segunda-feira, 22 de dezembro de 2025

Leitura de domingo

 *Leitura de Domingo: Brookfield avalia entrada no mercado de baterias brasileiro*


Por Luciana Collet


São Paulo, 15/12/2025 - O mercado de sistemas de armazenamento de eletricidade pode ser a próxima grande aposta da gestora canadense Brookfield no mercado brasileiro. O grupo, que tem mais de 125 anos de presença no País e história atrelada ao próprio desenvolvimento do setor elétrico nacional, se prepara para apoiar o Brasil em seu próximo salto tecnológico, com a inserção de baterias no sistema interligado nacional (SIN). A empresa está acompanhando de perto os trabalhos para a realização do primeiro leilão de baterias, atualmente previsto para abril de 2026, com vista a participar da disputa.


"Acho que isso criará uma oportunidade muito empolgante", disse à Broadcast  executiva de operações (Chief Operating Officer - COO), do negócio de Energia Renovável & Transição da Brookfield, Natalie Adomait. "Baterias são uma enorme oportunidade para um mercado como o Brasil", completou, citando a abundância de potencial eólico e solar, além da matriz elétrica brasileira, já muito limpa, bem como a perspectiva de que as baterias forneçam mais confiabilidade ao sistema brasileiro.


A executiva canadense é responsável por supervisionar a gestão de ativos e de fundos para o portfólio global da Brookfield, que possui 45 gigawatts (GW) de capacidade operacional e 200 GW de projetos renováveis em todo o mundo.  De acordo com ela, o interesse em baterias tem crescido em todo o mundo, apoiado pela redução dos custos da tecnologia, que baratearam 95% desde 2016.


"Com cada um dos desenvolvedores de renováveis no nosso portfólio, estamos impulsionando o desenvolvimento de estratégias de baterias e construindo equipes que tenham expertise para implantar essa tecnologia, porque a maioria dos mercados já começou a se mover rapidamente em direção a disso, acho que será a tecnologia de crescimento mais rápido em nosso portfólio global nos próximos anos, e, com sorte, o Brasil desempenhará um papel realmente importante nisso nos próximos 12 a 24 meses", afirmou.


De acordo com ela, a Brookfield vem mapeando mercados que ofertem condições mais favoráveis para investimentos na tecnologia e na geração de energia renovável, já que isso deverá permitir um crescimento mais acelerado do novo mercado. Uma preocupação, sinalizou, é que o empreendedor seja compensado pelos benefícios que as baterias podem proporcionar ao sistema, seja do ponto de vista de otimização do custo da geração, seja pela estabilidade ofertada à rede.


Neste sentido, o líder do negócio de Energia Renovável & Transição da Brookfield no Brasil, André Flores, avaliou que a realização do leilão brasileiro de baterias é importante porque garante uma fonte de receita inicial para esses sistemas enquanto o mercado evolui até se tornar mais comercial, o que permitiria também operações mais atreladas à arbitragem de preços entre valores horários da energia mínimos e máximos, ou seja, entre o horário pico da geração solar, no meio do dia, quando há excesso de energia, e o pico da demanda, no início da noite, quando é necessário acionar usinas mais caras.


"Devemos garantir que o mercado esteja dando os incentivos certos para justificar a instalação de baterias atrás do medidor em nossos ativos", disse.


Natalie vislumbra potencial para o desenvolvimento de projetos associados de geração renovável eólica ou solar com baterias, atrelados a contratos de longo prazo (PPA, na sigla em inglês), num modelo já experimentado pela Brookfield na Austrália, em acordo com a BHP. "A Austrália é um dos mercados que está muito à frente na integração de tecnologias em soluções híbridas, mas acho que essa é uma direção que poderíamos ver se as baterias decolarem no Brasil", disse.


Os recursos para uma iniciativa nesse sentido poderiam vir do fundo de transição catalítica focado em mercados emergentes, o Catalytic Transition Fund (CTF), atualmente em fase de captação e que já tem US$ 2,4 bilhões anunciados, com meta para chegar a US$ 5 bilhões. O foco para a aplicação do capital desse fundo é em energia limpa e ativos de transição e, segundo Natalie, o Brasil será uma região central. Índia, outros países da América Latina e do Sudeste Asiático também fazem parte da estratégia.


Cortes 


Além das regras sobre baterias, a Brookfield também aguarda o avanço das normas sobre o ressarcimento pelos cortes de geração renovável (curtailment), que Natalie considera fundamentais para que o setor de geração volte a ser atraente a novos investimentos.


"Ao redor do mundo, todos estão lidando com isso de maneiras diferentes, e diria que há muitas lições a serem aprendidas", disse, citando exemplos na Coreia do Sul e Índia, onde há foco investimentos em gestão e expansão da rede de transmissão. "Caso contrário, isso continuará a ser considerado no custo e limitará o investimento potencial no futuro se não for gerenciado da maneira certa", acrescentou.


Flores comentou que os níveis de curtailment atualmente vistos no Brasil são significativamente superiores aos observados em outros mercados onde a Brookfield atua. Dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apontam que os cortes chegaram próximos a 30% da geração potencial em outubro, alcançando a máxima histórica. "E o impacto no setor é muito maior, porque a compensação atualmente é muito limitada", diz.


