alta de 0,51%, a R$ 5,6757, praticamente zerando as perdas em maio (-0,02%).


… O BC informou que as transações correntes foram deficitárias em US$ 1,3 bilhão em abril, melhor do que o saldo negativo de US$ 2 bilhões esperado pelo mercado e que o rombo de US$ 1,7 bilhão um ano antes.


… O fluxo de investimento direto no País (IDP) foi positivo em US$ 5,5 bi, maior do que a projeção de US$ 5 bi.


… No acumulado do ano, o BC espera déficit de US$ 62 bi nas transações correntes e entrada líquida de US$ 70 bi em IDP. O Itaú prevê melhora gradual no saldo em conta corrente, refletindo a desaceleração da atividade.


… Segundo a avaliação da ASA, a situação nas contas externas parou de piorar nos últimos meses diante da recuperação das exportações, com o déficit acumulado em 12 meses se estabilizando em 3,2% do PIB.


… A casa de investimentos espera melhora modesta, já que as importações ainda têm “avanço considerável”.


… Na quarta semana de maio, a balança comercial registrou superávit de US$ 2,297 bi. As exportações somaram US$ 7,352 bi e as importações, US$ 5,055 bi. No acumulado do mês, o saldo está positivo em US$ 6,484 bi.


… Lá fora, após Trump mudar de ideia e adiar o início de tarifa de 50% à UE para 9/7, ao invés de no próximo domingo, o euro subiu 0,19%, a US$ 1,1386. A moeda contou com suporte adicional de comentário de Lagarde.


… A presidente do BCE disse ver chance maior de protagonismo do euro no cenário global incerto. Para ela, as políticas “erráticas” de Trump abrem espaço para um “momento global” da moeda do bloco europeu.


… O Commerzbank destacou, em nota, o caráter imprevisível e contraditório de Trump e observou que o investidor já começa a redirecionar recursos à Europa e a Ásia, diante do risco crescente de recessão nos EUA.


… A libra esterlina subiu ontem para o maior nível em três anos, a US$ 1,3563 (+0,17%). A fraqueza do dólar levou o índice DXY a fechar abaixo dos 99,000 pontos (98,995), apesar de o iene ter caído para 142,79/US$.


O BODE NA SALA – Teoricamente, o recuo de Trump no ataque tarifário contra a UE poderia ter antecipado uma reação bem mais positiva no Ibov, mesmo com NY fechada. Mas o ruído do IOF ainda constrange o mercado.


… Em pregão morno, o índice à vista da bolsa doméstica limitou a alta a 0,23%, aos 138.136,14 pontos, com giro de apenas R$ 10,7 bilhões, metade de um dia normal, diante da liquidez roubada pelo feriado nos EUA.


… Quem sobrou para negociar (investidor local) operou meio na defensiva. Faltou fôlego às blue chips das commodities, mas os bancos atraíram compras. BB (+1,02%) recobrou parte das perdas desde o balanço do 1Tri.


… Santander Unit (+0,90%, a R$ 30,20); Bradesco PN (+0,51%, a R$ 15,72); e Itaú PN (+0,21%, a R$ 37,80).


… Petrobras ON terminou estável (+0,03%, a R$ 33,49) e PN caiu 0,32% (R$ 31,30). Os papéis monitoraram a declaração de Magda Chambriard de que a empresa pode reduzir os combustíveis se o petróleo seguir caindo.


… Em evento na sede BNDES, a executiva disse que a gasolina e o diesel estão abaixo da paridade internacional.


… Lá fora, o Brent/jul praticamente não se mexeu (-0,06%, a US$ 64,74) com os feriados no exterior. A novidade do dia foi a informação da Bloomberg de que a Opep+ vai antecipar sua reunião em um dia, para sábado.


… O mercado dá como certo um novo aumento de 411 mil bpd na oferta em julho, o que seria o terceiro mês seguido de alta da produção. Mas a Rússia diz que ainda não há discussão sobre o volume, segundo a Reuters.


… Sem espaço de recuperação, com o minério de ferro em queda de 2,21%, Vale ON recuou 0,57%, a R$ 54,01.


