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AGENDA NA MESA

Um trabalho do economista Tiago Cavalcanti, da FGV, é pertubador.  Explica ele por que o Brasil, embora avançando na escolaridade da sua população nestes últimos anos, pouco avançado na produtividade, ainda estagnada.  De acordo com os modelos e o as teorias de crescimento, isso não deveria acontecer. Trabalhadores mais educados tendem a ser mais produtivos do que aqueles com baixa escolaridade. Tiago tem uma resposta na "ponta da lingua". Para ele , a educação brasileira é de muito baixa qualidade. Os jovens passam mais tempo na escola do que no passado, mas aprendem pouco. Segundo Pedro Cavalcanti, também da FGV, de um lado, na oferta, essa educação é de baixa qualidade e os jovens não aprendem bem as disciplinas formais, nem se qualificam para o mercado de trabalho.  Por outro lado, demanda, um ambiente de negócios ruim, com distorções de todo tipo - tributárias, regulatórias, favorecimentos, etc - não favorece a criação de "bons empregos".  Solução usual, subsíd...

Resenha de um texto, por Alexandre A. Rocha

Há algum tempo li uma resenha sobre o livro "Decadent Developmentalism. The Political Economy of Democratic Brazil" (2020).   Inclusive, eu a postei aqui neste espaço. Tenho muito interesse nesse tema. No entanto, como se trata de um livro caro, espero que alguma biblioteca local o compre. Até já o recomendei. Enquanto isso, baixei a amostra grátis da Amazon, com a introdução e o início do primeiro capítulo. A parte inicial, que oferece uma visão geral do argumento do autor, é bem convincente. Posteriormente, o livro perde um pouco de tração, enveredando por uma detalhada, mas nem sempre bem articulada e até mesmo com alguns anacronismos,* revisão bibliográfica. Quero crer que isso seja um problema pontual, mas precisarei ler o restante para poder opinar. Independentemente disso, reproduzo a seguir algumas passagens bastante impactantes. Vale a pena conferir. 1) Cientistas políticos há muito enfatizam as relações executivo-legislativas com a negligência geral da economia, con...

SEMANA DE FED E COPOM

Iniciamos a semana “mobilizados” pelas reuniões do Copom no Brasil e do FOMC nos EUA, decisivas para os rumos da política monetária destes países, em sintonia com a inflação, atividade e emprego e moedas ao redor do mundo. Será uma semana também de variados índices de preço no mundo, como na Zona do Euro, Alemanha, Japão e Reino Unido, e de produção industrial nestes mesmos países, na China e Estados Unidos. No Brasil, além do Copom em destaque, temos também o IBC-Br, importante para sabermos se a retomada da economia segue ocorrendo, em sintonia com o ritmo de vacinação. No front político, a CPI da Covid segue mobilizando as atenções de todos, ainda mais por causa da “suposta” displicência do governo no tratamento e nas negociações com os laboratórios para a obtenção de vacinas. Nos parece óbvio que o presidente se movimentou no ano passado, sempre em reação política aos movimentos do governador João Dória. Como este saiu na frente nas tratativas com a vacinação, Bolsonaro foi...

PARA QUE LADO VAI O DEBATE?

Parece que vivemos tempos da marmota, lembrando um filme em que o personagem acordava todos os dias e sempre era a mesma cena, mesma situação. Não dava para perceber mudanças na rotina deste personagem, sempre preso a um dia específico. Parece que vivemos isso no Brasil, nestes últimos anos e até décadas. Não saímos do lugar. Dá então para tirar algumas conclusões ou deduzir algo deste ambiente que vivemos. Vamos a elas. 1) Populismo. Temos a leitura de que os governos, nestes últimos 20 anos, sempre se apegaram à soluções fáceis, pouco desgastantes, fugindo sempre dos confrontos, dos embates no Congresso, de medidas impopulares. Foram sim, governos populistas, que pouco avançaram nas agendas essenciais de reformas. N ão podemos escorregar pela retória de que tudo de ruim ocorrido foi causado por choques externos, "crises importadas", etc. Não dá! Quem acompanhou de perto nas "rotinas" destes governos, se mantendo sempre atualizado, numa leitura bem mais clara da re...

INFLAÇÃO DOS EUA E DO BRASIL

Estamos terminando mais uma semana e o tema em destaque nesta foi a inflação.  Foram divulgados os índices de preço, usados pelas autoridades monetárias como parâmetros, no Brasil e nos EUA e ambos acabaram acima do esperado, acendendo uma luz amarela para ambas as autoridades, o Banco Central do Brasil e o Fed. No Brasil, o IPCA registrou 0,83%, elevado a 8,06% em 12 meses, o que pode levar o BACEN a intensificar na sua política de normalização parcial das últimas reuniões. Nos EUA, o CPI foi a 0,6%, 5,0% em 12 meses, com o núcleo a 0,8% e 3,8% em 12 meses, quando o mercado esperava 3,5%. Ou seja, pelo índice que descarta alimentos e energia, a inflação acabou bem elevada, o que coloca na conta uma certa disseminação do índice. Pressão adicional ao Fed de Jerome Powell. No comportamento do CPI americano, a alta foi puxada pelos preços mais elevados do petróleo, contaminando o item energia do índice, acima de 50% em 12 meses, e pela puxada nos preços dos carros e caminhões usados, ...

PROBLEMAS A SEREM RESOLVIDOS

Amigos enumeraram alguns riscos, considerados relevantes para esta travessia tupiniquim de 2021, quem sabe, também para o ano eleitoral de 2022, ano também de Copa de Mundo no Catar e de fim de festa para este presidente "verborrágico", que nos "governa" desde 2019.  Alguns dos riscos: grande desequilíbrio fiscal, com a dívida bruta tendo chegado a 86% do PIB em fevereiro passado. Em dezembro de 2019 estava em torno de 74%; ambiente político muito açodado; grande volume de títulos públicos alongados emitidos (LTN e NTNF); inflação elevada; e trajetória da curva do rendimento da curva dos treasuries de 10 anos dos EUA. "Estamos vendo uma disseminação de espuma, bolhas, tomada de risco e alavancagem. Muitos players se alavancaram muito e assumiram muito risco, e alguns deles vão explodir” disse Roubini, em entrevista à Bloomberg TV. Vamos nos ater aos desafios no plano federal, embora tenha severas restrições à governança de muitos estados da federação, um desafi...

DIA DE IPCA

Depois de oito pregões em alta era previsível algum ajuste no Ibovespa. Foi o que aconteceu nesta terça-feira, ainda mais com a maior cautela pelo cenário fiscal, depois do ministro Guedes sinalizar a extensão do auxílio emergencial “por dois ou três meses”, talvez até setembro. Tudo irá depender do ciclo de vacinação em curso. Neste clima de correção, a bolsa de valores caiu 0,76%, a 129.787 pontos, mesmo com a Petr4 em alta, este decorrente da alta do barril de petróleo WTI, acima de US$ 70, pela primeira vez desde outubro de 2018. No mercado de juro futuro, as taxas, de manhã em queda, acompanhando os treasuries americanos, fecharam o dia estáveis. Tanto no Brasil, como nos EUA, saem índices de inflação que podem alterar o transcurso da taxa de juros nos próximos meses. Para o presidente do BACEN, Roberto Campos Neto, em seminário, os choques inflacionários devem ser “encarados como temporários”. Para ele, “a curva de juros perdeu um pouco da inclinação recentemente, em função da al...