Já o atual momento de sobreoferta de energia é visto em perspectiva pela executiva da Brookfield, tendo em vista o potencial crescimento da demanda a partir de data centers e outras grandes cargas. "Somos investidores de longo prazo, não olhamos para ciclos políticos, janelas de investimento de dois anos, ou o que está acontecendo hoje no mercado", diz.


Ela cita, ainda, oportunidades com a tendência de eletrificação das indústrias, além de um movimento de 'desglobalização', com a criação de cadeias de suprimentos mais próximas geograficamente.


"A beleza de um país como o Brasil é que o potencial de recursos é imenso, de uma perspectiva eólica e solar, e quando você combina isso com tecnologias como baterias, sendo capaz, então, de fornecer energia modelada, há muitas oportunidades", acrescentou.


Contato: luciana.collet@estadao.com


Broadcast+

BDM Matinal Riscala

 *Rosa Riscala: Semana do Natal tem IPCA-15 e PIB nos EUA*


A entrevista de Bolsonaro ao portal Metrópoles amanhã causa expectativa, já que ele pode confirmar o apoio a Flávio


… As bolsas em NY e os Treasuries operam em horário reduzido na véspera do Natal (quarta-feira), quando o Ibovespa já estará fechado. Os mercados americanos funcionam normalmente na sexta-feira (dia 26), apesar de Trump ter ordenado o fechamento do governo federal neste dia. Na semana mais curta com o feriado natalino, ainda há indicadores importantes na agenda dos Estados Unidos e aqui também, com potencial para projetar os próximos passos do Fed e Copom, enquanto o Legislativo e o Judiciário já estão em recesso, após a alta temperatura das últimas semanas. No apagar das luzes, o Congresso aprovou o Orçamento com superávit pouco acima da meta.


QUEM QUER DINHEIRO? – O texto aprovado prevê um superávit primário de R$ 34,5 bilhões no próximo ano, valor apenas R$ 200 milhões acima do centro da meta fiscal de R$ 34,3 bilhões, que equivale a 0,25% do PIB.


… Na prática, como se sabe, a margem de tolerância permite déficit zero. O projeto, que já seguiu à sanção, fixa despesas em R$ 6,543 trilhões e destina R$ 61 bilhões às emendas parlamentares, 21% a mais do que em 2025.


… Os recursos terão liberação acelerada no primeiro semestre de 2026, ano eleitoral, após regra aprovada na LDO.


… Mas na Folha, Idiana Tomazelli informa que o governo vai vetar ou bloquear as emendas extras aprovadas de última hora pelo Congresso, para recompor a verba de políticas sociais que foram cortadas pelos parlamentares.


… Paralelamente, Flávio Dino continua em pé de guerra com os congressistas.


… Neste domingo, o ministro do Supremo suspendeu a validade de um trecho de projeto aprovado pela Câmara na última quarta-feira que ressuscita as chamadas “emendas de relator”, conhecidas como “orçamento secreto”.


… O artigo estava incluído no texto que corta benefícios fiscais e aumenta a tributação de bets, fintechs e JCP.


… Dino atendeu a um pedido de deputados do Psol e do Rede Sustentabilidade e determinou a suspensão imediata do trecho, caso ele venha a ser convertido em lei após eventual sanção. Lula tem até o dia 12/1 para apreciar.


… O ministro também determinou que a liminar seja submetida ao plenário do STF. A votação deve acontecer a partir de fevereiro, quando o tribunal retornar às atividades. Até lá, o projeto fica suspenso mesmo se Lula sancionar.


… Reportagem do Valor aponta que o governo fez movimentos de reaproximação com o Congresso, após semanas de conflitos, e que agora senadores e deputados deslocaram a crise de relacionamento para o Judiciário.


… A relação vem piorando com as seguidas operações policiais contra congressistas (na última sexta-feira, o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, esteve no alvo) e os julgamentos polêmicos, como o que questiona as emendas.


… Já em relação ao Congresso x governo, depois de momentos conturbados ao longo do ano, com a derrubada do IOF, a PEC da Blindagem e a Dosimetria, Lula acionou sua versão paz e amor e telefonou para Motta semana passada.


… Acertou a pauta econômica e escolheu o filho de um aliado de Motta, o deputado Damião Feliciano (União Brasil), como ministro do Turismo, no lugar de Celso Sabino, troca que também o reaproxima do partido, até então rompido.


… Para o presidente da Câmara, a relação está estabilizada e haverá mais diálogo em 2026.


… De seu lado, Alcolumbre disse que aceitará uma conversa com Lula, se for convidado. O líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues, disse que um encontro deve acontecer ainda antes de o ano acabar.


… O presidente do Senado está rompido com o Planalto desde que Lula escolheu Jorge Messias para o STF.


ESPERANDO GODOT – A informação de que Jair Bolsonaro vai dar uma entrevista ao portal Metrópoles amanhã causa expectativa entre os investidores. Será a oportunidade de o ex-presidente confirmar o apoio ao filho.


… Ou deixar a porta aberta para uma eventual candidatura de Tarcísio de Freitas ao Palácio do Planalto, como o mercado e o Centrão gostariam, caso Flávio Bolsonaro não deslanche nas pesquisas eleitorais até março.


… Em novo racha na família, Michelle se opõe à entrevista. Segundo Mônica Bergamo (Folha), a ex-primeira dama teme que o gesto torne irreversível a candidatura de Flávio e exponha a fragilidade de Bolsonaro diante da base.