… Braskem PNA saltou 4,15%, a R$ 11,55, e ficou entre as maiores altas do Ibov pelo segundo dia seguido, com a notícia de que Tanure assinou acordo com a Novonor para evoluir nas tratativas de compra da petroquímica.


… Segundo fontes do Valor, a proposta de Tanure não prevê OPA a acionistas minoritários.


… Na ponta negativa do Ibovespa, Raízen ON (-7,94%, a R$ 1,97) liderou as perdas, devolvendo parte da forte alta acumulada nas últimas sessões, com rumores sobre venda de ativos na Argentina.


… JBS ON (-3,63%, a R$ 39,26) também passou por correção. Após a assembleia de acionistas aprovar a dupla listagem dos papéis, também em NY, o Goldman Sachs elevou o preço-alvo da JBS de R$ 54,20 para R$ 55,70.


… O BTG Pactual, que tem recomendação de compra para a JBS (assim como o Goldman Sachs), acredita que o frigorífico pode ganhar até R$ 70 bilhões em capitalização já no curto prazo, diante da estreia na bolsa de NY.


… De seu lado, a equipe de análise do Itaú BBA escreveu em relatório que a dupla listagem “marca um novo capítulo na tese de investimento” da empresa e representa um movimento de redução de riscos para o papel.


… Também o DI passou o dia de olho na repercussão do aumento do IOF, mas o Broadcast apurou que apostas de última hora de que o IPCA-15 de maio vai vir comportado hoje aliviaram os prêmios de risco da curva à tarde.


… No fechamento, o DI para janeiro de 2026 marcava 14,710% (de 14,725% no pregão anterior); Jan/27, 13,950% (de 13,985%); Jan/29, 13,565% (de 13,615%); Jan/31, 13,770% (13,840%); e Jan/33, 13,840% (13,900%).


EM TEMPO… PETROBRAS estuda potencial emissão de debêntures incentivadas de até R$ 3 bilhões…


… A empresa informou que ainda não há decisão em relação ao nome do executivo que sucederá Mauricio Tolmasquim na Diretoria Executiva de Transição Energética e Sustentabilidade.


ESTAPAR. O conselho de administração aprovou a 14ª emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, da espécie com garantia real e garantia fidejussória adicional, em série única, totalizando R$ 230 milhões.


ODONTOPREV informou que a Sprucegrove Investment Management reduziu participação a 4,96% das ON.


PDG REALTY pretende realizar grupamento de ações com objetivo de elevar o valor unitário de seus papéis (R$ 0,39). A medida busca atender à exigência da B3 de valor mínimo de R$ 1 às ações listadas em bolsa.


GRUPO TOKY, antiga Mobly, informou que, por questões operacionais da B3, a alteração do código de negociação (ticker) das ações ON para “TOKY3”, que estava prevista para ontem, será feita no próximo dia 3.

Bankinter Portugal Matinal

 Análise Bankinter Portugal 


SESSÃO: Ontem, a Europa teve a atenção devido aos feriados nos EUA e no Reino Unido, fechando em alta graças à nova mudança de Trump em termos alfandegários no final de semana. Passou de ameaçar a imposição de impostos alfandegários de 50% à Europa a partir de 1 de junho para os atrasar até 9 de julho após uma chamada com Von der Leyen. Novo capítulo nesta política da ciclotimia, que ontem pareceu dar um descanso. Veremos hoje.


Os EUA reabrem e tudo indica que seja em alta, fruto de um tom menos beligerante com a Europa na política comercial, pelo menos temporariamente. Conheceremos, às 13:30 h, Pedidos de Bens Duráveis anormalmente baixos (-7,8% m/m esp.), compensando o forte registo do mês anterior (+9,2%) após a antecipação de encomendas antes da entrada em vigor dos impostos alfandegários e um pedido extraordinário de 192 aviões a Boeing. E às 15 h, a Confiança do Consumidor irá melhorar substancialmente (87,1 esp.) após alcançar em abril o nível mais baixo desde a pandemia (86,0). 


Na Europa, o mais importante sairá agora. Espera-se que a inflação francesa estabilize abaixo de +1%, favorecendo que os preços a nível europeu continuem a evoluir positivamente (+2,2% abril). Este progresso da inflação situa-se num contexto de debilidade da energia e força do euro (+10% vs. dólar em 2025), facilitando que o BCE baixe taxas de juros na sua próxima reunião, a 5 de junho. 


