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MACRO MERCADOS DIÁRIO 20/04/2021 - AINDA SOBRE O ORÇAMENTO

Continuamos “gravitando” em torno do Orçamento, a ser sancionado nesta quinta-feira, dia 22, pelo presidente Bolsonaro, e a preocupação com o ritmo da pandemia.

Em novos capítulos o Congresso aprovou nesta segunda-feira Projeto de Lei que torna possível ao governo cortar despesas discricionárias, como investimentos e manutenção da máqiina pública, por decreto e não mais por lei. Busca-se neste contexto, agilizar os ajustes (ganhar em flexibilidade) e preservar as despesas obrigatórias, focadas em encargos sociais e pessoal. Uma boa notícia para o imbróglio do Orçamento.

Tudo ia bem neste front, nos parecendo plausível a “costura” de um acordo sobre o veto parcial das emendas, quando veio a articuladora política do governo, chefe da Casa Civil, Vera Arruda, ligada ao Centrão, anunciando que o veto parcial ficaria em R$ 10,5 bilhões, e não R$ 16,5 bilhões como esperava o mercado e o próprio ministro Paulo Guedes. Lembremos que esta era a proposta inicial de Marcio Bittar, relator do Orçamento, rejeitada pelo ministro Guedes. Se aproximaria da sanção presidencial um “meio termo”, entre a aprovação integral que queria o Centrão e a retirada de todas as emendas, como queria Paulo Guedes. Seria o caso de pensarmos uma solução intermediária.

Diante dos extremos das partes, esta solução intermediária seria o veto da metade das emendas, que recuariam de R$ 31 bilhões para cerca de R$ 15/16 bilhões. Não nos parece plausível esta solução. Lembrando que parte destas emendas vem de remanejamentos de despesas de ministérios, como o da Integração Regional do ministro Rogério Marinho, ou mesmo da Infraestrutura, de Tarcísio Freitas. Dois ministérios que precisam entregar obras, pensando no ano eleitoral de 22. Já no outro lado, um ministro que tem por prerrogativa “sentar em cima do cofre” e preservar a “lei do teto” e a “responsabilidade” no uso de recursos públicos. Por isso, achar que seria de bom grado o detalhamento destas emendas, antes em R$ 31 bilhões, até porque 2022 é ano eleitoral e pode haver muito deputado só querendo “fazer caixa” para campanha eleitoral.

Segunda-feira foi um dia também positivo para a Petrobras, depois da posse do diretor presidente general Luna e Silva e seu discurso apaziguador, falando em ouvir mais do que falar e reduzir a volatilidade nos preços do combustíveis sem desrespeitar a “paridade do mercado internacional”. Acalmou os investidores, acionistas minoritários, que foram às compras e fizeram o papel Petr4 avançar 5,8% no dia, embora perdendo um pouco ao fim, devido às declarações da articulista Vera Arruda.

Tivemos também o indicador de atividade IBC-br de fevereiro (+1,7% em feveireiro contra março), importante para medir como anda a economia real. Ao que parece, olhando pelo retrovisor, a recuperação sob a forma de “V” aconteceu mesmo. O problema é que esta não deve se sustentar em março e abril, dado o atraso das vacinas e o aumento do isolamento social.
Para março, inclusive, trabalhamos com um recuo de até 8,5%. Os indicadores de confiança corroboram para isso, seja pela piora da pandemia, seja pelo aumento do afastamento social. Os indicadores de março devem vir piores do que os de fevereiro em todas as grandes pesquisas do IBGE (PMC, PIM e PMS).

Segundo estimativas de mercado, por este indicador, nos dois primeiros meses do ano a economia estava rodando 1% acima do nível pré-pandemia. A indústria se encontrava 2,5% acima, o varejo ampliado quase 2,0%, mesmo com os serviço 2% abaixo desse. No trimestre, estaremos zerando o crescimento. De qualquer maneira, mesmo havendo queda da atividade no segundo trimestre, devido ao isolamento social, como esse está num nível bem menor do que no ano passado, a queda deve ser bem menor do que os 9% no segundo trimestre de 2021.

Para o ano, o crescimento esperado pela pesquisa Focus é de 3,0%, tendo caído semanalmente de 3,25% um mês atrás. Este desempenho parece vinculado ao ritmo de vacinações e a evolução da pandemia. Se este ritmo vier favorável, este crescimento pode ficar acima do esperado. Estimativas indicam que a vacinação de adultos pode chegar a 70% até setembro próximo. Sendo assim, o segundo semestre de atividade deve transcorrer bem melhor do que o primeiro.

Sobre o mercado, a bolsa de valores chegou a se firmar no postivo ao longo do dia, mais um de alta, mas ao fim perdeu força diante das declarações da ministra da Casa Civil, Vera Arruda, falando em veto parcial de R$ 10,5 bilhões. o que não agradou ao mercado, nem ao ministro Paulo Guedes.

Ao fim, o Ibovespa fechou em discreta queda de 0,15%, a 120.933 pontos, com a Petr4 subindo quase 6% (5,8%), depois das declarações do novo presidente Luna e Silva. Já o giro financeiro chegou a R$ 50,1 bilhões em dia de vencimento de opções. No mês de abril, a bolsa avança 3,69%, depois de +6% em março e no ano, 1,61%. 

Já o dólar seguiu na sua trajetória de queda, com -0,61%, a R$ 5,57, tendo recuado a R$ 5,52 em alguns momentos do dia. Deu uma pressionada no final, pelo impasse do Orçamento. 

Nesta manhã de terça-feira, os mercados de ouro e petróleo operavam em alta. As bolsas de NY operavam no vermelho, e as da Europa na mesma toada. 











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