… No Globo, Lauro Jardim informou que os médicos querem operar Bolsonaro na quarta-feira. A realização do procedimento cirúrgico para tratar da hérnia e das frequentes crises de soluços foi autorizada por Moraes.


MAIS AGENDA – O IBGE divulga amanhã o IPCA-15 de dezembro, que pega o mercado mais inclinado no momento a apostar em um corte da Selic só em março, apesar de o Copom não ter fechado a porta para uma queda antecipada.


… Puxada pela alta nos preços das passagens aéreas, a prévia da inflação oficial deve acelerar para 0,25% em dezembro, contra 0,20% em novembro, com avanço também na média dos núcleos, segundo o Projeções Broadcast.


… Ainda amanhã, a Aneel define a bandeira tarifária de energia elétrica para janeiro, com efeito sobre a inflação.


… O Santander revisou em baixa, na sexta-feira, a aposta para o IPCA deste ano (de 4,4% para 4,3%) e de 2026 (de 3,9% para 3,8%), citando o câmbio mais apreciado, acomodação das commodities e efeitos cumulativos da Selic.


… Hoje, às 10h30, a Receita divulga a arrecadação de novembro, que deve refletir o bom desempenho do IOF e das receitas previdenciárias. A previsão é de R$ 224,2 bilhões (mediana), após R$ 261,908 bilhões em outubro.


… Também nesta segunda-feira, saem o boletim Focus (8h25) e a pesquisa Firmus referente ao quarto trimestre (10h), que colhe as expectativas de empresas não financeiras sobre a atividade econômica e a inflação.


… Na volta do Natal, o BC divulga na sexta-feira a nota de crédito de novembro, com dados sobre inadimplência. Excepcionalmente por causa do feriado na semana, as informações de fluxo cambial também sairão na sexta-feira.


…  Haddad entrou em férias hoje e fica afastado até 11 de janeiro, segundo autorização publicada no Diário Oficial.


LÁ FORA – Como aqui, amanhã também é o dia mais importante da agenda americana, com o PIB do terceiro trimestre, em que virá embutido o PCE do período. Sai ainda nesta terça-feira a produção industrial de outubro/nov.


… A aposta de pausa do Fed em janeiro continua como a aposta principal (79%) do mercado, embora um corte siga no radar (21%), depois do avanço menor do que o esperado do CPI de novembro, mesmo distorcido pelo shutdown.


… O investidor também mantém no foco a escolha do sucessor de Powell no comando do Fed. O maior receio é com a credibilidade da autoridade monetária, sob risco de um ciclo de queda do juro além do considerado razoável.


… Da ala dovish, o diretor do Fed Christopher Waller teve uma entrevista “produtiva” com Trump na sexta-feira, com ênfase no mercado de trabalho, segundo a CNBC, sugerindo que a criação de empregos está no centro das atenções.


… A impressão positiva, porém, não indica necessariamente que ele seja o favorito para o cargo, disseram fontes.


… A lista de candidatos para assumir a presidência do BC americano foi reduzida a quatro: Kevin Hassett, Kevin Warsh, Waller e Rick Rieder (BlackRock), que será entrevistado semana que vem. Michelle Bowman deixou a disputa.


… Na última sexta-feira, John Williams, presidente do Fed de Nova York, reforçou a percepção de desinflação em curso e emprego estável, e disse não ver urgência em promover uma nova flexibilização monetária em janeiro.


… Já Stephen Miran, Fed boy de Trump, disse o que se espera dele, alertando sobre a fraqueza do mercado de trabalho, enquanto Trump advertia sobre o aumento da taxa de desemprego a 4,5%, maior nível desde 2021.


… Hoje, o Fed de Chicago divulga o índice de atividade nacional de setembro, às 10h30. Na véspera do Natal (quarta-feira), os mercados em Nova York operam em horário reduzido: as bolsas fecham às 15h e os Treasuries, às 16h.      


CHINA HOJE – O PBoC manteve os juros de referência estáveis pelo sétimo mês consecutivo, apesar das vendas no varejo e da produção industrial abaixo do esperado em novembro.


… As taxas para empréstimos de 1 e 5 anos permanecem inalteradas em 3% e 3,5%, respectivamente.


… O anúncio foi feito durante o 14º Congresso Popular Nacional, que durará esta semana toda.


BARRIL DE PÓLVORA – A possibilidade de uma guerra na Venezuela e a chance remota de a Rússia e a Ucrânia alcançarem um acordo de paz entre antes do Natal, como Trump gostaria, continuam no radar do petróleo.


… Depois de um final de semana de negociações em Miami, as tratativas exibiram poucos progressos.


… Zelensky disse que os sinais reais de disposição para Moscou encerrar a guerra são “apenas negativos”, enquanto Putin mantém o discurso de que alcançará os objetivos militares caso Kiev rejeite as condições apresentadas.


… A ofensiva diplomática lançada por Trump esbarra em exigências consideradas incompatíveis pelos dois países.


… Em outra frente de conflito, Trump mantém o bloqueio à saída de petroleiros da Venezuela e não descarta um conflito armado contra Maduro. A escalada das tensões ampliava os ganhos do petróleo ontem à noite (+0,68%).


… Na sexta-feira, o barril já havia emplacado a terceira alta seguida, com o Brent avançando 1,08%, para US$ 60,47. Na semana, porém, a commodity perdeu 1%, repercutindo as preocupações com o aumento da oferta global.