CONCLUSÃO: Tom positivo na bolsa graças à nova mudança na política comercial de Trump com a Europa, macro americana e uma inflação francesa estável.


S&P500 CERRADO NQ-100 CERRADO SOX CERRADO ES-50 +1,3% IBEX +0,8% VIX 20,6 BUND 2,56% T-NOTE CERRADO SPREAD 2A-10A USA=+48PB B10A: ESP 3,18% PT 3,06% FRA 3,24% ITA 3,55% EURIBOR 12M 2,08% USD 1,139 JPY 162,7 OURO 3.343$ BRENT 64,8$ WTI 61,8$ BITCOIN +1,2% (109.597$) ETHER +0,9% (2.567$).


FIM

segunda-feira, 26 de maio de 2025

Gustavo Franco

 🔴💣 *GUSTAVO FRANCO DETONA PACOTE ECONÔMICO E COMPARA LULA 3 A DILMA 2* 💸⚠️


No artigo “Contando os minutos”, publicado em 25 de maio de 2025 no jornal O Estado de S. Paulo, o economista Gustavo H. B. Franco faz duras críticas ao pacote econômico do governo Lula 3. Segundo ele, o plano se apoia em manobras orçamentárias e no uso do IOF como imposto regulatório, o que remete à extinta e impopular CPMF. Franco afirma que não houve corte real de gastos, apenas adiamentos de despesas para cumprir a “meta” fiscal. Ele classifica a arrecadação de R$ 30 bilhões via IOF como medida mal recebida pelo mercado. O autor ainda ironiza a proposta como “menos irresponsável possível”. Para ele, Lula 3 caminha para repetir os erros da gestão Dilma, com aumento de gastos e pouca disposição para reformas. A crítica sugere um retorno à chamada Nova Matriz Macroeconômica, considerada fracassada. Segundo Franco, o país perde credibilidade ao abandonar o rigor fiscal. O texto termina com a avaliação de que “não parece haver mais dúvida de que o Lula 3 é uma espécie de Dilma 2”. (TC)

STEPHEN KANITZ

 Stephen Kanitz

21/05/24
“As Portas Se Fecham Para Nós Brasileiros.
Quem teve juízo já foi embora.
Quem ficou, ficará — para sempre.
Os últimos a saírem ainda conseguiram um visto italiano, português, americano. Os que zombaram da política, que votaram “no que fala pouco”, agora vão entender o preço da omissão.
No Brasil do futuro — que já começou — você somente obedecerá.
Obedecerá calado.
Pagará impostos cada vez mais pesados, aceitará uma saúde pública em colapso, verá seus filhos estudarem em escolas sucateadas. E ainda agradecerá, pois reclamar será crime.
Desde o fim do regime militar, único período de crescimento sustentado, nossa renda per capita foi cortada pela metade.
Dado escondido pelo IBGE, abafado pela imprensa.
Caímos do 40º onde hoje está a Grécia, para o 81º lugar no ranking global de renda.
Sim, caímos — e acreditamos todo este tempo estar subindo.
Foram 40 anos de doutrinação.
Nossos jornalistas, intelectuais e professores venceram: conseguiram fazer o país regredir em nome de justiça social — uma justiça que só distribui miséria.
Como ex-professor universitário, afirmo: nunca ouvi na USP uma conversa séria sobre crescimento. Só sobre distribuição.
Nunca discutimos eficiência. Só aumento de gastos.
Nunca produtividade. Só aumento de salários do funcionalismo.
Agora, quando o Brasil se tornar verdadeiramente inviável, Flórida e Portugal não estarão com os braços abertos para nos receber. Estarão com os portões trancados. E com razão.
A esperança de que Tarcísio, Caiado, ouRatinho, poderão mudar tudo isso sozinhos, é uma ingenuidade atroz.
Como se trocar o piloto mudasse o avião em queda.
A verdade é amarga: 1,5 milhão de brasileiros irresponsáveis, somados aos 12 milhões que anularam o voto, colocaram no poder um condenado em três instâncias. Mesmo que a primeira instância fosse falha, a segunda e a terceira confirmaram e isso ainda não foi contestado.
Prepare-se. O Brasil caminha para mais 50 anos de estagnação, comandado por políticos e economistas que vivem do que você produz, sem entregar nada em troca.
Mas ainda há tempo para reagir.
Comece se educando, politicamente e economicamente.
Exija reformas, desmascare as mentiras, confronte o discurso único.
Ensine seus filhos a pensar — e não a repetir slogans.
Denuncie o populismo, o aparelhamento, a corrupção sistêmica. Vote com coragem, com lucidez, com memória.
O futuro do Brasil não será diferente enquanto os brasileiros forem os mesmos. Mude. Agora.
Ou se conforme em assistir o país definhar — por sua culpa.”

