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MACRO MERCADOS DIÁRIO 23/04/2021 - SEXTA-FEIRA INDEFINIDA

Deu uma desafogada nos mercados de ativos domésticos nesta quinta-feira (dia 22). O dólar recuou abaixo de R$ 5,50, as curvas de juros perderam a inclinação, cedendo de forma considerável, e o Ibovespa, acima dos 120 mil pontos nos últimos dias, perdeu força ao fim de mais um dia, depois que o presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou que poderá aumentar a taxação sobre “ganhos de capital para os mais ricos". No alívio do dólar e do juro, o sancionar do Orçamento de 2021, considerando R$ 125 bilhões em despesas fora do teto dos gastos, além do veto de R$ 20 bilhões em despesas outras, acabou repercutindo favoravelmente.  Ao fim, optou-se por um veto parcial das emendas e no uso de recursos extras para o pagamento dos programas emergenciais, decorrentes da pandemia, além do auxílio emergencial no limite dos R$ 44 bilhões. Nada contra. Na verdade, ao ser criada em 2016 a "lei do teto" tinha que considerar situações limites, como a que vivemos atualmente.  A agência Moody’s, ...

MACRO MERCADOS DIÁRIO 20/04/2021 - AINDA SOBRE O ORÇAMENTO

Continuamos “gravitando” em torno do Orçamento, a ser sancionado nesta quinta-feira, dia 22, pelo presidente Bolsonaro, e a preocupação com o ritmo da pandemia. Em novos capítulos o Congresso aprovou nesta segunda-feira Projeto de Lei que torna possível ao governo cortar despesas discricionárias, como investimentos e manutenção da máqiina pública, por decreto e não mais por lei. Busca-se neste contexto, agilizar os ajustes (ganhar em flexibilidade) e preservar as despesas obrigatórias, focadas em encargos sociais e pessoal. Uma boa notícia para o imbróglio do Orçamento. Tudo ia bem neste front, nos parecendo plausível a “costura” de um acordo sobre o veto parcial das emendas, quando veio a articuladora política do governo, chefe da Casa Civil, Vera Arruda, ligada ao Centrão, anunciando que o veto parcial ficaria em R$ 10,5 bilhões, e não R$ 16,5 bilhões como esperava o mercado e o próprio ministro Paulo Guedes. Lembremos que esta era a proposta inicial de Marcio Bittar, relator do ...

MACRO MERCADOS ESPECIAL 21/04/21 - ORÇAMENTO: FIM DO IMPASSE

Hoje é feriado no Brasil, Dia de Tiradentes, não havendo mercado, o que nos dá alguma “folga” para discorrer sobre determinado tema, sem se preocupar com o tempo exíguo do início da manhã. Falemos então hoje sobre o que que se decidiu nas negociações em torno do Orçamento de 2021, atrasado em quase cinco meses. Lembremos que este foi decidido nesta semana, depois de três debates, atropelando o do ano que vem, o PLDO de 2022, enviado desde o dia 15 de abril. Ao fim, chegou-se a um acordo, na qual, mais de R$ 125 bilhões ficaram de fora do “teto de gastos”, permitindo ao governo mais liberdade para remanejar suas despesas. Pelo PLN2, o governo poderá ajustar algumas das despesas emergenciais, com a pandemia, sem se preocupar com as regras.  Deve incluir despesas com o Pronampe, programa de crédito para pequenas empresas, R$ 10 bilhões, com o programa do BEm, na qual é possível reduzir salários e licenciar trabalhadores, sem ter que demití-los, R$ 10 bilhões, e despesas emergencia...