ALÍVIO FRÁGIL – O Ibovespa registrou a segunda sessão seguida de ganhos modestos (+0,35%, a 158.473,02 pontos), com investidores aproveitando alguns papéis que ficaram descontados desde o “Flávio Day”, mas com cautela.


… Tanto que a melhora dos últimos dias não conseguiu apagar o estrago na semana (-1,43%), especialmente de terça-feira, quando a pesquisa Genial Quaest mostrou Flávio à frente de Tarcísio e ambos atrás de Lula.


… O giro do pregão foi expressivo (R$ 32,3 bilhões), inflado pelo exercício de opções sobre ações, o que também explica a maior volatilidade dos ativos na sessão.


… Entre os grandes bancos, o dia foi de ganhos: Bradesco PN (+0,93%, a R$ 18,50); Itaú PN (+0,92%, a R$ 39,53); e Santander Unit (+0,84%, a R$ 32,32). A exceção foi BB ON (-0,69%, a R$ 21,44).


… Petrobras ON (+0,71%, a R$ 32,68) e PN (+0,36%, a R$ 31,01) seguiram a alta do petróleo, assim como Vale ON (+0,71%, a R$ 70,85) acompanhou o avanço do minério de ferro na China (+0,52% em Dalian, a US$ 110,78/t).


… Braskem PN (+6,56%, a R$ 7,80) puxou a lista de maiores altas do índice, após firmar contratos de R$ 17,8 bilhões com a Petrobras, seguida por CVC ON (+4,12%, a R$ 2,02) e IRB ON (+2,50%, a R$ 53,27).


… CSN Mineração ON (-4,01%, a R$ 5,26) e CSN ON (-3,23%, a R$ 9,23) lideraram as baixas, após a CSN anunciar a venda de fatia de até 11,17% na MRS para sua mineradora por até R$ 3,35 bilhões.


… O dólar à vista até ensaiou uma queda abaixo dos R$ 5,50 com a atuação do Banco Central, que realizou um leilão de linha de US$ 2 bilhões para rolagem de vencimentos de operações anteriores.


… Mas a cautela com o cenário eleitoral e a demanda de empresas para remessas de fim de ano impediram uma correção no câmbio, com a moeda fechando em leve alta de 0,11%, a R$ 5,5297. Na semana, a divisa subiu 2,20%.


… Os juros futuros tiveram um dia de acomodação, diante da falta de novidades sobre os próximos passos do Copom e da pausa no estresse político, que fez as taxas longas acumularem mais de 20 pb no saldo da semana.


… No fechamento, o DI para janeiro de 2027 marcava 13,775% (de 13,829% no ajuste anterior); Jan/29, 13,245% (contra 13,335% na véspera); Jan/31, 13,540% (de 13,625%); e Jan/33, 13,660% (de 13,731%).


DIA DE BRUXARIA – As techs se livraram dos boatos de bolha na Inteligência Artificial e deram sequência ao movimento de recuperação, sustentando os ganhos em NY, junto com as ações do setor farmacêutico.


… O Dow Jones subiu 0,38% (48.134,89 pontos); S&P 500 ganhou 0,88% (6.834,50); e Nasdaq avançou 1,31% (23.307,62). Na semana, os índices ficaram mistos: Dow (-0,66%) em baixa; S&P (+0,10%) e Nasdaq (+0,48%) em alta.


… A 6ªF foi dia de “quadruple witching”, com mais de US$ 7,1 trilhões em contratos futuros e opções sobre índices e sobre ações, no maior vencimento da história, segundo informou o Goldman Sachs à CNBC.


… Oracle avançou 6,63%, após o anúncio do acordo com a chinesa ByteDance para transferir o controle do TikTok nos EUA para um grupo de investidores, incluindo a gigante da computação em nuvem.


… Ainda de carona no forte balanço do 1TRI fiscal e nas projeções otimistas de produção de chips, a Micron Technology estendeu o ganho de 10,21% da 5ªF e avançou mais 6,99%.


… No setor da saúde, o acordo de Trump para reduzir os preços dos medicamentos – e evitar a imposição de tarifas como punição – ajudou Moderna (+9,40%) e Eli Lilly (+1,38%), enquanto Johnson & Johnson caiu 0,93%.


… Já a Nike tropeçou feio (-10,54%) após apresentar resultado pior que o esperado no segundo trimestre fiscal e ainda sinalizar que as vendas na China estão fracas.


… Após a polêmica do CPI “poluído” pelo shutdown, que deixou dúvidas se o alívio na inflação é para valer ou se houve uma distorção estatística, a Universidade de Michigan mostrou que, pelo menos, a sensação é de baixa.


… A expectativa de inflação para um ano passou de 4,5% em novembro para 4,2% em dezembro. Foi o quarto recuo seguido e o menor índice em 11 meses. Já para 5 anos, caiu de 3,4% para 3,2%, igualando projeção de janeiro.


… A leitura final do sentimento do consumidor subiu para 52,9 pontos em dezembro, de 51,0 em novembro, mas veio abaixo do consenso, de 53,5 pontos.


… No mercado imobiliário, a NAR mostrou que as vendas de moradias usadas subiram 0,5% em novembro ante outubro, para 4,13 milhões de unidades, pouco abaixo das 4,2 milhões esperadas, em dados ajustados.


TSUNAMI – O dólar disparou diante do iene (+1,23%, a 157,53/US$), mesmo após o BoJ seguir o roteiro e elevar o juro básico japonês para 0,75%, a maior taxa do país em 30 anos.