Populismo na veia

 Investimentos para esse final de governo Lula acreditando que será semelhante ao final do governo Dilma!



Excelente pergunta — entender o contexto econômico do fim do primeiro mandato da Dilma Rousseff (2010–2014) e o início do segundo (2015) ajuda muito a avaliar cenários futuros semelhantes, inclusive se você projeta algo parecido para o fim do governo atual.



Contexto Econômico – Dilma 1 (2011–2014)


Início com otimismo (2011)

PIB ainda vinha no embalo do boom das commodities e do crescimento chinês.

Baixo desemprego, consumo forte e programas como o PAC e Minha Casa Minha Vida impulsionavam a atividade.


Declínio progressivo

Crescimento caiu de 7,5% (2010) para 0,5% (2014).

Inflação começou a subir e o governo adotou políticas de controle de preços (ex: represamento dos combustíveis e tarifas públicas).

Houve forte intervenção estatal: desonerações setoriais, controle de preços e pedaladas fiscais.



Início do segundo mandato – Dilma 2 (2015)


Reversão abrupta de expectativas

Para conter a deterioração fiscal, Dilma nomeia Joaquim Levy (ortodoxo) como Ministro da Fazenda.

Tentativa de ajuste fiscal gerou choque de confiança: o mercado viu a reversão como tardia e contraditória.

País entra em recessão profunda: PIB cai -3,8% em 2015, inflação explode e o desemprego sobe fortemente.

Crise política e econômica simultâneas: perda do grau de investimento, impeachment e retração no investimento privado.



Comparando com o cenário atual (governo Lula 3, 2023–2026)


Se você acredita que o final do governo Lula 3 poderá repetir padrões de 2014-2015, aqui vão as principais lições como investidor:



Lições para o investidor


1. Nunca subestime o impacto de expectativas fiscais

O mercado tolera déficits, mas exige previsibilidade.

Quando há “criatividade fiscal” ou sinalizações dúbias, há fuga de capital e elevação dos juros longos.


2. Proteja-se contra inflação escondida

Em 2014, o controle artificial de preços gerou uma inflação reprimida que explodiu depois.

Em cenário similar, ativos atrelados à inflação (NTN-B, IPCA+) tendem a se valorizar.


3. Diversifique geograficamente

Em 2015, muitos investidores com posição no exterior (em dólar) se protegeram da forte desvalorização do real.

Manter uma parte do portfólio em ativos internacionais é uma forma de hedge político e cambial.


4. Evite setores altamente dependentes do governo

Elétricas, petrolíferas e bancos públicos sofreram fortemente com intervenção estatal.

Prefira empresas com baixa dependência de regulação ou subsídios.


5. A hora de sair é antes do colapso

O ajuste de portfólio em 2014–2015 foi brutal. Quem antecipou a deterioração (vendendo Bolsa Brasil, comprando dólar, indexados ao IPCA) preservou patrimônio.



Exemplo prático


Se hoje o mercado começa a precificar:

Gasto público fora de controle, sem âncora fiscal crível,

Tentativas de crescimento forçado via bancos públicos,

E pressões sobre o Banco Central,


…então pode ser um sinal de alerta semelhante a 2013–2014.



Se quiser, posso montar um portfólio modelo conservador ou balanceado para esse cenário de risco fiscal e político. Quer seguir por esse caminho?