MACRO MERCADOS DIÁRIO 19/04/2021 - MAIS UMA SEMANA DE INSTABILIDADE

Depois de mais uma semana de muita instabilidade, mais uma, agora mais curta, pelo feriado de Tiradentes, se inicia. No foco das atenções o sancionar do Orçamento de 2021, pelo presidente Bolsonaro, havendo dúvidas se será bem sucedido, e, claro, a pandemia, ainda causando estragos. Sobre o Orçamento, não sabemos para onde o presidente deve correr, ou agindo como um populista, agradando ao Centrão, ou com a “mão pesada do Tesouro”, não cedendo às tentações, como quer Paulo Guedes. Dia 22 saberemos. Sobre a pademia, São Paulo, em fase vermelha, deve começar a flexibilizar as restrições nesta segunda-feira, muito mais por pressões externas, havendo alguma quedas nas internações pela Covid 19. São quase 14 milhões de casos desde o início, com 373.335 óbitos acumulados, 1.657 em 24 horas no domingo passado, e 42.980 novos casos. Duas boas novidades são a de que a Astrazeneca está produzindo uma vacina para combater as variantes do virus e de que a Jansen deve retomar a produção de doses n...

MACRO MERCADOS DIÁRIO: BALANÇO SEMANAL 16/04/21 - INSTABILIDADE DOMÉSTICA E CRESCIMENTO FORTE LÁ FORA

Mais uma semana intensa. No Brasil, alguns temas nortearam os mercados: crise política permanente, impasse no Orçamento e pandemia; nos EUA, a economia segue mostrando bom dinamismo, mesmo com algum risco inflacionário no “meio do caminho”. O presidente do Fed, Jerome Powell, meio que “apostando”, acha que a inflação só deve preocupar mesmo entre meados de 2022 e 2024. Isso nos parece uma leitura por demais otimista. Na Europa, também há novidades, com a economia esboçando reação, depois de superado o problema da oferta de vacinas. Retornando ao Brasil, o desenrolar do Orçamento de 2021 segue complicado. A equipe econômica quer o veto total das emendas “elaboradas” no Congresso, quase R$ 31 bilhões, e uma insustentável redução das despesas obrigatórias. O problema é que estas não podem ser “cortados”, para acomodar as emendas. Pela “lei do teto”, a cada despesa criada, algo tem que ser readequado ou cortado. A idéia do Congresso era ir “administrando” estas despesas obrigatórias e man...

MACRO MERCADOS DIÁRIO 15/04/2021- NO BRASIL, INCERTEZAS FISCAIS; NOS EUA, ECONOMIA CRESCENDO

Os mercados resolveram “embarcar” na retórica do Fed, acreditando que o juro, por lá, deve ser elevado, entre 2022 e 2024, “pouco provável antes”. No Brasil, ainda continuamos cercados de incertezas, tanto no Orçamento, ainda em discussão e sob impasse, como pela lentidão no ritmo das vacinações e o clima de açodamento político em Brasília. Nesta quarta-feira (dia 14), o presidente Bolsonaro tratou de jogar “mais gasolina na fogueira”, aguardando a “sinalização do povo para poder tomar providências”. Mais enigmático impossível. O que quis dizer com isso? Seria mais um blefe? Ou ameaças concretas, mostrando ter espaço para uma manobra mais abrupta e apoio dos militares? Neste dia, saiu uma pesquisa mostrando que ele perderia, num segundo turno, para o ex-presidente Lula da Silva. Sobre o Orçamento, vem causando desconforto o “vazamento” de uma PEC “fura teto”, do ministro Paulo Guedes, que aceitaria depesas com Saúde fora do teto, e R$ 18 bilhões em emendas. Nada certo ainda. Em paralel...

JOHN WILLIAMSON (1938 - 2021)

Morreu no dia 11 de abril, aos 83 anos, o economista John Williamson, pesquisador emérito da Peterson Institute for International Economic (PIIE), think tank de grande relevância no debate econômico internacional, com grande contribuição na pesquisa aplicada, em especial, em áreas de desenvolvimento econômico, regimes monetários e cambiais nas economias emergentes, reformas monetárias internacionais de instituições multilaterais, dentre tantas. Aliás, justiça seja feita, conheci Williamson, muito a partir de um tema, que chegou a ser embrião para a minha tese de Doutorado, o debate em torno do "Consenso de Washington". Depois, ao pesquisar um pouco mais, descobri que a sua produção intelectual era bem mais extensa, interessante, de centro, nada de neoliberal ou quetais. Inevitável dizer que o surgimento deste Consenso começou, depois das recomendações, dadas aos países latino americanos, depois de perdida uma década inteira de decisões erradas de políticas públicas e estran...