… Kazuo Ueda disse que o BoJ seguirá elevando os juros, caso a economia e os preços evoluam em linha com as projeções. “A probabilidade de o cenário do BoJ se concretizar está aumentando”, declarou, após a decisão.


… Ueda afirmou ainda que espera que o crescimento dos salários continue no próximo ano e avaliou que o mecanismo de repasse entre salários e preços deve permanecer intacto.


… Por outro lado, observou que é difícil definir o nível da taxa de juros neutra para a economia japonesa, acrescentando que a projeção para essa taxa “deve seguir ampla”.


… Analistas avaliaram que Ueda não deixou claro se o BoJ fará um novo aumento na próxima reunião, o que trouxe frustração para a moeda japonesa.


… “Acho que muitas pessoas estão dizendo que o Banco do Japão não foi duro o suficiente”, comentou Marc Chandler, estrategista-chefe de mercado da Bannockburn Global Forex, à Reuters.


… Diante da fraqueza do iene, o índice DXY subiu 0,16%, para 98,581 pontos, em uma sessão em que o euro ficou de lado (US$ 1,1724), assim como a libra, em leve alta de 0,08% (U$ 1,3391).


CIAS ABERTAS NO AFTER – PETROBRAS informou que fez ajustes na proposta de Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), “contemplando avanços nos pleitos sindicais”, para tentar encerrar greve nacional iniciada há uma semana.


CSN MINERAÇÃO encerrou programa de recompra de ações de até 100 milhões de papéis ordinários; no período, foram adquiridas 53.294.300 de ações ordinárias, o equivalente a 0,97% do capital social da companhia.


GERDAU encerrou programa de recompra de ações, aprovado em 20 de janeiro, após adquirir 1,5 milhão de papéis ordinários, ao preço médio de R$ 15,65 cada, e 63 milhões de papéis preferenciais, ao preço médio de R$ 16,27 cada.


MULTIPLAN informou que concluiu a venda de 20,0% de participação do ParkShopping São Caetano pelo valor de R$ 237,2 milhões. O valor será recebido em três parcelas.


YDUQS aprovou a distribuição de R$ 150 milhões em dividendos intercalares, o equivalente a R$ 0,5691 por ação ordinária, com pagamento até 27 de fevereiro; ex em 29 de dezembro.


COGNA. BlackRock reduziu participação acionária na companhia de 5,03% para 4,90% do total, passando a deter 92.1116.169 de papéis ordinários.


PORTO SEGURO. O conselho de administração aprovou distribuição de juros sobre capital próprio (JCP), relativos ao quarto trimestre de 2025, no montante de R$ 344 milhões, a R$ 0,53 por ação.


TOTVS. Subsidiária Soluções em Software e Serviços TTS celebrou contrato para a aquisição da TBDC Desenvolvimento de Software por R$ 80 milhões.


AXIA ENERGIA informou que foi aprovado em Assembleia Geral Extraordinária o resgate compulsório das ações preferenciais de classe R (PNR) no valor unitário de R$ 1,29.


ENERGISA aprovou incorporação da Rede Power pela Rede Energia, em nova etapa da reorganização societária…


… Adicionalmente, foi aprovado um aumento do capital social da Rede Energia em aproximadamente R$ 2,34 bi mediante a emissão, para subscrição privada, de 457.880.865 de novas ações ordinárias da empresa…


… Também foi autorizada a incorporação de ações de emissão da Denerge pela Nova Denerge, operação que resultou na conversão da Denerge em subsidiária integral da Nova Denerge…


… Ainda, os acionistas aprovaram a incorporação da Energisa Distribuição de Gás Nordeste (EDGNE) pela Energisa Distribuição de Gás (EDG), resultando na extinção da EDGNE, que será sucedida pela EDG em direitos e obrigações.


ISA ENERGIA aprovou a distribuição de R$ 495,2 milhões em JCP, o equivalente a R$ 0,7516 por ação de ambas as espécies, com pagamento em três parcelas de R$ 165,08 milhões (28 de janeiro; 25 de fevereiro e 31 de março).


CEMIG. Subsidiária Cemig SIM concluiu a aquisição de 51% em duas usinas fotovoltaicas de geração distribuída (UFVs) e 100% de um UFV, totalizando 10 megawatts-pico de potência instalada, pelo montante de R$ 52,8 milhões.


COPASA informou que privatização será votada em assembleia de debenturistas da 14ª emissão.


SUZANO HOLDING informou, por meio de fato relevante, a celebração de novo acordo de acionistas que estabelece mudanças relevantes na governança e na estrutura de capital da companhia ao longo das próximas duas décadas.


AMBIPAR. O conselho de administração aprovou os termos e condições do plano de recuperação judicial do grupo. A proposta foi protocolada no processo que tramita na 3ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Rio de Janeiro.

Bankinter Matinal Portugal

 Análise Bankinter Portugal 


NY +0,9% US tech +1,3% US semis +3,0% UEM +0,3% España +0,2% VIX 14,9% Bund 2,90% T-Note 4,15% Spread 2A-10A USA=+66pb B10A: ESP 3,32% PT 3,19% FRA 3,62% ITA 3,58% Euribor 12m 2,266% USD 1,171 JPY 184,7 Ouro 4.339$ Brent 61,5$ WTI 56,7$ Bitcoin +2,1% (88.142$) Ether +5,2% (2.973$).