Uma casta acima da lei

 Uma casta acima da lei


A condenação de uma jornalista por divulgar dados públicos mostra que a toga virou escudo. E o Judiciário, uma corporação que intimida críticos e se protege sob o manto da honra ofendida


A condenação da jornalista Rosane Oliveira e do jornal Zero Hora pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) a pagar R$ 600 mil por divulgar a remuneração de uma desembargadora é mais do que um erro judicial: é uma violência contra a democracia liberal. A sentença não só ignora o direito fundamental de acesso à informação, como representa um ataque frontal à liberdade de imprensa – um dos pilares de qualquer sociedade aberta.


A desembargadora Iris Medeiros Nogueira, quando presidente do TJ-RS, teve vencimentos de R$ 662 mil em um único mês – quase 15 vezes o teto constitucional – reportados com base em dados do Portal da Transparência. A própria sentença reconhece que os dados publicados eram “públicos e verídicos”, mas condena a jornalista por uma suposta “linguagem sarcástica” e “abalo à imagem” da magistrada. Trata-se de uma decisão que pune não o erro, mas a irreverência; não a calúnia, mas o incômodo causado a uma casta acostumada a não ser contrariada. É autoritarismo em sua forma mais pérfida, sob o disfarce de tutela da honra.


O episódio é só um sintoma da arbitrariedade crescente de um Judiciário que se comporta como casta extrativista: uma elite blindada por prerrogativas autoatribuídas que subverte instrumentos do Estado para preservar seus privilégios e amordaçar seus críticos.


Os juízes brasileiros institucionalizaram a violação ao teto salarial constitucional. Subterfúgios como a “venda” de férias (de 60 dias), auxílios não remuneratórios e licenças especiais são empregados para fabricar, manter e ampliar privilégios. Segundo levantamento da Transparência Brasil feito com 18 dos 27 tribunais do País, todos receberam em 2023 salários médios brutos acima do teto constitucional: 69% ultrapassaram entre R$ 100 mil e R$ 499 mil, e 15% em mais de R$ 500 mil.


A lógica corporativista é reforçada por mecanismos de autoproteção. Juízes delinquentes frequentemente recebem como “punição” a aposentadoria com vencimentos integrais. O assédio judicial à imprensa também se tornou rotineiro: jornalistas vêm sendo alvos de processos milionários por expor abusos de poder, numa manobra que visa a silenciar o jornalismo investigativo por intimidação financeira. Editoras, colunistas e até humoristas são arrastados aos tribunais por criticarem decisões judiciais ou reportarem fatos incômodos a membros da magistratura.


A metástase chega até a cabeça. O Supremo Tribunal Federal (STF) também tem dado mostras de intolerância à crítica pública. Desde 2019, o STF ordenou buscas e apreensões contra jornalistas e influenciadores sem participação formal do Ministério Público, no âmbito do chamado “inquérito das fake news”, conduzido de ofício pela Corte, numa perversão processual inédita. Em 2021, o Tribunal confirmou uma indenização imposta ao jornalista Rubens Valente por publicar um livro-reportagem sobre Gilmar Mendes – apesar de o conteúdo ser factual, sem ataques pessoais e baseado em dados públicos. Também foi o STF que, em 2019, determinou a retirada do ar de uma reportagem da revista Crusoé sobre o ministro Dias Toffoli, num dos episódios mais vergonhosos de censura judicial da Nova República. É esse o Poder que quer regular as redes sociais?


Essa simbiose entre privilégio e autoritarismo corrói o Estado Democrático de Direito. Quando a magistratura abandona sua função contramajoritária equilibrada e se converte em corporação blindada, não há mais freios nem contrapesos reais. A corrupção discutida aqui não é a do dinheiro em envelopes – é a corrupção institucional, a desfiguração das funções constitucionais do Judiciário, tornando-o instrumento de acúmulo patrimonial, interferência política e repressão contra quem ousa revelar seus erros à sociedade.


É constrangedor para este jornal repetir o óbvio: não há democracia sem imprensa livre. E não há imprensa livre onde jornalistas são condenados por dizer a verdade. O Judiciário brasileiro, ao agir como senhor feudal da informação e inimigo da crítica, trai seu papel constitucional e ameaça a própria República que deveria proteger. Um poder sem limites, mesmo vestido da mais fina toga, se torna tirania.



