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MACRO MERCADOS SEMANAL Segunda-feira,29/03/2021 Semana tensionada

Iniciamos uma semana mais curta pelo feriado de Páscoa - meio fim de março, meio início de abril -, mas muito tensionada na relação entre Bolsonaro, Congresso e sociedade. De um lado, a evolução descontrolada da pandemia, a resposta, mesmo que tardia, deste governo, e a necessidade de intensificação das campanhas de vacinação. Do outro lado, a reação da sociedade, com vários atores já desembarcando do apoio a este governo, pela gestão temerária durante a pandemia. As críticas são generalizadas. Luis Stuhlberg, por exemplo, gestor do fundo Verde, já anunciou sua decepção, afirmando que quem votou no presidente, não deve mais votar, “acreditei e votei no Bolsonaro, mas ele nunca terá o meu voto.” Stuhlberger parece ser uma das vozes mais revoltadas com este “estado de coisas”, esta gestão calamitosa do presidente. Disse ele, gestor de R$ 52 bilhões, sob o manto do fundo Verde, que o País deve perder entre 1,5% e 2,0% do PIB neste ano, entre R$ 130 bilhões a R$ 140 bilhões. Somando os...

INEVITÁVEL COMPARAR, INEVITÁVEL...

São inúmeros os países que fizeram o seu "dever de casa" e agora estão "quase livres" do VIRUS.  Poderíamos lembrar a Nova Zelândia, na América do Sul o Uruguai, o Chile, pela sua bem coordenada campanha de vacinação, a Austrália, conforme relatado por um amigo Marcelo de Oliveira, da UFPEL, aqui em Portugal e o Reino Unido.   Na Austrália , segundo o Marcelo, no início da pandemia, "foram fechadas as fronteira, foi feita uma quarentena absoluta, RIGOROSA, COM FECHAMENTO DO COMERCIO NAO ESSENCIAL, testagens em massa da população, proibição à circulação das pessoas entre cidades de diferentes regiões, identificação dos infectados, promoção de isolamento obrigatório dos infectados e de TODAS PESSOAS em contato com o infectado. Qual o resultado? "Houve impacto econômico, como em todos países do mundo, mas hoje a vida normalizou, comércio aberto, ainda com proibição de circulação das pessoas em diferentes estados, ausência de uso de máscaras; prejuízo de capit...

Um breve retrospecto.

Bolsonaro "viveu" 28 anos no Congresso, preocupado apenas com um objetivo, se reeleger e defender as corporações militares. Foi um deputado "corporativista", defendendo interesses bem focalizados e específicos. Sua produção legislativa foi medíocre. Digamos que ele sentava nos fundos do "baixo clero". Nada de relevante produziu nestes anos, nenhuma lei, nada.    Apenas brigava pelos militares e pregava uma agenda conservadora de costumes. Em 2015, quando o país ingressou no segundo ano de recessão, provocada por uma sucessão de erros de política econômica do governo Dilma, Bolsonaro, e seus seguidores, montaram uma estratégia de redes sociais para se tornar “o candidato anti-PT”, “o candidato anti-sistema”.   Com a Operação Lava-Jato fazendo estragos nas hostes, tanto do PT, como dos partidos “satélites”, e com Lula preso, o atual presidente tornou-se rapidamente um "fenômeno das redes". Bem aproveitou este “vácuo”. Lembremos inclusive,...

CHANCE DESPERDIÇADA

Não parece difícil um balanço do governo Jair Bolsonaro nestes dois anos e mais alguns meses no poder. Podemos visualizar uma sucessão de decisões equivocadas, algumas bem intencionadas, outras nem tanto, e poucas, realmente, meritórias.  Sua agenda econômica é (ou era) até acertada.  Basicamente, tratava das reformas estruturais, da Previdência, tão urgente diante da trajetória desta dívida; da Tributária, num cipoal de impostos que mais repelem do que atraem investidores, e da Administrativa, sabendo que boa parte da nossa dívida estrutural é originada das distorções da rubrica “Encargos e Pessoal”.   O diagnóstico é um só. O déficit público “estrutural” tem origem e daí, diagnóstico. Aqui, uma contradição, pois Bolsonaro ascendeu pelo corporativismo junto aos militares e todos sabemos que boa parte destes déficits, público e previdenciário, são originados dos excessos de "penduricalhos" dos servidores públicos e dos militares. Ou seja, a tal "fábrica de desigualdade...