Iniciamos a reta final do ano onde a volatilidade e o fluxo de notícias deverão tender a moderar-se. O mais relevante é quase o aumento da tensão entre os EUA e a Venezuela, que está a gerar alguma volatilidade em alguns ativos, como: (i) petróleo, que embora, de momento, aumente +1,17%, pensamos que terminará por levar a queda de preços; e (ii) ouro, em máximos (4.339 $), igual à prata (68,94 $). As bolsas, por sua vez, encontram apoio nas expetativas de mais descidas de taxas de juros da Fed (as nossas expetativas para 2026 apontam até 3 descidas), após uma inflação americana menor do que o esperado na semana passada (2,7% a/a nov. vs. 3,1% esperado) e uma Taxa de Desemprego em alta (4,6% desde +4,4% ant.). 


Assim, iniciamos uma semana curta, com meia sessão na Europa e EUA na quarta-feira (véspera de Natal), e mercado fechado na quinta-feira devido ao feriado de Natal. 


Hoje teremos poucas referências. De facto, as mais relevantes do dia foram conhecidas de madrugada. Dois focos de atenção na Ásia, embora com impacto previsivelmente moderado na Europa e nos EUA: (1) a China manteve taxas de empréstimos a 3 e 5 anos (em 3,0% e 3,5%). (2) O Japão, após a subida de taxas de juros do BoJ, na sexta-feira, a falta de uma mensagem clara sobre próximas descidas debilitava o yen. O Vice-ministro das finanças assinalava a “profunda” preocupação” pela debilidade do yen e não descartam uma intervenção; “gostaríamos de tomar as medidas adequadas contra as medidas excessivas”.


Na nossa opinião, sessão de subidas com o foco em ir assumindo posições para 2026 e o “receio” de ficar de fora (FOMO). Consideramos que em 2026 o mercado estará apoiado por um ciclo expansivo global e uma inflação mais elevada do que o desejável, mas não problemáticas, taxas de juros que continuarão a baixar nos EUA, um menor prémio de risco por geoestratégia e lucros empresariais que aumentarão a duplo dígito baixo.

domingo, 21 de dezembro de 2025

EMBRAER ENCARANDO AIRBUS E BOEING

 *O QUE É PRECISO PARA A EMBRAER CRIAR UM AVIÃO QUE CONCORRA DIRETAMENTE COM BOEING E AIRBUS?*


Por Luciana Dyniewicz, do Estadão


 São Paulo, 21/12/2025 - Especulada há aproximadamente um ano, a possibilidade de a Embraer desenvolver um avião de cerca de 200 lugares, que possa competir diretamente com as gigantes Boeing e Airbus, ganhou força neste mês em meio a comentários do CEO global da Lufthansa, Carsten Spohr. Em visita ao Brasil, o executivo alemão afirmou querer que a fabricante brasileira produza aeronaves maiores e disse que discutiria isso com a direção da Embraer. O apoio - e a encomenda - de companhias aéreas é chave para que o projeto se torne realidade.


 Hoje, a Embraer produz aviões de no máximo 146 lugares e um alcance de 5.556 quilômetros. Assim, o maior jato da brasileira compete apenas com os A220, da Airbus, cuja capacidade é de até 160 passageiros.


 Se passar a fabricar aeronaves maiores, a Embraer poderia brigar diretamente com a família do A320, da Airbus, cujos aviões têm de 120 a 244 lugares, e com a do 737, da Boeing, que tem jatos com 126 a 220 lugares. Aeronaves com capacidade para 150 a 180 passageiros são as mais demandadas na história da aviação comercial.


 Procurada para comentar o assunto, a Embraer afirmou, em nota, ter "produtos novos e competitivos em todos os segmentos" e estar focada em aumentar as vendas do portfólio atual. "Em paralelo, continuamos investindo em novas tecnologias, com o objetivo de estarmos prontos para o próximo ciclo de desenvolvimento de produtos no futuro, independentemente do segmento (aviação comercial, executiva ou de defesa). No entanto, não podemos fornecer uma data específica para essa decisão."


 O presidente da empresa, Francisco Gomes Neto, já admitiu que a companhia planeja desenvolver um produto novo, mas ainda não definiu qual será. Em julho, o executivo afirmou ao Estadão que o projeto de criar um novo jato ainda está em fase embrionária.


 "Estamos fazendo estudos para outros produtos para o futuro. Pode ser um avião executivo, um avião comercial, mas são estudos ainda. Não temos resposta sobre o produto que vai ser ou como vamos construir isso."


 Gomes Neto disse ainda que não tinha pressa para desenvolver um novo projeto, dado que quase 25% de seus 4 mil engenheiros estão trabalhando na criação do eVTOL (o carro voador que vem sendo desenvolvido pela subsidiária Eve) e outra parte importante desse time está focada em melhorias do portfólio atual.


 O desenvolvimento de um avião de cerca de 200 lugares demandaria entre US$ 8 bilhões (R$ 43,4 bilhões) e US$ 10 bilhões (R$ 55 bilhões), de acordo com o analista do setor Alberto Valerio, do UBS BB. Se o custo alcançar US$ 10 bilhões, ficaria próximo ao valor atual da companhia no mercado (R$ 59,5 bilhões). "A empresa tem competência para desenvolver um avião como esse. Mas tem um risco", diz Valerio.