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Bateção de cabeça

 Kotscho: Bateção de cabeça no governo mina o projeto de Lula 4



25/05/2025 14h47


"Só perco essa eleição para mim mesmo", desabafou o presidente Lula para aliados nessa semana, ao voltar de mais uma vilegiatura no exterior, diante do clima de barata voa que encontrou no governo e as divisões na oposição pós-Bolsonaro inelegível.


Não deixa de ser verdade, e não tem nada a ver com a idade ou a saúde do presidente. Na pilha de crises e problemas que encontrou sobre a sua mesa no Planalto, a bateção de cabeça entre ministros, o fogo amigo e os tiros no pé do governo, dando munição aos adversários, deixaram Lula sem saber por onde começar para desatar os nós e botar ordem na casa.


E a cada dia a coisa piora. Já não dá para colocar a culpa na comunicação, muito menos na oposição, que só está preocupada com anistia para Bolsonaro. Basta ver o que aconteceu na quinta-feira, quando o governo ia anunciar mais um corte de gastos para salvar o arcabouço fiscal.


Antes que os ministros Haddad e Tebet, em Brasília, pudessem anunciar e explicar as medidas, os dois levaram um "furo", como se diz no jargão jornalístico, do colega dos Transportes, Renan Filho, que vazou as novidades durante um evento em São Paulo.


Pior: apenas 6 horas após o anúncio oficial, Haddad teve que fazer o primeiro recuo diante da repercussão negativa do aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), que fez a Bolsa cair e o dólar subir. Falou-se mais disso do que do congelamento de R$ 30,1 bilhões nas despesas do governo, que seria uma notícia positiva.


Na mesma semana, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que já tinha sido derrotada pelo ministro Alexandre Silveira, das Minas e Energia, na discussão sobre a exploração de petróleo na foz do Amazonas, levou mais uma rasteira no governo com o "liberou geral" dos licenciamentos e controles ambientais promovido pela bancada ruralista, sob o comando do "aliado" Davi Alcolumbre, o novo poderoso de Brasília.


Marina e Haddad acumulam derrotas nos embates dentro do ministério e foram perdendo prestígio em duas áreas vitais para a credibilidade e popularidade do governo. Até quando eles resistirão estoicamente, num cenário de puxadas de tapete e bolas nas costas, com Lula tendo que mediar a toda hora o corte de gastos com o aumento de despesas?


É um cenário bem diferente do que vimos nos governo Lula 1 e Lula 2, quando o presidente não teve que entrar em tantas bolas divididas e podia viajar sem sustos dentro e fora do Brasil, porque tinha na retaguarda José Dirceu, no começo, e, depois, Dilma Rousseff, que administravam as divergências internas e as relações com a base aliada. Eram equipes mais unidas e coesas que acompanhavam o presidente desde a primeira campanha presidencial, em 1989.


Agora, no Lula 3, com um ministério bem mais fraco e desunido do que os anteriores e um Congresso muito mais hostil e empoderado, o presidente já não mostra a mesma disposição e paciência para apagar incêndios e assumir a articulação política nas situações de crise, que se acumulam entre uma viagem e outra.


O governo, a esta altura, está sempre correndo atrás do prejuízo, demorando a reagir, cedendo cada vez mais parcelas de poder ao Congresso, sem conseguir retomar a iniciativa das ações políticas para reverter a curva descendente nas pesquisas.


Falta pouco mais de um ano e meio para a próxima eleição presidencial, mas neste momento o panorama é sombrio para o projeto de Lula 4. Na pesquisa Ipespe divulgada na última semana, 54% desaprovam e 40% aprovam o governo, mas o mais preocupante para o governo é a resposta dada quando perguntaram o que esperar da gestão Lula nos próximos meses: para 44%, ainda vai piorar.


Como reverter este sentimento pessimista? Não basta investir na comunicação do que já foi feito, mas oferecer algo novo ao eleitorado para voltar a acreditar no próprio taco. Quando o maior adversário do governo é o próprio governo, fica difícil encontrar respostas. Em reforma ministerial, já nem se fala mais.


Vida que segue.


Opinião



Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.


Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL


Kotscho: Bateção de cabeça no governo mina o projeto de Lula 4

25/05/2025 14h47

19.05.25 - O presidente lula em evento no Palácio Itamaraty, em Brasília

19.05.25 - O presidente lula em evento no Palácio Itamaraty, em Brasília Imagem: EVARISTO SA / AFP

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"Só perco essa eleição para mim mesmo", desabafou o presidente Lula para aliados nessa semana, ao voltar de mais uma vilegiatura no exterior, diante do clima de barata voa que encontrou no governo e as divisões na oposição pós-Bolsonaro inelegível.


Não deixa de ser verdade, e não tem nada a ver com a idade ou a saúde do presidente. Na pilha de crises e problemas que encontrou sobre a sua mesa no Planalto, a bateção de cabeça entre ministros, o fogo amigo e os tiros no pé do governo, dando munição aos adversários, deixaram Lula sem saber por onde começar para desatar os nós e botar ordem na casa.


E a cada dia a coisa piora. Já não dá para colocar a culpa na comunicação, muito menos na oposição, que só está preocupada com anistia para Bolsonaro. Basta ver o que aconteceu na quinta-feira, quando o governo ia anunciar mais um corte de gastos para salvar o arcabouço fiscal.


Antes que os ministros Haddad e Tebet, em Brasília, pudessem anunciar e explicar as medidas, os dois levaram um "furo", como se diz no jargão jornalístico, do colega dos Transportes, Renan Filho, que vazou as novidades durante um evento em São Paulo.


Pior: apenas 6 horas após o anúncio oficial, Haddad teve que fazer o primeiro recuo diante da repercussão negativa do aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), que fez a Bolsa cair e o dólar subir. Falou-se mais disso do que do congelamento de R$ 30,1 bilhões nas despesas do governo, que seria uma notícia positiva.


Na mesma semana, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que já tinha sido derrotada pelo ministro Alexandre Silveira, das Minas e Energia, na discussão sobre a exploração de petróleo na foz do Amazonas, levou mais uma rasteira no governo com o "liberou geral" dos licenciamentos e controles ambientais promovido pela bancada ruralista, sob o comando do "aliado" Davi Alcolumbre, o novo poderoso de Brasília.


Marina e Haddad acumulam derrotas nos embates dentro do ministério e foram perdendo prestígio em duas áreas vitais para a credibilidade e popularidade do governo. Até quando eles resistirão estoicamente, num cenário de puxadas de tapete e bolas nas costas, com Lula tendo que mediar a toda hora o corte de gastos com o aumento de despesas?


É um cenário bem diferente do que vimos nos governo Lula 1 e Lula 2, quando o presidente não teve que entrar em tantas bolas divididas e podia viajar sem sustos dentro e fora do Brasil, porque tinha na retaguarda José Dirceu, no começo, e, depois, Dilma Rousseff, que administravam as divergências internas e as relações com a base aliada. Eram equipes mais unidas e coesas que acompanhavam o presidente desde a primeira campanha presidencial, em 1989.


Agora, no Lula 3, com um ministério bem mais fraco e desunido do que os anteriores e um Congresso muito mais hostil e empoderado, o presidente já não mostra a mesma disposição e paciência para apagar incêndios e assumir a articulação política nas situações de crise, que se acumulam entre uma viagem e outra.


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O governo, a esta altura, está sempre correndo atrás do prejuízo, demorando a reagir, cedendo cada vez mais parcelas de poder ao Congresso, sem conseguir retomar a iniciativa das ações políticas para reverter a curva descendente nas pesquisas.


Falta pouco mais de um ano e meio para a próxima eleição presidencial, mas neste momento o panorama é sombrio para o projeto de Lula 4. Na pesquisa Ipespe divulgada na última semana, 54% desaprovam e 40% aprovam o governo, mas o mais preocupante para o governo é a resposta dada quando perguntaram o que esperar da gestão Lula nos próximos meses: para 44%, ainda vai piorar.


Como reverter este sentimento pessimista? Não basta investir na comunicação do que já foi feito, mas oferecer algo novo ao eleitorado para voltar a acreditar no próprio taco. Quando o maior adversário do governo é o próprio governo, fica difícil encontrar respostas. Em reforma ministerial, já nem se fala mais.


Vida que segue.


Opinião



Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.


Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL


https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2025/05/25/kotscho-batecao-de-cabecas-no-governo-mina-o-projeto-de-lula-4.htm

Fabio Alves