MACRO MERCADOS DIÁRIO Sexta-feira, 26/03/2021 "Peça de ficção"

Iniciamos esta sexta-feira (dia 26) repercutindo a aprovação do Orçamento de 2021 ao fim da noite anterior, cheio de emendas (R$ 48,8 bilhões). Isso deve obrigar o ministro Guedes a buscar alternativas “draconianas”, com cortes previstos de R$ 26,5 bilhões nas despesas obrigatórias, mais concentrados na Previdência (R$ 13,5 bilhões). Como estas despesas são obrigatórias, não podem ser mexidas, remanejamentos acabarão inevitáveis nas próprias emendas dos deputados. Isso nos leva a concluir que foi aprovada mais uma “peça de ficção” no Congresso ontem, e não um Orçamento a ser executável na sua plenitude. Nenhuma novidade. Sempre foi assim. Nesta “festa de emendas”, inevitável será o corte de muitas delas e o contingenciamento na “boca do caixa” ao longo do ano. E o pior é que ainda existem mais R$ 28,6 bilhões em emendas não pagas nos anos passados. Se nada for feito, estouraremos o “teto dos gastos” e o TCU irá para cima do governo. Neste ambiente de ameaça de “piora fiscal”,...

MACRO MERCADOS DIÁRIO Quinta-feira, 25/03/2021 Austeridade seletiva

Não parece difícil fazer um balanço do governo Jair Bolsonaro nestes dois anos e mais alguns     meses no poder. Podemos visualizar ma sucessão de decisões equivocadas, algumas bem intencionadas e poucas, realmente, meritórias. Sua agenda econômica é (ou era) até acertada, mas me parece que ele próprio não está muito convencido disto. São tantos os "estresses" gerados, que esta boa agenda, mais do ministro Guedes, e também do ministro da Infra foram se perdendo pelo caminho. Quando recém eleito, assumindo, até cheguei a torcer para que desse certo, dada a equipe no ministério, as idéias aventadas, o ingresso do juiz Sergio Moro, Paulo Guedes, Tarcísio Freitas, Marcos Pontes, etc. No entanto, vendo como o presidente eleito se movimentava fui observando que não sairíamos do lugar neste ambiente de bate-bocas e confrontos inúteis. Um presidente eleito, cheio de rancor e ressentimentos, sem a mínima capacidade de governar, sem noção da sua responsabilidade, a não se...

MACRO MERCADOS DIÁRIO Quarta-feira, 24/03/2021 Tempestade perfeita

Os mercados globais reagiram mal nesta terça-feira ao receio de mais uma onda da pandemia pela Europa. O mesmo aconteceu com os EUA, com todos os mercados sofrendo. No dia, o índice Vix de volatilidade se elevou em 10,2%. No Brasil, soma-se a isso, a totalmente desastrada gestão do governo Bolsonaro, num cenário que não mais escolhe idade e já ceifou quase 300 mil vidas. Somos o epicentro da crise sanitária global.   Isso acontecendo num cenário em que uma batalha de narrativas é diária, o que vem desgastando a sociedade e não indicando rumo ou solução.   Em discurso ontem, em rede nacional, Jair Bolsonaro tentou se eximir de qualquer responsabilidade, “afirmando sermos o quinto país do mundo em vacinação”, mas se esquecendo de sermos um país continental, com 210 milhões de habitantes. Portanto, não caberia aqui esta argumentação. Mais realista teria sido indicar alguma proporcionalidade e neste front iríamos para o nonagésimo lugar. Na opinião de analistas e deste escriba, ...