 O analista acrescenta que, para desenvolver uma nova aeronave, a Embraer precisaria levantar capital no mercado emitindo ações e dívida, além de fechar parcerias com clientes e fornecedores de peças como motores e GPS. "Também precisaria de garantias de que terá um volume robusto de encomendas por parte das companhias aéreas." Valerio afirma que o ideal seria que "umas três" companhias do porte da Lufthansa fizessem encomendas de cerca de 300 aeronaves cada uma.


 Também analista do setor, André Mazini, do Citi, é outro a afirmar que a Embraer tem capacidade de engenharia para criar um novo avião. "A questão é mais fechar a parte financeira e garantir a capacidade de manutenção no pós-venda. Hoje, essa capacidade é boa, mas precisa continuar avançando", diz ele.


 Mazini afirma ainda que as companhias aéreas "claramente querem sair do duopólio". Como apenas Boeing e Airbus fabricam hoje jatos de 200 lugares, a entrada de uma terceira competidora no mercado poderia pressionar os preços das aeronaves para baixo. Em sua visita ao Brasil neste mês, o CEO da Lufthansa destacou que, se houvesse três fabricantes no segmento, a velocidade de inovação aumentaria. Afirmou também ver espaço no mercado para aviões de melhor qualidade e mais baratos.


 O analista do Citi lembra que executivos da Embraer já sinalizaram que a empresa não assumiria um projeto dessa magnitude sozinha e que gostaria que as companhias aéreas apoiassem o desenvolvimento da aeronave com encomendas. "Um modo para viabilizar o avião seria que as aéreas entrassem com uns US$ 3 bilhões (em encomendas), ajudando a custear o projeto. As fabricantes de motores, como GE, com mais US$ 3 bilhões. O BNDES, com outros US$ 2 bilhões, e a Embraer, com uns US$ 2 bilhões. Aí ficaria mais palatável", diz.


 Os dois analistas dizem acreditar que a companhia não vai tomar uma decisão no curto prazo. Para Valerio, nada será definido até 2027. "Antes de começar algo novo, a Embraer quer amadurecer a Eve." Subsidiária da Embraer que desenvolve um "carro voador", a Eve deve concluir o desenvolvimento e a certificação de sua aeronave no fim de 2027. "A equipe de engenharia está focada nisso", destaca o analista.


 Mazini também afirma que a Embraer pretende fazer com que a Eve "ande com as próprias pernas" antes de assumir um novo desafio. "Eles (a direção da fabricante brasileira) não querem estressar o balanço da empresa com muita coisa ao mesmo tempo."


 O analista pondera que hoje a Eve tem praticamente apenas cartas de intenção de compras. Essas cartas precisam virar pedidos firmes para a empresa receber pré-pagamentos. "Quando isso acontecer, vai entrar dinheiro no caixa. Aí as coisas podem começar a avançar."


 Para Mazini, a Embraer também vai aguardar uma nova geração de motores de aviões ser desenvolvida. O desenho dessa tecnologia deverá ser definido em 2027, e nenhuma fabricante de aeronaves desenvolverá um jato agora usando os motores antigos - daí a necessidade de aguardar. "Não dá para dissociar um novo avião de um novo motor. Não haverá anúncios (por parte da Embraer) agora, porque a empresa precisa de detalhes desse motor."


 Além de um anúncio não ser esperado para breve, o desenvolvimento do avião também não será rápido. As aeronaves colocadas mais rapidamente no mercado levaram cerca de quatro anos desde o momento do anúncio até o primeiro voo. Quando as fabricantes anunciam a realização do novo projeto, porém, elas costumam já estar há algum tempo trabalhando previamente nele.

O mapa da volatilidade do câmbio em anos eleitorais

 https://valor.globo.com/financas/intraday/post/2025/12/o-mapa-da-volatilidade-do-cambio-em-anos-eleitorais.ghtml

_No momento, mesmo após pré-candidatura de Flávio Bolsonaro à Presidência, níveis atuais de volatilidade implícita permanecem baixos, segundo a Jubarte Capital_


Por Gabriel Roca, Valor — São Paulo


Em um país como o Brasil, onde normalmente os ativos financeiros possuem correlação positiva — isto é, se movem em bloco na mesma direção —, a volatilidade implícita do câmbio pode ser um instrumento útil para se analisar como o mercado incorpora as informações sobre um evento futuro e incerto, como as eleições presidenciais. Segundo estudo realizado pela Jubarte Capital, historicamente a volatilidade da moeda brasileira tende a aumentar entre três e seis meses antes do pleito e, à medida que o dia da votação se aproxima, crescem os chamados “riscos de saltos” caso a disputa se mostre competitiva.


“A volatilidade implícita do real tem sido uma das primeiras a reagir a diversos riscos eleitorais”, afirma o chefe de pesquisa da Jubarte Capital, Benjamin Mandel.


De acordo com o profissional, há, na literatura de finanças, diversas maneiras de modelar como o risco eleitoral se incorpora à volatilidade. “A antecipação é o modelo mais simples, pois assume um aumento contínuo da volatilidade à medida que o evento se aproxima, permitindo também que a volatilidade reaja mais fortemente a más notícias do que a boas”, aponta.


Já a “intensidade de saltos” se refere à probabilidade que os mercados atribuem a um choque discreto no preço de um ativo e é geralmente considerada uma variá́vel ao longo do tempo. “Esse conceito tem a característica realista de permitir que a volatilidade aumente antes mesmo de o salto ocorrer, simplesmente como função do acirramento da disputa eleitoral”, explica.


Em um ano eleitoral típico, aponta Mandel, a volatilidade implícita do câmbio começa a se elevar antes da eleição presidencial, em vez de disparar apenas no momento do voto. Esse aumento da volatilidade, explica, costuma ser “convexo”, o que significa que a volatilidade cresce a uma taxa cada vez maior quanto mais equilibrada está a disputa entre os candidatos.


“À medida que a eleição se aproxima, o foco do mercado migra para o risco de saltos, à medida que aumenta a incerteza em torno de um resultado binário. Em suma, a volatilidade eleitoral no Brasil é impulsionada por uma combinação de antecipação, convexidade e risco de saltos”, aponta.


Ao observar para as disputas passadas, Mandel lembra que cada eleição acaba apresentando uma característica própria. “Em 2006 e 2010, por exemplo, a volatilidade implícita do real permaneceu em um padrão lateral e irregular até cerca de cinco meses antes da eleição, quando apresentou um breve pico e depois arrefeceu”, aponta.


Segundo ele, as transições de liderança à época — de Lula para Lula e de Lula para Dilma — continham elementos de risco de evento, mas, no fim das contas, apresentavam risco limitado de cauda em termos de política econômica. “O resultado foi uma baixa precificação de antecipação e de risco de saltos nos mercados de opções entre três e seis meses antes do pleito”, afirma.


Já em 2018, por outro lado, a eleição foi vista como uma ruptura de regime mais clara entre Bolsonaro e os governos anteriores; de forma semelhante a eleições passadas, a volatilidade começou a subir seis meses antes do evento, mas continuou acelerando de maneira convexa quase até o primeiro turno, à medida que as pesquisas se tornaram mais apertadas e o risco de saltos aumentou — atingindo um pico de 2,5 desvios-padrão.


“Em 2022, com dois candidatos amplamente conhecidos, a alta da volatilidade implícita foi menos convexa e mais persistente do que em 2018, mas ainda assim alcançou níveis comparáveis no dia da eleição, conforme as pesquisas se estreitaram”, lembra o profissional.


Mandel nota que o lançamento da pré-candidatura à Presidência do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), há duas semanas, causou um aumento da incerteza política e da especulação de que a volatilidade eleitoral de mercado já esteja atualmente em curso.


“Ainda assim, os níveis atuais de volatilidade implícita permanecem baixos e, a mais de dez meses da eleição, isso ocorreria bem antes do padrão típico de alta da volatilidade, que costuma se materializar entre três e seis meses antes do pleito. Quando esse momento chegar, os padrões observados em eleições recentes sugerem alta convexidade e aumento do risco de saltos caso as pesquisas indiquem uma disputa apertada”, conclui.

Mercado de carnes

 *Carnes/EUA: Mercado de proteína animal contribui com US$ 57,3 bi para a economia, aponta estudo*


Por Jean Mendes


São Paulo, 21/12/2025 - A indústria de processamento de carne e aves contribui com US$ 57,3 bilhões para a economia dos Estados Unidos e fornece 584 mil empregos, segundo pesquisa do The Meat Institute (Instituto da Carne) dos EUA, divulgado ontem. O estudo também informa que toda a indústria de carne e aves, incluindo produção pecuária, alimentação animal, fabricação de equipamentos, transporte e outros, contribui com US$ 347,7 bilhões para a economia dos EUA, gerando cerca de 3,2 milhões de empregos.


"A indústria avícola e de carne é uma parte crítica e crescente da economia dos EUA, com uma importância descomunal para as economias rurais", disse a presidente e CEO do Meat Institute, Julie Anna Potts.


O estudo também mostra que a indústria de carne e aves paga US$ 12,5 bilhões em impostos locais, estaduais e federais nos EUA e tem um total de vendas na casa dos US$ 311 bilhões. A pesquisa fez um levantamento indireto dos setores, revelando que a contribuição econômica gerou cerca de US$ 77 bilhões em impostos.


"Nossas empresas associadas são muitas vezes os maiores empregadores em suas comunidades rurais, e seu impacto vai além dos empregos. Além dos impostos que pagam, elas investem em suas comunidades com generosas doações de alimentos e fazem contribuições financeiras e outras insubstituíveis para infraestrutura local, como moradia, espaços comunitários, escolas e cuidados infantis", diz Potts, em nota.


Contato: jean.mendes@broadcast.com.br


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Um retrato claro de poder econômico em uma imagem

 


Um retrato claro de poder econômico em uma imagem.


Poucos grupos concentram dezenas de marcas que fazem parte do dia a dia do consumidor. No supermercado parece concorrência. Na estrutura real, é escala, domínio de canal e eficiência financeira.

A lógica é:

• Marcas diferentes para públicos diferentes
• Um único grupo capturando volume, margem e recorrência
• O consumidor escolhe a marca, o capital escolhe o grupo

Quem entende essa dinâmica para de competir por preço e começa a competir por posicionamento.

No jogo grande, vantagem competitiva vem de portfólio, distribuição e percepção.

Negócio não é ter uma marca forte.
É ter várias, ocupando todos os espaços.

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Elio Gaspari

 A íntegra: A bancada silenciosa do STF Resistência a código de conduta se manifesta apenas em off, sem que ministros coloquem a cara a tapa...